(no Brasil, então, onde a mídia-empresa vive de macaquear o NYT, nem se fala!)
26/9/2017, William Blum, Blog
O viés anti-Rússia/anti-soviéticos na mídia-empresa nos EUA parece um poço sem fundo. Qualquer um suporia que o pessoal 'jornalístico' seria suficientemente bem informado e dotado de competência profissional e integridade moral – por mínimas que fossem – para se preocuparem, pelo menos, com a própria reputação. Não. A coisa não melhora nunca.
É o sistema que o New York Times usa para absolutamente jamais dizer qualquer coisa positiva sobre a vida na União Soviética ou sobre o socialismo. Induzem os próprios infelizes leitores-consumidores a acreditarem que o que realmente infelicitou o povo russo teria sido perderem a Tchecoslováquia ou a Hungria... nunca os russos terem perdido, como aconteceu durante a perestroika de Gorbachev, um padrão decente de vida para todos, renda que permitia viver, para enfrentarem o fim dos empregos, das férias, da assistência à saúde, da educação pública, e de tantos outros itens que constituíam o estado do bem-estar soviético.
Acompanhando a tal resenha vem uma citação de outra resenha, de 1996, no Times, em que se comentam as memórias do próprio Gorbachev: "Os ocidentais não acreditam que Mikhail Gorbachev seja amaldiçoado e ridicularizado em seu próprio país. Mas é o homem que empurrou o mundo vários passos para trás, para longe da beira do precipício nuclear e tirou das costas de seus concidadãos um medo atroz; o homem que pôs fim a sangrentas aventuras no exterior [e] libertou a Europa Oriental (...). Pois apesar disso tudo, não poderia ser mais completamente repudiado em seu próprio país. Fez uma tentativa para voltar à política em junho, que lhe rendeu menos de 1% dos votos."
O 'resenhista' converte em "mistério" inexplicável e afasta para bem longe a impopularidade de Gorbachev entre seus próprios concidadãos. Assim, o fato deixa de ser efeito de mudanças sociais profundas.
Como se não bastasse, em 1999, o jornal USA Today noticiava: "Quando ruiu o Muro de Berlin [1989], os alemães orientais imaginaram uma vida de liberdade com abundância de itens de consumo, no qual as dificuldades desapareceriam. Dez anos depois, espantosos 51% dizem que viviam mais felizes com o comunismo" [USA Today, 11/10/1999, p.1].
Pesquisas anteriores também teriam mostrado que até mais de 51% dos russos manifestavam o mesmo sentimento, porque naqueles dez anos muitos dos que ainda se lembravam com autêntica alegria da vida na Alemanha Oriental já haviam morrido; mas mesmo dez anos depois, em 2009, o Washington Post ainda noticiava: "Ocidentais [de Berlin Ocidental] dizem que estão fartos de ouvir os alemães do leste falar com saudade nostálgica sobre os tempos de comunismo" [Washington Post, 12/5/2009; dia 5/11/2009, também há matéria semelhante]
Foi no período pós-unificação que nasceu um novo provérbio russo e leste-europeu: "Tudo que comunistas disseram sobre comunismo é mentira. E tudo que disseram sobre o capitalismo logo se concretizou."
A resenha que se lê agora no New York Times refere-se duas vezes a Vladimir Putin como "autoritário", como faz, de rotina, toda a mídia-empresa ocidental. Nenhuma das muitas referências que passaram pela minha mesa em anos recentes trazia qualquer exemplo das tais políticas autoritárias, embora, claro, os exemplos existam. Exatamente como existem também no governo de um homem chamado Trump e no governo de uma mulher chamada May e em todos os governos em todo o mundo. Mas é claro que, se fosse possível listar exemplos importantes que realmente demonstrem que Putin seja autoritário, a mídia-empresa ocidental não deixaria de incluí-los nos incansáveis ataques contra o presidente da Rússia. Por que não o faz?
Padrões duplos
A resenha refere-se a Putin como "o ex-tenente-coronel da KGB, de olhar gelado". Estranho é que o New York Timesjamais se tenha referido ao presidente George Bush Pai como "o ex-diretor da CIA, de olhar gelado."
Exatamente como na 1ª Guerra Fria, um dos problemas básicos é que os norte-americanos tem extrema dificuldade em acreditar que russos possam ser bem-intencionados. Sobre isso, gostaria de relembrar o seguinte, escrito sobre George Kennan, um dos mais importantes diplomatas da história dos EUA:
"Cruzando a Polônia com a primeira missão diplomática dos EUA à União Soviética no inverno de 1933, um jovem diplomata norte-americano de nome George Kennan mostrou-se de certo modo atônito, ao ouvir do ministro soviético de Relações Exteriores Maxim Litvinov, reminiscências da própria infância e juventude numa vila próxima, dos livros que lera e de seus sonhos, quando menino, de ser bibliotecário.
De repente nos demos conta, ou eu, pelo menos, me dei conta, de que aquelas pessoas com as quais negociávamos eram seres humanos, como nós" – escreveu Kennan, – "que nasceram em algum lugar, tiveram sonhos e ambições de infância, como nós. Por um momento foi como se pudéssemos nos aproximar e abraçar aquelas pessoas" [Walter Isaacson & Evan Thomas, The Wise Men (1986), p.158].
Ainda não aconteceu.
A súbita percepção de Kennan traz à mente George Orwell: "Estamos naufragados a tal profundidade, que o primeiro dever dos homens inteligentes e redeclarar o óbvio."******
Os judeu$$$ são uma raça de FDP´s, basta ver que o único judeu que HONESTO / VERDADEIRO / AMOROSO , o condenaram a morrer na cruz como um Terrorista.
ResponderExcluir