7/6/2018, Pepe Escobar, pelo Facebook
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Aí vai a versão curta e doce.
Analistas amigos enviam uma tonelada de estudos técnicos sobre o colapso histórico da perfuração de novas reservas de petróleo.
Todos conhecemos o básico dos baixos preços do petróleo nos últimos quatro anos; tática para ferir, sobretudo, a Rússia. Paralelamente, houve uma aceleração da taxa de depleção – cerca de 8 milhões de barris/dia.
Nos EUA, o crescimento da produção foi de cerca de 1 milhão de barris/dia – em petróleo de xisto. Assim, a redução líquida por ano, por depleção, é de cerca de 3 milhões de barris dia. Depois que a extração voltar a subir – o que absolutamente NÃO está acontecendo – há um lapso de 4, 5 anos, entre o início da extração e o tempo da produção.
Essa queda de três milhões de barris/dia não inclui o colapso de 1 milhão de barris/dia da produção na Venezuela – colapso hoje acelerado, mais o possível colapso na produção no Irã por conta das sanções (um milhão de barris/dia).
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo, OPEP, e a Rússia só podem suprir, no máximo, um milhão de barris/dia.
Resumo da ópera, o que os especialistas em petróleo estão dizendo é que mesmo que a produção da Venezuela não colapsasse, e a situação com o Irã não fosse explosiva, o preço do petróleo em todos os casos teria de subir só por contra da depleção.
Os especialistas insistem que é mito que a OPEP tenha tido corte de 1,8 milhão de barris/dia na capacidade.
Dizem que está mais para um milhão de barris/dia – que se equilibra no esgotamento natural por depleção que não pode ser reiniciada baseada no colapso da perfuração por cerca de cinco anos, se a perfuração crescesse nesse tempo.
Ao longo do século passado, os ciclos de crescimento e colapso na indústria do petróleo deveram-se a esses complicados fatores técnicos.
Assim sendo...
… o preço do petróleo no final de 2018 deve estar acima de $80 o barril.
E o preço DEVE COMEÇAR A SUBIR ao longo dos próximos três anos, exclusivamente por conta da depleção.
Acrescente a isso algo que ainda é top secret e não foi oficialmente confirmado, mas, segundo 100% de fontes confiáveis, a Rússia já iniciou um programa para desviar a maior parte de suas exportações de petróleo e gás natural para a China.
Sábado que vem, em Qingdao, Putin e Xi ESTARÃO discutindo exatamente isso, em detalhes, na reunião de cúpula da Organização de Cooperação de Xangai, OCX.
As exportações russas de petróleo para a China subiram 30%. As exportações russas de petróleo para a União Europeia caíram 40%. As explicações oficiais da Rússia culpam as "sanções". Se a Alemanha não acordar, e depressa, há alta possibilidade de que todas as exportações russas sejam encaminhadas, ao longo do tempo, para China e Ásia.
Acrescente a isso a absoluta impossibilidade de o governo Trump fazer guerra contra o Irã. Se tentasse, a resposta iraniana seria devastadora, incluindo o cenário de guerra real, de destruição total da produção de petróleo em todo o Oriente Médio.
E se cerca de 25% do petróleo do mundo for cortado, como delineei em artigo recente para Asia Times (já traduzido em Blog do Alok) o evento detonaria a bomba mãe de todas as bombas de destruição em massa: o quadrilhão de derivativos que pendem sobre a cabeça do sistema financeiro global.
EM TEMPO:
O gráfico de Hubbert, de que falou o prof. Sauer em Duplo Expresso (7/6/2018), está em https://www.sciencenews.org/ sites/default/files/2016/05/ main/articles/061116_book_ graph.png
Encontrei o gráfico, nos comentários ao texto acima, de Pepe Escobar. Todos los fuegos el fuego...
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