segunda-feira, 18 de março de 2019

A liberdade capitalista é só encenação, por Rob Larson

13/3/2019, Rob Larson,* Jacobin Magazine

Milton Friedman errou. O capitalismo não promove a liberdade. Só promove locais de trabalho que são autocracias e bilionários tirânicos [além de goiabeiras, Damares, pistoleiros e tarados elegíveis em geral (NTs)].
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Consideradas todas as mudanças dos últimos 50 anos, é surpreendente que os clássicos conservadores tenham mantido tão alto prestígio. Capitalismo e Liberdade, de Milton Friedman e A estrada da Servidão de Friedrich Hayek ainda são oferecidos na livraria online de Breitbart. Rush Limbaugh diz aos seus ouvintes que “Milton Friedman deve ser a Bíblia para os jovens e para todos que tentem entender o capitalismo e os livres mercados.” Charlie Kirk, fundador de Turning Point USA, celebra Hayek e Friedman em seu livro, e Ben Shapiro cultiva Friedman como ícone conservador na National Review.[1] 

Rouhani & Sistani, Irã & Iraque: visita histórica

EUA&Brasil vergonha do mundo (enquanto o mundo se reorganiza sem EUA&Brasil)


13/3/2019, Al-Monitor (do correspondente) [dica de Pepe Escobar, pelo Facebook]

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



A visita de estado de Hassan Rouhani ao Iraque foi um sucesso para o presidente iraniano. Em termos de cooperação política e econômica, foram assinados vários memorandos de entendimento para facilitar o comércio, os investimentos, as conexões logísticas e as viagens entre os dois vizinhos. Além disso, foi divulgada importante declaração conjunta sobre o compromisso dos dois países para implementar os Acordos de Argel 1975 e anexos relacionados, que enfrentam questões sensíveis e gravemente deterioradas como a demarcação de fronteiras.

Robert Bibeau:* "Capitalismo é guerra"

8/2/2019, Entrevista a Mohsen Abdelmoumen, Blog Algerie Resistence 

"Repararam que, independentemente da tendência política dos partidos políticos no poder, os programas de 'austeridade' [é ARROCHO!] são semelhantes em todo o lado?"

"Enquanto o mundo for dominado por este modo de produção capitalista financeira, seremos impotentes ante todos e quaisquer massacres de crianças inocentes" (de Suzano ao Iêmen, passando pelo Haiti e pela Palestina).
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Mohsen Abdelmoumen: Ao ler seu livro muito informativo e empolgante, Democracia nos EUA, farsas eleitorais, não há quem não se pergunte: E há realmente democracia nos EUA? Qual é o propósito das eleições nos EUA?

quarta-feira, 13 de março de 2019

Marco Polo a caminho da China – outra vez, por Pepe Escobar

9/3/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Todos os caminhos parecem levar a Roma. Itália manifesta o mais puro amor pela Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE). 


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O presidente Xi Jinping é esperado na Itália em visita oficial, dia 22 de março. Principal tema de discussão será a Nova Rota da Seda, ou a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE).

Um dia antes, em Bruxelas, a União Europeia deve debater uma estratégia comum relacionada aos investimentos chineses na Europa.

Parte substancial da União Europeia já está conectada de facto com a ICE. Incluem-se nisso Grécia, Portugal, 11 nações da União Europeia que constituem o Grupo 16+1, de China plus Europa Central e Oriental e, para todas as finalidades práticas, Itália.

Global Times: Se Europa continua a seguir as loucuras dos EUA, todos perdem

7/3/2019Global Times, Pequim

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Como se lê em matéria do Financial Times da 4ª-feira, a Itália está decidida a aprovar formalmente a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE) proposta pela China. Embora as notícias deem conta de que ainda está sendo negociado um acordo preliminar com a China, Washington não consegue conter-se e já se manifestou contra o acordo. Segundo o Financial Times, os EUA teriam 'alertado' que o projeto pode causar grave dano à imagem internacional da Itália. O jornal cita Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que teria dito que a ICE é "iniciativa made by China, para proveito da China."

Os EUA veem-se como irmão mais velho do Ocidente. Irritaram-se com o fato de a Itália, país há muito tempo aliado dos norte-americanos, movimentar-se para cooperar com país que os EUA têm intenção de conter. Mas a verdade é que a decisão da Itália afetará, sim, em alguma medida, a política dos EUA para a China: a Itália será o primeiro país do G7 a integrar-se à Iniciativa Cinturão e Estrada.

Estratégia e táticas dos Coletes Amarelos


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga




Movimento popular espontâneo

O Movimento militante dos Coletes Amarelos emergiu espontaneamente da base proletária – dos "de baixo" –, e rejeita a esquerda (centro) e a direita burguesa. O Movimento rejeita os fantoches de todos os lados que partilham o poder político já há um século, alternando a colaboração de classes sob ordens dos patrões do poder econômico, político e 'midiático', que são os reais patrões de todos; e rejeita também os "Indignados" – "Ocupa Wall Street" e outras manias de pequenos burgueses ofendidos pela nenhuma atenção que o grande capital e seus lacaios lhes dão.

Um país, duas sessões, ajustes variados, por Pepe Escobar


Congresso Nacional do Povo da China mostra o que é realpolitik sem diluição 


6/3/2019, Pepe Escobar, Asia Times


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Ao contrário do que oferecem as sombrias catastrofistas interpretações ocidentais, duas sessões agora em curso em Pequim oferecem mistura fascinante de realpolitik e ativo soft power. Todos os anos, duas sessões que envolvem o Congresso Nacional do Povo (CNP, corpo legislativo) e a Conferência Política Consultiva do Povo Chinês (CPCPC, corpo político de aconselhamento) apresentam o equivalente chinês de um 'discurso do estado da nação'.

O relatório do premiê Li Keqiang reconheceu que Pequim prevê riscos "mais graves e mais complexos" e desafios previsíveis e imprevisíveis", para concluir que a China tem de estar "preparada para combater combates duros" em 2019. Foi realpolitik sem diluir.

domingo, 10 de março de 2019

Ave Zé de Abreu, os que vão lutar contigo lhe saúdam, por Leandro Fortes

10.03.2019, Leandro Fortes - Facebook




No romance “Complô contra a América”, Philip Roth mistura personagens reais com outras, fictícias, para emoldurar uma obra literária chocante e absurdamente atual: o destino distópico dos Estados Unidos nas mãos de um presidente fascista eleito democraticamente, nos anos 1940.

Muito já se discutiu sobre a semelhança dessa obra do grande escritor americano, falecido em 2018, com a ascensão de Donald Trump, nos EUA. Mas foi a chegada de Jair Bolsonaro ao poder, no Brasil, que fez de “Complô” uma obra de clarividência.

Erdogan: "A Turquia não é escrava de ninguém"

Presidente da Turquia anuncia que "fechou negócio" para comprar os S-400s russos (e fala de um futuro S-500) 

8/3/2019, Tyler Durden, Zero Hedge


"O Sultão do Swing deitando e rolando.  O comentário de Erdogan sobre o S-500, é absolutamente CHAVE. Significa que quando os S-600s estiverem em produção, os russos – tão mais adiantados em relação ao resto do mundo – poderão começar a vender os S-500s, que anularão TODA E QUALQUER arma ofensiva aerotransportada. 
Diferentes de EUA, russos NÃO VENDEM suas armas mais avançadas, como os EUA vendem o F35."
(Pepe Escobar, no Facebook, 8/3/2019, 21h06 ·)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


"Está feito" – disse o presidente Recep Tayyip Erdogan essa semana, enquanto o Congresso dos EUA ainda discute se entregará ou não os jatos F-15 Stealth produzidos pela empresa Lockheed e que a Turquia já comprara, dada a intenção da Turquia de aceitar sistemas russos S-400 de defesa antiaérea.

Erdogan disse enfaticamente, em entrevista à rede turca Kanal 24, que "Jamais mudaremos essa decisão. Não seria ético. Seria imoral. Ninguém deve pedir-nos para lamber o que cuspimos". Disse que o acordo com os russos já foi assinado e que a primeira entrega é esperada para julho. Erdogan acrescentou: 

"Somos uma Turquia independentes. A Turquia não somos escravos".

Raia o dia sobre o Sistema de Defesa Aérea S-500, que Erdogan disse, desafiando os EUA, que, no futuro, a Turquia poderá desenvolver (Image do blog Military and Commercial Technology)

sábado, 9 de março de 2019

"Trump precisa muito conversar com o Irã. Já pediu diretamente 8 vezes. Rejeitamos sempre."

7/3/2019, Teerã, FarsNews

Irã: Presidente, governo e militares que se dão ao respeito 

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O presidente Hassan Rouhani do Irã disse que rejeitou oito pedidos do presidente Donald Trump dos EUA, feitos durante sua estadia em 2017, nos EUA, quando participou da Assembleia Geral da ONU, para conversações com Irã. Rouhani repetiu que persiste até hoje a condição absoluta para qualquer contato: que Washington volte a se integrar ao acordo nuclear de 2015.

"Hoje só podemos escolher a via da Resistência. Quando estive em New York em 2017, o governo dos EUA solicitou oito vezes que recebêssemos o presidente norte-americano. E em 2018, cinco líderes mundiais tentaram mediar o mesmo encontro. Respondi a todos que o momento e as atuais condições não são adequadas. Antes, os EUA têm de se reintegrar ao acordo nuclear e reconhecer que erraram" – disse o presidente Rouhani, falando, na 5ª-feira, a funcionários do conselho administrativo da província de Gilan.

As Leis da Imitação, de Gabriel Tarde: imprensa e crime

21/6/2016, Jean Demerlia (modificado em 9/5/2018) RetroNews

Em seu livro Les Lois de l'imitation (1890), Gabriel Tarde descreveu toda a vida social a partir de um "princípio de imitação". Essa ideia foi várias vezes retomada na imprensa para analisar eventos do cotidiano, como explica Jean Demerliac.


"Por estranho que seja ele, dá-lhe boas-vindas. 
Há mais coisas no céu e na terra, Horácio 
do que sonham as tuas filosofices"

And therefore as a stranger give it welcome. 
There are more things in heaven and earth, Horatio, 
Than are dreamt of in your philosophy. William Shakespeare, Hamlet, Ato 1, Cena 1 


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Juiz de Instrução em Sarlat, Gabriel Tarde (1843-1904) abordou a sociologia a partir de sua prática penal e criminológica. Seus esforços para criar uma psicologia social na França colidiram frontalmente com as teorias de Émile Durkheim, para quem nenhuma psicologia poderia explicar fatos sociais.


Tarde é conhecido principalmente por sua obra As Leis da Imitação[traduzida ao português, na íntegra, aqui] publicada em 1890, na qual quis demonstrar "o caráter socializante da repetição imitativa" e substituir a psicologia individual no coração do fato social.

Para Tarde, os fatos sociais têm origem num número limitado de gestos, ideias, crenças e opiniões geralmente introduzidas pelas elites, que se propagam e recombinam-se na sociedade por contágio ou por "ondas", de cima para baixo e lado a lado, assimilando progressivamente grupos, públicos e partidos. "A sociedade" – escreveu Tarde – "é a imitação; e a imitação é uma espécie de sonambulismo".

Hassan Nasrallah sobre a Síria: "Washington protegeu o Daech até o fim. Curdos e Turquia são os grandes perdedores"

26/1/2019, Entrevista do secretário-geral do Hezbollah, a Ghassan Ben Jeddou, fundador da cadeia pan-árabe e anti-imperialista Al-Mayadeen [Excerto transcrito e traduzido e vídeo legendado [fr.] por sayed7asan.blogspot.fr, transcrição aqui traduzida[1]].

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



[...] Ghassan Ben JeddouCaros ouvintes, bem-vindos a essa segunda parte da nossa reunião global com Sayed Hassan Nasrallah, Secretário-Geral do Hezbollah. 


Eminente Sayed [descendente do Profeta], primeiro, durante o intervalo [publicidade], fomos informados que vários canais israelenses estão transmitindo essa entrevista ao vivo [dublada em hebraico], e que alguns canais já começaram a comentar [as suas falas]. Claramente é evento importante.



Passemos agora à questão síria, de um ponto de vista geral e estratégico. Podemos dizer, com precisão e clareza, que caminhamos caminhar para uma vitória final, decisiva, definitiva e completa na Síria? Ou será que o resultado é sempre complexo, para que não possamos dizer que a guerra se encaminha para o fim e que o Eixo da Resistência, ou a Síria em primeiro lugar, ainda não pode falar de uma vitória próxima?

quarta-feira, 6 de março de 2019

“Coletes Amarelos propõem questões tão fundamentais, que nenhum governo europeu conseguiu responder”

22/2/2019, Mohsen Abdelmoumen* entrevista Jean Bricmont **American Herald Tribune[1]


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Mohsen Abdelmoumen:  Como você explica a submissão dos governos ocidentais e respectivas mídia-empresas a Israel?

Jean Bricmont: Pela pressão dos lobbies, a repetição incansável das solenidades que celebram o holocausto, etc. Cria-se assim uma situação na qual os intelectuais sionistas não podem ser criticados, sob pena de quem os critique ser declarado fascista ou nazista. Funciona muito eficazmente, e as pessoas calam-se por falta de coragem.

Mohsen Abdelmoumen: Por que, na sua opinião, todos que condenem a política criminosa de Israel são declarados antissemitas?

Jean Bricmont: Nem todos que criticam as políticas de Israel são tratados como antissemitas, não exageremos. Mas a crítica tem sempre de ser feita num quadro relativamente limitado. Podemos criticar em nome de direitos humanos, mas ninguém pode falar do direito de retorno para os palestinos, ou de temas que afetariam a legitimidade de Israel ou do que se conhece como “direito de existir”, de Israel. 

Mas “direito de existir” é conceito oco em termos de Estados. Por exemplo, não acho que alguém possa afirmar que a Bélgica tenha “direito de existir”. Porque pode desaparecer amanhã, caso o país divida-se. Qualquer país pode escolher fundir-se com outro ou separar-se; o regime pode mudar. Mas quando se trata de Israel, ninguém é autorizado a avançar demais na crítica, ou propor boicote, por exemplo. Você ouvirá que estaria ‘singularizando’ o caso de Israel na crítica que estiver fazendo, que você critica Israel mais do que critica outros Estados. ‘Então’, seria antissemitismo.

O prisioneiro que diz NÃO ao Grande Irmão, por John Pilger


4/3/2019, John Pilger, discurso numa manifestação em Sydney pela liberdade de Julian Assange, organizado pelo Partido da Igualdade Socialista (in Information Clearing House)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Sempre que visito Julian Assange, nos falamos numa sala que ele conhece muito bem. Há uma mesa nua e quadros do Equador pelas paredes. Há uma estante cujos livros nunca variam. As cortinas sempre fechadas, nenhuma luz natural. É sufocante, cheira mal.

Eis a Sala 101.

Antes de entrar na Sala 101, tenho de entregar passaporte e telefone celular. Meus bolsos e o que eu leve comigo são vasculhados. A comida que levo para Julian é inspecionada.

O homem que faz guarda à entrada da Sala 101 fica sentado no que parece ser uma antiga cabine telefônica, de olhos postos numa tela, vigiando Julian. Há outros agentes do Estado escondidos por ali, vigiando, ouvindo tudo.

Venezuela, 2019 - Juan ‘Qualquer-Um’ Guaidó, volta... E é novamente ignorado

4/3/2019, Moon of Alabama


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Juan Guaidó, o cara que poderia ser outro qualquer, qualquer-um, tanto-faz, que diz ser ‘presidente interino’ da Venezuela, chegou (ontem) de volta a Caracas. Ninguém se deu o trabalho de o prender. Parece que a estratégia do presidente Maduro é simplesmente ignorar o tal Guaidó e esperar que quem do nada saiu, ao nada volte. Enquanto isso, a mídia-empresa norte-americana e o governo Trump fazem o diabo para adiar o evanescimento da criatura.

New York Times noticiou os planos do ‘Qualquer-Um’ Guaidó, de voltar à Venezuela:



O artigo conclui com essa curiosa passagem:


Esses aliados regionais são alguns dos 50 países, dentre os quais os EUA, que reconhecem [o ‘Qualquer-Um’ Guaidó] como presidente, não Maduro, que se autoempossou em janeiro para um segundo mandato, depois de eleições amplamente considerada não democráticas.


Estranho que alguém se ‘autoemposse’ em cargo público. Nem é o que a Constituição da Venezuela prescreve:

segunda-feira, 4 de março de 2019

Caxemira, Coreia, Venezuela, Irã: guerra híbrida, quente, fria, por Pepe Escobar

28/2/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Girando e girando numa espiral crescente, a geopolítica do jovem século 21 parece uma mandala psicodélica concebida por Yama, Senhor da Morte.

Kim Jong Un, governante da República Popular Democrática da Coreia, repousado ao final de uma viagem de 70 horas por trem, reúne-se, na comunista e próspera Hanoi com seu concorrente na disputa pelo Prêmio Nobel da Paz Donald Trump, sob o olhar benevolente de Tio Ho.

Essa sentença, não faz muito tempo, teria sido recebida com uivos transcontinentais de escárnio.

Presidente Bashar al-Assad da Síria: “A guerra foi entre os sírios e o terrorismo. Os sírios triunfamos juntos, não uns sírios contra outros.”

17/2/2019, Presidente da República Árabe Síria, Bashar al-Assad, em Damasco, em reunião com os líderes recém eleitos dos Conselhos Locais de todas as províncias (Agência SANA).

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Disse o Presidente al-Assad:

– “Estudos lançados durante a guerra contra a Síria por centros de pesquisa nos países que apoiam o terrorismo, e declarações de funcionários daqueles países, deixam ver que as políticas daqueles países contra a Síria apoiam-se sobre dois pilares: o apoio ao terrorismo, que é pilar temporário; e aplicar um tipo de descentralização diferente do que propõe a lei 107; a descentralização que enfraquece e marginaliza a autoridade do Estado, assim debilitando a soberania e a coesão nacional e o nacionalismo, o que pode levar à divisão social e, afinal, à divisão do território.

– Os que perseguem esses planos são limitados no modo de pensar, porque seus objetivos não podem ser alcançados sem efetiva divisão social na Síria, o que jamais aconteceu, ou a Síria já teria sido dividida logo nos primeiros anos, ou mesmo meses, da guerra.

“Mas nossos inimigos não aprendem com seus erros, e talvez seja até bom que não aprendam, porque assim continuam a repetir os mesmos erros” (...) “Há duas verdades que nunca mudam: a conspiração para tomar o controle não só da Síria, mas de todo o mundo, conduzida por Estados liderados pelos EUA; e o desejo de resistir do povo sírio, que permanece firme e cada vez mais firme e fundamente enraizado.”

Trump dobra-se à China, na guerra comercial: ainda bem!

26/2/2019, Tom Luongo, Gold Goats 'n Guns


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



No fim de semana, 15 minutos antes da abertura dos mercados de futuros, o presidente Trump prorrogou as conversações comerciais entre EUA e China.

Não que surpreenda alguém. Porque o problema principal não é a China. O problema principal somos os EUA. Por que? Continue lendo.

A banalidade do Império

25/2/2019, Kenn OrphanCounterpunch

18/2/2019, Donald Trump, à comunidade de venezuelanos em Miami, na versão publicada pela Embaixada dos EUA em Cuba): “O socialismo, pela própria natureza, não respeita fronteiras. Não respeita fronteiras nem os direitos soberanos dos próprios cidadãos e de estados vizinhos. Sempre procura expandir-se, invadir e subjugar aos seus desejos populações inteiras.
Mas agora soou a hora final do socialismo em nosso hemisfério – e, francamente, também em muitos, muitos locais por todo o mundo. Os dias do socialismo e do comunismo estão contados, não só na Venezuela, mas também na Nicarágua e em Cuba”.
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Esse mês, a deputada Democrata recém chegada à Câmara de Deputados dos EUA Ilhan Omar criticou Trump por ter escolhido Elliot Abrams como seu enviado à Venezuela. Apesar de o questionamento ter sido muito suave, no que disse respeito ao imperialismo norte-americano (para  Ilhan Omar , “não há dúvidas” de que o objetivo dos EUA sempre foi apoiar a democracia e defender os direitos humanos), mesmo assim a deputada trouxe à baila o papel dos EUA nos massacres em El Salvador nos anos 1980s. Massacres nos quais Abrams está implicado. Também foi instrutivo, porque toda a cena foi imagem clara de o quanto está profundamente degradada a paisagem política norte-americana.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Remodelar o Oriente Médio: Por que as intervenções do Ocidente têm de acabar, por Elijah J. Magnier (2ª parte)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

O projeto dos EUA para criar um “estado-selva” na Síria criou um poderoso movimento de Resistência

A intervenção estrangeira empurrou muitos em todo o Oriente Médio para a miséria, e ao mesmo tempo os tornou ainda mais determinados a enfrentar o projeto de dominação global no qual os EUA tanto investem. O número de países do Oriente Médio e atores não estatais que se opõem à coalizão norte-americana é relativamente pequeno e frágil, se comparado aos adversários, mas mesmo assim a Resistência conseguiu fazer estremecer a superpotência mais rica e mais forte, e seus aliados no Oriente Médio senhores do petróleo, que em anos recentes tanto investiram na guerra e tanto a instigaram. Essa Resistência cresceu e amadureceu e atraiu o apoio global, mesmo na contramão de guerra jamais vista de propaganda pelos veículos das mídia-empresas de massa. O soft power da coalizão norte-americana foi minado domesticamente e em todo o mundo, a partir da flagrante mentira que é intrínseca ao projeto de garantir sobrevivência às gangues de jihadistas takfiri para que aterrorizassem, estuprassem e assassinassem cristãos, sunitas, seculares e outras populações civis, ao mesmo tempo em que fingem que combatem numa inexistente guerra global ao terrorismo dito islamista.

Remodelar o Oriente Médio: Por que as intervenções do Ocidente têm de acabar, por Elijah J Magnier (1ª parte)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga
Dos Comentários: RAY032, 15/02/2019 at 3:43 pm

A governança do Hezbollah é horizontal, e ali ninguém é indispensável. Sou Cristão Canadense, e essa linha, para mim, traduziu-se nos termos de Apocalipse 3:21: “E disse o Senhor: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.
(Epígrafe acrescentada pelos tradutores)
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Sayyed Abbas al-Mussawi, Secretário-geral do Hezbollah assassinado por Israel.

Cada intervenção estrangeira levou o Oriente Médio a se auto-reconfigurar contra as potências intervencionistas. Foi duramente contra-atacada, criando o efeito oposto ao que o desejavam as potências intervencionistas. Se se considera a história recente (os últimos 40 anos, desde que a Organização para Libertação da Palestina, OLP, foi expulsa do Líbano), a lista é cataclísmica. Tem-se a constituição do Hezbollah, do Hamas, da al-Qaeda, do ‘Estado Islâmico’ (ISIS), o fim do regime dos Talibã, Saddam Hussein, Moammar Ghadaffi, a tentativa de derrubar o presidente Bashar al-Assad da Síria, a tentativa de dividir o Iraque e a guerra contra o Iêmen. A lista dá prova da quantidade inacreditável de recursos mobilizados por EUA, Israel, Europa e respectivos aliados no Oriente Médio, sempre tentando “mudar o regime”; e do fracasso retumbante do ‘plano’ para criar um “novo Oriente Médio”.