tradução de btpsilveira
Atualmente, o jornal The New York Times está tentando cumprir atarefadamente com um de seus projetos mais ambiciosos: remover um presidente eleito e em exercício. O colunista do Times, Nicolas Kristof chegou a dizer isso claramente em um artigo recente intitulado “Como podemos nos livrar de Trump”.
Para ser franco, a ideia me agrada, principalmente porque penso que a visão de Trump sobre imigração, meio ambiente, direitos humanos, liberdades civis e desregulamentação são totalmente deploráveis e podem destruir o país. Mas as razões pelas quais o New York Times se posiciona contra Trump são diferentes das minhas. A razão do jornal para a remoção de Trump é sua vontade de normalizar as relações com a Rússia, que ameaça prejudicar os esforços de Washington para projetar profundamente o poderio dos Estados Unidos na Ásia Central.
A decisão de Trump de normalizar as relações com Moscou representa uma ameaça direta para a estratégia imperial mais abrangente de Washington para controlar o crescimento da China, derrubar Putin, espalhar bases militares através da Ásia Central, implementar acordos comerciais que mantenham o papel dominante das imensas companhias multinacionais ocidentais e arruinar os esforços russos e chineses de ligar a rica União Europeia à Ásia, através da expansão de corredores de oleogasodutos e linhas ferroviárias de alta velocidade que aproximarão os continentes, criando a maior e mais populosa zona de livre comércio que o mundo jamais viu.
Falando resumidamente, é isso que o establishment da política externa dos EUA e por inclusão o New York Times estão tentando evitar a qualquer custo. A integração econômica da Ásia/Europa deve ser bloqueada para preservar o controle hegemônico de Washington sobre o poder mundial.
Não se deixe enganar, o Times está pouco se lixando para o sofrimento das famílias de imigrantes que foram vítimas das políticas extremistas de Trump, da mesma forma com que pouco se importam com os três milhões de refugiados que fugiram das guerras dos Estados Unidos na Líbia e na Síria. O fato de que o jornal continua a descaracterizar esse enorme êxodo humano como alguma espécie de desastre natural em vez da previsível consequência da persistente agressão dos Estados Unidos só confirma o fato de que o New York Times absolutamente não é uma fonte confiável de narrativa imparcial. É uma publicação política, que constrói uma narrativa política que reflete a visão da elite politiqueira, cujos objetivos estratégicos não podem ser atingidos sem ainda mais lavagem cerebral, mais coerção e mais guerra.
Vamos para um pouco e pensar sobre o artigo do Times que disparou todo esse espalhafato contra a alegada conexão de Trump com a inteligência russa. É esse artigo que está nas mãos de vários membros do Congresso e da imprensa como uma prova irrefutável do conluio entre Trump e Moscou. Vejam um excerto desse artigo:
“Registros telefônicos e conversas interceptadas mostram que membros da campanha presidencial de 2016 de Trump e outros comparsas tiveram contatos repetidos com funcionários de alta patente da inteligência russa no ano que antecedeu as eleições, de acordo com quatro atuais e antigos funcionários (norte)americanos.”
“Autoridades legais (norte)americanas e agências de nossa inteligência interceptaram as comunicações ao mesmo tempo em que descobriram evidências de que a Rússia estavam tentando prejudicar a eleição, através de ataques cibernéticos contra o Comitê Nacional do Partido Democrata, afirmaram três dos funcionários. As agências de inteligência passaram então a tentar descobrir se a campanha de Trump estava em conluio com os russos nos ataques de hacking ou outros esforços para influenciar os resultados da eleição.” (“Auxiliares da campanha de Trump tiveram repetidos contatos com a inteligência russa” – New York Times)
Não há razão para seguir adiante no artigo, pois no seu todo ele segue um padrão pensado para criar a impressão de que a equipe de campanha de Trump estava junto com os russos para torpedear a campanha de Hillary. Infelizmente o Times não apresenta qualquer evidência sólida de que “registros telefônicos e conversações interceptadas (que) são parte de um enorme acervo de informação sobre o assunto do FBI” existe mesmo. Nem conseguem provar que alguém da equipe de campanha de Trump jamais se comunicou com pessoas na Rússia (claro, com a exceção de Flynn), quanto mais para prejudicar fosse como fosse a eleição presidencial. Tudo não passa de uma cortina de informação 100% não confirmada.
E daí, o que está realmente acontecendo? Por que o Times publica um artigo alegando crimes que podem causar um impeachment – e que aumentou os ataques contra Trump por parte de seus inimigos na imprensa, no Congresso e nas capitais estrangeiras – sem fornecer qualquer evidência de que o que publicou é verdade? Nenhum dos agentes da inteligência citados no artigo veio a público ou se identificou (como seria de se esperar caso as acusações fossem sérias) e, como admite o próprio Times, “O FBI se absteve de comentar”.
Eles não têm coisa nenhuma, é ou não é?
Só se pode concluir que a intenção verdadeira do artigo foi criar uma suspeita tão forte quanto possível – para prejudicar Trump ao máximo – sem na realidade dizer muito sobre qualquer coisa, isto é, criar a impressão de que foi cometido um delito, sem providenciar provas desse delito. Quanto a isso, o Timescertamente teve sucesso. Trata-se de uma campanha difamatória impressionante.
(Aliás, em uma entrevista na manhã de domingo para a Fox News, o Chefe de Gabinete da Casa Branca, Reince Priebus afirmou que funcionários da Inteligência de alto nível lhe disseram que não houve colusão entre o pessoal de Trump e a Rússia. Priebus disse que “pessoal de alto nível, na comunidade de inteligência lhe disse que a história do New York Times não passa de lixo. E para ser franco, eles usaram palavras bem mais fortes que essas”. Previsivelmente, o entrevistador da Fox News, Chris Wallace, pediu que Priebus revelasse suas fontes, pedido que o mesmo Wallace nunca fez para o Times)
Mais da “peça jornalística” do Times:
“As conversas interceptadas são diferentes daquelas conversações gravadas no último ano entre Michael T. Flynn, antigo Conselheiro para a Segurança Nacional de Trump e Sergey I. Kislyak, embaixador russo para os Estados Unidos. Naquelas conversas, que levaram à renúncia de Flynn na noite de segunda feira, os dois homens discutiram as sanções que a administração Obama impôs contra a Rússia em dezembro.”
Mais desinformação. Até agora, tudo o que sabemos sobre as conversas de Flynn, foi que ele disse que a administração Trump poderia “rever” as sanções recém impostas, depois que Trump prestasse seu juramento como presidente. Não há qualquer evidência de que Flynn tenha feito algo ilegal ou em violação à Lei Logan(lei dos EUA que criminalizam o cidadão (norte)americano que entrar em contato com governos estrangeiros em prejuízo dos Estados Unidos, ou que negocie em nome dos EUA sem autorização legal – NT). Nada. A imprensa tem usado o incidente para sugerir que houve atividades ilícitas no episódio, quando, de fato, não há qualquer evidência de crime. Até onde sabemos, Flynn estava apenas fazendo seu trabalho.
Ainda mais interessante é o fato de que Obama decidiu impor novas sanções contra a Rússia em dezembro último (depois que Trump já tinha sido eleito), sabendo que Trump provavelmente não apoiaria as sanções.
Isso não parece estranho? Por que Obama faria algo tão desrespeitoso na undécima hora, a menos que tivesse alguma carta na manga? Será que Obama estava preparando uma armadilha para apanhar o homem que ele sabia que estaria por trás de qualquer esforço para melhorar as relações com a Rússia? (Flynn)
Sei lá, mas os fatos são bem suspeitos. Primeiro, Obama impõe as sanções em dezembro passado, sabendo que Trump deveria se opor a elas.
Segundo, Obama sabia que a Rússia gostaria de discutir o assunto das sanções com Flynn, certo?
Certo. Assim, Obama armou uma armadilha para apanhar Flynn?
Talvez “sim”, talvez “não”. Difícil dizer. Mas o que sabemos é que 17 antes de Obama deixar o gabinete, ele lançou uma ordem executiva expandindo os poderes da NSA “para partilhar comunicações pessoais globalmente interceptadas com as outras 16 agências de inteligência do governo antes de aplicar as proteções de privacidade”. (NYT)
Por que isso é importante?
Porque Flynn já tinha tido sua conversa com o embaixador russo, assim, se a agência de inteligência que recolheu ilegalmente a informação quisesse escapar de um processo, a melhor maneira seria espalhar a informação entre as outras agências, tornando impossível apontar qual agência era a responsável. Falando de maneira mais simples: estavam apagando preventivamente as digitais sangrentas da arma do crime.
Veja, de Zero Hedge: “De acordo com o especialista em direitos civis e proeminente advogado sobre questões da Primeira Emenda na Corte Suprema (o STF lá deles – NT) Jay Sekulow, o que as agências de inteligência dos EUA estão fazendo ao vazar as informações sobre a administração Trump não só é ilegal, mas “está bem próximo de um golpe branco”, golpes esses que foram tornados muito fáceis pela regra de última hora de Obama, a qual facilita intencionalmente a propagação de vazamentos e torna quase impossível apanhar os responsáveis por eles.
Aqui está sua explicação:
“Houve uma mudança enorme nas regras da NSA, na medida em que uma ordem da presidência Obama, expedida apenas 17 dias antes que ele deixasse o gabinete permite que a NSA, que costumava controlar esses dados, possa gora partilhá-los com outras 16 agências, o que vai apenas piorar essa situação caótica, que foi colocada em prática no apagar das luzes da administração Obama, ao deixar o gabinete.
Se isso era algo assim tão importante, por que a administração Obama esperou até que tivesse apenas mais 17 dias na administração para colocar a ordem em vigor? Eles tiveram oito anos e não fizeram isso, primeiro. Segundo, isso muda uma regra, agora extinta, que também era uma ordem executiva e que datava da administração Ronald Reagan, em vigor até 17 dias do final da administração Obama e que implicava que só a NSA de posse dos dados originais, poderia determinar que sejam disseminados.
Em vez disso, essa mudança determinada por Obama, aliás, assinada por James Clapper em 15 de dezembro de 2016 e por Loretta Lynch, Procuradora Geral, em 03 de janeiro de 2017, decide que agora 16 agências poderão compartilhar todos os dados originais, o que na prática é quase a criação de um governo oculto. Hoje, você tem todo esse povo que não concorda com as posições do Presidente Trump espalhando cada vez mais vazamentos.
Caso tivessem uma justificativa para isso, tudo bem, beleza. Mas por que não o fizeram há 08, 04 ou 03 anos atrás, em vez de esperar faltar apenas 17 dias para o final da administração Obama?
Outra pergunta potencial: Eles sabiam muito bem que tinham em mãos uma “bala de prata” e estavam trabalhando para tornar mais fácil que a informação fosse “vazada”, apesar das claras consequências criminais desses vazamentos”. (“Jay Sekulow: Obama Should Be “Held Accountable” For The “Soft Coup” Against Trump“, Zero Hedge)
O panorama é de uma mudança em uma história que é bem maior, e que eu não posso verificar de forma independente. Entretanto, o que realmente preocupa é que parece estar emergindo uma espécie de aliança entre os Democratas, a pauta dirigida da mídia, as agências dominadas pelo estado profundo, o todo poderoso establishment da política externa e os progressistas que estão desesperados para expulsar Trump custe o que custar, por bem ou por mal. Gleen Greenwald coloca isso de forma magistral em um artigo recente no Intercept. Ele diz:
“Sou obrigado a considerar a administração Trump extremamente perigosa... Eles querem esculhambar com o meio ambiente. Querem eliminar a internet livre. Querem empoderar bilionários. Querem promulgar normas intolerantes contra muçulmanos, imigrantes e outras minorias. É importante resistir a tudo isso... (Mas) se você é alguém que acredita que a CIA e o estado profundo, por um lado, e a presidência Trump, por outro, são extremamente perigosos, e são, pense que há uma enorme diferença entre os dois lados, que é a seguinte: Trump foi eleito democraticamente e está sujeito a controles democráticos... por outro lado, a CIA não foi eleita por ninguém. Os meios de controlar a CIA são escassos e tênues. Assim, forçar para que a CIA e outros membros da comunidade de inteligência obtenham poder suficiente para prejudicar ou eliminar a parte eleita do governo é uma loucura. É a receita perfeita para destruir a democracia da noite para o dia, em nome de sua salvação”. (“Greenwald: Empowering the “Deep State” to Undermine Trump is Prescription for Destroying Democracy“, Democracy Now)
Em outras palavras, se você dormir entre os cães, acordará cheio de pulgas. A esquerda deve evitar a tentação de se alinhar com esses grupos e agências que podem ajudá-la a obter seu objetivo de curto prazo, que é o apear Trump do poder, mas em última análise fará com que o país se torne um “Estado Policial Estilo 1984”. Apoio equivocado para os russófobos do estado profundo só farão om estrangulamento do poder pelo “Estado de Segurança Nacional”. Isso não é o caminho para a vitória e sim para a aniquilação.
EUA preparando o terreno para passar o poder para o Papa
ResponderExcluirVocê é um evangélico fanático... Idiota de plantão... Passar o poder ao Papa??? Kkkkkkk
Excluirdurmam entre os cães e amanhecerão cheios de pulgas
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