Traduzido do russo para o inglês por A. Đurić, e publicado em Southfront
Traduzido do inglês para o português por Ruben Bauer Naveira
O Presidente
da Comissão de Relações Exteriores do parlamento (Duma) da Rússia, Alexei
Pushkov, declarou hoje que a ordem mundial se decide na Síria, e que não se
trata aquele de um mero conflito local.
“Os Estados Unidos sabem que perderão a
imagem da nação que é inevitável se vierem a experimentar um fracasso na Síria,
e o Secretário de Estado John Kerry também está ciente disso, há meses”,
Pushkov declarou ao diário vienense “Die Presse”.
Pushkov
disse que a Rússia é hoje, ao lado dos Estados Unidos e da China, um dos três
poderes mundiais, que podem independentemente tomar decisões a nível global e
enfatizou que o governo russo, como o poder mundial que é, interveio na Síria
assumindo responsabilidade pela situação mundial.
Ele
também acredita que a União Europeia é dependente dos Estados Unidos.
Pushkov disse
que a Rússia não enviará tropas de infantaria para a Síria e que o objetivo do
envolvimento russo é apoiar o exército sírio e todos os demais que lutem contra
o Estado Islâmico.
“Nós apoiamos Bashar al-Assad porque ele
ainda é o legítimo presidente da Síria e é, à exceção dos curdos, a única força
que está combatendo o Estado Islâmico em terra”, ele assinalou.
Pushkov negou
que a Rússia pretenda ensinar uma lição às nações ocidentais na Síria.
“Mas nós não vemos nenhuma razão para nos
mantermos afastados quando os Estados Unidos, nas últimas duas décadas, tendo o
monopólio de resolver os problemas no Oriente Médio, destruíram completamente a
região”, disse.
Pushkov não
acredita quer haja um vácuo criado pelos Estados Unidos no Oriente Médio, o que
há é um desastre.
“Os analistas ocidentais usam o
termo vácuo, mas esse é apenas um modo educado de dizer que os americanos
fracassaram por completo. Líbia, Iraque, Síria, Iêmen – os Estados Unidos não estabeleceram
nada além de caos”, ele crê.
Pushkov disse
que a Rússia é responsável pela segurança dos seus aliados na Ásia Central –
Cazaquistão, Tadjiquistão e Quirguízia.
“Essa é a nossa antessala vulnerável, que se
encontra ameaçada pelo Estado Islâmico. Estava na hora de alguém recuperar a
ordem no Oriente Médio”, acrescentou ele.
De acordo
com ele, a ordem na Síria foi destruída por alguém de fora, lembrando que os Estados
Unidos queriam depor Assad.
“Quando o presidente americano Barack Obama se
deu conta em 2012 que o golpe de Estado contra Assad, que ele havia preparado,
não funcionaria, ele começou a apoiar grupos islamistas radicais juntamente com
a Turquia, o Qatar e a Arábia Saudita. Nós intervimos na Síria quando a solução
tencionada pelos Estados Unidos não funcionou. A Síria necessita de uma solução
política”, disse Pushkov.
Ele chamou a
atenção para o fato de que Assad conta com o apoio de grande parte da população
síria, e que uma solução política não pode estar baseada na sua derrubada, mas
em conversações entre o governo e a oposição.
Ele
acrescentou que a ação militar russa na Síria estabeleceu um equilíbrio que
permite uma solução política, e ele está convencido que, sem a Rússia, a Síria agora
não teria nenhum cessar-fogo ou negociações, e que o Estado Islâmico e a Al
Nusra [N. do T: Al-Qaeda na Síria]
estariam agora dividindo Damasco entre si.
O
enfraquecimento ou a destruição do Estado Islâmico traz maior segurança para a
Rússia mas, se essa organização terrorista tornar-se mais forte, ela
representará um grave perigo para a Rússia, alertou ele.
Perguntado a
respeito do risco de um confronto direto entre Turquia e Rússia na Síria,
Pushkov disse que a Rússia agiu muito responsavelmente após a derrubada do
avião militar russo e do assassinato do seu piloto.****
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