terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Carta aberta à CIA, da presidenta da RT

Margarita Simonyan, 10/1/2017, há 23 horas (Moscou), Russia Insider










Essa é uma tradução [ao inglês, aqui retraduzido] do original em russo, publicado no sábado [horário da Rússia], dia em que os russos comemoram o Natal, no blog pessoal da jornalista Margarita Simonyan.

A autora dessa carta é presidenta da agência global de notícias 
RT.com, russa, às vezes ainda chamada pelo nome antigo, 'Russia Today', e da agência global de notícias, também russa, 'Sputnik'.









Prezada CIA,

Nota F, totalmente F, por essa coisa que você escreveu.

Não oferece detalhes suficientes para q o assunto seja compreensível, algumas fontes não têm nome, e as que têm nome são ou desatualizadas ou simplesmente falsas. A coisa toda parece lição de casa, de escola primária.

No ginásio da KGB em que me formei, você levaria surra de vara de marmelo se exibisse esse tipo de incompetência. Aviso: surra de vara de marmelo dói.

Tenho de entrar na conversa e dar-lhe algumas dicas amigáveis, para ajudá-los a corrigir seus erros. 

Comecemos por alguns fatos simples. Todos eles são indiscutivelmente e fartamente documentados. 

Seu castigo será copiar cada fato desses à mão, com letra bonita, sem erros e sem usar borracha.

Depois dos feriados de fim de ano, a professora aqui, pessoalmente, avaliará seu trabalhinho.

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Em 2001, então com 21 anos, cobri as eleições na Crimeia. Então, como sempre, havia lá realmente clima de opinião fortemente pró-Rússia. Nunca, desde aquele trabalho de duas semanas, aquele clima de opinião deixou de existir. São fatos.

Meu ex-namorado, namoro muito sério, com quem eu vivia naquele tempo, Andrei Blagodyrenko, é diretor da agência de notícias Sputnik nos países que constituíram a URSS. Ofereci o trabalho a ele, quando já estávamos separados. Sob sua direção, a agência Sputnik tornou-se líder de mercado naqueles países. Aqui, como se vê, há prova científica de que a propaganda pró-Rússia é transmissível via fluidos corporais. Mais fatos indiscutíveis.

Encontrei-me várias vezes com Julian Assange. É fácil confirmar: basta examinar as câmeras de segurança da Embaixada do Equador ou ler meus tuítos bastante descuidados sobre isso. As reuniões aconteceram em Londres. Sabem: Londres, aquela, capital da Grait Breettun. Só fatos indiscutíveis e super comprovados.

RT foi o primeiro canal global de notícias a alcançar 1 bilhão de views no Youtube – já em 2013. É ofuscantemente óbvio, portanto, que a Rússia hackeou todos os usuários de Youtube do planeta, porque não é ofuscantemente óbvio de que outro modo tanta gente engoliria tanta propaganda russa (e sem mostarda e raiz-forte!). Mais fatos, todos indiscutíveis.

Alexei Gromov é, sim, meu contato no Kremlin. Nossos encontros não são raros, e às vezes incluem bebidas de gente grande. Sou mais cerveja alemã, Gromov é pela vodka russa. Fatos e fatos, indiscutíveis.

Uma vez, Alexei, voltando depois de colher cogumelos na floresta, parou na minha casa e deixou uma cesta de [cogumelos] porcinis. Podem confirmar, nas câmeras de segurança do meu bairro. Pouco depois, um funcionário do Departamento de Estado do EUA apareceu para me visitar. Também lá está, nas mesmas câmeras de segurança. Servi porcinis fritos ao meu visitante, anunciando espertamente que são tradicional iguaria russa. Só fatos indiscutíveis.

Há um ano fizemos um vídeo mostrando como, depois de aposentados, Obama e Kerry acabarão assistindo à RT em casa, em prantos. Esse vídeo é público e está numa rede de informação conhecida como "internet". Para chegar até ele, escreva o endereço no seu browser, ou clique, quero dizer, pressione com o dedo o botão do seu mouse, bem aqui sobre essas palavras coloridas. Indiscutíveis fatos.


Para encerrar, mas também importante. Aos 15 anos, sem qualquer pistolão ou dinheiro, estudei nos EUA num programa de intercâmbio escolar pago por contribuintes norte-americanos. Já naquele tempo distante, Donald Trump pagava quantia considerável de impostos. 

Cada um extraia daí as próprias conclusões.*****






2 comentários:

Anônimo disse...

Inédito! Como um Nobel da Paz se transformou no Senhor da Guerra:

https://actualidad.rt.com/actualidad/228115-legado-barack-obama-mandato

RLocatelli Digital disse...

Obama bateu seu próprio recorde: em 2016, despejou uma média de 3 bombas por hora em diversos países pelo mundo. Total do ano: 26 mil bombas.