21.02.2016 - Paul Craig Roberts
Traduzido por btpsilveira
A economia dos Estados Unidos está morta. Morreu quando os empregos da classe média foram mandados para o estrangeiro e quando o sistema financeiro foi desregulamentado.
O fato de mandar os empregos para fora do país beneficiou apenas a Wall Street, executivos de grandes corporações e acionistas, porque trabalho mal remunerado e baixos custos operacionais resultam em grandes lucros. Estes lucros fluem para os bolsos dos acionistas na forma de ganhos de capitais e para os bolsos dos executivos na forma de “bônus de performance”. Wall Street se beneficia através do bull market(termo usado principalmente para o mercado de ações, podendo no entanto ser utilizado com relação a praticamente qualquer coisa que pode ser comercializada, como títulos, moedas e commodities – NT, fonte: Investopedia) que é gerado pelos lucros exorbitantes.
No entanto, os empregos que foram mandados para o estrangeiro também levaram para o estrangeiro o PIB dos Estados Unidos e o poder de compra dos consumidores. Apesar das promessas de uma “Nova Economia” e empregos melhores, as substituições acabam recaindo em empregos mal pagos para trabalhos domésticos, atendentes de balcão em lojas, garçonetes e bartenders.
A deslocalização dos empregos na indústria manufatureira e de serviços profissionais para a Ásia fez estagnar o crescimento da demanda nos Estados Unidos, dizimou a classe média e deixou empregos insuficientes para os formandos que sequer são capazes de pagar seus empréstimos estudantis. As escadas da mobilidade social que fizeram dos Estados Unidos uma “sociedade de oportunidades” foram abandonadas em troca de lucros maiores no curto prazo.
Com a falta de aumento na renda dos consumidores para levar a economia, o Federal Reserve, sob o comando de Alan Greenspan resolveu então substituir o crescimento da renda do consumidor pelo aumento da dívida do consumidor. Como sob Greenspan os rendimentos estavam estagnados e até em declínio, foram artificialmente aumentados com a possibilidade de gastar a crédito. Uma das fontes desse crédito foi o aumento dos preços da habitação, tornado possível com a política de baixas taxas de juros federais. Dessa forma, os consumidores puderam refinanciar suas casas por preços mais altos e juros mais baixos e então gastar a diferença.
A dívida em constante expansão, fortemente ligada às hipotecas residenciais chegou ao fim quando a fraude cometida por um sistema financeiro desregulamentado quebrou ao mesmo tempo os mercados imobiliários e de ações. O resgate dos culpados pela situação foi então imposto a alto custo às mesmas pessoas que foram ludibriadas pelos tais culpados.
Em seguida, sob o comando de Bernanke a economia teve continuidade através da Flexibilização Quantitativa, que não passa de emissão massiva de dinheiro para resgatar os “bancos grandes demais para falir”. O excesso de liquidez promovida pelo Federal Reserve naturalmente dirigiu-se para o mercado de títulos e ações e fez os especuladores nesses instrumentos financeiros ainda mais ricos. Os executivos das corporações ajudaram a impulsionar ainda mais o mercado de ações usando os lucros das companhias e empréstimos a custo zero para comprar de volta as ações das companhias, o que fez o débito aumentar exponencialmente.
Aqueles poucos que foram beneficiados pelos preços inflacionados dos ativos financeiros produzidos pela Facilitação Quantitativa e recompra de ações é uma percentagem muito pequena da população que foi afetada pela expansão de crédito de Bernanke ao consumidor. Existe um número relativamente pequeno de pessoas muito ricas, insuficiente para impulsionar a economia.
Enquanto a política de taxa zero do Federal Reserve cumpriu o papel para o qual foi pensada, de apoiar o balanço financeiro dos mega bancos, ao mesmo tempo retirou dos poupadores (norte)americanos os juros sobre suas poupanças. A política fez decrescer a renda dos aposentados, forçando os idosos a reduzir o seu consumo e/ou retirar mais rapidamente suas poupanças, deixando sem segurança financeira os seus herdeiros.
Usando do jogo de fumaça e espelhos das taxas inflacionárias e de desemprego subestimadas, o governo dos Estados Unidos mantém uma aparência de recuperação econômica. Estrangeiros iludidos pela trapaça continuam a apoiar o dólar dando assim suporte aos instrumentos financeiros dos Estados Unidos.
A maneira de medir a inflação oficial foi “reformada” durante a era Clinton para subestimar dramaticamente a inflação. As medidas têm duas vertentes. Uma delas é a de descartar da cesta de bens que compõe o índice de inflação aqueles bens que sofreram aumento de preços. No seu lugar, colocam-se bens de qualidade inferior, a preços mais baixos.
Por exemplo, se o preço do bife conhecido como “New York strip Steak” (bife limpo, apenas com a parte de cima do T-Bone – NT) cresceu muito é substituído pelo bife de traseiro. O antigo método de medida de inflação mantinha o custo de um padrão de vida constante. O índice “reformado” mede um padrão de vida em queda constante.
Outra maneira pela qual a medida “reformada” da inflação pode subestimar o custo de vida é descartar preços altos considerando-os como “aumento na qualidade”. É verdade que a melhoria da qualidade de um produto pode aumentar seu preço. No entanto, trata-se ainda de um crescimento no preço de um produto, e esse crescimento não mais será avaliado. Além disso, nem todos os aumentos de preço são devido à melhora da qualidade; ainda assim, os aumentos de preços são muitas vezes interpretados erroneamente como “melhoria de qualidade”.
Estas duas “reformas” resultaram em inflação não mensurada e na cessação dos ajustes no custo de vida dos recebedores do Seguro Social. A queda da renda real no Seguro Social também impactou negativamente a demanda agregada do consumidor.
O povo foi enganado ao acreditar na recuperação econômica dos Estados Unidos através da subavaliação manipulada das taxas de inflação. A queda na medida da inflação resulta em crescimento do PIB real, quando o PIB nominal é deflacionado pela medida da inflação. Ao subestimar a inflação, o governo dos Estados Unidos exagerou artificialmente o crescimento do PIB.
É fácil verificar e provar o que estou escrevendo; no entanto a imprensa financeira não questiona a propaganda enganosa que sustenta a falsa noção psicológica de que a economia dos Estados Unidos é sólida. Pelo contrário, cultivam essa falácia cuidadosamente, para manter o resto do mundo investindo em dólares, dando assim sustentação para esse castelo de cartas.
John Maynard Keynes entendeu que a Grande Depressão foi o resultado de uma demanda de consumo insuficiente para retirar das prateleiras os bens produzidos pela indústria. A política macroeconômica do pós Segunda Guerra Mundial estava focada na manutenção adequada da demanda agregada a fim de evitar desemprego alto. A política de manutenção da oferta do Presidente Reagan corrigiu com sucesso um erro nas políticas macroeconômicas Keynesianas e manteve o bom funcionamento da economia dos Estados Unidos sem o perigo de “estagflação” pelo agravamento da “Curva de Philips” relacionada com a inflação e o desemprego. No século 21, a demanda dos consumidores diminuiu, o que faz os Estados Unidos incapazes de manter o pleno emprego.
A medida do desemprego que a imprensa comprada (presstitute no original – NT) mostra não tem o menor sentido, por não considerar como desempregados os trabalhadores desencorajados, e os trabalhadores desencorajados são a maior parte dos desempregados (norte)americanos. As reportagens mostram uma taxa de desemprego de 5%, que na realidade é a medida U-3 que não conta como desempregados aqueles trabalhadores que estão tão desencorajados que não mais procuram por um emprego (nos EUA, as pesquisas de desemprego realizadas por órgãos oficiais consideram seis níveis – de U-1 a U-6. O governo adota como verdadeiro o nível U-3. Para se ter uma ideia, quem não procurou por trabalho nas últimas quatro semanas [não importa o motivo] não é considerado desempregado]. Na realidade para que se tivesse uma melhor medida do desemprego nos Estados Unidos o nível a ser considerado deveria ser o U-6. Por exemplo, pelo nível U-3, um executivo de 57 anos que não mais procura emprego porque pela sua experiência sabe que não será contratado, não conta como desempregado. Um pedreiro que quer trabalhar mas que deixou de procurar serviço porque a recessão arruinou as vagas que existiam na construção civil, não conta como desempregado. Alguém que só trabalha em um turno de seis horas em apenas um dia da semana porque não encontrou outro tipo de serviço não conta como desempregado. Considerado o nível U-3, a taxa de desemprego é de 5%, mas considerando o nível U-6 ‘mais real’, a taxa sobe para 10%. John Willians e outros economistas realizaram um ótimo estudo sobre o assunto, provando que a verdadeira taxa de desemprego nos EUA está atualmente em 23% – NT).
Porém o governo dos Estados Unidos tem uma segunda taxa oficial de medida de desemprego, a U-6, que inclui trabalhadores desencorajados há um ano. Essa taxa oficial de desemprego está em 10% (no entanto, essa taxa raramente aparece em qualquer órgão de imprensa. A impressão é a de que não é divulgada – NT).
Quando os trabalhadores desencorajados em prazo maior (mais de um ano, sempre levando em consideração aquele trabalhador que já não procura emprego por desânimo) são incluídos na medida de desemprego, como já se fez, o desemprego dos EUA sobre para 23% (veja John Williams shadowstats.com).
Estímulos fiscais e monetários poderiam trazer de volta os trabalhadores ao serviço se seus empregos ainda existissem no Mercado doméstico. Mas se os empregos foram mandados para o estrangeiro, objeto de uma política financeira de offshoring, os estímulos fiscais e políticos não podem funcionar.
O que a política de deslocalização (offshoring) de empregos fez foi dar de presente o PIB dos Estados Unidos aos países para onde foram mandados os empregos. Dizendo em outras palavras: junto com os empregos, foram também as carreiras dos (norte)americanos, o poder de compra dos consumidores e a base fiscal de onde saíam as taxas e impostos dos governos locais, estaduais e federais. Entre os (norte)americanos existe apenas um número ínfimo de vencedores, que são os acionistas das companhias que mandaram os empregos para fora e os executivos destas companhias, que recebem bônus de desempenho no valor de milhões de dólares ao fazer crescer dessa forma os lucros das corporações para as quais trabalham, através do custo ínfimo do trabalho no estrangeiro. Claro, não podemos esquecer os economistas, os quais ganham subsídios, fazem palestras e recebem participações nos conselhos de administração das empresas, para trabalhar pela política de deslocalização, a qual piora a distribuição de renda e de riqueza. Uma economia que funciona corretamente apenas para uns poucos está doente, e não importam quanto ganham esses poucos, pois não podem consumir o suficiente para manter a economia em crescimento.
Neste início do século 21 a política econômica dos Estados Unidos destruiu a capacidade de crescimento da demanda real agregada do país. Claro que os economistas, cúmplices interessados do globalismo e da política de offshoring vão negar isso. Eles tentam apresentar a deslocalização dos empregos como livre comércio e, em sua ideologia o livre comércio só pode beneficiar a todos, chegando a afirmar que a deslocalização dos empregos é boa para os Estados Unidos, mas ainda não foram capazes, até agora, de apresentar qualquer evidência desses supostos benefícios (veja meu livro, The Failure of Laissez Faire Capitalism and Economic Dissolution of theWest).
Como economista, é um total mistério para mim como qualquer economista pode pensar que uma população que não produz a maior parte dos bens que consume pode ter acesso a esses mesmos bens. De onde virá a renda para pagar as importações se elas estão inundadas por uma torrente de produtos fabricados em outros países?
Nos foi dito que a renda deveria vir dos empregos muito melhor remunerados a serem criados pela “Nova Economia”, mas nem os relatórios de trabalhos baseados em folhas de pagamentos nem as projeções futuras para o emprego do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos mostram qualquer sinal dessa mítica “Nova Economia”.
Não há isso de “Nova Economia”. Essa tal “Nova Economia” é igual à promessa dos neoconservadores de que a Guerra do Iraque seria “uma moleza”, acabaria em seis semanas, seria paga com receitas do petróleo do próprio Iraque e não com os 3 bilhões de dólares dos contribuintes (Conforme pesquisa realizada por Joseph Stiglitz e Linda Bilmes) que foram gastos nesta guerra que adentrou pelo século 21 inteiro até agora e se torna cada vez mais perigosa.
A “Nova Economia” (norte)Americana é a economia dos EUA do Terceiro Mundo na qual são criados apenas empregos de baixa produtividade, serviços domésticos não comercializáveis muito mal pagos e incapazes de produzir receitas de exportação com as quais pagar os bens e serviços produzidos no exterior para consumo nos EUA.
O débito massivo que resulta das guerras intermináveis de Washington para o sonho de hegemonia neoconservadora agora está ameaçando o Seguro Social, e indiretamente a própria rede de segurança social. A mídia comprado dos Estados Unidos culpa não a política equivocada que devastou os (norte)americanos, mas em vez disso os (norte)americanos devastados por essa política.
No início deste mês, postei relatos de leitores sobre a péssima situação dos empregos em Ohio, sul de Illinois e Texas. No texto de março do Chronicles, Wayne Allensworth descreve o declínio das cidades ruralistas e das grandes cidades industriais que já foram pujantes como consequência do “capitalismo de globalização”. Uma pequena faixa de pessoas realmente muito ricas governam agora os que “foram deixados para trás” – a classe média arrasada e uma crescente subclasse de pessoas. De acordo com uma pesquisa realizada no último outono, 53% dos (norte)americanos sentem-se como se fossem estranhos em seu próprio país.
É muito claro o fato de que os (norte)Americanos não tem representação política de qualquer espécie. Republicanos e Democratas se unem para fazer aumentar a idade de aposentadoria para reduzir os gastos do Seguro Social e especialistas da Universidade de Princeton já demonstraram que a taxa de mortalidade entre os trabalhadores brancos está crescendo. O governo dos Estados Unidos não descansará até que nenhum viva o suficiente para receber benefícios do Seguro Social.
O governo dos Estados Unidos abandonou todos os seus cidadãos com exceção dos ricos.
Na frase que abre este artigo, afirmei que os dois assassinos da economia (norte)americana respondem pelos nomes de deslocalização dos empregos e desregulamentação do sistema financeiro. O que a desregulamentação fez foi facilitar enormemente a capacidade dos bancos de promover a financialização da economia. A financialização da economia é o desvio dos fluxos de rendimento para o serviço da dívida. Quando se chega ao ponto em que o serviço da dívida (serviço da dívida é o total dos pagamentos que o devedor tem que efetuar apenas para pagar juros, taxas e amortizações do débito – NT) absorve parte substancial da renda disponível, afirma-se que a economia está em situação de deflação da dívida. O serviço da dívida deixa uma renda mínima para que sejam adquiridos bens e serviços e os preços caem.
Recentemente escrevi sobre Michael Hudson, que é um expert em financialização. Recomendo a todos o seu livro Killing the Host(Assassinando o Hospedeiro – NT). Narra e explica toda a história. Falando brevemente, a financialização é o processo através do qual os credores capitalizam os excedentes de uma determinada economia através de pagamentos de juros para si mesmos. Pode-se tomar como exemplo uma dada corporação que se carrega de dívidas para comprar suas ações de volta. A empresa tem então um impulso, embora temporário, nos preços de suas ações mesmo que isso custe o pagamento de anos de juros que por sua vez drenarão para os credores recursos financeiros da empresa e farão baixar o preço de suas ações.
Michael Hudson chama a atenção para a atual conversão do valor dos aluguéis de bens imobiliários em pagamentos de hipoteca. Coloca ênfase no fato de que economistas clássicos querem que a base da taxação não seja a produção, mas a renda econômica. Renda econômica é o valor excedente derivado de localização ou posição monopolista. Vamos dar um exemplo: propriedades à beira mar têm valor maior devido a sua localização. A diferença entre os valores de imóveis que estão de frente para a praia e aqueles que não estão é renda econômica e não valor de produção. Caso exista um monopólio que não seja regulamentado, poderá cobrar pelo serviço prestado preço maior do que seria cobrado para colocar esse serviço no mercado em posição não monopolista.
A proposta de tributar a renda econômica não significa que você será cobrado sobre a renda que paga ao seu senhorio, nem que seu senhorio será taxado porque recebeu o pagamento, acabando por se desinteressar em fornecer habitação. Hudson entende como renda econômica, por exemplo, o crescimento de valor que acontece com os imóveis nas imediações de projetos públicos como estradas, sistemas de metrô e infraestrutura pública em geral. Lógico que ocorre um aumento no valor da terra quando se abrem novas estradas ou linhas de metrô para os sistemas habitacionais ou comerciais. Tal aumento de valor não decorre de qualquer ação dos proprietários dos imóveis em questão. Esse crescimento no valor pode ser tributado para pagar os projetos de infraestrutura, em vez de buscar dinheiro no rendimento da população em geral. Em vez disso, o que o aumento no valor da terra faz é atrair credores dispostos a emprestar mais e mais dinheiro com base nas propriedades. Os novos compradores ou antigos proprietários das terras podem buscar crédito com base nos bens imóveis, fazendo hipotecas maiores, que acabarão por desviar para o setor financeiro o aumento de valor da terra através de pagamentos de juros aos credores. Os credores que emprestam a juros acabam sendo os principais beneficiários dos projetos públicos que fazem crescer o valor dos imóveis.
Da mesma forma, a menos que a economia esteja tão financializada que os valores das hipotecas não mais possam ser estendidos, quando os bancos centrais baixam as taxas de juros, o valor dos imóveis sobre e este crescimento de valor pode ser capitalizado novamente em uma nova hipoteca ainda maior.
Ainda outro exemplo seria a redução do volume de impostos sobre a propriedade através de legislação como a Proposition13 da Califórnia, que promoveu o congelamento total ou parcial do preço dos imóveis que formam a base da cobrança de impostos sobre a propriedade. Assim, os aumentos de valor dos imóveis acabam ficando fora da base tributária e são capitalizados em hipotecas maiores. Os novos compradores dos imóveis não se beneficiam. Nem o Estado. Os únicos beneficiários da situação são os credores que emprestam a juros e que captam o aumento dos preços imobiliários para o pagamento de juros sobre base financeira maior.
A tributação da renda econômica impediria o sistema econômico do setor financeiro de capitalizá-la através de instrumentos de débito, drenando juros para o setor de finanças. Levando em conta a quantidade de renda apta para ser tributada, a tributação de rendas liberaria o setor produtivo e de vendas de parte da tributação, o que reduziria os preços ao consumidor, ao liberar de impostos o trabalho e o capital produtivo.
É claro que com tanta renda da terra já capitalizada através de instrumentos de dívida a juros, a transferência dos encargos fiscais para a renda econômica seria um enorme desafio. Porém a análise de Hudson demonstra que é a financialização e não a compressão salarial o maior instrumento da exploração atual e decorre do sistema financeiro de conversão dos fluxos de renda em pagamentos de juros de dívidas.
Lembro-me de uma época em que o serviço das dívidas hipotecárias não podiam ultrapassar um quarto da renda familiar. Atualmente, o serviço da dívida pode absorver até a metade da renda das famílias o que naturalmente faz decrescer seu poder de compra, que leva à destruição do setor de produção de bens e serviços, porque menos da renda familiar está disponível para fazer compras.
Michael Hudson e eu mesmo fazemos uma acusação frontal contra a profissão de economista neoliberal. Como diz Hudson, são “economistas do lixo”.***
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