quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Zerohedge incluído no que NY Magazine chama de "Lista extremamente útil de sites de notícias falsas ou enganosas"

16/11/2016, Michael Krieger, Liberty Blitzkrieg















Antes de entrar no cerne desse artigo, quero relembrar uns poucos parágrafos que escrevi no postado de agosto "Questionar a saúde de Hillary não é teoria da conspiração":
Ao examinar a paisagem de 2016 até agora, observo emergentes sinais de que a mídia alternativa está afinal começando a avançar sobre o legado da mídia-empresa dominante, no que tenha a ver com impacto e influência. A mídia-empresa dominante (diferente do que fez com John McCain em 2008), já decidiu que a saúde de Hillary Clinton não é notícia e decidiu não falar mais disso. Muitos, no mundo da mídia alternativa adotaram posição diferente e, por causa do fracasso da mídia-empresa dominante, que há décadas não informa o público norte-americano, a mídia alternativa conseguiu pôr o assunto no topo do ciclo de notícias. Isso é poder.
É feito incrivelmente importante, e a mídia-empresa dominante sabe, até por intuição, o que significa. Significa que ela perdeu completamente prestígio e poder legítimos. Tudo depois de muito ter feito por merecer, é claro.
Em resumo: 2016 representa o verdadeiro começo do que eu chamaria de Guerras Midiáticas. A mídia alternativa já é capaz de orientar o ciclo do noticiário. À mídia-empresa dominante não resta escolha senão reagir, e, sim, ela vai reagir e vai jogar sujo. A coisa vai ficar muito, muito feia, mas, quando a poeira baixar, acho que a mídia-empresa dominante será deixada para trás, como concha apertada velha, já pequena demais para o novo mundo.
Com a derrota de Hillary, a mídia-empresa mainstream e seus assustados e desacreditados aliados estão em pânico tal, como jamais se viu antes. Todos esses compreendem que vozes alternativas podem influenciar a opinião pública tanto quanto a imprensa tradicional, se não mais. E já estão na rua, para tentar destruir essas vozes. O modo de agir é jogar as vozes anti-establishment no mesmo saco dos "falsos noticiários" ou, no caso do Twitter, parecem decididos a expurgar da plataforma, completamente, o pessoal de quem aquela empresa de mídia não gosta.


As luvas já foram jogadas, com a publicação, e ampla distribuição pela velha mídia [ing. legacy media], de uma lista compilada por Melissa Zimdars, professora-assistente de Comunicações no Merrimack College em Massachusetts, de "'Fontes' de notícias enganosas, satíricas ou armadilhas para atrair cliques". Na tal lista ridícula vocês encontrarão alguns dos seus websites favoritos, entre os quais Zerohedge.



O que quase todos aqueles sites têm em comum? Publicaram muitos artigos anti-Hillary Clinton ao longo de toda a campanha eleitoral, o que, coletivamente, ajudou a fazer pender o resultado a favor de Trump. Essa é a imperdoável transgressão cometida pelos websites listados.



Curiosamente, não vi o site Slate na lista, apesar de ter publicado uma das mais escandalosas peças de 'noticiário' falsificado, de propaganda pró-Hillary mascarada de jornalismo, apenas uns poucos dias antes da eleição, monstruosidade que foi rapidamente desmentida e levava o título de "Servidor de Trump, em comunicação secreta com a Rússia?".



Até Snopes imediatamente desmentiu a 'notícia', mas nem assim Slate aparece na lista das "'Fontes' de notícias enganosas". Parece que, se você for pró-Hillary, você absolutamente jamais produzirá "notícias enganosas, satíricas ou armadilhas para atrair cliques". O único site "de esquerda" pró-Hillary, que encontrei na lista é MSNBC, o que já é bem engraçado por direito próprio.



Essa história toda atingiu o território em que habito. Desde 2010 o site Zerohedge publica meus escritos, anos antes de eu passar a ter meu próprio website. Ajudou muito, garantindo um veículo para minha voz, bem como para incontáveis outras vozes, quando a mídia absolutamente não se interessava por nós e não nos ofereceria espaço algum. Assim sendo, procurei o pessoal de Zerohedge para que se manifestassem. Eis o que disseram:

"É engraçado e triste ao mesmo tempo – será que houve alguma análise real rigorosa do que determinam que seja noticiário "enganoso", ou será que partem do pressuposto de que o público só deve ouvir o que eles mesmos dizem, outra vez, a mesma coisa que fizeram quando o NYT repetia todos os dias que Hillary Clinton tinha 90% de chances de ser eleita? No que tenha a ver com "notícia enganosa" vs "fato", temos solução bem simples: remetemos à fonte e todos os dados podem ser examinados por qualquer um.

No final das contas, esse ataque provavelmente fará aumentar o tráfego dos websites denunciados como "fake" websites – algo que a velha mídia "com credibilidade" – e que passa hoje pelo pior ano de toda a história – precisa desesperadamente.
Mas o que mais perturba é que assim se vão fixando padrões para uma "mídia banida", especialmente se se considera que as vozes "liberais" tão respeitáveis dentro do 4ºpoder estão em guerra contra Trump, que acusam de promover caça às bruxas contra jornalistas e blogueiros. Pelo que se vê, a mídia respeitável e com credibilidade não precisa de presidente para iniciar o próprio projeto de queima de livros.

Seguindo adiante: ninguém se incomoda por uma professora assistente de Comunicações fazer lista de websites que ela não admira e pôr-se a ensinar às pessoas que os evitem?! Por que devemos prestar atenção? Porque a lista está sendo pesadamente promovida pela mídia-empresa dominante (por exemplo, vejam como um colunista da NY Magazine está promovendo a lista).



É o mais perto que se pode chegar de uma publicação que endossa integralmente a lista. E a matéria é nesse momento o artigo #1 dos mais lidos do website de NY Magazine.



Mas não é só NY Magazine. O Los Angeles Times publicou hoje um artigo sobre "Quer manter notícias enganosas bem longe de seu newsfeed? Professora cria lista de websites a evitar." Começa assim:

Durante as eleições, muita gente foi vítima de notícias falsas distribuídas pelas mídias sociais – até o presidente eleito acabou retuitando estatísticas falsas. Uma professora de Comunicações preparou uma lista de sites de notícias nos quais não se pode confiar, para melhor ajudar as pessoas.
Melissa Zimdars, professora assistente de Comunicações no Merrimack College em Massachusetts, distribuiu como Google doc um catálogo de "'Fontes' de notícias enganosas, satíricas ou armadilhas para atrair cliques". Agora, está bombando nas mídias sociais, com todos já podendo sanear seus newsfeeds, limpando-os de qualquer desinformação.

O artigo conclui do seguinte modo:

As duas gigantes Facebook e Google anunciaram recentemente que providenciarão para impedir que sites de noticiário falsificado possam acessar seus serviços de publicidade.
Fica-se sem saber que critério Facebook e Google usarão; se acabarem por produzir lista semelhante à que acima se vê, todos seremos afetados.


Não se trata só de esses veículos da mídia-empresa dominante promover essa lista para semear desconfianças entre os atuais leitores dos sites, mas, ainda pior, para afastar deles os próprios leitores da velha mídia. É nefanda tentativa de cercear o direito de escolha dos leitores que procurem informação alternativa. Devemos esperar que fracasse miseravelmente.



Claro, é apenas uma batalha, no esforço do status quo para silenciar vozes alternativas. O Twitter segue na própria missão, agora que Hillary Clinton fracassou e o partido da mídia perdeu as eleições. Como USA Today noticiou essa manha em postado, Twitter suspende todas as contas do movimento Alt-Right:

SAN FRANCISCO – A empresa Twitter suspendeu várias contas associadas ao movimento alt-right, no mesmo dia em que anunciou que bloquearia o discurso de ódio.
Entre os suspensos estava Richard Spencer, que dirige um think-tank de alt-rightistas e tinha conta de identidade confirmada no Twitter.
O movimento Alt-right, é um grupo constituído por regras lábeis, que defende o nacionalismo branco, emergiu como contraponto aos conservadores integrados e floresceu online. Spencer disse que quer que negros, asiáticos hispânicos e judeus sejam afastados dos EUA.
Heidi Beirich, porta-voz do Southern Poverty Law Center, disse q USA TODAY que o centro pediu à empresa Twitter que remova mais de cem contas de brancos supremacistas que violaram as exigências da empresa Twitter para seus usuários. Disse que nessa relação havia duas contas de militantes do movimento cuja identidade havia sido certificada pela empresa Twitter, uma das quais, a de Spencer.
Spencer não parece ser bom sujeito, e Twitter pode fazer o que bem entenda, mas o que me preocupa é a tendência em geral: definida a eleição presidencial e eleito Donald Trump, os zeladores-censores da informação entraram em pânico e o pânico já os empurrou a demonizar ou banir vozes alternativas.


A mensagem aqui é bem simples: "Acabou a brincadeira." A velha mídia-empresa tirou as luvas e já se jogou numa furiosa guerra midiática.*****






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