1/8/2016, Adam Garrie, The Duran
Quando se trata de eleger ou, que seja, apoiar qualquer figura política, o critério central deve ser as políticas daquela pessoa. Para analisar essas políticas devem-se analisar as realidades correntes, fatos históricos e desejos para o futuro. Mas além disso, e especialmente quando se trata da eleição de um indivíduo, não de um partido, é preciso considerar a natureza da pessoa. E se a pessoa for Hillary Clinton, desculpem, mas algo ali está gravemente errado.
No discurso que fez ao aceitar a indicação do partido dela à presidência dos EUA, dedicou não mais de cinco minutos a questões de política externa, num discurso de mais de uma hora. Sou dos que entende que os assuntos exteriores são o eixo em torno do qual giram todos os demais temas. São questões que afetam a vida e a qualidade de vida de todas as pessoas. Têm impacto no comércio, na política monetária, na política fiscal e na habilidade dos governos para garantir e preservar os direitos e privilégios dos próprios cidadãos. Todas as questões, exceto talvez apenas as mais mundanas, dependem da política exterior.
Nos cinco minutos que dedicou à política exterior dos EUA, Hillary disse pouco além da 'promessa' de manter sem alteração a política que ela mesma coordena ao longo de 15 anos de desastres monumentais no Oriente Médio; que ela sente que Donald Trump é 'um irresponsável'; e que a Rússia é ameaça: tudo absolutamente, previsível e soniferamente repetido. A vasta maioria dos norte-americanos, como dos povos do mundo, sabe exatamente que forças ameaçam a estabilidade e a paz mundial, assim como sabem quem e o que não as ameaçam. A Rússia simplesmente não ameaça coisa alguma e não tem qualquer desejo de ameaçar. Se os mais próximos camaradas de Hillary Clinton são gente em quem se possa confiar, a Rússia ameaçaria, no máximo, as sinistras contas de e-mail da própria Hillary. Mas até isso é dado por completa farsa e mentira por muita gente crescidinha, capaz de se dar ao respeito.
Mas prossigamos, rumo a uma análise mais metafísica, do discurso e da pessoa. A retórica, o modo de falar, os traços pessoais de caráter que transparecem nos discursos são a primeira linha de contato que um político tem com o mundo. Antes de uma bomba ser disparada, de um tratado ser assinado, de um orçamento ser aprovado, o que a população recebe é o discurso de um determinado político, a partir do que forma opinião. Ao longo dos anos, o mundo conheceu grande variedade de estilos retóricos, do discurso patrício (Harold MacMillan, John Kennedy, Benazir Bhutto) às falas apaixonadas, (Nikita Khrushchev, Enoch Powell), cômicas (Silvio Berlusconi), calmantes (Ronald Reagan, Kenneth Clarke, Leonid Brezhnev) até o discurso mais terra a terra (Harold Wilson, Bill Clinton, Donald Trump). Pois Hillary Clinton não se encaixa em nenhuma dessas categorias. Há algo perturbadoramente desumano no modo como ela fala, impressionantemente como um robô.
É difícil acreditar que um ser humano consiga falar tão monotonamente, sobretudo se fala sua primeira língua. Mas até os que ainda são aprendizes de uma segunda ou terceira língua são capazes de alguma inflexão, de um timbre ilustrativo, mesmo sem muita prática em língua que não seja a sua. Uma das coisas interessantes em Bill Clinton sempre foi que 'ele fala como alguém com quem você pode sentar e tomar uma cerveja'. Ainda que não seja qualificação suficiente para governar os EUA, há um traço interessante nesse talento. Assim também, político cuja oratória seja grandiloquente e luminosa, como Churchill por exemplo, sempre atrai a atenção, e sabe-se que se ouvem discursos de Churchill apenas pelas qualidades poéticas daquele específico uso da língua, mesmo décadas depois de os eventos de que tratam os discursos já serem passado remoto.
Hillary tem história conhecida de corrupção, e os escândalos recentes provam que é manifestamente mentirosa, mas ainda que estivesse sendo hoje realmente genuína e sincera, a fala dela mesmo assim não soa como fala de sinceridade. Há alguma coisa de assustadoramente fake nessa pessoa. Não só é alguém capaz de dizer e fazer absolutamente qualquer coisa pelo poder, mas está tentando servir-se de uma estética de computador, no que diz. Há algo seriamente, profundamente realmente muito errado com Hillary Clinton.*****
2 comentários:
KILLary Clinton.
Vai ver que ela é um Agênere da qual fala Robson Pinheiro em seu livro
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