Presidente Putin da Rússia recebeu relatório do ministro da Defesa Shoigu ontem, durante reunião do Conselho de Segurança da Rússia, sobre informações segundo as quais um ataque aéreo russo pode ter matado o líder Abu Bakr Al-Baghdadi, do ISIS.
O relatório da reunião no website do Kremlin é extremamente cuidadoso e não repete aquelas informações nem menciona o nome de Al-Baghdadi.
O ministro da Defesa Sergei Shoigu atualizou os participantes da reunião sobre o ataque das Forças Aeroespaciais Russas próximo de Raqqa na Síria, no qual foram mortos muitos terroristas, entre os quais, possivelmente líderes do ISIS.
Os russos também distribuíram fotos dos prédios em Raqqa onde aconteceu a reunião de líderes do ISIS da qual se supõe que Al-Baghdadi tenha participado. Na imagem, veem-se fotos dos prédios, antes e depois do ataque aéreo.
À parte a questão de se Al-Baghdadi foi ou não realmente morto naquele ataque aéreo, o aspecto possivelmente mais interessante dessa ação russa é que o simples fato de ela ter acontecido mostra que os russos receberam informação sobre a reunião dos líderes do ISIS em Raqqa e precisamente sobre o local onde aconteceu. O fato de já haver quem diga que Al-Baghdadi pode ter estado presente também sugere que os russos tinham algum tipo de informação interna sobre a reunião.
Tudo isso sugere que os russos trabalharam com inteligência vinda de dentro do ISIS. De fato, o Ministério da Defesa da Russa está informando hoje que a Rússia recebeu inteligência, no início do mês de junho, de ataque do ISIS contra Deir Ezzor – o que também sugere a existência de fonte de inteligência russa dentro do ISIS.
Há algumas semanas houve uma bolha de excitação e falsa indignação, quando o presidente Trump dos EUA divulgou o que supostamente seria inteligência sigilosa sobre um complô, do ISIS, para usar laptops num atentado para derrubar aviões civis nos quais viaja o ministro de Relações Exteriores Sergey Lavrov. Houve sugestões de que o "vazamento" dessa informação pelo presidente Trump teria comprometido uma fonte de inteligência, com especulações de que se trataria de um agente da de Israel, que operaria no coração da liderança do ISIS.
Recentemente, possivelmente para pôr fim a essa especulação, apareceu um artigo no New York Times, o qual, depois de longa digressão sobre o fracasso da ciberguerra dos EUA contra o ISIS, dizia que a inteligência israelense sobre o suposto atentado doslaptops havia sido obtida, na verdade, de um hacker.
Considerados os incontáveis absurdos que se publicaram sobre esse episódio, eu desconfiaria muito antes de assumir que qualquer coisa dessas seja verdade, ainda mais porque, se for verdade o que agora se diz, não se compreende afinal, mesmo, por que os israelenses teriam ficado "furiosos" por Trump ter partilhado com os russos partes dessa informação.
Independente disso, o ataque aéreo sobre Raqqa e a informação sobre o ataque que estaria sendo planejado para Deir Ezzor sugerem que os russos, sim, têm inteligência sobre o ISIS e que é no mínimo tão boa quanto a inteligência de EUA e Israel.*****
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