quinta-feira, 30 de junho de 2016

Brexit e a implosão da União Européia

27.06.2016, Samir Amin (texto enviado pelo autor, por e-mail)

Soberania nacional: para quê?

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

"Nessas circunstâncias é preciso afirmar a soberania nacional, para permitir os avanços fatalmente desiguais entre um e outro país, mas sempre em conflito contra a lógica do ordoliberalismo.
O projeto nacional soberano popular, social e democrático proposto neste artigo é concebido sempre com isso em mente. O conceito de soberania que opera aqui nada tem a ver com a soberania burguesa-capitalista; ele difere da soberania burguesa-capitalista e, nesse sentido, deve ser definido como soberania popular."



A defesa da soberania nacional crítica leva a mal-entendidos graves, se a retiramos do conteúdo social de classe da estratégia na qual se inscreve. O bloco social dirigente nas sociedades capitalistas sempre concebe a soberania como um instrumento necessário para promover seus próprios interesses, que se baseiam ao mesmo tempo na exploração capitalista do trabalho e na consolidação das suas posições internacionais. 

Hoje, no sistema neoliberal globalizado (que prefiro chamar de ordoliberal, tomando emprestado a Bruno Ogent esse excelente termo) dominado por monopólios financeirizados da tríade imperialista (EUA, Europa, Japão), as potências políticas responsáveis pela gestão do sistema para benefício exclusivo dos monopólios em questão concebem a soberania nacional como o instrumento que lhes permite melhorar suas posições "competitivas" no sistema global.

quarta-feira, 29 de junho de 2016

Elites? Vocês estão demitidas!

28/6/2016, Dmitry Orlov, Club Orlov

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

 "Expressão quase perfeita do fascismo são os recentes acordos de 'parcerias' comerciais trans-Atlântico e trans-Pacífico que o governo Obama negociou em segredo e os quais hoje, para grande alívio de todos, parecem ter morrido afogados. (...)
Mas muito mais importante que essas superficialidades financeiras, o que está realmente acontecendo é que a luta de classes voltou – voltou p'rá quebrar tudo –, até aqui só na Grã-Bretanha com o referendo pró-Brexit, mas com todo o jeito de se alastrar."


 Dado o que acontece nesse momento na União Europeia (UE) redux, é difícil não escrever um pouco sobre aquilo. De minha parte, nem resistirei à tentação. Bolsas despencam; bancos, à beira da bancarrota; o ouro, nas alturas e aqueles sujeitos na City de Londres e em Wall Street correm à caça do próprio rabo, com a cabeça em fogo. Mas muito mais importante que essas superficialidades financeiras, o que está realmente acontecendo é que a luta de classes voltou – voltou p'rá quebrar tudo –, até aqui só na Grã-Bretanha com o referendo pró-Brexit, mas com todo o jeito de se alastrar.

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Brexit: tendências perturbadoras para Israel

25/6/2016, Jonathan CookMondoweiss 


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Saberes correntes dizem, depois de anunciado o resultado do referendum na Grã-Bretanha na 6a-feira, que a diferença pequena a favor de o país deixar a União Europeia – dito Brexit– é prova de que parte da Europa estaria re-afundando no nacionalismo e no isolacionismo. São saberes errados ou, no mínimo, muito simplistas.

O resultado, que surpreendeu muitos observadores, atesta a natureza profundamente viciosa da campanha que precedeu o referendum. Isso, por sua vez, refletiu uma falha chave da política moderna, não só na Grã-Bretanha, mas em quase todo o mundo desenvolvido: a reemergência de uma classe política absolutamente opaca, sem transparência, da qual não se exige que preste contas de coisa alguma, a ninguém.

O traço mais claro da campanha foi a ausência de campo de batalha ideológica identificável. Não se discutiram visões de mundo em confronto, valores ou sequer argumentos de qualquer tipo. O que se viu foi um concurso para ver quem metia mais medo no adversário, mais efetivamente.

domingo, 26 de junho de 2016

Um passo real a favor da paz e da democracia: Por que os britânicos disseram não à Europa

24.06.2016, John Pilger, Counterpunch


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


O voto da maioria dos britânicos a favor de seu país deixar a União Europeia foi ato de democracia crua e bruta. Milhões de pessoas comuns recusaram-se a ser assediadas, intimidadas e descartadas com desprezo não disfarçado, pelos seus eleitos, pressupostos os melhores, pelos grandes partidos, por 'líderes empresariais', pela oligarquia da banqueiragem e pela mídia-empresa.

Foi, em grande medida, um voto dos desmoralizados e mortos de medo, das vítimas da arrogância descarada dos que fizeram apologia do "Fica", agentes do desmembramento de uma vida civil socialmente justa na Grã-Bretanha.


Último bastião das reformas históricas de 1945, o Serviço Nacional de Saúde foi subvertido pelos privateiros apoiadores dos Tories e dos Trabalhistas, em luta para sobreviverem.


O primeiro aviso veio quando George Osborne, do Tesouro da Grã-Bretanha, encarnação simultânea do ancient regime britânico e da máfia da banqueiragem europeia, ameaçou cortar £30 bilhões dos serviços públicos, se a população votasse 'errado'. Foi chantagem em escala chocante.

Think-tank-elândia dos EUA sonham com colapso e agressão russa, apesar dos fatos, por Pepe Escobar

18.06.2016, Pepe Escobar, SputnikNews


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Funciona feito relógio. Os preços do petróleo estão outra vez em alta, como essa coluna previu que estariam, no início do ano. E a crescente possibilidade de Brexit põe em roda vida os centros de decisão da União Europeia (UE).


Assim sendo, é hora de a Think-tank-elândia dos EUA – da qual faz parte Stratfor, da CIA – renovar a ofensiva de 'noticiário', misturando "análises" de um iminente colapso econômico da Rússia com conclamações a favor de mais pressão pela OTAN contra as fronteiras ocidentais russas.

Há fortes argumentos a favor da noção de que Moscou não precisa de montanhas de investimento ocidental; é possível criar crédito na Rússia. Sobretudo, no ocidente há pouco dinheiro para investimento produtivo; o que abunda é dinheiro ferozmente especulativo. É caso, sempre mais, de dinheiro e crédito tipo fiat – que Moscou não precisa ir até o ocidente, para encontrar.

25/6/2016, Relatório de Situação (SITREP) by Scott Humor

25.06.2016 - Scott Humor, Vineyard of the Saker


Semana excelente para a sociedade russa, com muitas vitórias gigantescas, algumas inesperadas.

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Na 4ª-feira, o presidente Putin assinou uma lei federal que proíbe o Banco Central da Rússia de alterar as taxas de seguros de veículos durante o primeiro ano depois de contratados os seguros, noticiou o portal oficial russo de informação sobre leis.


Mas a essência dessa notícia nada tem a ver com seguros. A notícia é que Vladimir Putin realmente ocupou o Banco Central da Rússia. É evento que merece reflexão mais detida.

Agora, afinal, é bom que todos entendam, em perfeita clareza, quem realmente controla o Banco Central da Rússia: o presidente da Rússia.

sábado, 25 de junho de 2016

Inevitável novo tratado Alemanha-Rússia de cooperação econômica

24.06.2016, John Helmer, Dances with Bears, Moscou


Alô-alô Rapallo (1920 e 1922)!

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Estão em andamento negociações secretas já há algum tempo entre altos funcionários alemães e russos – das quais a chanceler Angela Merkel foi excluída. Avisada pela secretária de Estado assistente Victoria Nuland, e também em recente comunicado cifrado do presidente Barack Obama (em final de mandato), de que ela trate de agir para salvar sua autoridade e fazer valer as sanções da União Europeia contra a Rússia, Merkel também recebeu um ultimato do próprio partido e do próprio gabinete. Teve a forma de uma página arrancada de uma antiga Bíblia Germânica, na qual foi pintado um grande ponto negro. Ou ela se retira secretamente do comando do governo, ou será obrigada a renunciar publicamente.

Para mais detalhes sobre o significado do Ponto Negro leia aqui [em port., encontra-se também "Marca Negra"; ing. The Black Spot (NTs)]. 

Por que o Reino Unido deu bye-bye à UE, por Pepe Escobar

24/6/2016, Pepe Escobar, SputnikNews


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Entreouvido na Vila Vudu:
Para entender a situação presente e imediatamente futura:

"O primeiro-ministro David Cameron, que liderou a campanha derrotada para convencer os votantes a permanecerem na UE, disse hoje publicamente que a saída não acontecerá imediatamente, e que pretende renunciar dentro de três meses e deixar para o sucessor a decisão de "disparar o artigo 50" do tratado que criou a UE, Tratado de Lisboa, e que determina que qualquer estado-membro tem dois anos, depois de declarado o desejo de desligar-se, para negociar os termos da saída" ("British Exit From EU Not Inevitable, Despite Referendum" [Saída dos britânicos da UE não é inevitável, apesar do plebiscito], Robert Mackey, The Intercept, 24/6/2016. Epígrafe aqui acrescentada pelos tradutores).




Então, o que começou como chantagem feita por David Cameron e válvula de escape para o descontentamento dos britânicos, a ser usado como alavanca para barganhar com Bruxelas e arrancar mais alguns poucos favores, entrou em metástase e se converteu em espantoso terremoto político que tem tudo a ver com a des-integração da União Europeia.

irrepreensivelmente medíocre Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, fazendo pose de "historiador", alertou que Brexit "pode ser o começo da destruição não só da União Europeia, mas da civilização política ocidental na totalidade."

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Com o Brexit ainda quente, Vladimir Putin vai à China, por Pepe Escobar

24/6/2016, Pepe Escobar, RT

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Com o planeta ainda tentando digerir as implicações do Brexit, o real coração da ação do século 21 mais uma vez deriva para Pequim, aonde o presidente Vladimir Putin chegará no sábado, em visita ao presidente chinês Xi Jinping. 

Nos negócios, está incluída a assinatura do contrato de $6,2 bilhões para construir uma ferrovia para vagões de alta velocidade; aumentar a quota de trigo russo vendido à China – com a construção de um terminal para grãos Trans-Baikal; e medidas na direção de aprofundar a cooperação militar. Os dois países já estão cooperando num motor a ser instalado no novo avião russo-chinês de passageiros.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

Bilderberg do outro lado do espelho e o que se encontra por lá*, por Pepe Escobar

21/6/2016, Pepe Escobar - Strategic Culture Foundation


"Se era assim, podia ser; e se fosse assim, seria; mas como não é, não é. Isto é lógico."
(Tweedledee, Alice no Outro Lado do Espelho (...), Cap.4)**


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


E o encontro anual de Bilderberg veio e se foi placidamente por trás de grossas portas fechadas (e cercas) no Hotel Taschenbergpalais Kempinski em Dresden – convenientemente eclipsado pela história sombria do muçulmano nascido nos EUA e registrado no Partido Democrata, com emprego fixo na empresa de segurança global 4GS e sem ficha criminal, repentinamente travestido como suposto jihadista urbano inspirado no Daech e alucinado atirador contra alvos LGBT.

Alguns dos Masters of the Universe de sempre – mais principalmente seus escribas selecionados – lá estavam em Bilderberg num alegremix de Goldman Sachs-encontra-Google. Podem divertir-se o quanto queiram traçando as possíveis conexões entre os participantes oficiais, todos eles nababescamente recebidos pela organizadora Airbus.

Testemunha coparticipante conta como o embaixador dos EUA instigou a "revolução" na Síria

20.06.2016, Moon of Alabama

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



S. Rifai, também conhecido como @THE_47th, é um "ativista" sírio, de Homs. Esteve envolvido desde o início de 2011, quando o embaixador dos EUA Robert Ford (@fordrs58) fomentou a "revolução" na Síria. Desde aquela época, Rifai tuíta sobre a "revolução" e tem demonstrado vastos conhecimentos de 'insider'. No tuíto acima traduzido (imagem), S. Rifai corrige o registro da propaganda norte-americana.

terça-feira, 21 de junho de 2016

Estratégia dos EUA para a Rússia - É guerra, mas sem declarar guerra

19/6/2016, John Helmer, Dance with Bears

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Entre 9 e 12 de agosto de 1941, em respectivos navios de guerra, o presidente dos EUA Franklin Roosevelt (balão ao centro da imagem, à esquerda) e o primeiro-ministro britânico Winston Churchill (idem, à direita) tomaram o rumo de uma baía no Canadá, para reunirem-se e discutir o que fazer dos adversários daquele momento, Alemanha e Japão. Roosevelt sussurrou (Churchill depois noticiou que ele dissera em voz alta): "Vou fazer guerra, mas sem declarar guerra." 

Até 21 de fevereiro de 2014, ouviam-se bem os sussurros do presidente Barack Obama (à direita). O presidente Vladimir Putin (à esquerda) não acreditou no que ouviu. Agora, há guerra armada dos EUA contra a Rússia nos fronts da Ucrânia e da Síria-Turquia; troca de sinais armados no Mar Negro e no Mar Báltico; e guerra total em todos os fronts contra o capital russo. Dos EUA, nenhuma declaração; e a Rússia não tem via para retroceder.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Prof. Moniz Bandeira: "EUA querem bases em Uchuaia e na Tríplice Fronteira"

20.06.2016, Prof. Luiz Moniz Bandeira, entrevista a Martín Granovsky Pagina12, Buenos Aires

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


O pesquisador brasileiro disse a Pagina12 que, pelas informações que tem, as bases ou quase bases (centros de apoio à movimentação dos militares) estão sendo negociadas entre Washington e o governo de Mauricio Macri. O professor Moniz Bandeira explicou como e por que os EUA encorajaram o golpe contra Dilma Rousseff.





Pagina12: Há padrão comum que aproxime a política implantada por Macri e o golpe no Brasil?

Prof. Luiz Moniz Bandeira (Moniz Bandeira): Há. Há muito tempo os EUA procuram forçar uma mudança de regime na Argentina e no Brasil, dois países que, em 2005, impediram que se constituísse a ALCA, Área de Livre Comércio das Américas. Primeiro, os EUA tentaram mudar o regime mediante eleições. Conseguiram, na Argentina com a vitória de Mauricio Macri. Mas no Brasil, não. Dilma Rousseff derrotou, embora pequena diferença de votos, o candidato neoliberal Aécio Neves. Mas a crise econômica, a recessão agravada pelos erros políticos da presidenta Dilma Rousseff, a queda de popularidade, acusações de corrupção na Petrobrás, etc., todos esses fatores, dentre outros, criaram o clima para que a oposição conseguisse fazer avançar o processo de impeachment, que ainda terá de ser confirmado pelo Senado. 

China trabalha para reduzir a própria vulnerabilidade estratégica, por Pepe Escobar

17.06.2016, Pepe Escobar, RT


EUA (claro) são contra...


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



No momento, as linhas marítimas de comunicação da China são vulneráveis em pontos críticos que a Marinha dos EUA controla. Daí os esforços "agressivos" dos chineses para obter recursos mais perto de casa, no Mar do Sul da China. 

Não passa um dia sem algum tipo de tumulto no Mar do Sul da China. Para encurtar a história: o que se disputa ali não é qualquer tipo de porta de saída.

O drama sem fim naquele caso, como me disseram diplomatas da Associação de Nações do Sudeste Asiático [ing. Association of Southeast Asian NationsASEAN), só tem a ver com "protocolos para gestão da escalada" [ing. "escalation-management protocols"]. Tradução: como impedir ação unilateral não prevista que possa ser interpretada como belicosa.

Síria-2016: Rússia ataca de surpresa e detona a tática protelatória de Kerry

18/6/2016, Moon of Alabama

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Os EUA não querem pôr fim à guerra contra a Síria nem querem resolver as diferenças à mesa de negociações. Querem 100% de suas demandas atendidas, a dissolução do governo e do estado sírio e a instalação, na Síria, de um governo fantoche movido pelos EUA.

Depois que o cessar-fogo na Síria entrou em vigência, no final de Fevereiro, Obamaquebrou a promessa que fizera de separar da al-Qaeda os "rebeldes moderados" apoiados pelos EUA. Em abril, rebeldes apoiados pelos EUA, os grupos Ahrar al Sham e al-Qaeda, próximos dos Talibã, uniram-se para atacar o governo sírio no sul de Aleppo. Os grupos controlados pelos EUA romperam o cessar-fogo.

Duas resoluções da ONU determinam que a al-Qaeda na Síria seja combatida em todas as frentes e em todos os casos. Mas os EUA já duas vezes pediram à Rússia que não bombardeasse a al-Qaeda. Os EUA insistem que não estariam conseguindo separar da al-Qaeda os seus 'próprios' 'moderados; e que a al-Qaeda não pode ser atacada, porque seriam atingidos também os amigos "moderados" dos EUA.

O ministro Lavrov das Relações Exteriores da Rússia já falou várias vezes com Kerry sobre esse assunto. Mas a única resposta que lhe dão são mais pedidos para manter suspensos os bombardeiros. Enquanto isso, al-Qaeda e os tais "moderados" só fazem quebrar o acordo de cessar-fogo e atacar as forças do governo sírio.

Presidente Putin sobre as sanções: "Russos não guardamos rancor"

18/6/2016, RT Pres. Vladimir Putin ao Fórum Econômico Internacional de S. Petersburgo


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Definitivamente não foi uma 6ª-feira comum para o presidente Putin, que falou durante horas no Fórum Econômico Internacional de S. Petersburgo [ing. St. Petersburg International Economic Forum, SPIEF] sobre os temas mais candentes da agenda global, inclusive as relações da Rússia com a União Europeia e Washington. 

E-mails vazados: Apoiadores de Sanders estão vingados

17/6/2016, Tyler Durden (de Claire Bernish via TheAntiMedia.org)

Provas de que o Comitê Nacional dos Democratas (CND) serviu-se de veículos da mídia-empresa comercial para propagandear a eleição de Hillary

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Os apoiadores de Bernie Sanders e veículos independentes cansaram-se de denunciar o quanto a mídia comercial norte-americana vivia a insistir na conversa mais fátua e tola, sempre para promover a candidatura de Hillary Clinton. 


Hoje as coisas mudaram, porque agora há provas sólidas — e-mails vazados mostram que, sim, o CND operou em colusão com jornalistas e veículos da mídia-empresa dominante, para fazer propaganda pesada a favor de Clinton.

domingo, 19 de junho de 2016

Juros negativos, rendimentos despencados e um 'remédio' para a economia

17/6/2015, Mike Whitney, Counterpunch


"O que falta são déficits maiores, mais estímulo fiscal e mais gasto do governo. Essa é a chave. (...)
A oportunidade de tomar empréstimos assim tão baratos (provavelmente) não durará para sempre, e países que aumentem os déficits terão (provavelmente) de reverter a rota, mas enquanto durar, todos poderão viver vida muito melhor, em vez dessa 'austeridade' sem sentido algum."

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Na 3ª-feira, o título de dez anos da Alemanha deslizou para o bizarro mundo dos juros negativos, em que os emprestadores de fato pagam aos governos para que tomem emprestado o dinheiro deles. À parte a evidência de que viram o capitalismo de cabeça para baixo, juros negativos ilustram o pensamento turvo de banqueiros dos bancos centrais, que continuam a acreditar que poderiam estimular o crescimento reduzindo o custo do dinheiro. Lamentavelmente, a realidade aponta na direção contrária. No momento, há mais de $10 trilhões de dívida soberana com juros negativos, mas... nem sinal de expansão do crédito em lugar nenhum. Assim também, o PIB global já mal rasteja, indicando que juros negativos tampouco estão tendo qualquer impacto significativo sobre o crescimento. Assim sendo, se juros negativos são realmente tão fantásticos como parecem crer os banqueiros centrais, a coisa absolutamente não aparece nos números. Eis como oWall Street Journal resumiu tudo isso:

sexta-feira, 17 de junho de 2016

Diplomatas mortos vivos

Por que 51 funcionários do Dep. de Estado 'discordam' de Obama e 'exigem' que EUA bombardeiem a Síria?! 

17.06.2016, Vijay Prashad, AlterNet

Um telegrama interno, perturbador, assinado por uma leva de diplomatas norte-americanos culpa Obama por não ter bombardeado a Síria há mais tempo e 'exige' bombardeio imediato.


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Um telegrama interno, perturbador, assinado por uma leva de diplomatas norte-americanos culpa Obama por não ter bombardeado a Síria há mais tempo e 'exige' bombardeio imediato.

Há cerca de meio milhão de mortos na Síria, com o país afundando cada dia mais no inferno. Dados sobre o sofrimento dos sírios são apavorantes, mas o mais apavorante é que desde o início da guerra dos terroristas contra os sírios a expectativa de vida no país caiu mais de 15 anos. De um lado, o ISIS controla territórios; de outro, o governo do presidente Assad luta contra rebeldes, que vão de pequenas células de socialistas a vastas legiões de extremistas apoiados pela Al-Qaeda. Nenhuma saída parece fácil. Ninguém confia em ninguém. O processo de paz é frágil. A brutalidade reina.

Hitler foi financiado pelos Bancos Centrais dos EUA (Federal Reserve) e da Inglaterra (Bank of England)

14.05.2016 - Traduzido do russo por Ollie Richardson para Fort Russ

ru-polit.livejournal (originalmente de 2009)


Traduzido por Tanya & Eugene





Há mais de 70 anos atrás começava o maior massacre da história

A recente resolução da Assembleia Parlamentar da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) equaliza plenamente os papéis da União Soviética e da Alemanha nazista para a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Só que a tal resolução, na verdade, foi criada (pura e pragmaticamente) apenas para extorquir dinheiro da Rússia no interesse de algumas das economias falidas, demonizar a Rússia como o estado sucessor da URSS, e preparar o terreno legal para a perda do seu direito de se contrapor à revisão dos resultados da Segunda Guerra.

Mas, para se abordar o problema da responsabilidade pela guerra, primeiro é preciso responder à pergunta fundamental: quem ajudou os nazistas a chegarem ao poder? Quem os enviou em seu caminho para a catástrofe mundial? Toda a história do período pré-guerra da Alemanha mostra que a disposição das políticas "necessárias" foi conduzida pela turbulência financeira em que, por sinal, todo o mundo estava mergulhado.

As principais estruturas que definiram a estratégia de desenvolvimento do Ocidente no pós-1ª Guerra Mundial foram as instituições financeiras centrais da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos – o Banco da Inglaterra e o Banco Central dos EUA (inglês: Federal Reserve System) – e as organizações financeiras e industriais associadas estabeleceram um alvo para obter controle absoluto sobre o sistema financeiro da Alemanha e, assim, dirigir os processos políticos na Europa Central. Para implantação desta estratégia, é possível delimitar as seguintes fases:

Tropas britânicas entram na Síria e na Líbia para garantir que a guerra sobreviva ao Daech

15/6/2016, Dan Glazebrook, RT


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Ao longo das últimas três semanas, soube-se que forças especiais da Grã-Bretanha estão engajadas atualmente em combate direto na Líbia e na Síria. Ostensivamente, lá estariam para combater contra o Daech [também chamado "Estado Islâmico", ISIS, ISIL]. Na verdade, o objetivo da 'ação' é impedir que os exércitos sírio e líbio derrotem, eles mesmos, os terroristas do Daech. 

Bernie Sanders continuará lutando e não desistirá "nem hoje, nem amanhã, nem dia seguinte"

14/6/2016, Tyler DurdenZeroHedge


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Hillary Clinton pode estar à frente de Bernie Sanders na batalha das primárias, mas o socialista de Vermont recusa-se a aceitar a realidade. Segundo Bloomberg, Bernie não tem planos de aceitar a derrota na corrida pela indicação dos Democratas contra Hillary Clinton nem depois de as primárias estarem concluídas, e não se entregará à pressão de outros senadores nem de autoridades de seu partido. 

O valoroso Bernie decidiu que nas seis semanas que faltam até a convenção Democrata, ele "continuará a promover os itens centrais de sua plataforma: forçar o big money a obedecer à política, reduzir a desigualdade de renda e subir impostos, até fazer do atendimento público à saúde um direito universal nos EUA."

É uma grande, bela mensagem. Infelizmente, nada que traga qualquer benefício pessoal ao candidato.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Brexit – O fim do universo

16/6/2016, Mathew D. Rose, Berlim (in Naked Capitalism)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Outro dia, assisti estarrecido a uma entrevista na emissora de rádio estatal alemã. Foi na Deutschlandfunk, especializada em noticiário e temas correntes, e considerada por muitos a emissora de rádio mais séria e objetiva de toda a Alemanha.

Neste caso, o moderador entrevistava o Deputado do Parlamento Europeu Sven Giegold, dos Verdes, sobre o próximo referendum, também chamado Brexit, na Grã-Bretanha, sobre o país deixar a União Europeia. Giegold é inteligente, de fato um dos raros talentos ativos em Bruxelas. Uma das primeiras questões do moderador foi se não seria melhor se o ministro das Finanças da Alemanha Wolfgang Schäuble, o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu fossem à Grã-Bretanha para defender o lado do "Fica" [ing. Remain] na União Europeia, com vistas ao próximo referendum.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Ultimatum da Reunião da OTAN em Varsóvia, à Rússia

14/6/2016, Scott Humor, The Vineyard of the Saker


À espera de Yalta-2 (Parte 2)


Ver também


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


"Que ninguém se engane: são eles, esses grupos de falsos artistas, ladrões, mentirosos, sádicos profissionais, quem hoje está enfrentando "crise sem precedentes". Eles, eles! Não nós, pessoas comuns, trabalhando para viver em todo o mundo. Eles enfrentam ameaça sem precedentes. Eles lucram com as guerras, nós morremos nas guerras. Eles tornaram-se escandalosamente ricos. Nós somos castigados pelo ARROCHO. Eles declaram-se juízes da humanidade, e nós somos vítimas dos crimes deles. Quando falam, falam só por eles, nunca por nós."



EUA só fracassam (em tudo) 

Às vezes, as crianças são brutalmente sinceras. Um menino pergunta à mãe: "Mamãe, você já viu o meu pai nu?" E ela: "O quê? Como?" E o menino: "Corra aqui! Papai está no chuveiro! Venha ver que coisa horrível!" 

Recentemente alguém escreveu que os norte-americanos agem como crianças. Se algum dia foi verdade, é hoje, com um punhado de indivíduos que governam aquele país e tentam, para dizer o mínimo, praticar ato violento, não consensual, contra o resto da humanidade.

Considere-se por exemplo o secretário de Defesa Ash Carter. Lembro-me de ter cruzado com Mr. Carter uma vez, num evento de levantamento de fundos. Naquele momento, era subsecretário, encarregado da compra de bens e serviços para os militares dos EUA [ing.military procurement]. Em outras palavras, era a figura mais importante do mundo para milhares de empresas norte-americanas, pequenas e grandes, para as quais os contratos da Defesa eram a única fonte de dinheiro e existência. Um velho amigo meu, fornecedor da Defesa durante toda a vida, apontou Carter, numa roda de governadores e juízes e disse: "Pode esquecer os políticos. Aquele é o homem mais importante do mundo, para um sujeito como eu." Fiquei impressionadíssimo. Mal sabia eu que talvez estivéssemos olhando para o homem que, poucos anos adiante, talvez venha a ser o último ministro militar dos EUA.

segunda-feira, 13 de junho de 2016

EUA: por que as elites odeiam Trump

Batalhas em torno da candidatura de Trump revelam as tensões que subjazem ao projeto capitalista global comandado pelos EUA


05.06.2016 -  Nicole M. Aschoff, Jacobin Magazine


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Cruz e Kasich estão fora. O Donald está dentro. Nem a brigada do #TrumpNunca; nem a estratégia de dividir para governar do Partido Republicano, dividido logo ele mesmo, para começar; nem os aparentemente infindáveis tropeções retóricos do próprio Trump, nada disso conseguiu deter o homem.

Até aqui, só as repetidas e sempre calmíssimas 'avaliações' dos 'especialistas', de que Trump não vencerá em novembro, parecem ainda impedir que o mundo venha abaixo.