segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Coisas que a esquerda detesta em Trump

(mas não sabe o que fazer para conter) 
31/12/2015, Danny Cardwell, 
Dagblog



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Entreouvido na Vila Vudu:

Artigo importantíííííííssimo! Para ler e pensar no seguinte:

-- Marina Silva, a Insuportável, bispa privateira, andadora de helicópteros que caem  e ninguém investiga, igrejeira antiaborto, 'ecológica' à moda Al-Gore e traíríssima (traiu, só até hoje: o presidente Lula, o PT, o PV, aquela porra de "rede", zilhões de honestos ecologistas (sem contar os ecologistas bundões burros) e em breve trairá a tucanaria paulista, no que poderia fazer muito bem, mas não trairá por razões que prestem) é MUITO MAIS DANINHA AO BRASIL, que Trump, aos EUA.

E a esquerda aqui tampouco sabe o que fazer para evitar q ela engambele 24 milhões de imbecis-simples (número de imbecis ao qual se somarão os imbecis-fascistas da tucanaria privateira) para que votem nela [Pano rápido].
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Dos Comentários

Espere só até a coisa virar realmente excêntrica! Ainda não estamos nem perto da 
true silly season [temporada do noticiário TOTALMENTE imbecilizado] do atual ciclo eleitoral – que só começará no próximo feriado do Dia do Trabalho.
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Tenha em mente que estamos falando de eleições gerais, e que Trump continua como primeira opção de voto para 43-45% dos que se autoidentificam como independentes.
(E ainda faltam 312 dias até as eleições gerais).
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"Permitam-me repetir: nos anos Reagan, o que era popular era a popularidade de Reagan. Quando se examinam os diferentes traços de Reagan e o que Reagan defendia e as suas políticas etc., quantidades gigantes de eleitores detestavam praticamente tudo aquilo. O que era popular era a popularidade de Regan. E não acho que seja caso único." – Rick Roderick


Na Aula 8 da série "O self sitiado" [The Self Under Siege – Philosophy in the 20th Century", 1993] o professor Rick Roderick usou a presidência de Ronald Reagan para explicar a noção de Hiper-realidade, de Jean Baudrillard. 


Hiper-real, como Baudrillard concebeu o conceito, é qualquer imagem da realidade capaz de ser tomada como se fosse (e substituir) a realidade. Reagan era imagem de tal modo 'imagística', que se converteu na realidade criada pela imagem de Reagan. Hoje se sabe que o presidente Reagan já enfrentava os estágios iniciais do mal de Alzheimer. Mas a percepção era que ele, sozinho, pôs fim à Guerra Fria, salvou o capitalismo e restaurou o status dos EUA como hegemon global. São 'fatos' que, na superfície parecem conter suficiente verdade; e que foram tantas vezes repetidos, que passaram a valer socialmente como axiomas, como afirmação de fatos q dispensam demonstração. 

Incontáveis fatores significativos levaram à autoextinção da União Soviética [não se sabe por quê tantos repetem que teria acontecido algum "colapso" da URSS; não houve: a União Soviética se autodissolveu, por decreto assinado dia 21/12/1991, em Alma Ata, capital do Cazaquistão; dessa fase final participaram Rússia, Ucrânia e Bielorrússia. No mesmo local e data, criou-se a Comunidade de Estados Independentes (CEI). A única explicação para a insistente repetição da expressão "o colapso da URSS" é que... o colapso da URSS foi feito, todinho, todinho, todinho, por Ronald Reagan. E a mídia-empresa, depois, noticiou [pano rápido] (NTs)].

E, para compreender todos aqueles fatores é preciso muito trabalho, muita leitura, muito estudo, muito pensar e pensar – atividades/passatempos agradabilíssimos para muitos, mas que muuuuuuuuuuuuuuitos mais desprezam cada vez mais, todos os dias. 

O conjunto de todas essas atividades/passatempos se chama "pensar criticamente" sobre as mais difíceis questões – e consome tempo. Muito mais fácil assistir meia hora de 'noticiário' colorido e ler algumas colunas de 'especialistas' empregados da mídia-empresa, de onde em alguns países ainda se consegue obter dois ou três pontos de vista diferentes, mas no Br-2016, não, só se obtém, incansavelmente repetido, sempre e sempre, um só e único MESMO ponto de vista. 

E assim aconteceu mais uma vez nos EUA, que a fascinação-obsessão do país com 'celebridades', combinada à cobertura de estilo guerrilheira-terrorista que a mídia-empresa está dando à candidatura de Donald Trump, acabou por substituir a realidade da candidatura Trump. Muitas das políticas dele são impopulares, inconstitucionais ou de realização impossível. Mas está feito: Donald Trump o Mito matou e assumiu o corpo do Donald Trump real. E o 'mito' fala hoje pela mídia-empresa e diz o que quer aos eleitores. E quase 50% dos cidadãos norte-americanos ouvem, acreditam e seguem o homem, zumbificados. 

Trump pode dizer as maiores estupidezes, expor nua e crua a sua vasta ignorância, que nada abala seus apoiadores; para eles, Donald Trump manifesta a versão mega-macha do Sonho Americano: é rico, é poderoso, ninguém manda nele e nunca se cansa.

Os conservadores amam celebridades que se identifiquem com precisamente o que eles amam. Esqueçam o que eles vivem a dizer contra Hollywood. A direita norte-americana ama a celebridade; Clint Eastwood, Dennis Miller, aquela sortida corja de artistas da cena musical country, até hoje, vinham bastando para preencher o vazio de celebridades espantosamente publicamente burras, mal informadas e arrogantes, que os conservadores sempre amam. Até que, de repente, aparece Trump, candidato supercelebridade que mobiliza a atenção e usa a própria imagem para dar ares de normalidade àquela vasta ira e amargo ressentimento. 

Tenho lido dúzia de artigos assinados por homens e mulheres muito mais credenciados que eu. Muitos dos autores dos primeiros daqueles artigos previam que Donald Trump sumiria de cena e da lembrança feito poeira. 

Nas últimas semanas, muitos dos autores daqueles primeiros artigos já aceitam a ideia de que Trump será parte do processo ainda por muito tempo; e há alguns, até, que se renderam à realidade de que Donald Trump pode obter a indicação de seu partido como candidato Republicano à presidência. 

Os três últimos ciclos eleitorais foram já muito diferentes dos anteriores. Mais saberes convencionais erraram mais que acertaram no que tenha a ver com os azarões competindo no processo da indicação dos partidos. 

Pode-se dizer que a maioria dos especialistas causam considerável dano à própria reputação cada vez que aparecem em programas da televisão dominical e têm de fingir que conhecem o eleitorado que são pagos para conhecer. 

Qualquer um que analise tendências passadas como orientação para o que virá expõe-se ao risco de cometer os mesmos erros que todos os nossos 'especialistas' midiáticos e jornalistas & marketeiros em geral estão cometendo: esforçar-se para analisar como se fosse normal um processo eleitoral que se espatifou e está hoje muito longe de qualquer normalidade. 

Donald Trump é para a extrema direita o que o presidente Obama foi para uma parte da esquerda nos EUA: alguém que transcenderia o processo político, e que, simultaneamente, a empresa-mídia não poderia fingir que não via. 

Os mesmos conservadores que não gostaram de ver o presidente Obama dominando completamente o noticiário e as empresas de mídia em 2008 não protestaram contra Donald Trump que, exatamente como Obama antes dele, faz o que quer dos 'jornalistas'. 

Já não há no mundo quem ainda creia em empresa-mídia isenta, em empresa-mídia liberal, em empresa-mídia sequer honesta; em Democracia para poucos o Dr. Michael Parenti detonou as últimas ilusões que houvesse. Sim, mas a rede ABC a 'noticiar' andanças de Donald Trump durante 81 minutos (!), contra os menos de 30 segundos dedicados à campanha de Bernie Sanders, é como uma confissão de que, sim, a mídia-empresa está ativa, operante, trabalhando, por regras que não se conhecem, numa nova lista, que ainda não consegue ver com clareza, de prioridades político-eleitorais. 

Muitos estão ainda à espera de que Donald Trump tenha seu momento Howard Dean: não acontecerá. 

Estrategistas políticos de esquerda e de direita estão à espera de que a alta diluição e a inespecificidade de suas ideias acabem por derrubá-lo: não acontecerá. 

Não há arquivos 'secretos' ou 'públicos' históricos, verificáveis, empiricamente acurados, que deem a jornalistas empregados a coragem para vasculhar cada fato da vida de Trump e expor as mentiras, cada vez que aparecerem no que Trump diz; nem os jornalistas têm, hoje, credibilidade para fazer os eleitores acreditarem mais em mídia-business e/ou em jornalista de subemprego, que em Donald Trump.

Alguns até veem Trump como vil, racista, misógino. Mas o homem é genuinamente admirado pelos seus apoiadores – alguns não sairiam de casa para votar em nenhum outro candidato em nenhum caso – pelas coisas que diz. 

Longe vai o tempo em que falar de "pastas cheias de mulheres" tirou votos de Mitt Romney. A campanha de 2016 está acontecendo sem atenção ao que dizem os 'especialistas'. E bem possível que se vejam filmes em YouTube que mostrem, em tempo real, a crônica da marcha de Trump rumo a "Super 3ª-feira" e talvez para a convenção do Partido Republicano. Se Trump vencer alguma das primeiras primárias, os últimos seis meses passados parecerão calmos, comparados ao que acontecerá dali em diante.*****







* Nos EUA, comemorado na primeira segunda feira de setembro; em 2016, dia 5 de setembro [NTs].

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