Vale suspender por um minuto a discussão da crise brasileira para gastar esse tempo numa avaliação da cobertura pela TV Globo do recente atentado em Paris. Um repórter baseado em Nova Iorque afirmou de forma categórica que a Rússia atacava apenas os dissidentes do Governo sírio. Na quinta-feira, o jornal Globo atribuiu à "coalizão", e não à Rússia, os ataques às bases financeiras do Estado Islâmico, ou seja, à frota de caminhões transportadores de petróleo. No contexto geral da cobertura, a minimização do papel crucial que a Rússia está desempenhando na luta contra os terroristas é escandalosa.
A que se deve essa interpretação dos eventos mundiais de forma enviesada, servida quase toda a noite aos telespectadores brasileiros? Evidentemente, parte disso corresponde à imbecilidade dos jornalistas da Globo que ainda se encontram no marco da Guerra Fria. Contudo, há algo mais profundo. A vassalagem da Globo aos interesses geopolíticos norte-americanos reflete a incapacidade de avaliar nossos próprios interesses prospectivos, hoje muito mais ligados à Ásia do que aos Estados Unidos e à Europa. É algo que não vale só para os banqueiros, por sua conexão íntima com o sistema financeiro especulativo ocidental.
Do lado da Rússia temos os BRICS. Dentro dos BRICS a China. Esta é o maior importador de commodities do Brasil e um grande financiador, e pode tornar-se maior ainda caso a administração brasileira comece a governar. Na vinda do primeiro ministro Li Keqiang ao Brasil, foi-nos oferecida uma linha de crédito de 50 bilhões de dólares, através da Caixa Econômica Federal, que até agora não foi usada. Considerando a disposição de outros grandes bancos chineses de financiar empresas brasileiras (a Petrobrás que o diga), não precisamos dos bancos ocidentais com suas taxas escorchantes e suas invasivas agências de risco.
Por que, então, a rede Globo menospreza a Rússia, nosso parceiro no BRICS, em favor dos Estados Unidos, cujo principal produto que nos tem fornecido é o dos economistas neoliberais que ditam as regras para que façamos o melhor ajuste fiscal do mundo? Claro, devido à forte posição russa na defesa da legitimidade do Governo Assad, na Síria, que resiste a ter o mesmo destino que os Estados Unidos reservaram para a Líbia, os neoconservadores norte-americanos querem a todo custo atrair os russos para uma guerra fora de seu território. Na própria Rússia não dá, porque é uma potência nuclear. Mas poderia ser na Ucrânia ou Síria, para o que seria importante subtrair da Rússia um parceiro econômico como o Brasil.
O que embaraça os norte-americanos é que perderam o controle de sua criatura, ou seja, o Estado Islâmico, por eles financiado contra o Governo legítimo da Síria. Com isso, estão sendo forçados a aceitar a colaboração da Rússia, através da França, para atacar o grupo terrorista. Esse embrulho geopolítico é demais para os comentaristas da Globo, aliados ideológicos da CIA e de outras agências de informação e de manipulação da opinião pública que os alimentam de notícias nos EUA. Ah, a Globo chama Assad de ditador. Será que ele é mais ditador que a monarquia da Arábia Saudita, criada pelas potências ocidentais, e que mantém seus súditos, e sobretudo suas súditas, em regime de total opressão?
Se a Globo quiser ser imparcial na cobertura internacional, seria importante que abrisse sucursal em Moscou, muito mais importante para nós, sob o aspecto econômico e político, do que Londres ou Paris, potências de segunda classe. Afinal, a Rússia é a segunda maior potência militar do mundo, e os fatos na Síria (como, antes, na Criméia e na Geórgia) indicam que é melhor levá-la a sério.
José Carlos de Assis é economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe-UFRJ, professor de Economia Internacional da UEPB
Não é um comportamento exclusivo da Globo, na Europa o lixo informativo é igual.
ResponderExcluirSr. José Carlos de Assis
ResponderExcluirAcrescente a isto, que no sábado a rede gRoubo fez um programinha de entrevistas com tal judeu-russo que se dizia expert em assuntos militares, pois este vagabundo a passou tecer comentários sorrateiros/desonestos/mentiroso/ ... etc sobre o sr. PUTIN, dando a entender que os acontecimentos em Paris foram resultados das políticas da RÚSSIA na Síria. E onde entram os generais dos EUA/iSSraHell responsáveis pelas mortes de 8,5 milhões de pessoas no século passado (excluir 2a WW). Engraçado que fazem programas sobre ""Nostradamus"" e nunca encontram nos textos os responsáveis pelas matanças dos EUA/iSSraHell, é para rir! Meu caro todos sabemos que a canalha da gRoubo não passa de uma embaixada de iSSraHell, basta contar o número de judeus que lá trabalham. Sendo assim, como por debaixo dos panos já foram comprados pela AIPAC=HASBARA não há mais dúvidas e mais com que se assustar, pois o BRASIL é um mero detalhe. Até o gen. Mourão defende essa gente e se arroga em dizer que, confirmadamente, é o pensamento da tropa, no que eu acredito 100%. Aliás os milicos do BRASIL gostam primeiro dos EUA, depois bem lá atrás tem simpatia pelo nosso BRASIL. Então a gRoubo dando apoio a um viciado em álcool e cocaína, AERÓPIO dá o calibre de respeito dos Anglo-Semitas=Sionistas por nossa Pátria e o que esses judeuSS tem pelas coisas certas. Pode-se concluir que a gRoubo não tem o mínimo respeito pelo BRASIL e qdo menos alguma honestidade na informação a que se presta. A rede gRoubo não passa da AIPAC instalada no BRASIL, basta ver que a judeuzada odeia o PT. Lógico! Patriotismo no BRASIL jamais! Agora nos EUA/iSSraHell pode! e feroz! Caro professor, qdo a guerra civil aqui começar ((eleições para presidente)), não precisamos procurar saber quem implantou a semente da discórdia, foi a rede gRoubo=AIPAC=HASBARA=NED, e não se assuste se os milicos repetirem 1964 para obedecerem aos Patrões-EUA/iSSraHell. O BRASIL não vem ao caso!
enganado