terça-feira, 15 de março de 2016

Sobre a saída dos russos, da Síria: Calma. Acalmem-se todos. Calma.

14/3/2016, Andrew Korybko, Moscou, pelo Facebook, 



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



A Rússia não está "em retirada" da Síria como há quem pense e alguns já estão dizendo. Serão mantidas as instalações em Latakia e Tartus que ajudaram o Exército Árabe Sírio a libertar a maior parte das áreas não povoadas do país desde o início da intervenção militar antiterroristas.

O presidente Putin está enviando forte mensagem ao resto do mundo, antes de que recomecem as conversações de paz para a Síria, no sentido de que a Rússia reforça a aposta numa solução diplomática para o conflito e não está de modo algum dando as costas à Síria.

Qualquer retorno a hostilidades em grande escala e a resposta russo não tardará, motivo pelo qual se mantêm forças em Latakia para garantir que se cumpra o cessar-fogo.

Se necessário, e se houver alteração dramática na situação, todas as unidades que estão sendo removidas podem retornar rapidamente.

É importante grande movimento militar diplomático que a Rússia não empreenderia se não houvesse avaliações de especialistas da situação toda, depois de contatos com todas as potências globais relevantes, sejam diretos entre os diplomatas e/ou chefes de Estado (como com os EUA) ou indiretamente por canais paralelos (possivelmente o Irã conversou com a Turquia em nome da Rússia).

É prematura qualquer discussão sobre "divisão" da Síria ou algum tipo de acordo autorreferente entre Rússia e EUA à custa da Síria. Tenho certeza de que se discutirá tudo, todos os tipos de questão, disso não há dúvidas, mas nenhuma discussão significa necessariamente que haverá alguma "divisão" por "esferas de influência".

O que vemos no lado russo é só a parte visível e o que os 'noticiários' fazem dos resultados daquelas negociações sigilosas; menos óbvio é o que Irã, Hezbollah, Arábia Saudita, Qatar e os EUA estão fazendo pelo lado deles, mas não há dúvidas de que o movimento russo não foi unilateral, nem efeito de fraqueza dos sírios, e obviamente foi coordenado com todos os aliados.

Bem diferente disso, foi manobra estratégica atentamente planejada, a qual, embora inesperada para nós, obviamente foi pensada antecipadamente e cuidadosamente.

As conversações sobre a Síria que começarão em breve são crucialmente importantes e, como sempre foi, continua a ser prerrogativa dos sírios decidirem sobre o governo do próprio país, seja no que diz respeito a o país manter-se unitário (via que eu pessoalmente apoio), ou se se converterá em federação a ser definida (via que não apoio).

Ao longo da semana e nos dias posteriores, a situação se esclarecerá, mas não esqueçamos que há gente pronta para meter o dedo no gatilho, com teorias anti-Rússia e anti-Síria; são os mesmos que sempre acalentaram os mesmos projetos 'militantes' e armados, sempre à espera de momento oportuno para manifestá-los.

Que Deus abençoe a Rússia, que Deus abençoe a Síria, que Deus abençoe os talentosos negociadores seus aliados nas conversações que virão.

Acredito firmemente na Rússia e na Síria e tenho perfeita confiança nos seus governantes, tão duramente testados e experientes. E você?*****

2 comentários:

Unknown disse...

Sim, todos os que somos sãos, apoiamos a Paz na Síria. Penso como tem sido difícil desarmar as bombas de tempo, armadas pelo império e seus vassalos.......
Como bem observou Moniz Bandeira, um império decadente é muito mais perigoso do que um império em ascenção.
Trabalho árduo de construir uma HUMANIDADE!

armalio disse...


por una siria no federativa!

los kurdos no son responsabilidad de ellos.

y que puedan volver todos los que emigraron, y los niños volver a la escuela!