9/4/2018, John Helmer, Dances with bears
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Entreouvido na Vila Vudu
(do artigo adiante traduzido, aqui em destaque):
"Na guerra que os norte-americanos e a OTAN estão fazendo agora contra a Rússia –
diz um banqueiro internacional não russo –, todos os "direitos de empresários" tornam-se obsoletos.
EUA conseguiram reverter 25 anos de privatizações russas, que os próprios EUA imaginavam que fossem eternas, irreversíveis."
(do artigo adiante traduzido, aqui em destaque):
"Na guerra que os norte-americanos e a OTAN estão fazendo agora contra a Rússia –
diz um banqueiro internacional não russo –, todos os "direitos de empresários" tornam-se obsoletos.
EUA conseguiram reverter 25 anos de privatizações russas, que os próprios EUA imaginavam que fossem eternas, irreversíveis."
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"A análise que Putin fez, dos novos armamentos [Discurso do presidente Putin à Assembleia da Federação Russa, 1/3/2018, traduzido], e da evidência de que, sim, as novas armas podem alcançar território dos EUA foi breve. (...) O sempre cauteloso Bulletin of the [American] Atomic Scientists gritou que Putin "não apresentou prova alguma de que as novas plataformas nucleares realmente existam" e tentou desqualificar o que não passaria de "animação em vídeo de supostas armas". Putin previu a reação e antecipou-se: "Podem ter certeza de que tudo que estou dizendo e mostrando é verdade. É verdade. Acreditem em mim."
Rogozin, Shoigu e Gerasimov redigiram o texto. Pela primeira vez, Putin falou com entusiasmo, e sem se esforçar por manifestar modéstia ou timidez. "Àqueles que nos últimos 15 anos dedicaram-se a acelerar a corrida armamentista e buscaram arrancar vantagens unilaterais contra a Rússia, impondo restrições e sanções – que são ilegais do ponto de vista da Lei Internacional –, com vistas a conter nosso desenvolvimento nacional, inclusive na área militar, digo o seguinte: Tudo que vocês tanto tentaram impedir que acontecesse, com essa sua política ilegal, já aconteceu. Ninguém conseguiu conter a Rússia."
Ao apresentar a estratégia russa, Putin cortou as pernas da teoria dos EUA para derrubar o regime russo. Mostrou-a como grave erro estratégico, que reforçou o presidente, quando visava a isolá-lo e derrubá-lo. Na prática, fontes russas em posições de decisão falam do renovado poder, hoje, do complexo militar-industrial russo e do alto comando militar, para combater contra os empresários oligarcas que sonhavam com derrubar Putin e eleger outro presidente. Estão prevendo [artigo de março/2018, ainda antes das eleições (NTs)] que o sucessor de Putin será mais militarizado e mais anti-norte-americano do que Putin considerava seguro para ele próprio, até agora." ["When Vladimir Putin Coughs, The Grippe Is Infectious – Kremlin Succession Showdown Starts", março-2018, John Helmer, Dances with bears (excerto aqui traduzido) Epígrafe acrescentada pelos tradutores].
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À direita – Sobyanin na missa de Páscoa na Catedral de Cristo Salvador, dia 8/4. À direita dele, o presidente Vladimir Putin. |
Papai Política, como Mamãe Natureza, abomina o vácuo.
E assim aconteceu que, já antes de o Tesouro dos EUA ter anunciado as mais recentes sanções do 'ocidente' contra indivíduos e respectivas empresas russas por "atividade maligna por todo o mundo", o presidente eleito Vladimir Putin cuidou de preparar um gabinete de ministros para o novo mandato, baseado no princípio de que teria de ser construído como comando do quartel-general para combater guerra total, em todas as frentes, sem a opção de negociar os termos da guerra com o inimigo.
O impacto das sanções dos EUA, além da campanha do Governo Britânico no caso Skripal, e a escalada no front sírio a partir do fim-de-semana, reforçaram o que já estava decidido no Kremlin. O próximo governo Putin será um gabinete de guerra. Em russo, Stavka.
Para estrangeiros, o novo gabinete de guerra que Putin construiu será muito parecido ao Stavka que Joseph Stalin criou depois da invasão dos alemães nazistas, dia 21/6/1941.
Na verdade, o Stavka de Stálin foi uma improvisação a partir de métodos russos de controle-comando do século 19. Foi uma resposta dos comandos militares e de segurança, e dos serviços de inteligência, para momentos quando o chefe de Estado tenha-se mostrado errado demais, vacilante, incapaz de tomar decisões para defender o país contra ataques estrangeiros que visassem à decapitação da liderança russa, à liquidação de suas defesas e à destruição da economia da Rússia. Mais detalhes aqui.
Estrutura do processo soviético de tomada de decisões político-militares |
As imagens distribuídas pelo Kremlin desde 6ª-feira passada mostram que Putin decidiu, com o Ministério da Defesa, o alto comando do Estado-maior, os comandantes dos serviços de segurança e o complexo industrial-militar russo, que deve trocar os primeiros-ministros. Significa o renascimento da candidatura do Prefeito de Moscou , Sergei Sobyanin.
Putin anunciará o novo governo depois da cerimônia de posse, legalmente marcada para 7 de maio.
Sobyanin, que completa 60 anos em junho, foi a escolha de Putin para ser seu chefe de gabinete no Kremlin entre 2005 e 2008. Quando Putin passou a ser primeiro-ministro em maio de 2008, Sobyanin foi com ele, sempre como chefe de gabinete. Foi eleito prefeito de Moscou, em substituição a Yury Luzhkov, que concorria à presidência, dia 21/10/2010.
Sobyanin é movimento de Putin na direção do que desejam os comandantes militares e de segurança russos, que sempre viram Medvedev como capitulacionista; como alguém que já estava perdendo a confiança do Kremlin para fazer frente à escalada dos ataques anglo-norte-americanos. Em vez de Medvedev, os comandantes militares e de segurança preferiam ter Sergei Shoigu, ministro da Defesa, ou Dmitry Rogozin, vice-primeiro-ministro encarregado do complexo industrial-militar. Mas Putin considerava esses dois como candidatos naturais à presidência, com vozes próprias e independentes, e que por isso ameaçariam a própria supremacia do presidente. Pelo cálculo de Putin, Sobyanin seria um burocrata. Agora, o cálculo de Putin mudou.
Quando começaram a circular os primeiros boatos sérios, em outubro passado, sobre a promoção de Sobyanin, ele próprio disse a um repórter em Moscou: "Você sabe provavelmente muito bem que, se esses boatos estão circulando, quase com 100% de certeza não acontecerá." E disse a outro repórter: "Trabalhei na administração da presidência. Trabalhei no mais alto gabinete do governo. Acho que é trabalho duro, ingrato. Além do mais, supondo que fosse possível, esse cargo [de primeiro-ministro] não é para mim. Sempre digo: Estou bem em Moscou. Acho que [o cargo de prefeito] é trabalho de homem de verdade [ru. мужская работа]. Você consegue implementar projetos interessantes."
Imagem – Da esquerda para a direita: Sergei Shoigu; Vladimir Putin; Dmitry Rogozin. Para mais sobre quem são e a missão que lhes está sendo dada, ver aqui (ing.). Os uniformes que Shoigu e Rogozin estão usando correspondem aos postos no Ministério da Defesa; os dois têm treinamento profissional civil. Rogozin foi proscrito na primeira rodada de sanções dos EUA, em março de 2014; Shoigu ainda não foi sancionado; nem Sobyanin. |
Havia suficientes adjetivos dubitativos nesses comentários, para suspender a conversa, sem reduzir as causas da conversa. A intensificação das provocações bélicas vindas dos anglo-norte-americanos depois da eleição presidencial na Rússia, de 18 de março reforçou a causa central da questão; e também fez diminuir a resistência de Putin, contra tirar Medvedev.
"Sim a uma guerra econômica" – diz um veterano do Ministério das Finanças da Rússia. – "É o regime sob o qual o país pode revelar seu verdadeiro potencial e tornar-se criativo. Por aqui, tempos de paz já significaram tempos de estagnação. Numa guerra econômica, os indivíduos já não importam só enquanto desempenhem bem as próprias funções. Além disso, acabam-se as facções dentro do governo, porque o governo passa a ter de ser um grupo de pessoas que não vivem tentando puxar o tapete dos vizinhos."
A fonte alerta que na situação que a Rússia atravessa, a abordagem preferida de Putin é impossível: "escolher a dedo e premiar a 'melhor facção' não dará o resultado que a situação exige."
"Mais especificamente, não deve haver primeiro-ministro. Claramente o que temos aí é uma equipe presidencial, de modo que um primeiro-ministro é excessivo, se se consideram as necessidades reais. Todos aqueles joguinhos de manter um primeiro-ministro 'técnico', para culpá-lo quando o trabalho não resulta como o esperado, são hoje desnecessários. Ou vencemos a guerra, ou perdemos. Quando o líder tem alto apoio, ele é o encarregado de tudo."
A fonte também antecipa que haverá menos cadeiras à mesa do novo gabinete, haverá consolidação de funções, racionalização das operações. O novo ministro da Economia, acredita essa fonte, pode assumir o portfólio da indústria, e representa uma promoção para Denis Manturov, cuja carreira começou na seção de aviação da indústria militar russa; está no posto de ministro da Indústria e Comércio desde 2012. A fonte diz que candidatos para o Ministério da Finança e para o Banco Central "podem ser todos. Por exemplo, [Tatiana] Golikova. De qualquer modo, são postos que terão sua importância reduzida." Golikova comandou a agência de fiscalização de gastos do Estado, a Câmara de Cobrança e Prestação de Contas, desde 2013; antes disso, foi ministra da Saúde, entre 2007 e 2012. É casada com Victor Khristenko, ministro da Indústria da era Yeltsin.
Da esquerda para a direita: Denis Manturov; Tatiana Golikova; Igor Shuvalov. |
A abordagem sob formato Stavka é endossada por várias fontes, por mais que ninguém comente nesses termos com amigos não russos; e ninguém menciona o nome de Sobyanin. Mas a recondução de Medvedev ao posto de primeiro-ministro, que há dois meses parecia ser o resultado provável da reformulação do gabinete de Putin, é hoje impronunciável.
A abordagem sob formato Stavka também significa que saem do serviço ativo do gabinete e dos postos da linha de comando, todos os que dependiam do patrocínio de Medvedev; doadores de suas campanhas presidenciais; e todos quantos, no governo, manteriam aberta a possibilidade de, sucessão no Kremlin, só se fosse negociada com Washington, Londres, Bruxelas e Berlim. Entre esses estão Igor Shuvalov, vice-primeiro ministro; Arkady Dvorkovich, vice-primeiro-ministro; e Alexei Kudrin, ex-ministro das Finanças e aspirante a
primeiro-ministro. Sobre a história de Dvorkovich, leia aqui.
Também não se qualificam para voltar a qualquer posto com real poder público são todos os ministros proprietários de palacetes em London. Shuvalov é o mais conhecido desses, com dois apartamentos conjugados em Whitehall Court, que ele diz que não pertenceriam a ele, porque os vendeu a duas empresas que ele também controla em paraísos fiscais.
Portão de entrada de Shuvalov, em Whitehall Court, nº 4, onde é proprietário dos apartamentos 138A e Flat 138B. |
Dois outros ministros, com belas residências em Londres recentemente identificados numa investigação de jornalistas britânicos, talvez não consigam gozar lá a aposentadoria – Mikhail Abyzov, ministro da 'transparência' [ing. Open Government], e Boris Titov, Comissário do Presidente para Assuntos de Direitos dos Empresários. "Na guerra que os norte-americanos e a OTAN estão fazendo agora contra a Rússia – diz um banqueiro internacional não russo –, todos os "direitos dos empresários" tornam-se obsoletos. EUA conseguiram reverter 25 anos de privatizações russas, que os EUA imaginavam que tivessem tornado eternas, irreversíveis."***** |
que inveja tenho dos russos. aqui, os vira-latas entregaram tudo ao imperio.
ResponderExcluir"Trocando em miúdos", extenso trabalho de "Inteligência", identificando "pontos Vulneráveis" na Estrutura Estatal, e vossas respectivas substituições por "Quadros" mais (digamos) Nacionalistas, mais Patrióticos, mais Confiáveis...
ResponderExcluirPrezada Ana Paula
ResponderExcluirBota inveja nisto, pois os meganhas verde-oliva deram este GOLPE-2016 para entregar nossas riquezas aos Patrões=U$$$raHell. ___braZiU$$$A__ não passa mesmo de um País de Vira-Latas (((vide:__thief_statele$$$_judge__çerjiou murrow__))), pior ainda o ""TRIO ESPERANÇA""", 1-) chefe-meganha-pamonha viDDas bôa$; 2-) chefe-meganha SINECURA mourão, 3-) chefe-meganha-gorila etchegoyen já colocou (2) meRdalhas nos peitos deste safado=ANGLO_SIONISTA. Então fica mais que provado que o BRASIL, existiu como Nação, só mesmo no papel.
Aqui os caras fazem de tudo para privatizar as empresas estratégicas do país, entregando de mão beijada para multinacionais.
ResponderExcluirHenderson