24.08.2016, John Pilger, Counterpunch
Tradução: Lolita Sala
Revisão da tradução: Thelma Annes de Araújo
A absolvição de um homem acusado
do pior dos crimes – o genocídio – não foi manchete. Nem a BBC nem a CNN
cobriram o caso. Pelo britânico The
Guardian passou um breve comentário. Compreende-se por que esta admissão
oficial tão rara tenha sido ocultada ou suprimida: ela explicaria demais sobre como
regem o mundo os que regem o mundo.
O Tribunal Penal Internacional
para a antiga Iugoslávia [International
Criminal Tribunal for the former Yugoslavia – ICTY] em Haia, inocentou, sem
alarde, o falecido presidente sérvio Slobodan Milosevic dos crimes de guerra
cometidos durante a guerra da Bósnia de 1992 a 1995, inclusive do massacre de
Srebrenica.
Longe de conspirar com o líder
bósnio-sérvio condenado Radovan Karadzic, Milosevic na verdade "condenava
a limpeza étnica", fez oposição a Karadzic e tentou pôr fim à guerra que
esfacelou a Iugoslávia. Esta verdade, enterrada perto do fim de um processo de
2.590 páginas sobre Karadzic, no final de fevereiro, torna ainda mais vazia a
propaganda que visava justificar o ataque sanguinário e ilegal da OTAN à Sérvia
em 1999.
Milosevic sucumbiu a uma parada
cardíaca em 2006, sozinho em sua cela em Haia, durante o que se pode considerar
um julgamento falsificado em um "tribunal internacional" inventado
por estadunidenses. Negada a cirurgia cardíaca que poderia ter salvado sua
vida, seu estado de saúde deteriorou-se, mas continuou sendo monitorado e
mantido em segredo por funcionários do governo dos Estados Unidos, conforme
posteriormente revelado pelo WikiLeaks.
Milosevic foi vítima da propaganda
de guerra que se alastra hoje como uma torrente, inundando nossas telas e
jornais e deixando transparecer o grande perigo que paira sobre todos nós. Ele
foi o protótipo do demônio, difamado pelos meios de comunicação do ocidente
como o "Carniceiro dos Bálcãs", culpado de "genocídio",
especialmente na província secessionista iugoslava do Kosovo. Esses foram os
termos usados pelo primeiro-ministro Tony Blair, invocando o Holocausto e
exigindo medidas contra "este novo Hitler". David Scheffer, "ambassador-at-large"
["Embaixador Itinerante" para Crimes de Guerra dos EUA], declarou que
"o número de homens de etnia albanesa com idades entre 14 e 59 anos,
assassinados pelas forças de Milosevic pode chegar a 225 mil".
Essa foi a justificativa para que
a OTAN, liderada por Bill Clinton e Tony Blair, iniciasse os bombardeios que
mataram centenas de civis em hospitais, escolas, igrejas, parques e estúdios de
televisão e destruísse a infraestrutura econômica da Sérvia. Foi um ato
descaradamente ideológico. Em uma notória "conferência de paz" em
Rambouillet, na França, Milosevic foi confrontado por Madeleine Albright, então
Secretária de Estado dos Estados Unidos, que seria alçada à infâmia por sua
observação de que as mortes de meio milhão de crianças iraquianas "valeram
a pena".
Madeleine Albright dirigiu a
Milosevic uma "proposta" que líder nacional algum poderia aceitar: a
menos que ele concordasse com a ocupação militar estrangeira em seu país, com
as forças de ocupação "isentas do processo legal", e com a imposição
de um "livre mercado" neoliberal, a Sérvia seria bombardeada. Isso
consta em um "Anexo B", que os meios de comunicação não leram ou
omitiram. O objetivo era aniquilar o último estado independente
"socialista" da Europa.
Assim que a OTAN abriu fogo, houve
uma debandada de refugiados kosovares "fugindo de um holocausto". Uma
vez terminada, equipes policiais internacionais pousaram sobre o Kosovo com a
missão de exumar as vítimas do "holocausto". O FBI não foi capaz de
encontrar uma única vala comum e voltou para casa. A equipe forense espanhola
fez o mesmo, enquanto seu líder denunciava furioso "a pirueta semântica
das máquinas de propaganda de guerra". A contagem final dos mortos no
Kosovo totalizou 2 788, incluindo combatentes de
ambos os lados, sérvios e ciganos assassinados pelo Exército de Liberação do
Kosovo, pró-OTAN. Não houve genocídio. O ataque da OTAN foi uma fraude. E foi um
crime de guerra.
Os alardeados mísseis
"guiados com precisão" dos EUA atingiram, salvo raras exceções, apenas
alvos que não eram militares, mas civis. Incluindo os estúdios dos noticiários
da Rádio Televisão Sérvia em Belgrado. Dezesseis pessoas foram mortas, entre
elas cinegrafistas, produtores e uma maquiadora. Desrespeitosamente, Blair descreveu
estas vítimas como membros do "comando e controle" da Sérvia. Em
2008, Carla Del Ponte, promotora do Tribunal Penal Internacional para a antiga
Iugoslávia, revelou ter sido pressionada a não investigar os crimes da OTAN.
Este modelo serviu para as
invasões subsequentes de Washington: Afeganistão, Iraque, Líbia e, furtivamente,
a Síria. Todos podem ser qualificados como "crimes por excelência",
segundo o critério empregado no Tribunal de Nuremberg; todos dependiam da
propaganda dos meios de comunicação de massa. Enquanto o jornalismo de tablóide
desempenhava seu papel tradicional, o mais eficaz foi o jornalismo considerado sério,
crível, frequentemente o liberal – a fervorosa promoção de Tony Blair e de suas
guerras, realizada pelo Guardian, as
incessantes mentiras sobre as inexistentes armas de destruição em massa de
Saddam Hussein no Observer e no New York Times, e a infalível batida sincopada
da propaganda do governo na BBC preenchendo o silêncio das suas omissões.
No auge dos bombardeios, a
correspondente da BBC Kirsty Wark entrevistou o general Wesley Clark,
comandante da OTAN. A cidade sérvia de Nis tinha acabado de ser pulverizada com
bombas americanas de fragmentação, que mataram mulheres, idosos e crianças em
um mercado a céu aberto e em um hospital. Wark não fez uma única pergunta sobre
isso ou sobre quaisquer outras mortes de civis.
Outros foram ainda mais longe. Em
fevereiro de 2003, um dia depois de Blair e Bush terem aberto fogo contra o
Iraque, o editor de política da BBC, Andrew Marr, de pé em Downing Street, fez
um verdadeiro discurso de vitória, informando entusiasmadamente a seus
telespectadores que Blair "havia dito que eles seriam capazes de tomar
Bagdad sem um banho de sangue, e que no fim os iraquianos estariam comemorando.
E nos dois sentidos, ficou comprovado conclusivamente que ele tinha
razão." Hoje, após um milhão de mortos e a ruína de uma sociedade, as
entrevistas de Marr, da BBC, são recomendadas pela embaixada dos EUA em
Londres.
Marr foi seguido por um coro de
declarações de colegas de que Blair estava "vingado". O
correspondente da BBC em Washington, Matt Frei, afirmou: "Não há dúvida de
que o desejo de levar o bem, de levar os valores dos EUA ao resto do mundo e
especialmente ao Oriente Médio... agora depende cada vez mais do poder
militar".
Esta obediência aos Estados Unidos
e aos seus colaboradores como uma força benigna que "leva o bem" está
profundamente imbricada no jornalismo dominante ocidental. Ela garante que a
catástrofe de hoje na Síria seja atribuída exclusivamente a Bashar al-Assad, apesar
de o Ocidente e Israel há muito conspirarem para o derrubar, não por
preocupações humanitárias, mas para consolidar o poder de fogo de Israel na
região. Esta é a finalidade das forças jihadistas, lançadas e armadas pelos
EUA, Grã-Bretanha, França, Turquia e prepostos dessa "coalizão". São
eles que divulgam a propaganda e os vídeos que são notícia nos EUA e na Europa,
e que proporcionam acesso para os jornalistas que garantem uma
"cobertura" unilateral na Síria.
Aleppo está nos jornais. A maioria
dos leitores e espectadores não tem como saber que a maior parte da população
vive na zona ocidental do município, controlada pelo governo, mas que
diariamente sofre bombardeios de artilharia da Al-Qaeda, patrocinada pelo
ocidente, isto não é notícia. Em 21 de julho, bombardeiros dos EUA e da França
atacaram uma aldeia estabelecida pelo governo na província de Aleppo e mataram
125 civis. Este fato foi relatado na página 22 do Guardian. Nenhuma foto.
Depois de criar e apoiar o
jihadismo no Afeganistão na década de 1980 como a Operação Ciclone – uma arma
para destruir a União Soviética –, os EUA estão fazendo algo semelhante na
Síria. Assim como os Mujahideen afegãos, os "rebeldes" sírios são os
soldados rasos dos EUA e da Grã-Bretanha. Muitos lutam pela Al-Qaeda e suas
variantes. Alguns, como a Frente Al-Nusra, já se rebatizaram buscando se
adequar às suscetibilidades dos EUA após o 9/11 [ataques de 11 de setembro de
2001]. A CIA os controla, com dificuldade, assim como aos jihadistas no mundo
todo.
O objetivo imediato é destruir o
governo de Damasco, que tem o apoio da maioria dos sírios, segundo a pesquisa com
maior credibilidade (YouGov Siraj), ou que ao menos é o governo a quem recorrem
em busca de proteção, apesar das barbáries que ocorrem nas suas sombras. O
objetivo de longo prazo é impedir que a Rússia tenha um aliado essencial no
Oriente Médio, no contexto da guerra de fricção da OTAN contra a Federação
Russa, cujo fim é destruí-la.
O risco nuclear é óbvio, por mais
que seja ocultado pela mídia em todo o "mundo livre". Os autores dos
editoriais do Washington Post, depois
de promover a ficção das armas de destruição em massa no Iraque, exigem que
Obama ataque a Síria. Hillary Clinton, que durante a destruição da Líbia se
regozijou publicamente no seu papel de algoz, vem indicando repetidamente que,
como presidente, ela iria "mais longe" que Obama.
De Washington, o jornalista samizdat
Gareth Porter revelou recentemente quais pessoas, dentre as que provavelmente
comporão o ministério de Hillary Clinton, acalentam planos de atacar a Síria.
Todos apresentam históricos beligerantes relativos à Guerra Fria. O ex-diretor
da CIA, Leon Panetta, diz que "o próximo presidente vai ter que considerar
ampliar as forças especiais em ação".
O mais notável na atual inundação
de propaganda de guerra é que ela é, ao mesmo tempo, patentemente absurda e
familiar. Tenho pesquisado arquivos de filmes de Washington dos anos 50, época
da caça às bruxas entre diplomatas, funcionários do governo e de jornalistas
arruinados pelo senador Joe McCarthy, por desafiar as mentiras e a paranóia em
relação à União Soviética e à China. Como um tumor que ressurge, a seita
anti-Rússia está de volta.
Na Grã-Bretanha, Luke Harding, do Guardian, conduz os odiadores da Rússia
do seu jornal ao longo de uma enxurrada de paródias jornalísticas nas quais são
atribuídas a Vladimir Putin todas as iniquidades terrenas possíveis. Quando
foram publicados os Panama Papers, a
primeira página trazia o nome de Putin – e estampava uma foto de Putin –, ignorando
o fato de que Putin nem ao menos era mencionado nos documentos vazados.
Assim como Milosevic, Putin é o
Demônio Número Um. Foi Putin que atirou no avião da Malásia que caiu em
território ucraniano. Título: "Que eu saiba, Putin matou meu filho" (evidências
foram consideradas desnecessárias). Foi Putin o responsável pela derrubada do
governo eleito em Kiev em 2014, que foi devidamente documentada e financiada por
Washington. E foi resultado da "agressão" de Putin a campanha de
terror subsequente empreendida por milícias fascistas contra a população de
língua russa da Ucrânia. Outros exemplos da "agressão" de Putin
foram: impedir que a Crimeia se tornasse uma base de mísseis da OTAN e, além
disso, proteger a população, na sua maioria russa, que em fevereiro havia votado
a favor no referendo sobre a reunificação com a Rússia – a partir do qual a Crimeia
foi anexada à Federação Russa. A difamação promovida pela mídia inevitavelmente
se converte em guerra promovida pela mídia. Deflagrada a guerra contra a Rússia,
seja premeditadamente ou por acidente, os jornalistas têm grande parte da
responsabilidade.
Nos EUA, a campanha anti-Rússia
foi elevada à condição de realidade virtual. Paul Krugman, colunista do New York Times, economista agraciado com
um Prêmio Nobel, chamou Donald Trump de "Candidato Siberiano" por Trump
ser o homem de Putin, segundo ele. Trump se atreveu a sugerir, em um momento de
rara lucidez, que a guerra com a Rússia pode ser má ideia. Na verdade, ele foi
mais longe e retirou da plataforma republicana o envio de armamentos americanos
para a Ucrânia. "Não seria ótimo se nos entendêssemos com a Rússia?",
disse ele.
Daí o ódio do establishment
liberal belicista dos EUA contra ele. O racismo de Trump e sua eloquente demagogia
não têm nada a ver com isso. O histórico de racismo e extremismo de Bill e
Hillary Clinton é trunfo suficiente para tirar Trump do jogo a qualquer momento
(esta semana é o 20º aniversário da "reforma" do bem-estar que deu
início a uma guerra contra os afrodescendentes nos EUA). Quanto a Obama, enquanto
a polícia dos EUA abate a tiros seus pares afrodescendentes, a grande esperança
da Casa Branca não faz nada para protegê-los, nem para aliviar o empobrecimento.
Enquanto isto, Obama trava quatro guerras covardes e conduz uma campanha de
assassinatos sem precedentes.
A CIA exige que Trump não seja
eleito. Os generais do Pentágono exigem que ele não seja eleito. O New York Times, cujo posicionamento é
sempre pró-guerra, suspendeu temporariamente a difamação implacável e rasteira
de Putin, mas exige que ele não seja eleito. Algo está acontecendo. Essas
tribunas a favor da "guerra sem fim" se aterrorizam ante a
possibilidade de que a multibilionária indústria da guerra, através da qual os
Estados Unidos mantêm seu domínio, venha a ser prejudicada no caso de um
eventual acordo de Trump com Putin e, em seguida, com o chinês Xi Jinping. O
pânico demonstrado ante a possibilidade de a maior potência do mundo falar de
paz – ainda que improvável – poderia ser vista como uma comédia negra se não se
tratasse de assunto tão crucial.
"Trump teria amado
Stalin!", bradou o vice-presidente Joe Biden em um comício de Hillary
Clinton. Enquanto ela assentia com um gesto de cabeça, ele gritava: "Nós
nunca nos curvamos. Nunca nos dobramos. Nunca nos ajoelhamos. Nunca cedemos. A
linha de chegada é nossa. Nós somos assim. Somos a América!"
Na Grã-Bretanha, Jeremy Corbyn
também suscitou histeria dos beligerantes do Partido Trabalhista e de uma mídia
que se dedica a destruí-lo. Lord West, ex-almirante e Ministro do Trabalho,
formulou bem: Corbyn estava assumindo uma postura anti-guerra
"ultrajante" porque "com isso consegue que as massas que não
pensam votem nele".
Em um debate com Owen Smith, contumaz
desafiador de lideranças, o moderador perguntou a Corbyn: "Como você
agiria ante uma violação, por parte de Vladimir Putin, de um estado membro da OTAN?"
Corbyn respondeu: "Para começo de conversa, é bom que isso não aconteça.
Seria preciso estabelecer um bom diálogo com a Rússia... Tentaríamos introduzir
um processo de desmilitarização das fronteiras entre a Rússia, a Ucrânia e os
outros países entre a Rússia e a Europa Oriental. O que não podemos permitir é
uma escalada calamitosa da quantidade de soldados dos dois lados, o que só pode
levar a um perigo de grandes proporções".
Pressionado a dizer se ele
autorizaria uma guerra contra a Rússia "se tivesse que fazer isso",
Corbyn respondeu: "Eu não desejo a guerra – o que eu quero conseguir é um
mundo em que não seja necessário ir à guerra".
A linha de questionamento se deve em
grande parte à ascensão dos senhores da guerra liberais da Grã-Bretanha. O
Partido Trabalhista e a mídia há muito tempo lhes abriram oportunidades de
prosperar. Por um tempo, o tsunami moral do estrondoso crime do Iraque fez com
que eles se debatessem. Suas inversões [distorções] da verdade foram um
constrangimento temporário. Independentemente de Chilcot e da montanha de fatos
incriminatórios, Blair segue sendo uma inspiração para eles, porque ele era um
"vencedor".
Desde então, os dissidentes na
imprensa e na academia vêm sendo sistematicamente banidos ou aliciados, e as
ideias democráticas esvaziadas e recheadas com "políticas
identitárias" que confundem gênero com feminismo e apreensão da população com
liberação e com a prática de ignorar intencionalmente a violência do Estado e o
lucro de uma indústria armamentícia que destrói uma quantidade incontável de
vidas em lugares distantes, como o Iêmen e a Síria, fazendo pairar o espectro
da guerra nuclear na Europa e em todo o mundo.
O engajamento de pessoas de todas
as idades em torno da espetacular ascensão de Jeremy Corbyn em certa medida contrabalança
esse cenário. Ele tem dedicado sua vida a elucidar os horrores da guerra. O
problema para Corbyn e seus apoiadores é o Partido Trabalhista. Nos Estados
Unidos, o problema para os milhares de seguidores de Bernie Sanders era o
Partido Democrata, isto sem falar na traição final da grande esperança branca.
Nos EUA, berço dos grandiosos movimentos dos direitos civis e dos pacifistas,
quem abre o caminho para uma versão moderna de mobilização são movimentos como
o Black Lives Matter, Code Pink e similares.
Pois só um movimento que se amplie
atingindo cada uma das ruas, que atravesse fronteiras, e que não desista, pode
deter os promotores da guerra. No próximo ano, um século terá se passado desde que
Wilfred Owen escreveu o seguinte. Todo jornalista deve ler e recordar:
Se você pudesse ouvir, a cada solavanco, o sangue
Subir em gargarejos dos pulmões que se decompõem em espuma,
Obsceno como o câncer, amargo como a bile
De feridas incuráveis e vis em línguas inocentes,
Meu amigo, você não diria com tal eloquência
Às crianças que anseiam por uma glória desvairada
A velha mentira de que é belo e nobre
Morrer pela pátria.
Eu acho que Trump representa é a Merkel....mas isso ninguém fala.
ResponderExcluirNem aqui hehehe.
Sugestão para traduzir: http://in.rbth.com/blogs/stranger_than_fiction/2016/07/04/brics-should-prepare-for-braxit-a-brazilian-exit_608637
ResponderExcluirCarlos, alguém já traduziu este artigo. Esta nos comentários....
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