sábado, 15 de agosto de 2015

Abd-al-Malik al-Houthi: "Barbarismo identifica Israel e Sauditas e aproxima Iêmen e Palestina"

Discurso de Abdel-Malik al-Houthi, líder da Resistência Iemenita, dia 10/7/2015, "Dia Internacional de Jerusalém", primeiro dia da 'trégua' declarada pela ONU, pelo fim do Ramadan.*





Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Vídeo original (em árabe)


Busco refúgio em Deus, contra o mal apedrejado.

Em nome de Deus, o Compassivo, o Generoso.

Honra a Deus, Senhor dos Mundos, e dou testemunho de que só há um Deus, Único, Soberano, a Verdade, o Evidente, e atesto que nosso Mestre Maomé é Seu servo e Seu mensageiro, Selo dos Profetas, que a Bênçãos e Glórias de Deus desçam sobre ele e sua família, o bom, o puro, e que Deus abençoe seus companheiros seletos e fiéis.

Amado povo iemenita, irmãos e irmãs, que a paz de Deus esteja com vocês, Suas graças, Suas bênçãos, e paz e glória estejam com o oprimido povo palestino.

Nesse grande e abençoado dia, nosso nobre povo iemenita celebra, com todos os homens livres valorosos do mundo, essa ocasião gloriosa e bem-amada, o Dia Internacional de Al-Quds (Jerusalém). 

Hoje, nosso povo iemenita acorre para celebrar essa ocasião importante para eles e para todos os homens livres e corajosos do mundo, apesar da situação gravíssima em que estão, por causa da violenta agressão movida contra eles pelas forças do mal, do crime e da tirania – a Trindade do Mal: EUA, o regime saudita e Israel. 


Apesar da crueldade das condições em que o povo tem de viver, apesar do horror dos eventos e da magnitude da tragédia, apesar dessa agressão e de toda a tirania, da arrogância, da ganância, da opressão, nosso grande povo iemenita nunca esqueceu ou esquecerá sua maior causa, sua causa principal e original, a saber, a causa palestina. 

Ao contrário, a agressão que sofremos, por trás da qual está Israel, que é encabeçada pelos EUA e executada pelo regime saudita criminoso, trombeta do mal, só fez aumentar a dedicação e o compromisso de nosso grande povo iemenita a essa causa, bem como seu compromisso e confiança nessa causa. Estamos plenamente conscientes de nossa responsabilidade e conscientes da importância dessa nossa causa, a Palestina, e de tudo que representa. 

A Palestina, no tudo que representa para nosso povo e pelos locais sagrados do Islã que ali está, o povo muçulmano que é parte integral da Comunidade Islâmica (Umma), e esse território árabe e islâmico que é parte fundamental dos territórios árabes, dos territórios islâmicos.

E aí está a razão pela qual nosso povo iemenita, afinal viu o que é Israel. Os iemenitas já sabíamos, de modo muito profundo, mas hoje estamos ainda mais lúcidos sobre o fato de que Israel é perigo para toda a região, para todos os muçulmanos, para toda a humanidade. 

Israel é ameaça à segurança e à paz no mundo. Nosso povo quer celebrar a solenidade do dia de hoje com forte senso de responsabilidade, em defesa da nossa própria humanidade comum, em defesa de nossos valores, em defesa de nossa ética – e assim o nosso povo iemenita demonstra seu alto caráter moral. 

Os iemenitas carregam essa sua grande riqueza de valores, princípios e ética, do qual ninguém consegue privá-los por mais que tentem – e seja qual for o crime e a extensão da agressão que perpetrem. 

Nosso povo iemenita, 107 dias depois do ataque que nada deteve, por inviolável que fosse, e ataque que veio para destruir tudo que houvesse nesse país, de homens plenamente capazes, mulheres, crianças, jovens e velhos a todos os serviços públicos e tudo que aqui se construiu para atender às necessidades da vida. 

Mas quanto mais luta, mais nosso amado povo iemenita ganha em percepção, em lucidez, em firmeza nos seus princípios e no seu compromisso com valores e ética humanos dignos, e em consciência da responsabilidade que nos coube.

O povo iemenita dá-se também conta de que tudo que acontece –  seja provocado diretamente pela agressão que tomou por alvo diretamente o nosso país, ou provocado pelo que está acontecendo em toda a nossa região, nos vários países que vivem eventos sem precedentes, por causa dos agressores takfiri – é projeto que não pode de modo algum, sejam quais forem as circunstâncias, ser separado de Israel, a serviço de Israel ou para atender a interesses de Israel. 

Hoje, os takfiris reinam por toda a região, seja pelas violências que perpetraram no nosso país pelo Daech/ISIS, Al-Qaeda e suas irmãs, e pelo que acontece nos demais países árabes, Síria, Líbano, Iraque, Egito, Tunísia, Líbia e outros países. Trabalham em conjunção com o regime saudita, que é o núcleo duro e gerador desses instrumentos criminosos. Todos foram criados pela Arábia Saudita. 

A Arábia Saudita é pai e mãe deles todos, sua principal e mais rica fonte de dinheiro, dos movimentos, da força, dos suprimentos, da disseminação e da criação do tipo de ambiente e atmosfera de que esses instrumentos criminosos precisam para sobreviver. 

Não há dúvidas de que fizeram todo esse mal a essa região e de que, na essência, o beneficiário primário de toda essa desgraça é Israel. E, claro, os EUA e os demais que defendem Israel. Essas verdades revelam-se elas mesmas, cada vez mais obviamente e mais claramente, expostas no curso dos eventos. 

Os eventos tomaram tal rumo que tudo isso foi exposto sem precisar de reforço: todos viram o suficiente para chegar a essas conclusões, e todas essas verdades surgiram à luz, sem que fosse preciso convocá-las, e todos concordaram, unanimemente. 

Tudo que aconteceu, todos os crimes que perpetraram nessa área foi induzido e perpetrado em nome dos interesses de Israel, e de muitos modos e sob vários aspectos. Um desses interesses de Israel é afogar a Comunidade Islâmica (Umma) no pântano dos conflitos, guerras, levantes, sob os mais variados slogans. 

Resultado disso tudo é que Israel foi deixada à parte, sem qualquer perigo que a ameace, sem quem a atormente ou perturbe, sem que ninguém se dê o tempo e trabalho de pensar sobre Israel. Todos estamos ocupados demais, assoberbados de tarefas, na luta contra quem nos ataca, contra os perigos, os desafios, os problemas diante de nós.

Então, com todos esses eventos, a íntima aliança e aberta cooperação entre Israel e o regime saudita emergiu publicamente, e também todos viram a aliança que une Israel e os grupos takfiri. Foi o que se viu com clareza, no que está acontecendo na Síria. Por isso tudo podemos dizer que tudo de ruim, todos os problemas, todas as desgraças que acontecem na região nunca estarão, de modo algum, separados de Israel. 

Mas agora se vê um novo projeto, por trás do qual, sem dúvida possível, estão Israel e os EUA. O ataque contra povos e países dessa parte do mundo visa a afogá-los, a enfraquecê-los, a dividi-los e fragmentá-los. Porque assim se vai abrindo o caminho, de fato, para dirigir completamente o Oriente Médio.

É assim claro, portanto, para todos, que o regime saudita desempenha papel negativo nessa verdadeira conspiração, e sustenta, abastece, reforça e dissemina os grupos takfiri – aos quais a Arábia Saudita provê e garante e meio ambiente necessário, além de integral apoio: financeiro, de divulgação midiática e por todos os meios e formas. 

Esse papel que a Arábia Saudita desempenha gera ameaças e perigos para toda a região, e não implica nenhum benefício a qualquer dos nossos países. O que a Arábia Saudita faz fere todos os árabes de todos os povos, em todos os países da região. E só beneficia, em larga extensão, Israel.

E infortunadamente, o regime saudita está avançando sempre nessa mesma direção com todos os seus colossais recursos – porque é o mais rico dos países árabes –, com toda sua vasta economia e enormes capacidades. Mas ultimamente, esse regime trabalha para beneficiar outros e ferir, sem qualquer preocupação, a Comunidade Islâmica (Umma), os povos da região. Na prática desses atos o regime só viu grandezas para ele mesmo, em vez de buscar a grandeza que só há em mobilizar todas as próprias capacidades na direção do que possa ser mais honroso, em termos de valores, lei, justiça e bondade, pelas grandes causas da Comunidade Islâmica, em cuja defesa poderia agir com paixão. Os sauditas poderiam mostrar esse empenho, se assumissem a liderança da defesa da causa palestina, garantindo apoio ao povo palestino, apresentando-se, aquele regime saudita, como regime importante, ativo e influente no confronto com Israel. Essa seria posição honrosa para os sauditas.

Também seria posição de honra, se os sauditas se tivessem orientado para conquistar a confiança dos povos, se tivessem trabalhado na direção da união de todos os árabes, essa posição, sim, daria prestígio ante Deus e Sua Criação, e ante todos os povos da região. 

Mas, em vez disso escolheram expressar-se e manifestar-se, não como força ativa e proeminente, representante do arabismo e do Islã, mas pondo todos esses sob o tacão de Israel, vassalos da hegemonia dos EUA. E nessa escolha, os sauditas revelaram sua pequenez. 

Cada vez que se engajaram nessa tarefa nefanda, cada vez que redobravam a persistência e o zelo nesse trabalho destrutivo, injusto e corrupto, os sauditas viram-se, eles mesmo, em declínio, em situação cada vez mais crítica. 

O regime da Arábia Saudita não é visto como grande ou poderoso, e, se se consideram eles mesmos grandes e poderosos no papel nefando que escolheram – sob as bandeiras de Israel e dos EUA, trabalhando a favor do projeto de Israel na região, acendendo o rastilho da sedição aqui e ali, por toda parte –, se se veem essa influência como favorável... Verdade é que poderia ter papel diferente, ser influente e ativo na defesa da verdade e da bondade, apoiar a causa dos povos, pôr-se ao lado deles! Não. Escolheram aplicar sua influência sempre na direção de mais sedição, mais lutas, mais conflitos. 

E aplicaram-se, como escudo protetor, à frente de Israel, para proteger e defender Israel, forçando a atenção dos povos para outras direções, para que não lutassem contra Israel – com a qual o regime saudita aliou-se abertamente, publicamente.

É perfeitamente claro que todos os slogans enganadores e justificativas mentirosas anunciadas por esse regime injusto, opressivo e cego, são falsos e enganadores, sem nenhum, nem o mínimo, fundamento. 

A questão não é da luta contra a influência do Irã, porque todos os problemas de nossa região não são de modo algum causados ou relacionados por alguma influência do Irã. Todo o perigo em nossa região, todo o mal que se vê em nossa região, é Israel. Os takfiris, hoje, não passam de uma extensão da grande ameaça que é Israel.

O perigo takfiri é uma extensão do grande perigo que é Israel e só ajuda Israel, porque ajuda a aumentar o perigo que é Israel. 

Por exemplo, se se considera o que está acontecendo no Egito: há alguma influência iraniana no Egito? Claro que não! São talvez, o governo egípcio, Sissi em pessoa, instrumentos do Irã? Têm qualquer relação com o Irã? Não. Nenhuma. O que está acontecendo na Tunísia é testemunho claro e prova suficiente. E também o que está acontecendo na Líbia. 

Tudo que se diz sobre luta contra a influência iraniana não passa de barulho à toa, para confundir os espíritos e ocultar essas verdades. A questão real é a imposição da influência israelense e a dominação norte-americana aqui, em nossa região. A bandeira e o slogan falsos, para ocultar essa verdade, é que os sauditas lutariam contra alguma influência do Irã. 

Absolutamente certo é que, se o Irã mudasse sua política, se se aproximasse de Israel e dos EUA e se se aliasse a Israel, a situação dos iranianos seria completamente diferente e as coisas voltariam a ser o que foram ao tempo do Xá. Naquele tempo, a política do Irã era muito diferente da que se tornou depois da vitória da Revolução Islâmica no Irã. 

Todos sabem que as crescentes manifestações de hostilidade contra Israel e a consciência cada dia mais firme de todos os povos árabes, contra o perigo que é Israel – nunca, em momento algum reflete qualquer desconfiança quanto à influência iraniana. Essa é questão humanitária, de princípios, ética, moral e religiosa. 

Sejam quais forem os padrões e considerações que nos animem, é dever nos engajar – pela causa da Palestina e contra Israel), em primeiro lugar e sobretudo, como árabes. O Irã defende uma política séria, justa, efetiva, construída sobre princípios de apoio irrestrito à causa Palestina, no investimento que faz ao lado da Resistência na Palestina e no Líbano, e em sua radical hostilidade a Israel. Essa é a posição justa, a posição de princípios, a posição efetiva que deve ser abraçada, primordialmente, por todos os homens livres do mundo, porque é a posição justa, não porque sejam aliados do Irã. 

Cada vez que um dos povos árabes desperta e dá-se contra da responsabilidade que lhe cabe na defesa da causa da Palestina, que é causa que concerne todos os árabes, em todos os sentidos, por religião, por patriotismo, por responsabilidade humanitária, em termos de moral e valores – nunca, em nenhum caso, porque reflita alguma extensão de uma ou de outra influência externa de um ou de outro.

Pretender que a influência do Irã tenha algo a ver com a posição da Arábia Saudita é recorrer à fantasia: o regime saudita tenta enganar todos os povos da região. 

Quem manifesta hostilidade a Israel é o Irã, não a Arábia Saudita. Quem dá pleno apoio aos palestinos e à Resistência libanesa na luta deles contra Israel, é o Irã. Então o regime da Arábia Saudita tenta enganar e silenciar todas as vozes, e criar outro equilíbrio nas causas estratégicas na região, de modo que a normalização de relações com Israel e a cooperação com Israel torne-se a alma da identidade árabe e converta-se em defesa da segurança nacional dos árabes. 

Querem que a luta contra Israel e o mando de Israel, e que a solidariedade com o povo palestino, o senso de responsabilidade para com a Mesquita Al-Aqsa [em Jerusalém] e os lugares santos na Palestina sejam vistas como causas iranianas. E querem fazer crer que quem construa a própria política nessa direção deva ser tomado como alvo, e que todos acusem esses países de se terem afastado do arabismo. Mas o arabismo significaria colaboracionismo? Significaria humilhação, degeneração, rendição, submissão a Israel? Significaria aproximar-se de regimes que colaboram com Israel? 

Essa distorção em nada ajudará o regime saudita, porque a colaboração com Israel está aí, à vista de todos. O regime saudita já claramente pertence a Israel – o regime saudita e os instrumentos takfiri, Daech e Al-Qaeda) – a identidade deles já emergiu como sionista, eles claramente servem a Israel. 

Essa é a situação do regime saudita, esse é o caso do regime saudita. Eles esforçam-se por dar nomes diferentes aos conflitos e por trazê-los para dentro da Comunidade Islâmica (Umma), para modificá-los e desorientá-los do que deveriam ser para todos os árabes, a saber: como bússola, hostilidade contra Israel, contra Israel em primeiro lugar.

É verdade que a entidade sionista efetivamente deu jeito de atrair o regime saudita para o projeto dela e para que servisse como ponta de lança do projeto sionista, que em seguida tenta empurrar os demais regimes árabes e os instrumentos takfiri também na mesma direção, a saber, para atacar mortalmente os povos e afastá-los drasticamente da luta contra Israel. Para fazer da hostilidade contra Israel, da posição de defesa da causa palestina, dos locais sagrados da Palestina, da terra da Palestina e do povo palestino... questão iraniana! 

E isso, quando a causa palestina deve ser, em primeiro lugar, causa dos árabes e, obviamente, questão islâmica, humanitária, causa a ser defendida por todos os homens livres do mundo. 

Nesse sentido, a entidade israelense foi bastante bem-sucedida. E a entidade israelense conseguiu levar o regime saudita a desempenhar esse papel como se fosse o principal papel dos sauditas! Como se fosse projeto fundamental dos sauditas, ao qual devotam todas suas capacidades e competências, todos os seus recursos, e os complementam com todo o seu poder militar, com tudo que têm! 

Assim também, o poder demoníaco que Israel exerce sobre o regime saudita conseguiu provocar toda essa loucura furiosa dos sauditas, na agressão contra o Iêmen, esse terror, essa barbárie sem limites, quando se veem os sauditas cometerem todas as barbaridades, as mais atrozes, os crimes mais odiosos, contra o digno povo muçulmano árabe iemenita. 

O poder demoníaco que Israel exerce sobre o regime saudita aparece também em todos os demais crimes que o regime saudita está cometendo, crimes horrendos, violência indizível que é afronta diretamente contra toda a humanidade, crimes como essa região jamais viu. 

E pode-se até dizer que Israel foi bem-sucedida, também no empurrar o regime saudita a fazer ainda mais mal a ele próprio. Porque, hoje, o regime saudita aparece, ante a consciência do mundo, como o pior, o maior, o mais atroz e odioso criminoso, o tirano mais desprezível, nessa agressão contra o povo do Iêmen. Também é obra de Israel. Foi Israel quem deu jeito de empurrar todos os takfiris nessa direção.

E o regime saudita continua na agressão contra o Iêmen, com todos os crimes atrozes, pisoteando todos os valores humanos, morais e islâmicos, com toda sua força de mal e de tirania, beneficiando-se visivelmente da cobertura que os EUA lhe garantem. 

Os EUA têm papel fundamental na agressão ao Iêmen: os EUA dirigem, ordenam, suprem, desde que declararam apoio em termos de logística, informação, etc. E mais: hoje, o povo iemenita está sendo assassinado por bombas norte-americanas. Os que são mortos, crianças nas casas e nas ruas, nos mercados, em assembleias de cidadãos e onde estiverem, são mortos por bombas norte-americanas. As centenas de crianças assassinadas dentro de casa, quando as casas bombardeadas desabam sobre elas, foram mortas por bombas norte-americanas. As casas delas foram derrubadas por bombas norte-americanas. 

O regime saudita redobrou o barbarismo, a sanha assassina, graças à cobertura política que os EUA lhe garantem – e com o encorajamento, a exortação e as bênçãos de Israel. Surpreendentemente, o regime está muito satisfeito. Os sauditas vangloriam-se de tudo que fazem, sempre que Israel os encoraja com suas bênçãos.

Uma das causas principais desse papel vergonhoso e do ataque contra o nosso nobre povo iemenita está, precisamente, em o povo do Iêmen ser conhecido pelos valores que respeita, pela ética, por seus princípios e por seu ativo, profundo engajamento ao lado de outros povos árabes, a favor da Palestina, dos palestinos e da causa Palestina – e por nossa marcada hostilidade contra Israel. 

Fomos atacados, quando a consciência cada dia mais esclarecida do nosso povo iemenita tornou-se evidente; quando se viu bem claramente nosso nível de comprometimento e responsabilidade altamente desenvolvidos em marchas, na militância, em demonstrações de solidariedade – a ponto de, no primeiro aniversário da agressão de Israel de 2013 contra Gaza, os iemenitas muito nos orgulhamos de termos tido manifestações maiores, em escala, no Iêmen, durante toda a guerra contra Gaza, maiores que as de qualquer outro país árabe, manifestações gigantescas, espetaculares, com resposta entusiástica do povo do Iêmen. A tal ponto vai o comprometimento dos iemenitas com a causa palestina, que – e é verdade – centenas de milhares de iemenitas desejam, esperam, aspiram a poder lutar lado a lado com a Resistência na Palestina, e com a Resistência no Líbano, diretamente contra o inimigo israelense. 

Não há dúvidas de que o povo iemenita é o povo árabe mais profundamente engajado na luta pela Palestina, povo que manifestou enorme solidariedade e compaixão pela Palestina, no plano humano e moral. Mas nosso povo infelizmente é muito pobre, financeiramente, porque é algo da política de empobrecimento e violência sem fim, de que o Iêmen é alvo há décadas. 

Porque esse povo iemenita sempre foi alvo de guerra, guerra de amplo escopo. Agora, quando se veem a violência e a agressão intensificadas contra os iemenitas, mais se ampliam a consciência e a clareza de visão do povo, e mais se aprofunda nosso comprometimento com a causa dos palestinos.

Em tempos mais recentes, os israelenses passaram a temer ainda mais o povo iemenita, quando se divulgaram mais amplamente a nossa revolução popular e a nossa consciência cada vez mais clara e mais engajada. Então alguns israelenses passaram a 'declarar' que o povo iemenita é mais perigoso que o programa nuclear do Irã.

Não temos dúvidas de que a agressão de que hoje somos alvo, e o desconforto que causamos a Israel, dão testemunho de nossa consciência cada vez mais clara sobre o que se passa em nossa região e de nosso compromisso com as grandes causas de nossa Comunidade Islâmica (Umma). Israel está muito, muito perturbada. 

E, porque está perturbada, Israel rapidamente pressionou os EUA, e Israel e EUA pressionaram o regime saudita, que se deixou usar como ferramenta vil, estúpida, ignorante, imoral, sem decência e sem valores, para cometer agressão não provocada contra nosso nobre povo iemenita. 

Não estamos dizendo qualquer novidade. O próprio Netanyahu manifestou preocupação com o Iêmen, além de outros membros do governo de Israel. A imprensa israelense fala muito sobre o Iêmen. Todos esses medos que o Iêmen inspira a Israel são medos públicos, publicamente revelados, que ninguém ignora em Israel, e esses medos, somados às preocupações dos EUA, construíram e dispararam essa agressão contra o Iêmen. Por isso podemos dizer que, sim, uma das causas e motivações mais importantes da agressão ao povo do Iêmen é o desejo de punir os iemenitas por nosso comprometimento livre e responsável, e por nossa conscientização crescente de tudo que tenha a ver com as grandes questões da Comunidade Islâmica (Umma). 

Mas a consciência, a decisão, o comprometimento do povo do Iêmen, apesar de toda a guerra e de toda a violência, só aumentam, e firmam-se as nossas posições de princípio e de responsabilidade. Jamais recuaremos.

E essa é a força do nosso nobre povo iemenita, a resistência heroica não importa a magnitude da agressão. E a quantidade imensa de noticiário falso ou distorcido, além de bloqueio extremamente severo. Mas a Resistência de nosso povo é heroica, e podemos manter-nos em pé face aos eventos, para apresentar o retrato verdadeiro dos valores, a verdadeira ética e os verdadeiros princípios desse nobre povo, o Iêmen de fé e sabedoria, o Iêmen da moral e dos valores, o Iêmen da civilização. O povo do Iêmen nunca quebrou, não mudou e não mudará suas políticas de ética e princípios, responsável e livre. Os iemenitas permanecerão como são. O mundo sempre nos conheceu por nossa coragem, honra, capacidade para resistir diante da adversidade, por nossa liberdade, nosso orgulho, nossa dignidade. Nenhuma força da tirania, nenhum crime jamais quebrará nossa vontade, porque os iemenitas extraímos nossa força e nossa determinação de Deus Glorificado e Exaltado – e porque estamos lutando do lado certo e nossa luta é pelo direito e pelo bem.

Hoje estamos às vésperas de uma nova trégua proposta pela ONU, cuja posição nessa guerra é tímida, porque a ONU está submetida à influência dos EUA, à influência ocidental e ao dinheiro saudita, sem dúvida possível. Essa submissão compromete grande número de seus delegados e representantes, a ponto de ter atingido até o novo enviado da ONU, designado pelos sauditas e, portanto, servo da vontade dos sauditas. 

A verdade é que não temos muita esperança no sucesso dessa trégua, porque já temos experiência da trégua passada. Nossa esperança de que esse cessar-fogo seja respeitado aproxima-se do zero, porque respeitar o cessar-fogo implicaria que a Arábia Saudita e seus mercenários obedeceriam a determinações da ONU. Nossa experiência com a trégua anterior foi amarga e infeliz. Não houve trégua real. Só se viu trégua na mídia. 

Em campo acontecia coisa bem diferente: bombardeio aéreo sem interrupção e mercenários, Daechistas, os takfiris e Al-Qaeda continuaram a cometer seus crimes e ataques contra cidades e regiões do Iêmen.

Se se assume que a nova trégua deve ser operada, por exemplo, sob a influência de conselheiros norte-americanos e com as bênçãos de Israel, para que a trégua seja efetiva será necessário que os patrões deles ordenem, e a agressão tem de parar completamente. A continuidade da agressão implicará crimes ainda maiores, sem precedentes. Os crimes são perpetrados contra o povo do Iêmen, sem qualquer justificativa. 

É agressão de que não encontra outro exemplo comparável, em lugar algum, em toda a história moderna. Cometem-se todas as atrocidades, todos os crimes: tiros contra multidões e grupos de pessoas em mercados, cidades, bairros, vilas, contra o povo em geral, e em todos os pontos onde estejam para cumprir os deveres da vida diária. 

São crimes absolutamente sem qualquer provocação: é agressão absolutamente ilegal e ilegítima, agressão que recentemente ainda aumentou em fúria e monstruosidade, e que tem de ser detida. 

É inaceitável, inadmissível, que essa violência continue: nós, iemenitas, não podemos tolerar que essa agressão prossiga, com todo esse ódio e todos esses crimes e criminosos. A continuação dos ataques significa crimes violentos diários, o sangue a rolar pelas ruas, centenas de crianças e mulheres e moços e velhos assassinados aos milhares. 

Qualquer pessoa pode ver os crimes cometidos nos últimos dias, dentre outros o atentado contra o mercado de gado em Lahij, Hajjah e 'Amran, contra o mercado de batatas em 'Amran, etc.

Não podem nos calar, quando todos veem ataques tão monstruosos, tão atrozes. E de qualquer modo ninguém deve esperar que fiquemos calados, porque somos gente ativa. Nosso povo iemenita está em pleno funcionamento, o exército é operacional e os comitês populares também estão em pleno funcionamento. O Iêmen apressa-se a resistir contra a agressão lutando diretamente na fronteira, e confrontando os mercenários e instrumentos de sua agressão interna, contra seus agentes da violência e Al-Qaeda. 

É a continuação dessa agressão que nos compele, nós o povo do Iêmen, a passar à etapa seguinte, uma escalada para maiores ações estratégicas. Não há alternativa, se a agressão continuar. É verdade que essas são decisões de momento, radicais, perturbadoras, que podem levar a desenvolvimento maiores e maiores levantes na região. Não queremos nos precipitar, não correremos irrefletidamente para essas ações, para garantir ao criminoso regime saudita a oportunidade de recuar, de pôr fim a essa agressão injustificável. 

Mas se a agressão continuar, nesse caso digo agora a todas as regiões do Iêmen e a todos os movimentos: temos o dever de nos encaminhar para essas grandes decisões estratégicas, sejam quais forem os desenvolvimentos que se devem prever. 

Afinal, sem isso, o que podemos esperar? Da ONU? Vemos claramente a situação da ONU, é patética, deplorável. Deveríamos contar com posição sensível da 'comunidade internacional'? É boa hora para a 'comunidade internacional' comprovar seu bom-senso! 

A 'comunidade internacional' que intervenha, que falem à Arábia Saudita, que os EUA digam alguma coisa à Arábia Saudita, preposta dos norte-americanos, agente deles, embaixadora deles, seu agente agressor cego – que os aconselhem, que lhes digam que basta, que chega! Que se empenhem para pôr fim à obstinação da Arábia Saudita, que suspendam o apoio, a cobertura que dão à Arábia Saudita, que parem de ajudar a Arábia Saudita. 

Seja como for, nosso povo saudita não receberá sobre os ombros o peso da responsabilidade por todos os eventos que podem advir, gerados por essa agressão monstruosa, criminosa. Nosso povo iemenita não aceitará reclamações, não aceitará recriminações, porque os iemenitas são oprimidos e estão sendo massacrados.  O que mais podemos fazer? Essa agressão violentíssima foi cometida contra nosso povo, não fomos nós, iemenitas, quem decidimos atacar o regime saudita nem promover operações de guerra de agressão contra os sauditas, nunca fizemos coisa alguma contra o regime saudita. 

Quem iniciou esse ataque foi o regime saudita, escondido sob a bandeira dos EUA e com Israel a protegê-lo, quem organizou e iniciou o ataque, lançado sem qualquer justificativa. Por isso é e sempre será dos sauditas a responsabilidade moral, humana, histórica etc., por tudo que advenha dessa agressão, todas suas consequências e todos seus resultados.

Hoje, essa luta é inevitável para nosso povo iemenita. Esperamos 40 dias antes de iniciar operações de retaliação contra nossos agressores. 

Que outro país suportaria 40 dias de agressão, sem revidar? Assim se provaram, a todos os países da região e do mundo, as mentiras e falsidades das alegações fraudadas que o regime saudita disseminou. Disseram que nosso povo seria ameaça a toda a região, quando a real ameaça a todos nós de toda a região, são eles, os sauditas. Nosso povo iemenita nunca agrediu país algum: somos povo civilizado, de bons modos, povo de princípios e valores. Quanto ao regime saudita, eles nos agrediram. São o agressor. 

E só depois de 40 dias o povo do Iêmen afinal começou a revidar, e o nível das respostas começou a subir e nos organizamos melhor, dando ainda uma chance ao criminoso regime saudita para reavaliar a situação, recobrar-se. Infelizmente, até agora, não se viu sinal algum de qualquer reavaliação: a agressão continua, com monstruosidade ainda maior, crimes mais absolutamente atrozes. Assim sendo, sem sinal de qualquer melhoria no horizonte, e com o povo do Iêmen convencendo-se de que esse ataque não parará, ficamos sem alternativa, que não sejam ações drásticas. 

Cada casa, cada força nesse país deve assumir e apoiar essas escolhas que nos estão sendo impostas, em todos os níveis, porque são as escolhas necessárias. Por que esperar mais? Esperar que ocupem o território? Se o regime saudita não tem humanidade, nem honra, nem moral, nem valores... Não têm neles qualquer qualidade humana. São monstros em todo o sentido da palavra. Quem está cometendo esses crimes? Quem ataca mercados cheios de pessoas, por todo o país, em todas as províncias, aqui, lá, no norte, no sul? Por esses crimes, revelam a própria monstruosidade: não são humanos, não respeitam sequer os valores que todos os homens respeitam entre eles, até na guerra. Não são feitos da mesma matéria que nós. 

Para eles, quem tenha dinheiro faz o que bem entenda, sem limites, e espalham seu dinheiro de bolso em bolso, um pouco para o Conselho de Direitos Humanos, outro pouco para a ONU, esse pouco para tal país, aquele pouco para o outro país... e os crimes deles serão encobertos e legitimados e tudo bem, não haverá problemas.

Essa é a razão pela qual me dirijo primeiro ao nosso povo iemenita, sobre essa importante questão.

E digo-lhes aqui que, se a agressão continua e não tem fim, se essa agressão cruel e criminosa se perpetua, nesse caso temos de nos mobilizar em todos os níveis – em termos de comunicação pública, politicamente, culturalmente, militarmente e na área da segurança – para avançarmos, tomar todas essas grandes medidas estratégicas que temos de tomar, e sejam quais forem as consequências. 

Temos de sempre lembrar que o confronto foi inevitável desde o primeiro dia da agressão que foi imposta ao povo do Iêmen. Foi aquela agressão que tornou a guerra inevitável. O Iêmen não é povo agressor. Nunca fomos. Nunca seremos. Mas fomos atacados. 

O modo sensível de enfrentar a violência que se empenha contra nós é tentar melhorar nossos pontos fortes e todo o país tem de pensar sobre isso e trabalhar nisso. Dado que o confronto é inevitável, e foram eles, não nós, quem disparou a agressão e insiste em manter a agressão, nesse caso a resposta adequada é fazer todo o possível para reforçar nossas potencialidades para reagir contra essa agressão, nos empenhar inteiramente para conseguir, todas as nossas forças , do ponto de vista moral e do ponto de vista de atos e pronunciamentos. É o que conta. É a atitude certa a tomar. 

Tenho o máximo respeito e a maior consideração pelo comportamento de todos os iemenitas. Quando falo da capacidade para resistir, da paciência e da força do povo, todo o povo, todas as pessoas, e sua grande e heroica paciência, é porque temos de extrair vantagens dessa nossa capacidade, de nossa paciência, de nossa força, de nossa moralidade impecável, dessa determinação em perseverar. Temos de dar bom uso a tudo isso, usar essas capacidades para nos ajudar a avançar para novas importantes posições estratégicas, para nos garantir alto peso na equação, e tudo isso tem de refletir-se concretamente em nossas posições. 

Ainda que, de fato, nossa paciência, nossa capacidade para resistir e suportar, nossa determinação para perseverar, tenham alcançado alto grau, grau excepcional, magnífico, incomparável, incompreensível, ainda assim elas têm de se traduzir mais completamente em campo. Todos os iemenitas devem abrir mão das sensitividades pequenas: não é hora para detalhadas considerações e raciocínios arrastados, porque tudo isso afeta nossa concreta capacidade de defesa e limita nossas ações responsáveis e efetivas.

Primeiro, temos de fazê-lo, porque essa é responsabilidade que cabe a todos, porque todos, nesse país, fomos agredidos. Agressão, agressão por força que vem de fora do país, é insulto e injúria feitas contra a dignidade e a honra de todos os iemenitas. Não é hora de ter qualquer consideração pelos mercenários e agentes que se venderam e venderam o próprio país, seu povo, a própria moralidade, a própria humanidade, por dinheiro. Todos os mercenários são isso, em todo o mundo. 

Se a própria Israel nos tivesse atacado diretamente, ela também estaria nessa mesma situação. Em todos os países em todo o mundo, há sempre homens de bem, nobres, dignos e livres, algum movimento popular de resistência, de força, heroísmo, de gente livre e independente; e sempre há também mercenários, colaboracionistas, escravos e oportunistas. 

Que o povo do Iêmen se organize numa frente contra essa agressão, sem admitir nenhuma humilhação, nenhuma colaboração com o inimigo, nenhuma traição como meio para conseguir dinheiro. São atitudes absolutamente inaceitáveis e intoleráveis. No plano doméstico, temos de ter voz forte e assumir posição forte.

Que ninguém se deixe dominar por sensibilidades secundárias. Que todos os esforços sejam dirigidos para essa escolha decisiva. 

Se o ataque não parar, não teremos escolha. Pela revolução popular, pelo caráter ativo e forte do nosso povo, estamos prontos a tomar essas decisões, pela graça de Deus e com Sua ajuda, e confiando em Deus. 

Mas temos de ter certeza de que essa é a escolha de todos, abordagem que todos abraçarão, rumo à qual todos andaremos, conscientes de nossa responsabilidade coletiva. 

Hoje, todos que assumam papel ativo na reação contra a agressão que sofremos, o fazem consciente da própria responsabilidade, porque não estarão lutando por mim, nem por qualquer componente particular. Essa luta é responsabilidade nacional de cada iemenita, de cada muçulmano, de cada homem capaz e livre. 

É uma responsabilidade religiosa para todos os homens de religião, responsabilidade nacional para todos que tenham o sentido do país, responsabilidade humana para todos em quem ainda sobreviva uma gota de humanidade. Ninguém pode relutar, fazer ouvidos surdos ao chamamento da responsabilidade nessas condições, com tudo que o agressor lança contra nós, a menos que seja alguém em que já não resta nenhum sentimento de humanidade. 

Só uma cena dentre todas as cenas de crime e matança já basta para fazer vibrar em cada homem os seus sentimentos de humanidade, despertar nele a ira e o senso de responsabilidade dentro da quadra em que viva, ante o que estiver acontecendo. Por isso temos todos de trabalhar para pôr fim a esse assalto. 

Se a agressão não tiver fim, se os responsáveis pelo regime saudita não recuperarem a razão e não forem convencidos a andar na direção de pôr fim ao assalto contra o Iêmen, nesse caso todos os nossos esforços terão de aplicar-se naquelas grandes decisões estratégicas, e teremos de estar prontos, determinados, ativos e efetivos para a guerra, em todos os níveis.

Para concluir, reafirmamos alguns pontos do que dissemos:

Primeiro, destacamos a posição de princípios, humanitária, moral e religiosa do povo iemenita quanto à causa da Palestina, os locais sagrados, a terra palestina e o povo palestino. E essa posição de princípio não poderá de modo algum ser questionada, faça o que fizer o regime saudita. Pode fazer o que bem entenda para servir aos interesses de Israel, não faz diferença. Pode dizer que nossa posição é alinhamento ou submissão ao Irã, ou o que queira dizer, não nos importam nenhum dos rótulos que os sauditas inventem, as acusações que inventem, a campanha de propaganda midiática que façam, nada disso nos afeta.

O que nos importa é que nós mesmos tomemos posição livre e responsável, nosso desígnio e nosso despertar, do qual estamos bem conscientes. Nós, os iemenitas estamos bem conscientes da plena medida e do pleno escopo do que dizemos, do que fazemos, do que pensamos e dos compromissos que assumimos.

Segundo, convoco todas as classes e elites para que se preparem para tomar grandes e graves decisões estratégicas, para o caso de o ataque não ser suspenso e prosseguir essa barbárie e esses crimes horríveis.

Terceiro, convoco todas as forças desse país para agir e preencher o vácuo governamental, sem esperar que algo nos chegue de fora; é possível e realizável e é nossa responsabilidade – e também, simultaneamente, é urgente necessidade – servir ao povo do Iêmen. E a coesão de nosso povo, apesar do perigoso vácuo no governo é excepcional. 

Assim também considerando o front interno, convoco todo nosso povo a manter-se vigilante quando a situação de segurança. Porque há ação concertada do regime saudita com Daech/ISIS e Al-Qaeda, para agredir o povo do Iêmen, e essa ação concertada foi claramente revelada. 

Já se sabe que não há diferença entre o regime saudita e Daech/ISIS, senão das capacidades. Só mudam as respectivas capacidades. Todos eles são igualmente takfiris, bárbaros e criminosos. Basta observar como os aviões abriram caminho para os carros bombas até as cidades, especialmente em Sanaa, quando bombardeavam postos de segurança, ao mesmo tempo em que os carros aproximavam-se para que entrassem nas cidades. Basta ver o que fizeram no dia dos ataques em Sanaa: para eles foi um grande dia; alguns jornais deles até falaram em "um dia histórico". É sinal claro de que todos constituem frente única e está operando para objetivo único.

Israel tem agentes: um deles é o regime saudita; o outro, os grupos takfiris.

Nossa responsabilidade é confiar em Deus, pôr Nele nossa esperança e confiar Nele, e aspirar a que se cumpra agora Sua promessa de vitória. Temos de tem clara consciência de nossa responsabilidade e do que temos o dever de fazer, e cuidar para não falhar nos nossos deveres.

Nesse abençoado mês do Ramadan, rogamos a Deus Todo Poderoso que garanta a vitória ao povo do Iêmen, que tenha piedade com nossos mártires e cure e os feridos, que traga alívio aos nossos irmãos palestinos, aos nossos irmãos de luta da Resistência Islâmica e da Resistência Libanesa, contra o inimigo Israel. E que nos conduza no rumo que Ele aprova, que nos conte entre os libertos pelo Seu fogo, porque Ele é quem ouve nossa invocação e nosso clamor.

Que a paz de Deus esteja com vocês, a Graça e as Bênçãos de Deus. ******

* Vídeo original (árabe): https://www.youtube.com/watch?v=omcSVBVNgI4
Transcrição http://alhakk.net/2012-04-22-16-29-54/2012-03-18-18-58-05/9818-2015-07-10-20-07-09.html
Trad. ár.-fr., Sayed Hasan, http://sayed7asan.blogspot.fr/2015/07/abd-al-malik-al-houthi-la-barbarie.html
Trad. fr.-ing., Jenny Bright, http://sayed7asan.blogspot.fr/2015/08/abd-al-malik-al-houthi-saudi-barbarism.html

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