domingo, 31 de janeiro de 2016

Mídia: Rússia atou as mãos dos EUA às vésperas das negociações sobre Síria

28.01.2016 - Sputnik Brasil

Os êxitos militares da Rússia na Síria limitaram sensivelmente as posições dos EUA no processo de negociações sobre o país árabe. Nessas condições, os líderes da oposição síria perdem a confiança em Washington, colocando em perigo o sucesso das negociações, escreve a revista norte-americana Politico.



"Rússia e Irã gozam de uma presença significativa na Síria, tendo ajudado Assad a alcançar uma série de vitórias nas últimas semanas. O papel dos EUA está mais limitado" – diz o artigo.

Tal situação deixa os líderes da oposição descontentes, já que Washington passa a ter que concordar com propostas defendidas pela Rússia sobre a regulação.

"Kerry não fez quaisquer promessas, nem apresentou quaisquer iniciativas. Faz tempo que ele vem dando os mesmos sinais que a Rússia, que defende a criação de um "governo nacional" e a possibilidade de Assad permanecer no poder e se recandidatar às próximas eleições" – escreve Politico, citando as palavras do presidente Coalizão Nacional Síria Khaled Khoja.

A publicação destaca que a posição dos EUA sobre o processo de regulação do conflito civil na Síria rebaixa a autoridade de Obama aos olhos da oposição do país árabe.


"A tensão acumulada ao longo de tanto tempo, acirrada pela proximidade das negociações sobre a paz em Genebra, já anuncia uma baixa probabilidade de sucesso, dizem os ex-analistas e ex-funcionários do governo norte-americano ligados à oposição síria. Se as negociações fracassarem, isso levará a uma maior deterioração do legado da política externa do presidente Obama, que mesmo sem isso já está bastante manchada por inúmeros derramamentos de sangue" – destaca o artigo da Politico.

Junto a isso, uma série de representantes da oposição já declararam o seu descontentamento com relação à honestidade do papel de mediador desempenhando pelos EUA. Na opinião do pesquisador sênior do Centro para Interesses Nacionais, Andrew Bowen, a oposição perdeu a confiança e a fé na capacidade dos EUA de concluir a regulação política na Síria.

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