terça-feira, 24 de abril de 2018

Síria: Relatório de Situação Limpeza das áreas em torno de Damasco – Rumores 'jornalísticos' sobre ADM são preparação para novo ataque dos EUA

20/4/2018, Moon of Alabama


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Depois que o Exército Sírio Árabe liberou Douma, as áreas controladas pelos Takfiri próximas da capital Damasco também foram rapidamente controladas. Os militantes do grupo Jaish al-Islam em Dumayr, nordeste de Damasco, renderam-se sem resistir. Como tem sido a prática usual, osTakfiri foram transferidos para o governorado de Idlib, no noroeste, controlado pela al-Qaeda e outras forças apoiadas pelos turcos. A cidade de Dumayr controla a rodovia Damasco-Bagdá. Estão em andamento conversações de capitulação em Qalamoum Oriental.

Yarmouk, ex-campo de refugiados palestinos, é hoje um subúrbio ao sul de Damasco. Uma parte está em mãos da al-Qaeda, outra era controlada por um grupo do Estado Islâmico. Os grupos receberam autorização para evacuar, mas recusaram. Ontem, o Exército Árabe Sírio lançou ataque massivo de artilharia e aviões russos e sírios bombardearam os quarteirões. Hoje, apenas 24 horas depois, os Takfiri renderam-se. Militantes da al-Qaeda serão evacuados para Idlib; do Estado Islâmico parta o deserto no leste da Síria.

A cada bolsão de 'rebeldes' eliminado, o Exército Árabe Sírio se fortalece. As dezenas de soldados necessários para ocupar as áreas controladas pelosTakfiri em torno de Damasco cercada estão agora livres para atacar noutros pontos. Alguns dos militantes que não deixaram a área optaram por se unir às forças do governo.

A evacuação de muitos militantes para o noroeste pode, adiante, vir a ser um problema. Podem eventualmente se pôr ou cair sob controle dos turcos e ser usados em outra tentativa turca para tomar Aleppo. Mas por enquanto lutam entre eles mesmos. Al-Qaeda na Síria, agora renomeada Hay'at Tahrir al-Sham (HTS) luta contra outros grupos que disputam o controle da área. Ao longo dos últimos meses, cerca de mil militantes mataram-se uns os outros, 3.000 foram feridos e grande parte do armamento pesado dos grupos foi destruída. O governo sírio espera que essas lutas entre os próprios grupos continuem ainda por algum tempo.

Quando todas as áreas cercadas dentro do território controlado pelo governo estiverem consolidadas, o Exército Árabe Sírio se movimentará para as fronteiras ao sul do país. A área em torno de Deraa até as colinas do Golan ocupadas por Israel e a fronteira da Jordânia ainda controlada por vários grupos de militantes. Como no norte, aí também são frequentes as lutas entre grupos de militantes. Há dois dias, um grupo aliado do Estado Islâmico tentou tomar o controle sobre algumas vilas a leste de Deraa, reduto de outro grupo militante local. A luta prossegue, e os dois lados estão perdendo força. Não se sabe quantas dessas lutas internas entre os próprios rebeldes são instigadas por agentes da inteligência síria.

A maior dificuldade para a operação do Exército Sírio Árabe no sul é Israel, que continua a abastecer e apoiar vários grupos terroristas naquela área. Se Israel intervier seja como for, na operação síria para liberar aquela área, rapidamente os confrontos podem escalar para guerra de maiores proporções.

A destruída cidade de Raqqa no leste está virando dor de cabeça para a força de ocupação norte-americana. Os EUA usaram forças de solo curdas, contra a vontade dos próprios curdos, para atacar a cidade. Nem foi combate entre grupos de infantaria. Tudo que se movesse foi simplesmente bombardeado, do ar ou em solo. O batalhão de artilharia dos EUA que cobria a cidade disparou mais de 35 mil obuses de 155mm durante os cinco meses da operação. Hoje, cerca de 80% dos prédios de Raqqa estão completamente destruídos. Os restantes são inabitáveis.


Dresden 1945/Raqqa 2017

A cidade não tem água nem eletricidade. Os EUA alegaram que haveria 2.500 militantes do ISIS na cidade quando começaram os combates. No final, os EUA liberaram pelo menos 500 deles para que saíssem da cidade e tomassem rumo leste, para combater contra o Exército Árabe Sírio. EUA disse também que apenas 30 civis teriam morrido nesse ataque. É mentira. Já foram recuperados pelo menos 2 mil corpos, e ainda há estimados mais de já mais de 6 mil sob os escombros. Haverá muitos mais. A administração da cidade não tem equipamento nem dinheiro para resgatar os cadáveres. Os EUA recusam-se a gastar dinheiro numa cidade que eles mesmos destruíram, e os senhores da guerra curdos que ocupam atualmente a cidade ou não sabem o que fazer ou não têm interesse em ajudar moradores árabes na cidade. A população que retornou é hostil aos norte-americanos e aos curdos. Quer voltar ao controle pelo governo da Síria.


Mais para leste, na fronteira Síria-Iraque e para o norte do rio Eufrates, há entre 3 mil e 5 mil combatentes do ISIS jamais atacados pelos EUA nem por ar nem em solo. Os EUA impediram que tropas do governo sírio que controlam a área ao sul do Eufrates atacassem forças do Estado Islâmico. Mas nem Síria nem Iraque podem deixar que persista esse bolsão do Estado Islâmico. Ontem houve uma reunião de alto nível na Sala de Operações em Bagdá onde comandantes russos, iranianos, sírios e iraquianos coordenam as operações contra o ISIS. Pouco depois, um jato iraquiano atacou um comando do Exército Islâmico perto de Hajin na Síria. O ataque foi aprovado pelo governo sírio. 

Forças sírias reconstruíram uma ponte militar que lhes permitirá cruzar o Eufrates em operação futura. Vários batalhões, incluindo tropas auxiliares, sob comando iraniano, estão em prontidão para atacar. Será que os EUA os bombardearão quando cruzarem o rio? Ou deixarão o caminho livre e permitirão o apoio aéreo do Iraque às tropas sírias?

Os neoconservadores só fazem insinuar que a Síria ainda tem o programa de armas químicas e que o espalhou por várias bases pelo país.


Avaliações dos EUA depois dos ataques de EUA, Grã-Bretanha e França à Síria mostram que os ataques tiveram impacto limitado contra a capacidade do presidente Bashar al-Assad usar seu armamento químico – disseram quatro funcionários dos EUA em declaração à agência Reuters.
...
Funcionários dos EUA que pediram para não ser identificados disseram que a inteligência já tem informação de que os estoques químicos de Assad foram distribuídos para outros locais, não só nos três locais já atacados."


Absoluta falsidade, sim. A Síria realmente entregou suas armas químicas em 2013, e a Organização para Controle de Armas Químicas confirmou que armas e estoques precursores foram destruídos e todos os laboratórios e locais de produção foram desmantelados.

Essa nova fantasia sobre armas químicas de Assad visa a inventar um pretexto para outro ataque, mais extenso, com mais bombas contra a Síria. Pretexto fake, declarações fake, jornalismo fake que já inventou um primeiro 'ataque químico' jamais provado em Douma. Agora começam a inventar um segundo ataque 'por causa' daquele mesmo ataque que ninguém provou que teria acontecido em Douma. 

Não há qualquer prova de qualquer 'ataque químico' em Douma. EUA, Grã-Bretanha e França têm alguns filmes encenados e filmados por propagandistas como os Capacetes Brancos, ONGs mantidas e orientadas por aqueles governos. A porta-voz do Departamento de Estado finalmentereconheceu que:


MS NAUERT: Sim... Reconhecemos e muito apreciamos todo o trabalho que os Capacetes Brancos continuam a fazer em defesa do povo daquele país e em defesa do governo dos EUA e de todas as forças da coalizão.
...
Acabo de trocar e-mails com eles, anteontem. Minha compreensão é que o trabalho deles prossegue e muito nos orgulhamos de trabalhar com eles.


Thomas Massie, Deputado Republicano observou hoje:


Thomas Massie @RepThomasMassie – 14:03 UTC- 19/4/2018
Em briefing ao Congresso, o Diretor de Inteligência Nacional, o Secretário de Defesa e o Secretário de Estado não apresentaram qualquer tipo de prova real. Só citaram boatos que circulam online. Ou significa que optaram por não apresentar provas ao Congresso, ou não têm prova conclusiva de que Assad cometeu ataque com gás. Nos dois casos, nada bom.




Depois de permanecer detida por cinco dias, a comissão de investigação da Organização para Proibição de Armas Químicas finalmente conseguiuchegar à área em Douma onde teria acontecido o suposto 'ataque químico'. Entrou sob proteção da polícia militar russa.

O serviço de pesquisa científica do Parlamento Alemão publicou hoje um relatório (PDF, em alemão) cuja conclusão é que o ataque comandado pelos EUA contra a Síria, dia 13 de abril, foi evidente violação da lei internacional.*******

Um comentário:

Anônimo disse...

Excelente