segunda-feira, 4 de junho de 2018

Aiatolá Khamenei: "A agência nuclear do Irã deve preparar-se imediatamente, a partir de amanhã, para enriquecer urânio até 190 mil SWU"

4/6/2018, PressTV, Teerã



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





O líder da Revolução Islâmica, Aiatolá Said Ali Khamenei ordenou que a Organização de Energia Atômica do Irã, OEAI [ing. Atomic Energy Organization of Iran (AEOI) inicie imediatamente os preparativos para enriquecer urânio até 190 mil SWU (Separative Work Units).

O Aiatolá Khamenei divulgou sua decisão numa cerimônia realizada no Mausoléu do Imã Khomeini, na zona sul de Teerã, para comemorar os 29 anos da morte do fundador da República Islâmica, ao falar sobre o acordo nuclear (oficialmente conhecido como Joint Comprehensive Plan of Action, JCPOA) entre Irã e o grupo de países chamados P5+1.


"Parece, pelo que dizem, que alguns governos europeus esperam que a nação iraniana aceite, ao mesmo tempo, ser atacada por sanções, continuar a aceitar limitações em seu programa nuclear e suspender suas atividades naquele programa. Digo àqueles governos que esse pesadelo jamais virará realidade" – disse o Líder.

Destacando que a nação e o governo do Irã não podem tolerar ser sancionados e postos sob "custódia nuclear", o Aiatolá Khamenei ordenou que a OEAI tome medidas imediatas para iniciar o processo de enriquecer urânio "até um nível, por enquanto, de 190 mil SWU dentro dos limites fixados no acordo JCPOA", e que os passos preliminares para cumprir essa ordem sejam iniciados amanhã.


Dia 8 de maio, o presidente dos EUA Donald Trump anunciou que Washington separava-se do acordo nuclear negociado e firmado entre o Irã e cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU– EUA Grã-Bretanha, França, Rússia e China plus a Alemanha.

Trump disse também que reimporia sanções nucleares dos EUA, além de sanções econômicas "do mais alto nível" à República Islâmica.

Nos termos do JCPOA, o Irã aceitou limitar o próprio programa nuclear em troca da remoção de sanções nucleares impostas a Teerã.

Noutro ponto de sua fala, o Supremo Líder disse que todas as medidas tomadas pelos inimigos contra a República Islâmica sempre foram efeito do desespero e confusão dos EUA diante do establishment islâmico.

"As medidas do inimigo contra a República Islâmica, muito diferente de darem mostra de algum grande poder, só expõem o quanto o inimigo está desesperado, nesse confronto com o Irã" – disse o Aiatolá Khamenei.

O Líder acrescentou que as medidas tomadas pelos inimigos da nação iraniana podem retardar a marcha da nação, mas não têm poder para fazer parar o progresso do Irã.


Mausoléu do Imã Khomeini


"O Imã jamais se sentiu fraco nem mostrou fraqueza diante dos inimigos. Sempre se apresentou diante deles em posição de poder" – disse o Líder, acrescentando que, ao enfrentar os complôs dos inimigos, o Imã Khomeini jamais se afastou dos sentimentos mais puros, mas todos os seus movimentos sempre foram resultado de planos detalhadamente concebidos.

O Aiatolá Khamenei também observou que, ao lidar com os inimigos, a República Islâmica do Irã dá prioridade às potencialidades domésticas e às capacidades da nação, e que absolutamente não confia no inimigo.


"Estamos bem conscientes do complô do inimigo e cuidamos de manter o povo bem informado" – disse o Líder, que mencionou pressões econômicas, psicológicas e práticas como os três principais componentes do complô do inimigo contra a nação iraniana.


O principal objetivo ao qual o inimigo visa com pressões econômicas e sanções não é só aumentar a pressão contra o governo do Irã, mas também induzir a nação iraniana a sentir-se desesperançada ante a ação do establishment islâmico, mas, disse o Líder, "com a ajuda de Deus e pelos esforços de funcionários e do povo, o inimigo jamais alcançará esse seu objetivo.

O Aiatolá Khamenei disse que uma das medidas psicológicas que os inimigos tentam contra a nação iraniana é converter as forças do Irã em desafios, na tentativa de esvaziar as forças da nação.

O Líder acrescentou que quando o Irã precisou de urânio enriquecido para finalidades médicas, os inimigos criaram todos os tipos de dificuldades para impedir que os iranianos obtivessem tecnologia nuclear. Mas, disse o Líder, os jovens iranianos deram conta de dominar essas tecnologias, contra todos os esforços dos inimigos.

Em referência ao apoio que o Irã dá aos povos oprimidos do mundo, especialmente ao povo da Palestina, o Aiatolá Khamenei destacou que apoiar os oprimidos é fonte de força para o Irã em todo o mundo, e que o país continuará a apoiar nações oprimidas e forças de resistência, na defesa da integridade dos países da região.

Quanto às pressões que os inimigos ainda impõem ao Irã, o Líder disse que o principal passo dos inimigos nesse campo tem a ver com provocar agitação, infiltrando-se em protestos e reuniões populares pacíficos nos quais as pessoas dão voz às próprias demandas. Insistiu em que o povo iraniano deve permanecer vigilante frente aos inimigos.

Esse ano, as cerimônias coincidem com o mês santo do Ramadã, com centenas de milhares de muçulmanos iranianos em jejum que visitam o mausoléu do Imã Khomeini na zona sul da capital, Teerã.

Mais de 300 correspondentes estrangeiros cobrirão o evento. O maior aeroporto do Irã, que leva o nome do Imã Khomeini, permanecerá fechado durante quatro horas, das 16h às 20h, hora local, enquanto se realizar a cerimônia.

Centenas de visitantes estrangeiros, inclusive professores e pesquisadores, também assistirão às cerimônias.

Procissões similares também se realizam em vários pontos do país, nas quais os participante renovam os votos de fidelidade aos ideias da Revolução Islâmica.

Nascido em 1902, Said Rouhollah Mousavi Khomeini tornou-se líder icônico na luta da nação iraniana, nos anos 1970s contra a tirania secular da monarquia.

O Imã Khomeini liderou protestos populares contra as políticas do regime tirânico de Pahlavi, aliado chave dos EUA. Foi detido e preso em 1963, num momento de protestos crescentes. Ao ser libertado, pronunciou discurso histórico na cidade de Qom, no qual atacou duramente a "lei de capitulação" que garantia imunidade a norte-americanos em território do Irã.

No período pré-revolucionário, o Imã Khomeini viveu mais de 15 anos no exílio por sua inabalável oposição ao último monarca, Mohammad Reza Pahlavi, que o Imã via como lacaio das potências imperialistas ocidentais.

Mesmo no exílio, o Imã Khomeini continuou a orientar o levante contra o regime Pahlavi, que culminou na vitória da Revolução Islâmica, dia 11/2/1979.

Em abril daquele ano, os iranianos votaram em referendo nacional, para converter o país em República Islâmica.

O Imã Khomeini morreu dia 3/6/1989, aos 87 anos.*******

Um comentário:

Julião disse...

Quando os demais paises do mundo enfrentarem tambe o império, como o Irã o fez, tenho certeza de que as coisa mudarão para um mundo muito melhor, onde a influência maléfico do "capitalismo hediondo" que nos oprime, ficará contida apenas nos lugares onde as suas populações os aceitarem. Não seremos mais submetidos a regra geral da exploração capitalista!