sexta-feira, 15 de julho de 2016

Moon of Alabama: Al-Qaeda, agressor em Nice e a guerra do 'ocidente' contra a Síria

15/7/2016, Moon of Alabama

"Às vezes me pergunto se essa gente que vive de promover mudança de regime algum dia admitirá a própria culpa nessa luta de culturas e de classes. Falo também de Soros e da gente dele" – Moon of AlabamaComentário postado por Shadyl | 15/7/2016, 10h04 AM.



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



O agressor em Nice, que noite passada matou mais de 80 pessoas ao jogar um caminhão sobre uma multidão, foi provavelmente inspirado pela al-Qaeda. A revista da al-Qaeda, Inspire, convocava precisamente para esse tipo de ataque,na edição #2 (pdf). À pág. 54, lê-se:
"Escolha cuidadosamente local e ocasião. Procure os locais mais lotados de pessoas. Vias mais estreitas são também melhores, porque dão menos chances de fuga às pessoas. Evite locais nos quais outros veículos não possam interceptá-lo.
Para maior efeito, deve-se alcançar a máxima velocidade possível, mas conservando bom controle do veículo, para maximizar a inércia e atingir o maior número possível de pessoas na primeira investida (...).
Local ideal é onde haja alto número de pedestres e baixo número de veículos. De fato, se houver possibilidade de chegar a áreas exclusivas para pedestres que existem nas regiões centrais de algumas cidades, será fabuloso. Há locais fechados para veículos em alguns horários, por causa da movimentação de enxames de pessoas."

A Promenade des Anglais, bulevar à beira-mar em Nice, onde aconteceu o ataque na noite de ontem, estava fechada para veículos, para que uma grande multidão de pedestres assistissem dali à queima de fogos comemorativos ao Dia da Bastilha. O local e a ocasião combinam perfeitamente com as recomendações dos terroristas da al-Qaeda.

Por mais que Osama Bin Laden várias vezes tenha alertado contra ataques indiscriminados, a al-Qaeda absolutamente não lhe deu ouvidos em muitas ocasiões. Atualmente, a parte ocidental de Aleppo, defendida pelo governo sírio, e onde estão reunidos principalmente refugiados sunitas, está sob fogo indiscriminado lançado sobre toda a área por "rebeldes moderados" que ainda ocupam partes de Aleppo-leste.

O governo francês não protestou nem deu qualquer atenção e até favoreceu o movimento, quando cidadãos franceses foram à Síria para derrubar o legítimo governo sírio valendo-se de práticas terroristas:

"Os combatentes na Síria não lutam contra a França ou a Europa: lutam contra o regime de Assad" – disse Valls, ministro do Interior da França.

Agora, aqueles combatentes e sua ideologia estão regressando à França.

O presidente Bashar al-Assad da Síria preveniu que o terrorismo cometido contra a Síria acabaria por voltar ao 'ocidente':

"O ocidente usa de tudo, qualquer elemento, mesmo que seja contra o próprio ocidente, em outros pontos" – disse Assad. – "Combatem contra a Al Qaeda no Mali, e apoiam a Al Qaeda na Síria e na Líbia. Mas o que o ocidente não sabe – ou talvez saiba, mas não está atento – é que esse terrorismo voltará, e o ocidente acabará por ter de pagar pelo que faz, mais cedo ou mais tarde, na Europa e nos EUA."

Agora, o presidente francês Hollande disse que vai reintroduzir o estado de emergência, e convocar tropas para patrulhar as ruas. Mas as duas medidas estavam vigentes durante os dois últimos meses e obviamente não conseguiram impedir um ataque de grandes proporções. Hollande também prometeu intensificar os ataques contra o Estado Islâmico. Mas é o apoio que França e aliados dão aos "rebeldes moderados" na Síria, que mantém vivos a al-Qaeda e o Estado Islâmico.

Os EUA, como a França, não combatem contra a al-Qaeda na Síria. As armas que fornecem a "rebeldes moderados" na Síria são usadas em ataques coordenados com a al-Qaeda contra o governo sírio. Na verdade, toda a guerra por procuração para "mudança de regime" contra a Síria depende da al-Qaeda como tropas de assalto:

Até agora, os EUA têm executado ataques ocasionais contra o que descreveram como "altos membros" da al-Qaeda na Síria. Mas têm evitado ataques sistemáticos contra a Frente al-Nusra, cujas fileiras são na grande maioria sírios, inclusive muitos que deixaram grupos rebeldes menos extremos porque a Frente al-Nusra era mais bem armada e mais bem paga. Faysal Itani, membro veterano do Conselho Atlântico [ing. Atlantic Council, também criticou a proposta coordenação militar com os russos. Disse que ataques combinados contra a Frente al-Nusra efetivamente porão fim à oposição síria, cimentando o poder do Sr. Assad e enfurecendo muitos sírios.

Enquanto França, EUA e aliados no Oriente Médio apoiarem os chamados 'rebeldes' na Síria, tentando derrubar pela força o governo de Assad, o terrorismo praticado na Síria pela al-Queda, por afiliados dela como Ahrar al Sham, ou pelo Estado Islâmico, continuará a voltar sobre os próprios passos, para atacar dentro desses países.

Devem-se esperar mais ataques semelhantes aos que se viram em Paris, Bruxelas, Orlando e Nice, até que alguma sanidade volte a se instalar no cérebro desses governos 'ocidentais'.*****



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