domingo, 18 de novembro de 2018

Síria - Relatório de Situação: Exército Árabe Sírio vence a batalha por Al-Safa. Mais tropas movimentam-se rumo a Idlib

17/11/2018, Moon of Alabama

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Informação correta e atualizada. Fala de realidade que parece distante, mas é dolorosamente muito próxima de nós, agora que o Brasil, desgraçadamente, entrou na área de mira dos EUA. É informação útil, também, para que não esqueçamos completamente o que é informação bem construída, para informar, não para ludibriar, fazer-não-ver e desinformar.
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Hoje, o Exército Árabe Sírio pôs fim à batalha por al-Safa. Al-Safa é região inóspita que cerca um antigo vulcão a sudeste de Sweida, onde em julho o ISIS fez dúzias de reféns. Os último que permaneciam presos foram libertados por um comando de forças especiais do Exército Árabe Sírio, há dez dias.



Já sem reféns naquele setor, os sírios puderam afinal usar armamento pesado contra o ISIS que se mantinha escondido em cavernas na região. Sob cobertura de artilharia pesada, os soldados sírios conseguiram bom progresso (vídeo). Foram então três dias de chuvas muito fortes, inesperadas. Os combatentes do ISIS afogaram-se nas cavernas e em várias de suas posições de combate. O comandante do ISIS na área, um checheno, foi morto. Os combatentes do ISIS que sobraram fugiram para a região de al-Tanf atualmente sob controle dos EUA, e para o deserto na área leste de Homs. O Exército Árabe Sírio controla agora completamente a área de al-Safa.




Mapa via South Front – ampliado

É complicada a situação no nordeste controlado pelos EUA. As forças curdas das Unidades de Proteção Popular (curdo YPG)/Partido dos Trabalhadores do Curdistão (curdo PKK) às quais se juntaram tropas dos EUA não se entendem com os combatentes árabes nas Forças Democráticas Sírias e vice-versa. Todos os dias acontecem ataques isolados contra unidades das Forças Democráticas Sírias (aliança predominantemente de curdos). Não se sabe se são atacados por células dormentes do ISIS, por árabes locais que desprezam os senhores da guerra curdos, ou por outros, dirigidos por turcos.

A luta contra o bolsão do ISIS junto à margem leste do Eufrates não está avançando. No norte, a artilharia turca atira esporadicamente através da fronteira e atinge posições curdas. A Turquia também moveu milhares de forças de várias origens controladas pelos turcos, de Idlib e Afrin para a área a oeste de Manbij. O presidente Erdogan da Turquia ameaça tomar todas as áreas que os curdos ainda controlam junto à fronteira turca, no norte da Síria.

Ao longo de toda a guerra contra a Síria, os curdos sírios mostraram ausência de clareza na sua visão política. Provavelmente acreditam que poderiam conter o exército Turco, ou que os EUA viriam em socorro deles. A invasão dos turcos em Afrin demonstrou que as duas ideias são tolice. A única chance dos curdos sírios para manter as próprias casas é submeter-se sem restrições ao controle pelo governo sírio.

Desde que foi iniciada a ofensiva em setembro, as forças dos EUA e seus agentes curdos contratados no nordeste da Síria não conseguiram qualquer avanço contra o bolsão do ISIS a leste de Deir Ezzor. Recentemente, os EUA iniciaram campanha forte de bombardeiro contra essa área. Mas não necessariamente contra o ISIS. Os ataques visam os 20 blindados HUMVEE [High Mobility Multipurpose Wheeled Vehicle, Veículo sobre Rodas, de Alta Mobilidade e Multifinalidades] que o ISIS capturou dos combatentes contratados pelos EUA para lutar em lugar dos norte-americanos. O Observatório Sírio noticiou que os blindados estão na mira dos ataques:



Conforme essas fontes confirmaram [ao Observatório Sírio de Direitos Humanos, ing. SOHR], essas operações acontecem porque cerca de 20 blindados HUMWEEs dos EUA e das forças da Coalizão terem sido tomados em contra-ataques pela organização “Estado Islâmico”, que forçaram as tropas da Coalizão a se retirarem rapidamente da área, deixando para trás os blindados. As mesmas fontes confiáveis confirmaram ao Observatório Sírio que os veículos são equipados com recursos modernos que permitem que aeronaves da Coalizão localizem os blindados. Por isso podem ser atingidos com precisão pela mesma Coalizão. Apesar da precisão, os ataques dos norte-americanos mataram cidadãos sírios e outros de nacionalidade iraquiana de famílias do ISIS.



Hoje, mais cedo, pelos menos 40 pessoas foram mortas, a maioria mulheres e crianças, nesses ataques norte-americanos.

As Forças Iraquianas de Mobilização Popular mudaram-se para a fronteira do Iraque e usam artilharia para impedir que o ISIS entre no Iraque. Gostariam de atacar na Síria, para pôr fim ao ISIS, mas Bagdá, que obedece ordens dos EUA, proibiu o movimento.

As fronteiras no sudoeste da Síria estão calmas. O posto de passagem de fronteira com a Jordânia foi reaberto, mas a Síria aumentou as tarifas sobre produtos da Jordânia e a forte onda de exportações com que a Jordânia contava é apenas uma marola. Bem merecido castigo pelo que a Jordânia fez na guerra. Israel está bloqueado, impedido de tentar outros ataques, graças às novas defesas aéreas sírias e a posição recentemente adotada pelos russos, de hostilidade contra quaisquer movimentos hostis dos israelenses.

A situação na zona de desescalada em Idlib deteriora-se dia a dia. A área é controlada pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham, afiliado da al-Qaeda. Semana passada, um comando de terroristas islamistas matou pelo menos dez soldados sírios. O Exército Árabe Sírio moveu soldados para a área a noroeste de Aleppo. Alguma coisa está em andamento, mas ainda não há rumores nem relatos sobre qualquer ofensiva que esteja iminente. É possível que a complicada luta na área do vulcão al-Safa tenha gerado novos movimentos sobre Idlib. Com al-Safa liberada, a mais provável próxima operação é um movimento limitado sobre o governorado de Idlib.

Como a Turquia moveu as principais tropas de seus representantes no ‘Exército Sírio Livre’, de Idlib para o oeste, em Manbij, provavelmente não protestará caso o exército sírio ataque a área de desescalada controlada pela al-Qaeda. Erdogan, em vez disso, poderia aproveitar-se da situação para agir contra os curdos apoiados pelos EUA no leste.*******

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