ru-polit.livejournal (originalmente de 2009)
Traduzido por Tanya & Eugene
Há mais de 70 anos atrás começava
o maior massacre da história
A recente resolução da Assembleia
Parlamentar da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa)
equaliza plenamente os papéis da União Soviética e da Alemanha nazista para a
eclosão da Segunda Guerra Mundial. Só que a tal resolução, na verdade, foi
criada (pura e pragmaticamente) apenas para extorquir dinheiro da Rússia no
interesse de algumas das economias falidas, demonizar a Rússia como o estado
sucessor da URSS, e preparar o terreno legal para a perda do seu direito de se
contrapor à revisão dos resultados da Segunda Guerra.
Mas, para se abordar o problema
da responsabilidade pela guerra, primeiro é preciso responder à pergunta
fundamental: quem ajudou os nazistas a chegarem ao poder? Quem os enviou em seu
caminho para a catástrofe mundial? Toda a história do período pré-guerra da
Alemanha mostra que a disposição das políticas "necessárias" foi
conduzida pela turbulência financeira em que, por sinal, todo o mundo estava
mergulhado.
As principais estruturas que
definiram a estratégia de desenvolvimento do Ocidente no pós-1ª Guerra Mundial
foram as instituições financeiras centrais da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos
– o Banco da Inglaterra e o Banco Central dos EUA (inglês: Federal Reserve
System) – e as organizações financeiras e industriais associadas
estabeleceram um alvo para obter controle absoluto sobre o sistema financeiro
da Alemanha e, assim, dirigir os processos políticos na Europa Central. Para
implantação desta estratégia, é possível delimitar as seguintes fases:
1º: 1919-1924 – preparar o
terreno para um imenso investimento financeiro americano na economia alemã;
2º: 1924-1929 – a implementação
do controle sobre o sistema financeiro da Alemanha e o apoio financeiro para o
nacional-socialismo/nazismo;
3ª: 1929-1933 – provocar e
desencadear uma crise financeira e econômica profunda e garantir que os
nazistas chegassem ao poder;
4: 1933-1939 – cooperação
financeira com o governo nazista e apoio para sua política externa
expansionista, visando preparar e desencadear uma nova Guerra Mundial.
Na primeira fase, os principais
meios para garantir a inserção do capital americano na Europa começaram com as dívidas
de guerra e o problema, intimamente relacionado, das reparações alemãs pela
derrota na Primeira Guerra Mundial. Após entrarem formalmente na primeira
Guerra Mundial, os EUA deram aos aliados (principalmente Inglaterra e França)
empréstimos no montante de US$ 8,8 bilhões. A soma total de dívidas de
guerra, incluindo empréstimos concedidos para os Estados Unidos em
1919-1921, foi mais de US$ 11 bilhões.
Para resolver o problema, os
países devedores tentaram impor uma enorme quantidade de condições extremamente
difíceis para o pagamento dessas reparações às custas da Alemanha. Isto foi
causado pela fuga de capital alemão no exterior, e a recusa de pagar impostos
levou a um déficit orçamentário do Estado que só poderia ser coberto por meio
da produção em massa de marcos alemães, sem lastro. O resultado foi o colapso
da moeda alemã – a "grande inflação" de 1923, que alcançou a 578
(512%), quando um dólar valia 4,2 trilhões de marcos. Os industriais alemães
começaram a sabotar abertamente todas as atividades de pagamento das obrigações
de reparação, o que acabou por provocar a famosa "crise do Ruhr"
– a ocupação franco-belga do Ruhr em janeiro de 1923.
Os círculos dirigentes
anglo-americanos, a fim de tratar da questão por suas próprias mãos, esperou a
França ser pega nessa arriscada aventura, provando sua incapacidade para
resolver o problema. O Secretário de Estado dos EUA Hughes salientou: "É
necessário esperar a Europa amadurecer, a fim de aceitar a proposta
norte-americana."
O novo projeto foi desenvolvido
nas entranhas do "JP Morgan & Co." sob a instrução do presidente
do Banco da Inglaterra, Montagu Norman. No núcleo de suas ideias estava o
representante da "Dresdner Bank", Hjalmar Schacht, que as formulou,
em março de 1922, por sugestão de John Foster Dulles (futuro secretário de
Estado no Gabinete do Presidente Eisenhower) e assessor jurídico do presidente
W. Wilson na Conferência de Paz de Paris. Dulles entregou essa orientação ao
Agente Fiduciário princial (inglês: chief Trustee) "JP Morgan &
Co." e, em seguida, JP Morgan indicou Hjalmar Schacht, Montagu Norman, e o
último dos governantes de Weimar. Em dezembro de 1923, H. Schacht se tornaria
Diretor do Reichsbank, e se tornou instrumento fundamental para reunir os
círculos financeiros anglo-americanos e alemães.
No verão de 1924, o projeto
conhecido como "plano Dawes" (nome recebido do Presidente do Comitê de
peritos que o criou – banqueiro americano e diretor de um dos bancos do grupo
Morgan) foi adotado na Conferência de Londres. Ele requereu a redução pela
metade das reparações de guerra e resolveu a questão referente às fontes
para o seu pagamento. A principal tarefa, no entanto, era assegurar condições
favoráveis para o investimento dos EUA – o que só foi possível com a
estabilização do marco alemão.
Para alcançar essa finalidade, o
plano deu à Alemanha um grande empréstimo de US$ 200 milhões, dos quais metade
foi concedida pelo JP Morgan. Os bancos anglo-americanos, assim, ganharam o
controle não só da transferência de pagamentos alemães, mas também do seu
orçamento, do sistema da circulação monetária e, em grande medida, do sistema
de crédito do país. Em agosto de 1924, o antigo marco alemão foi substituído
por um novo, estabilizou-se a situação financeira na Alemanha, e, conforme o
pesquisador G.D. Preparta escreveu, a República de Weimar foi preparada para
"o auxílio econômico mais pitoresco da história, seguido pela colheita
mais amarga na história do mundo" – "uma inundação irrefreável de
sangue americano derramada nas veias financeiras da Alemanha".
As consequências não tardaram a
aparecer.
Isto se deveu principalmente ao
fato de que as reparações anuais tinham por fim cobrir o montante da
dívida pago pelos aliados, formada pelo chamado "círculo absurdo de
Weimar". O ouro que a Alemanha pagava, sob a forma de reparações de
guerra, era vendido, penhorado, e desaparecia ao chegar nos Estados Unidos,
e de lá era devolvido para a Alemanha sob a forma de um plano de
"ajuda". A Alemanha usava os recursos do plano de “ajuda” para pagar
Inglaterra e França, e estes, por sua vez, utilizavam tais recursos para pagar
as dívidas da guerra que tinham com os Estados Unidos. Os valores eram,
depois, revestidos com juros, e novamente enviados para a Alemanha. No final,
todos na Alemanha viviam endividados, e era claro que se Wall Street retirasse
seus empréstimos, o país sofreria uma falência completa.
Em segundo lugar, embora o
crédito formal tenha sido emitido para garantir os pagamentos, ele foi, na
verdade, usado para a restauração do potencial militar-industrial da Alemanha.
O fato é que os alemães eram pagos, pelos empréstimos concedidos, em ações de
empresas, de modo que o capital americano começou a entrar ativamente na
economia alemã.
O montante total de investimentos
estrangeiros na indústria alemã durante 1924-1929 ascendeu a quase 63 bilhões
de marcos de ouro (30 mil milhões foi contabilizado pelos empréstimos), e o
pagamento de reparações – 10 bilhões de marcos. 70% das receitas foram
fornecidas por banqueiros dos Estados Unidos, e a maioria dos bancos eram de JP
Morgan. Como resultado, em 1929, a indústria alemã era a segunda maior do
mundo, mas estava, em grande parte, nas mãos dos principais grupos
financeiros/industriais da América.
"Interessen-Gemeinschaft
Farbenindustrie", o principal fornecedor da máquina de guerra alemã,
financiou 45% da campanha eleitoral de Hitler em 1930, e estava sob o controle
da Rockefeller "Standard Oil". JP Morgan, através da "General
Electric", controlava a rádio alemã e a indústria elétrica através da AEG
e da Siemens (até 1933, 30% das ações da AEG eram propriedade "General
Electric") através da empresa Telecom ITT – 40% da rede de telefonia da
Alemanha.
Além disso, eles possuíam uma
participação de 30% na fabricação de aeronaves da empresa
"Focke-Wulf". A "General Motors", pertencente à família
DuPont, estabeleceu o controle sobre a "Opel". Henry Ford controlava
100% das ações da "Volkswagen". Em 1926, com a participação do Banco
Rockefeller "Dillon, Reed & Co.", o segundo maior monopólio
industrial na Alemanha (depois da "i.g Farben") surgiu – envolvendo
as metalúrgicas "Vereinigte Stahlwerke" (Siderurgia) Thyssen, Flick,
Wolff, Feglera etc.
A cooperação americana com o
complexo militar-industrial alemão era tão intensa e disseminada que, em 1933,
os setores-chave da indústria alemã e grandes bancos como o Deutsche Bank,
Dresdner Bank, Donat Bank etc estavam todos sob o controle do capital
financeiro americano.
A força política concebida para
desempenhar o papel crucial nos planos anglo-americanos estava sendo,
simultaneamente, preparada. Nós estamos falando sobre o financiamento do
partido nazista e de Adolf Hitler, pessoalmente.
Como o ex-chanceler alemão
Brüning escreveu em suas memórias, desde 1923, Hitler recebeu grandes somas do
exterior. Para onde elas foram é desconhecido, mas é certo que foram recebidas
através de bancos suíços e suecos. Sabe-se também que, em 1922, em Munique, uma
reunião foi realizada entre Adolf Hitler e o adido militar de os EUA para a
Alemanha – Capitão Truman Smith – que compilou um relatório detalhado para seus
superiores em Washington (no escritório da inteligência militar), no qual ele enalteceu
as qualidades de Hitler.
Foi através do círculo de
conhecidos de Smith que Hitler foi apresentado pela primeira vez a Ernst Franz
Sedgwick Hanfstaengl (Putzie), um graduado da Universidade de Harvard que
desempenhou papel importante na formação de Adolf Hitler como político, deu-lhe
significativo apoio financeiro, e conseguiu para Hitler relacionamento e
comunicação com figurões britânicos “senior” (inglês: senior British figures).
Hitler estava capacitado para a
política, mas, enquanto a Alemanha reinava em prosperidade, seu partido
permaneceu na periferia da vida pública. A situação mudou drasticamente com o
início da crise.
Desde o Outono de 1929, após o
colapso da Bolsa de Valores desencadeado pelo Banco Central Norte-Americano (em
inglês: Federal Reserve), a terceira etapa da estratégia dos círculos
financeiros anglo-americanos foi lançada.
O Banco Central Norte-Americano
(em inglês: Federal Reserve) e JP Morgan decidiram parar de emprestar
dinheiro para a Alemanha, por conta da crise bancária e da depressão econômica
na Europa Central. Em setembro de 1931, a Inglaterra abandonou o padrão-ouro
(inglês: gold standard), destruindo deliberadamente o sistema
internacional de pagamentos e completamente cortando o oxigênio financeiro para
a República de Weimar.
Mas um milagre financeiro ocorreu
com o partido nazista: em setembro de 1930, como resultado de grandes doações
de Thyssen e "IG Farben", o partido de Kirdorf obteve 6,4 milhões de
votos, e ficou em segundo lugar no Reichstag, depois do que foram injetados
generosos investimentos do exterior. A principal ligação entre os principais
industriais alemães e financiadores estrangeiros se tornou Hjalmar Schacht.
Em 04 de janeiro de 1932, foi
realizada reunião entre o maior financiador inglês, Montagu Norman, Adolf
Hitler e von Papen, que concluiu um acordo secreto sobre o financiamento do
NSDAP – o Partido Nazista (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores
Alemães – em alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP).
Esta reunião também foi acompanhada pelos formuladores de políticas dos EUA e
os irmãos Dulles, algo que seus biógrafos não gostam de mencionar. Em 14 de
janeiro de 1933, um encontro entre Hitler, Schroder, Papen e Kepler teve lugar,
no qual o programa de Hitler foi integralmente aprovado. Nessa reunião
finalmente foi resolvida a questão da transferência de poder para os nazistas
e, em 30 de Janeiro, Hitler se tornou chanceler. Assim teve início a execução
da quarta fase da estratégia anglo-americana para a Alemanha.
A atitude dos círculos de poder
anglo-americanos para o novo governo foi muito favorável. Quando Hitler se
recusou a pagar as reparações de guerra, o que, naturalmente, colocou em
pauta o pagamento das dívidas de guerra, nem Grã-Bretanha nem França
demandaram de Hitler as exigências dos pagamentos. Além disso, após a visita
aos Estados Unidos em maio de 1933, Hjalmar Schacht foi colocado novamente como
o Diretor do Reichsbank e, depois de sua reunião com o Presidente e com os
maiores banqueiros de Wall Street, a América concedeu novos empréstimos para a
Alemanha, totalizando US$ 1 bilhão.
Em junho, durante uma viagem a
Londres e uma reunião com Montagu Norman, Schacht também obteve empréstimo da
Inglaterra de US$ 2 bilhões, além da redução e, posteriormente, da total
cessação de pagamentos de empréstimos antigos. Assim, os nazistas conseguiram o
que não puderam alcançar com o governo anterior.
No verão de 1934, a Grã-Bretanha
assinou o Acordo de Transferência Anglo-Alemão, que se tornou um dos
fundamentos da política britânica em relação ao Terceiro Reich e, no final dos
anos 30, a Alemanha havia se tornado o principal parceiro comercial da
Inglaterra. O Schroeder Bank se tornou o principal agente da Alemanha no Reino
Unido e, em 1936, seu escritório em Nova York se juntou com os Rockefellers
para criar o banco de investimento "Schroeder, Rockefeller &
Co.", que a revista "Times" chamou de "eixo divulgador
econômico de Berlim-Roma". Como o próprio Hitler admitiu, ele concebeu seu
plano de quatro anos com base nos empréstimos financeiros estrangeiros, então
isso nunca suscitou nele o menor alarme.
Em agosto de 1934, a American
"Standard oil" adquiriu 730.000 acres de terra na Alemanha, e
construiu grandes refinarias de petróleo, que abasteceram os nazistas com óleo.
Ao mesmo tempo, a Alemanha recebeu secretamente os equipamentos mais modernos
para fábricas de aviões dos Estados Unidos, que iria começar a produção de
aviões alemães.
A Alemanha recebeu um grande
número de patentes militares de empresas americanas, “Pratt e Whitney",
"Douglas", "Curtis Wright", e o "Junkers-87" foi
construído com tecnologia americana. Em 1941, quando a Segunda Guerra Mundial
estava no auge da ferocidade, os investimentos americanos na economia da
Alemanha ascenderam a US$ 475 milhões. "Standard oil" investiu – US$
120 milhões, "General motors" – US$
35 milhões, ITT – US$ 30 milhões, e "Ford" – US$ 17,5 milhões.
A íntima cooperação financeira e
econômica dos círculos de negócios anglo-americanos e nazistas foi o contexto
em que, na década de 30, uma política de apaziguamento levou à Segunda Guerra
Mundial.
Hoje, quando a elite financeira
mundial já começou a implementar o plano da "Grande depressão – 2",
com a posterior transição para a "Nova Ordem Mundial", identificar
seu papel fundamental na organização de crimes contra a humanidade constitui em
prioridade essencial.
Yuri Rubtsov é Doutor em
Ciências Históricas, acadêmico da Academia de Ciências Militares e membro da
Associação Internacional de Historiadores da Segunda Guerra Mundial
Nesse momento de tenebrosa lembrança da barbárie em que o fascismo mergulhou o mundo, é semptre bom lembrar, também, quem o financiou. O fascismo não vive só de fanatismo e braços erguidos em saudação. Precisa de muito apoio, desde "cuquis" distribuidos por "insuspeitos" simpatizantes na praça Maidan até grandes inversões de capital que alimentam geneosamente essa que é, sem dívida, a maior ameaça para o futuro da humanidade.
ResponderExcluirQUANTA BURRICE! Hitler começou uma guerra justamente CONTRA o cartel bancário donos do FED e do Banco da inglaterra, que são na sua maioria judeus, no qual a família judia Rothschild é uma das principais, os Rothschild tinham sua sede na Alemanha, e a perseguição dos judeus foi por causa disso, os Judeus pobres pagaram pelos mais ricos.
ResponderExcluir