Soberania nacional: para quê?
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
"Nessas circunstâncias é preciso afirmar a soberania nacional, para permitir os avanços fatalmente desiguais entre um e outro país, mas sempre em conflito contra a lógica do ordoliberalismo.
O projeto nacional soberano popular, social e democrático proposto neste artigo é concebido sempre com isso em mente. O conceito de soberania que opera aqui nada tem a ver com a soberania burguesa-capitalista; ele difere da soberania burguesa-capitalista e, nesse sentido, deve ser definido como soberania popular."
A defesa da soberania nacional crítica leva a mal-entendidos graves, se a retiramos do conteúdo social de classe da estratégia na qual se inscreve. O bloco social dirigente nas sociedades capitalistas sempre concebe a soberania como um instrumento necessário para promover seus próprios interesses, que se baseiam ao mesmo tempo na exploração capitalista do trabalho e na consolidação das suas posições internacionais.
Hoje, no sistema neoliberal globalizado (que prefiro chamar de ordoliberal, tomando emprestado a Bruno Ogent esse excelente termo) dominado por monopólios financeirizados da tríade imperialista (EUA, Europa, Japão), as potências políticas responsáveis pela gestão do sistema para benefício exclusivo dos monopólios em questão concebem a soberania nacional como o instrumento que lhes permite melhorar suas posições "competitivas" no sistema global.