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quarta-feira, 13 de março de 2019

Marco Polo a caminho da China – outra vez, por Pepe Escobar

9/3/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Todos os caminhos parecem levar a Roma. Itália manifesta o mais puro amor pela Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE). 


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O presidente Xi Jinping é esperado na Itália em visita oficial, dia 22 de março. Principal tema de discussão será a Nova Rota da Seda, ou a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE).

Um dia antes, em Bruxelas, a União Europeia deve debater uma estratégia comum relacionada aos investimentos chineses na Europa.

Parte substancial da União Europeia já está conectada de facto com a ICE. Incluem-se nisso Grécia, Portugal, 11 nações da União Europeia que constituem o Grupo 16+1, de China plus Europa Central e Oriental e, para todas as finalidades práticas, Itália.

Global Times: Se Europa continua a seguir as loucuras dos EUA, todos perdem

7/3/2019Global Times, Pequim

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Como se lê em matéria do Financial Times da 4ª-feira, a Itália está decidida a aprovar formalmente a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE) proposta pela China. Embora as notícias deem conta de que ainda está sendo negociado um acordo preliminar com a China, Washington não consegue conter-se e já se manifestou contra o acordo. Segundo o Financial Times, os EUA teriam 'alertado' que o projeto pode causar grave dano à imagem internacional da Itália. O jornal cita Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que teria dito que a ICE é "iniciativa made by China, para proveito da China."

Os EUA veem-se como irmão mais velho do Ocidente. Irritaram-se com o fato de a Itália, país há muito tempo aliado dos norte-americanos, movimentar-se para cooperar com país que os EUA têm intenção de conter. Mas a verdade é que a decisão da Itália afetará, sim, em alguma medida, a política dos EUA para a China: a Itália será o primeiro país do G7 a integrar-se à Iniciativa Cinturão e Estrada.

quarta-feira, 3 de outubro de 2018

UE afinal se levanta contra as sanções-‘bullying’ de EUA contra o Irã, por Pepe Escobar

30/9/2018, Pepe Escobar, Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Entreouvido na Vila Mandinga:

Mais uma notícia que demonstra, em poucos parágrafos, a importância dramática que tem hoje o Brasil, para os EUA – que naufragam feito Titanic em todo o mundo. Não há derrota maior para os EUA, que se verem descartados por União Europeia e Irã, depois de já terem perdido o Oriente Médio.

EUA praticamente já estão condenados a ter viver de Brasil, Argentina, Equador, México, Venezuela... [pano rápido]
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Bruxelas instituiu um ‘veículo para finalidades especiais’ para contornar o EUA-dólar, de modo que as transações financeiras com Teerã continuem.

A história talvez decida algum dia, que esse foi o fatídico momento geopolítico no qual a União Europeia (EU) obteve o mestrado em política exterior.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Eurozona não admite que vive Década Perdida – França não admite que arrocho prosseguirá em 2019

26/9/2018, Ramin Mazaheri,* para The Saker Blog,


Traduzimos a palavra “austerity” do original [lit. fr. austerité; port. austeridade], por “arrocho” – que disso se trata. “Austeridade” é traço louvável que define quem organize a vida do melhor modo possível, para CONSEGUIR PAGAR PELOS ITENS INDISPENSÁVEIS À PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA, DE SUA FAMÍLIA, SEUS PRÓXIMOS, DE SUA TRIBO, DE SEU PAÍS, com dignidade.

Austeridade NÃO É cortar gastos essenciais, sem os quais cidadãos e sociedade perdem condições de sobrevivência digna, para dar mais dinheiro aos bancos. 
Isso é “arrocho [NTs].
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“Aqueles aos quais a austeridade é facílima, o prazer é a mais difícil das tarefas”.
Carnet d'un biologiste, Jean Rostand**
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Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Seria de esperar que, se o arrocho na economia tivesse acabado, o evento fosse trombeteado a plenos pulmões, não?

Afinal de contas, durou tanto tempo, foi tão amplamente desprezado e odiado, é tão completo, total fracasso econômico, e foi fonte de tantos e tais protestos, prisões, bombas de gás lacrimogêneo pelas ruas, canhões de água, violência da Polícia e – sem dúvidas – mortes resultantes de mau atendimento médico em geral, suicídios motivados por dívidas impagáveis, etc. Não é situação exclusiva da França, 2ª maior economia e motor da Eurozona, que padeceu dois anos de catastrófica Grande Recessão e, depois, sete anos consecutivos de orçamentos arrochados nos planos ditos “de austeridade”.

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

De como Putin resolveu os problemas da Europa, ao passar, com La Merkel

20/8/2018, Rostislav Ishchenko, de Stalker Zone (trad. ru.-ing. Ollie Richardson e Angelina Siard, aqui retraduzida ao port.) em The Vineyard of the Saker

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Aleksandr Sergeyevich Pushkin não foi o primeiro poeta russo. Antes dele houve ZhukovskyDerzhavin e até Lomonosov. Belos, melodiosos versos foram compostos por muitos depois de Pushkin. Mesmo assim, ele é "nosso tudo". Sem ele, sem a linguagem de Pushkin, não só a poesia russa, mas a própria linguagem russa é incompleta...



Pushkin é preciso e extremamente lacônico. Sabe bem prender muitos significados em apenas umas poucas palavras. E não usa palavras desnecessárias. Vocês lembram: "Lá, ao passar, um príncipe captura um czar assustador". Um, só um, sintagma– "ao passar". Mas como estão completamente caracterizados gentes e processo! Ao resolver problemas mais importantes, muito depois, um dado príncipe captura ao seu tempo um czar (poderoso, forte, ameaçador) assustador (significa que o conquistou, o exército dele e seu estado).

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Do Mar Báltico ao Mar Negro, Rússia busca ganha-ganha, por Pepe Escobar

20/8/2018, Pepe Escobar, Asia Times

Vem aí reunião ampla de Alemanha, Rússia, França e Turquia. Praticamente, Eurovision expandido

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Quando o presidente Vladimir Putin, esfuziante depois de uma aparição de grande astro no casamento da primeira-ministra da Áustria Karin Kneissl, surgiu no Palácio Meseberg, do século 18, ao norte de Berlim, no sábado à noite, para uma conversa face a face com a chanceler alemã Angela Merkel, a surpresa foi geral: a reunião fora anunciada apenas uns poucos dias antes.

Conversaram durante três horas, com cardápio variado: acordo nuclear iraniano; o impasse sem fim na Ucrânia; o aspecto humanitário, na Síria; o gasoduto Ramo Norte 2.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

UE caiu na armadilha de Washington, para a guerra comercial anti-China, por F. William Engdahl

10/8/2018, F. William Engdahl, New Eastern Outlook, NEO


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Embora muitos na União Europeia (UE) tenham respirado aliviados ante o aparente sucesso das recentes conversações sobre tarifas comerciais entre Juncker, presidente da Comissão da UE, e o governo Trump, na realidade parece que Washington conseguiu arrastar ardilosamente a UE, especialmente a Alemanha, a fechar a porta contra qualquer possível colaboração com a China para o desenvolvimento comercial e econômico. Apesar de haver problemas com a política econômica da China, os recentes desenvolvimentos sugerem que se criou algum consenso na UE para dar as costas aos monumentais potenciais do espaço econômico eurasiano com centro na China, a favor de uma aliança com EUA e com o Japão – ambos países hostis ao desenvolvimento da China. É desdobramento que pode ferir gravemente o desenvolvimento da economia da UE.

segunda-feira, 18 de junho de 2018

The Saker: União Europeia pode ser parceira da Rússia?

15/6/2018, The Saker, Unz Reviewin The Vineyard of the Saker



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




A renomeação para os mesmos cargos (embora um pouco modificada) do "bloco econômico" do governo Medvedev gerou muitas explicações, umas melhores que outras. Hoje quero examinar uma hipótese específica que se pode resumir nos seguintes termos: Putin decidiu contra o expurgo de um "bloco econômico" (impopular) ativo dentro do governo russo, porque queria apresentar à União Europeia (UE) "caras conhecidas" e parceiros nos quais os políticos da UE pudessem confiar. Nesse momento, ante o comportamento insano de Trump, que acintosamente afasta praticamente todos os líderes europeus, é a hora perfeita para acrescentar um empurrão russo ao "tranco" dos EUA, e ajudar a trazer a UE para mais perto da Rússia. Ao renomear "liberais" russos (eufemismo para designar os russos aderidos a OMC-Banco Mundial-FMI e assemelhados), Putin dá à Rússia ares capazes de atrair, na medida do possível, a UE.

segunda-feira, 4 de junho de 2018

"Soberanos" frente a Bruxelas, não a Washington

29/5/2018, Manlio Dinucci, "Arte da guerra", de Il Manifesto, It., in Voltairenet


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Entreouvido na Vila Vudu:

Sinceridade? Bolsa de Valores, 'dólar', 'democracia', 'kurrupção & ética', 'eleições', o diz-que-judiciário-BR não têm importância alguma. Ninguém por aí está a serviço de algum 'mercado', de alguma 'justiça' ou de alguma 'democracia'. Toda a 'mídia', todos os bancos e seus chamados 'especialistas' em 'mercado, 'especialistas' em pesquisas eleitorais,
e 'especialistas' em 'judiciário' de modo geral estão trabalhando A FAVOR DE GUERRA QUE SALVE DA BANCARROTA OS EUA.
E isso, em todo o chamado 'mundo livre'.
Lula e Dirceu estão presos e Dilma foi derrubada por golpe de estado, POR ISSO. 
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Steve Bannon – ex-estrategista de Donald Trump, teórico do nacional-populismo – falou do entusiasmado apoio que dá à aliança [na Itália] Movimento 5 stelle [5 estrelas] para um "governo da mudança". Numa entrevista, (Sky TG24, 26 de maio) disse que "A questão fundamental na Itália em março foi a questão da soberania. O resultado das eleições mostrou que os italianos desejam retomar a própria soberania, o controle sobre o próprio país. Basta dessas regras que vêm de Bruxelas". Mas Bannon não disse "Basta dessas regras que vêm Washington".

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Por que a Europa teme as Novas Rotas da Seda, por Pepe Escobar

25/4/2018, Pepe Escobar, Asia Times



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Entreouvido na Vila Vudu:

Enquanto Temer, o Usurpador, destrói o Brasil e discursa a favor de "livre comércio" [só rindo!] com a direita chilena, a China constrói pontes, estradas, portos, estaleiros, conexões high-tec e –
como no verso do grande João Cabral de Melo Neto – "tece uma manhã".
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Começou como um escândalo de pequenas proporções – considerando-se o ciclo de noticiário pós-verdade, 24 horas, sete dias por semana. Dos 28 embaixadores de países da União Europeia em Pequim, 27 – única exceção foi a Hungria – assinaram um documento interno em que criticam as Novas Rotas da Seda como ameaça não transparente ao livre comércio, que supostamente favoreceriam conglomerados chineses e a concorrência não equânime.

O documento foi vazado primeiro para o respeitado jornal do empresariado alemão Handelsblatt. Diplomatas da União Europeia em Bruxelas confirmaram para Asia Times a existência do documento. Até que o Ministério de Relações Exteriores da China acalmou a turbulência, dizendo que Bruxelas já explicara tudo.

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Você não Enxerga a Guerra no Horizonte?, por Paul Craig Roberts



Traduzido por Ruben Bauer Naveira


De acordo com o noticiário na imprensa britânica, o presidente da Rússia Vladimir Putin instruiu as indústrias da Rússia a se aprontarem de modo a estar aptas a fazer uma rápida transição para a produção de guerra. 
Obviamente, o governo russo não faria tal anúncio a menos que estivesse convencido que o prognóstico de guerra contra o Ocidente fosse real. Já faz algum tempo eu venho enfatizando em meus artigos que a consequência de anos a fio de ações hostis adotadas por Washington e seus vassalos europeus contra a Rússia estava levando à guerra.

sábado, 4 de novembro de 2017

Ucrânia: Os escroques, os palhaços e os nazistas

26/10/2017, The Saker, Unz Review The Vineyard of the Saker

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




As últimas grandes notícias da Ucrânia


Ouviram as grandes notícias vindas da Ucrânia? Não? Há um mini-Maidan por lá em andamento, e nacionalistas parecem esperar que Poroshenko seja chutado de lá antes do final da semana. Não ficaram sabendo? Bem... Aí está a grande notícia: não terem ouvido palavra sobre isso.

Na verdade, o que está acontecendo é bem interessante. Permitam-me resumir: o ex-presidente da Geórgia Mikhail Saakashvili (que perdeu a cidadania georgiana e a cidadania ucraniana) recentemente cruzou a fronteira (através da Polônia, claro) e seguiu viagem até Kiev para exigir a renúncia de Poroshenko. Acham que estou brincando? Consultem o artigo da Wikipedia sobre ele, se querem todos os detalhes. E tem mais. Há consenso entre os analistas de que Saakashvili está sendo usado como batedor por algum muito mais influente – Iulia Timoshenko, claro. Mas o que é realmente novidade é que muitos analistas e comentadores bem informados parecem convencidos de que EUA e União Europeia (UE) não são as principais forças ativas por trás desses últimos desenvolvimentos (embora, claro, estejam envolvidos).

O que está acontecendo aqui?

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

A interessante nova geopolítica russa do petróleo, por F. William Engdahl

19/9/2017, F. William Engdahl, New Eastern Outlook






Desde o Acordo Linha Vermelha de 1928 entre as gigantes britânicas, francesas e norte-americanas do petróleo para dividir as riquezas do Oriente Médio para o mundo do pós-1ª Guerra Mundial, o petróleo, ou mais precisamente, o controle sobre o petróleo passou a constituir a tênue linha vermelha da moderna geopolítica. Durante o período soviético, as exportações russas de petróleo visavam a maximizar a renda em dólares em todos os mercados possíveis. Hoje, com as ridículas sanções de EUA e União Europeia contra a Rússia, e as guerras instigadas por Washington no Oriente Médio, a Rússia está desenvolvendo novo quadro estratégico para sua geopolítica do petróleo.


Muito se disse sobre como a Rússia da era Putin usou a própria liderança como fornecedor de gás natural como parte vital da diplomacia geopolítica russa. Os gasodutos Nord Stream e em breve também Nord Stream II diretamente da Rússia, submarinos, contornando os campos minados da OTAN política na Ucrânia e na Polônia, tiveram o efeito benéfico de construir um lobby da indústria na União Europeia. Especialmente na Alemanha, que pensará duas vezes antes de entrar nas provocação russofóbicas lunáticas de Washington. Assim também o Ramo Turco (ing. Turkish Stream), que dá ao sudeste da Europa a possibilidade de acesso seguro ao gás natural russo para indústria e aquecimento, independente da Ucrânia, é desenvolvimento positivo, tanto para os Bálcãs como para a Rússia. Agora começa a emergir um novo elemento na estratégia das grandes petroleiras estatais russas, para desenvolver nova estratégia geopolítica, usando o petróleo russo e empresas russas de petróleo.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Alemanha “em pé de guerra” contra o regime de sanções dos Estados Unidos

01.08.2017, Peter Koenig, Information Clearing House


tradução btpsilveira






Qualquer um com um mínimo de clareza mental estaria em pé de guerra por causa das últimas sanções do Congresso dos EUA contra a Rússia – e como sempre – sanções por nada, um zero absoluto, desde que a Rússia não fez nenhuma das coisas das quais Washington e seus capachos lhe acusam, como interferência nas eleições dos Estados Unidos (as próprias agências de inteligência (norte)americanas disseram repetidamente que não há qualquer tipo de evidência); interferência na Ucrânia (foram os EUA/OTAN/União Europeia que instigaram e pagaram pela campanha sangrenta da Praça Maidan em fevereiro de 2014); a anexação da Crimeia (uma maioria esmagadora de 97% dos cidadãos crimeus votaram pela reincorporação da Crimeia pela Federação Russa – no seu pleno direito, conforme a Carta da ONU). Mesmo que a Rússia quisesse, não poderia consertar nenhum desses “erros”. São todos inventados.

sábado, 29 de julho de 2017

Um Raio de Esperança, por Paul Craig Roberts

28.07.2017, Paul Craig Roberts. Katehon



tradução por btpsilveira






A paisagem (norte)Americana tem sido desoladora desde que os neoconservadores tomaram conta da política externa dos EUA durante o regime Clinton e começaram duas décadas de crimes de guerra que definem o que é o século 21 para os Estados Unidos e desde que as grandes corporações do país traíram a força de trabalho da nação, movendo os empregos (norte)americanos para a Ásia.

O quadro se tornou ainda mais sombrio quando o regime Obama fez renascer a Ameaça Russa e elevou às alturas a perspectiva de um conflito militar entre duas potências nucleares.

A Europa foi surpreendida no meio da confusão. Em circunstâncias normais os países europeus deveriam insistir com Washington para que cessasse as provocações gratuitas contra a Rússia.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Europa resiste às novas sanções dos EUA contra a Rússia, por Alexander Mercouris

24/7/2017, Alexander Mercouris, The Duran




Nota da União Europeia (UE) registrada pelo Financial Times fala de ação retaliatória contra os EUA se os EUA usarem as sanções para obstruir acordos de energia UE-Rússia, e apresenta planos para proteger as empresas europeias envolvidas naqueles acordos.

















Na discussão mais extensa do novo pacote de sanções contra a Rússia, que a Câmara de Representantes dos EUA deve aprovar amanhã, comentei que a UE se enfureceria ao receber o pacote de sanções dos EUA como fato consumado, sem qualquer consulta prévia, pacote que a UE sem dúvida veria o movimento como, no mínimo, a tentativa, por alguns grupos nos EUA, para forçar a UE a comprar o caro gás natural liquefeito dos EUA, em vez de comprar o gás barato do gasoduto russo.

Lá eu também disse que, dado que quase com certeza absoluta já é tarde demais para impedir que o novo pacote de sanções seja convertido em lei, a UE provavelmente responderia com ameaça de retaliação, no caso de os EUA tentarem multar empresas europeias que participem dos projetos de gasodutos russos, e tentaria negociar com o governo Trump algum acordo para proteger empresas europeias que participem desses projetos de serem multadas pelos EUA.

Segundo artigo publicado no Financial Times essa é a abordagem, exatamente, que a UE está adotando:

Euro & Controle de danos: 'Extinção administrada' do euro, com a Itália oscilando à beira do abismo

24/7/2017, SputnikNews










O crescente debate na Itália sobre os méritos de sair do euro ("Italexit") é reflexo das dificuldades insuperáveis que a eurozona enfrenta – diz o especialista em finanças Marc Friedrich, a Sputnik Deutschland.

A possibilidade de a Itália sair da eurozona tem surgido insistentemente no Parlamento Italiano, com deputados tentando encontrar meios para enfrentar o crescente déficit nas contas públicas do país, que em 2016 já alcançou 132,6% do PIB.

No início de julho, deputados italianos do Movimento 5 Estrelas organizaram um seminário na Câmara de Deputados para discutir a situação econômica italiana. Discutiram o mecanismo de default da Eurozona, estratégias para reestruturar a dívida soberana, sistemas paralelos de pagamentos e a possibilidade de a Itália deixar a Eurozona.

O debate foi a primeira vez que o Parlamento Italiano discutiu a opção "Italexit", tópico que até recentemente ainda era tabu, como comentou a imprensa italiana.

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Washington e Berlin em rota de colisão, por Pepe Escobar

30/6/2017, Pepe Escobar, SputnikNews












O que se lê adiante, no artigo de Pepe Escobar, é jornalismo que tem a ver com o mundo real. Enquanto isso, o Brasil estará dedicado a fazer papel RI-DÍ-CU-LO, no G-20.

Alô-alô mundo, podem começar a rir do Brasil 2017 do golpe-com-STF-com-tudo. 
[Atenção especial à parte "única dúvida que persiste" :-)))))))) ]

"O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, participarão apenas dos dois últimos dias de reunião do G-20. Nos dias 15 e 16, Meirelles irá a um encontro (sic) Instituto de Finanças Internacionais em Frankfurt, também na Alemanha.

De acordo com representantes do governo ouvidos pela Agência Brasil, os sinais de que a recessão acabou e de que a inflação está convergindo para o centro da meta (4,5% em 2017) são inequívocos. A única dúvida persiste na velocidade da recuperação, que dependerá da aprovação de reformas, como a da Previdência e a do trabalho"
 (EBC, Agência Brasil) [NTs].




A nova lei de sanções contra a Rússia aprovada no Senado dos EUA por 98:2 dia 15/6 é uma bomba: demoniza diretamente o gasoduto Ramo Norte 2 (ing. Nord Stream 2), submarino, por baixo do Mar Báltico, previsto para duplicar a capacidade da Gazprom para fornecer gás para a Europa.

gasoduto, de 9,5 bilhões de euros, está sendo financiado por cinco empresas: as alemãs Uniper e Wintershall; a austríaca OMV; a francesa Engie; e a anglo-holandesa Shell. Todas essas gigantes operam na Rússia e já tem, ou logo terão, contratos com a Gazprom.

Material distribuído por Ramo Norte 2 mostra o que diz serem os primeiros grandes dutos para o projeto Ramo Norte 2 numa fábrica da OMK, uma das três fornecedoras desse tipo de tubulação selecionadas pela Nord Stream 2 AG, em Vyksa, Rússia, em foto não datada fornecida à Reuters dia 23/3/2017.

Numa declaração conjunta, o ministro de Relações Exteriores da Alemanha Sigmar Gabriel e o chanceler austríaco Christian Kern destacaram que "o fornecimento de energia à Europa é questão europeia, não dos EUA"; "instrumentos para sanções políticas não devem ser atados a interesses econômicos"; e a coisa toda anunca "um traço novo e muito negativo nas relações Europa-EUA".

Corretor de petróleo no Golfo disse-me, sem meias palavras, que "as novas sanções dos EUA contra a Rússia são simplesmente um 'recado' para que a União Europeia passe a comprar gás caro dos EUA, em vez de gás barato, da Rússia. Basicamente alemães e austríacos já disseram aos americanos que caiam fora."

terça-feira, 20 de junho de 2017

Pepe Escobar: O momento Sarajevo da Síria

20/6/2017, Pepe Escobar, pelo Facebook











Segundo uma das minhas principais fontes para inteligência russa no Oriente Médio, a Rússia deu aos EUA um 'aviso Sarajevo'.


Falando sobre a derrubada pelo Pentágono de um avião de combate sírio, diz meu informante, "os EUA não usaram a linha de desconflitação, o que enfureceu os russos. O movimento tem de ser interpretado como provocação premeditada contra a Rússia, para iniciar uma guerra. E os russos responderam."

O Pentágono parece ter entendido a mensagem – e decidiu recuar, pelo menos por enquanto.

Minha fonte acrescenta: "Enquanto isso, o Senado dos EUA quase por unanimidade decidiu declarar guerra à Rússia (sanções são guerra), e a Alemanha ameaçou retaliar contra os EUA por tentar interromper o gasoduto Ramo Norte 2 (Nordstream 2) da Rússia para a União Europeia, de modo a impedir que os EUA exportem seu gás natural para a UE, o que torna a UE dependente dos EUA."

As novas sanções contra a Rússia consistem basicamente em dizer à UE que compre o caro gás norte-americano, em vez do barato gás russo. Os alemães e austríacos basicamente disseram aos norte-americanos que caiam fora.

Diz a fonte: "Se começar uma guerra comercial entre EUA e União Europeia, é o fim da OTAN. A agressão premeditada, no caso da derrubada do avião sírio, pode ser vista como uma forma de distração, para pôr a Alemanha em linha, criando uma guerra no Oriente Médio."

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Em produção: Jihad 2.0, o Próximo Pesadelo, por Pepe Escobar

31/5/2017, Pepe Escobar, SputnikNews











Você está na iminência de pôr os pés no derradeiro campo minado.

Comecemos com os 28 líderes da União Europeia, UE, a discutir os Bálcãs Ocidentais em recente reunião de cúpula, e jogando a culpa sobre – e sobre quem seria? – "a agressão russa" no quintal dos fundos da UE.

Dica para um Procurador de Montenegro pôr-se a vociferar que "corpos estatais russos" teriam encenado uma tentativa de golpe durante as eleições de outubro de 2016, para impedir o país de unir-se à OTAN.

E dica também para o presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker pôr-se a ameaçar que a retórica anti-UE de Donald Trump pode levar à guerra nos Bálcãs. Juncker, sempre condescendente, insiste que "Se nós deixarmos aqueles países entregues a eles mesmos – Bósnia e Herzegovina, República Srpska, Macedônia, Albânia, todos aqueles países – teremos guerra outra vez."

Os Bálcãs podem estar a ponto de explodir – tudo outra vez! Mas com pequeno toque novo: diferente de 1999, a OTAN não conseguirá bombardear uma Belgrado indefesa durante 78 dias, e safar-se como se nada tivesse acontecido. Uma nova geração de mísseis russos lá estará para impedir.