sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Discurso do Presidente da China Xi Jinping no encerramento da reunião do G20 em Hangzhou

5/9/2016, People's Daily, China
(tradução não oficial, sem revisão técnica, apenas para ajudar a ler)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Hangzhou, 5 de setembro de 2016

Caros colegas, 

Ao longo de um dia e meio, ontem e hoje, tivemos discussões intensas e produtivas sobre itens chaves da agenda, sob o tema dessa Cúpula. Tivemos troca de ideias em profundidade sobre fortalecer a política de coordenação, abrir uma nova trilha para o crescimento, governança global econômica e financeira mais efetiva e eficiente, investimento e comércio internacional robusto, desenvolvimento inclusivo e interconectado e outras questões que afetam a economia mundial, e alcançamos importante consenso em muitas áreas.

Primeiro, estamos determinados a apontar o caminho e demarcar a rota para a economia mundial. Partilhamos a visão de que a recuperação econômica mundial permanece fraca, curvada sob motores insuficientes do crescimento, impacto negativo de conflitos regionais e internacionais e desafios globais. É crucial manter a paz e a estabilidade e promover meio ambiente capacitante para o desenvolvimento econômico mundial. Vamos fortalecer ainda mais a coordenação e o diálogo macropolítico; trabalhar em espírito de parceria para promover ajuda mútua e cooperação ganha-ganha; e concentrar nossa mente e toda nossa energia para alcançar crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo. 

Todos subscrevemos o Comunicado dos Líderes do G20 da Cúpula de Hangzhou. Ele fixa a direção, os objetivos e os passos para a cooperação no G20, incorpora o Consenso de Hangzhou pelo crescimento, e oferece o primeiro esboço para construir economia mundial inovadora, revigorada, interconectada e inclusiva.

Acreditamos que, para dar aos riscos e desafios que a economia mundial enfrenta hoje a atenção necessária, é indispensável uma solução de vários braços que trate, simultaneamente, sintomas e causas-raízes. Um conjunto de ferramentas políticas efetivas, fiscais, monetárias e estruturais, tem de ser mobilizado para aumentar a vigilância e resistir aos riscos de curto prazo e desfraldar o potencial de médio e longo prazo, garantir suficiente demanda agregada, e melhorar a qualidade da oferta. Com isso estará enviado um sinal potente do compromisso do G20 com o crescimento mundial, e ter-se-á dado passo importante para estimular a confiança do mercado e garantir a estabilidade dos mercados financeiros globais.

Segundo, estamos determinados a abrir um novo caminho para o crescimento e instilar novo dinamismo na economia mundial. Adotamos por unanimidade o primeiro estudo do G20 sobre crescimento inovador [ing. G20 Blueprint on Innovative Growth]. O documento reflete nosso desejo de encontrar a via correta para crescimento saudável e sustentável da economia mundial, capitalizar sobre novas oportunidades geradas pela inovação, a nova revolução industrial, a economia digital e outros novos fatores e tipos de negócios, e traçar a partir dele uma série de planos específicos de ação. 

Concordamos quanto a estimular inovação em muitos níveis em ampla gama de domínios, inclusive no desenvolvimento de conceitos, arquitetura institucional e modelos de negócios, que terão como núcleo a ciência e a inovação tecnológica. 

Também acreditamos que os frutos da inovação têm de ser partilhados. Decidimos prosseguir com reforma estrutural e identificamos as áreas prioritárias, os princípios orientadores e um conjunto de indicadores. 

G20 Blueprint nos garante o consenso, o plano de ação e o quadro geral a partir dos quais abrir nova via para o crescimento global e aumentar o potencial de médio e longo prazo da economia mundial.

Terceiro, estamos determinados a melhorar a governança econômica e financeira global, para aumentar a resiliência da economia mundial. Concordamos todos com adiantar a quota e a reforma da governança de instituições financeiras internacionais, ampliar a cesta de moedas de reserva do comércio internacional [orig. SDRSpecial Drawing Right, cesta de moedas de reserva internacionais criada pelo FMI em 1969]; fortalecer a Rede de Segurança Financeira Global e tornar mais estável e mais resiliente o sistema monetário internacional. 

Decidimos implementar várias reformas financeiras; monitorar de perto e atentar para os riscos subjacentes e a vulnerabilidade do sistema financeiro; aprofundar a cooperação para inclusão financeira, para o financiamento verde e fundo para o clima, e conjuntamente mantermos a estabilidade nos mercados financeiros internacionais. 

Para transformar a governança global da energia, formulamos um plano de ação sobre acesso à energia, energia renovável e eficiência na energia. 

Contra a corrupção, alcançamos consenso ainda mais amplo, sobre aprofundar a cooperação, e estamos determinados a afastar todos os elementos corruptos de qualquer paraíso seguro em qualquer dos países G20 e nos demais. 

Esperamos que os desdobramentos e medidas acima levarão a governança global econômica e financeira mais equilibrada, instituições que funcionem bem e ações efetivas que garantam crescimento econômico mundial.

Quarto, estamos determinados a revitalizar o comércio e os investimentos internacionais como motores chaves do crescimento, e construir economia mundial aberta. Decidimos alavancar o papel da Reunião de Ministros do Trabalho e do Grupo de Trabalho para Comércio e Investimentos [orig. Trade Ministers’ Meeting and the Trade and Investment Working Group]. 

Construímos a G20 Strategy for Global Trade Growth [Estratégia do G20 para Crescimento do Comércio Global] para promover o desenvolvimento inclusivo e coordenado de cadeias globais de valores, garantir apoio continuado ao sistema multilateral de comércio, e reiterar o compromisso de rejeitar o protecionismo, numa tarefa comum de todos para destravar o potencial para cooperação no comércio global e reverter o declínio do crescimento do comércio global. 

Formulamos os G20 Guiding Principles for Global Investment Policymaking [Princípios Guia do G20 para Formular Políticas de Investimento], nos quais se expõe o primeiro quadro global de regras multilaterais para o investimento internacional. Com esses esforços comuns, temos razões para esperar com confiança uma vitalidade renovada na economia mundial e avanços robustos continuados da globalização da economia puxada por comércio e investimentos internacionais fortes.

Quinto, estamos determinados a promover desenvolvimento inclusivo e interconectado, de modo que a cooperação entre os países do G20 reverterá em benefícios para todo o mundo. Pela primeira vez, demos prioridade ao desenvolvimento no quadro da macropolítica global. Pela primeira vez, formulamos um Action Plan on the 2030 Agenda for Sustainable Development [Plano de Ação para a Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável]. Decidimos assumir a liderança na implementação do Acordo de Paris sobre Mudança Climática, para acelera o processo e gerar efeitos rápidos.

Propusemos a G20 Initiative on Supporting Industrialization in Africa and LDCs [Iniciativa do G20 em Apoio à Industrialização na África e em Países Menos Desenvolvidos], fizemos um Entrepreneurship Action Plan [Plano de Ação para Empreendimentos], adotamos aGlobal Infrastructure Connectivity Alliance Initiative [Aliança da Iniciativa para Infraestrutura para Conectividade Global] e decidimos aprofundar a cooperação em áreas de segurança alimentar e business inclusivo. 

Esses planos de ação e medidas objetivas ajudarão a reduzir a desigualdade e o desequilíbrio no desenvolvimento global; a garantir benefícios tangíveis para o povo do mundo em desenvolvimento; são importante avanço na direção de realizar as Metas de Desenvolvimento Sustentável até 2030, e contribuem para o desenvolvimento comum de toda a humanidade.

Alcançamos afinal compreensão mais profunda da importância de dar pleno uso ao papel do G20 como primeiro e principal fórum para cooperação econômica internacional e entendemos que é indispensável converter o G20, de mecanismo para reagir a crises, em mecanismo de governança de longo prazo; e expandir o foco do G20, de resposta política de curto prazo, para proposição de uma combinação de políticas de curto, médio e longo prazo. 

Todos acreditamos que o desenvolvimento do G20 é apoio e suporte para os interesses de todos os membros e do futuro da economia mundial. O G20 só se manterá vigoroso e cheio de vitalidade na medida em que continue sensível ao momento e às mudanças no mundo. 

Decidimos que o G20 se manterá focado nos desafios maiores, mais cruciais e mais pesados que a economia mundial enfrenta, em aumentar e aprofundar a coordenação política, em melhorar a construção de instituições, e em implementar integralmente os resultados, para assim caminharmos na direção de crescimento forte, sustentável, equilibrado e inclusivo, da economia mundial.

Caros colegas,

Antes de declarar formalmente concluída nossa reunião de cúpula, permitam-me estender meus sinceros agradecimentos a todos, pela confiança em mim e no governo chinês, pelo apoio, compreensão e cooperação que garantiram à China durantes nossos trabalhos e pelo empenho e importante contribuição de todos para facilitar o crescimento da economia mundial e o desenvolvimento do G20.

Graças a nossos esforços conjuntos, a Cúpula do G20 em Hangzhou produziu resultados férteis e chegou ao termo com sucesso. Estou convencido de que Hangzhou será um novo ponto de partida, para que o G20 inicie nova jornada.

Tivemos reunião curta, mas memorável. É hora das despedidas. Imediatamente depois q sair daqui, vou reunir-me com a imprensa e informar os jornalistas sobre os resultados da reunião e nossas deliberações, à luz do consenso que alcançamos. Alguns dos senhores e senhoras permanecem na China por mais alguns dias, outros partem imediatamente.

Faço votos de que partam com lembranças boas dessa viagem à China, inclusive do belo cenário do Lago Ocidental. Desejo a todos jornada segura e suave, de volta para casa.

Declaro encerrada a Reunião de Cúpula do G20 em Hangzhou.

Obrigado.




* Para se ter ideia bem clara do jornalismo PATÉTICO, degradado, de falsificação e manipulação que as empresas de mídia comercial oferecem aos consumidores no Br-2016, é preciso ler o IMPORTANTE DOCUMENTO que aí vai traduzido e compará-lo, por exemplo, ao relato 'jornalístico' que a Folha de S.Paulo impingiu, do mesmo evento e respectivas conclusões, aos seus desgraçados consumidores pagantes, em matéria q leva o título de "G20 termina cúpula com impasses e promessas de recuperação econômica", assinada porJohana Nublat, enviada especial

Fato é que, para escrever o que a FSP publica – só repetição de matéria de agências e opinionismo toscão – a 'enviada especial' nem precisava ter ido à China :-D))))) [NTs].

Um comentário:

  1. Realmente, para que um enviado especial?

    Depois não sabem porque estão quebrados....

    ResponderExcluir