O secretário-geral do Hezbollah, Sayyed Hasan Nasrallah, confirmou na 6ª-feira que o Hezbollah sempre foi honesto, desde o primeiro momento. Acrescentou que o partido não poupou esforços para facilitar a eleição de Michel Aoun à presidência do Líbano, depois de dois anos e meio sem que houvesse acordo para formar novo governo.
Durante uma cerimônia em memória do Mártir Comandante Mustafa Shehade realizada na 6ª-feira, Sayyed Nasrallah disse que, depois de concluída a eleição presidencial, é hora em que afinal se pode falar.
"Nós no Hezbollah enfrentamos muita injustiça e falsas acusações durante os dois anos e meio passados. Agora esperamos que os que tanto mentiram reavaliem suas posições.
Fomos honestos desde o primeiro momento em que endossamos a candidatura de Michel Aoun à presidência, não poupamos esforços para alcançar a concretização dessa eleição. E em nenhum momento mudamos nossa posição."
Aos que disseram que o Hezbollah não aprovava o nome de Aoun como presidente, e que estaríamos mentindo, porque desejaríamos que permanecesse o vácuo político no país, Sayyed Nasrallah disse que o Hezbollah jamais mente ou burla.
"Há pessoas que se servem de todos e quaisquer pretextos regionais ou internacionais para nos acusar de mentirosos, em todos os campos, do programa nuclear à crise síria. Mas em todos esses casos os desenvolvimentos provaram que o Hezbollah não mentia. Quem nos acusava, sim, eram os mentirosos.
Chegou o dia 31 de outubro, para desmentir tudo que diziam contra nós. Afinal, aconteceu tudo que desejávamos que acontecesse. Ficou claro que não há relação nenhuma entre a questão nuclear ou a questão síria, e as eleições presidenciais no Líbano.
Os próprios Irã e Síria sempre insistiram que essas eleições são questão libanesa. Os que forçavam para misturar o Líbano em agendas externas, são hoje os mesmos que tantos nos acusavam de fazer tal coisa."
Sayyed Nasrallah dirigiu-se também aos que diziam que ao apoiar Aoun, o Hezbollah estaria tentando colher trunfos de última hora e criando grave embaraço para todo o Partido de Deus. "Não vi ninguém que se declarasse embaraçado por nossas posições há dois anos e meio. Alguém viu?" – A verdade é que o Hezbollah escolheu o lado certo já desde o início do bloqueio que paralisou o governo libanês.
Sua Eminência, secretário-geral do Hezbollah reafirmou que a relação entre o Hezbollah e o presidente Aoun é relação de confiança.
"O Hezbollah não barganha nem negocia com a presidência nem sobre a presidência. Confiamos em Aoun como patriota e independente, que não se movimenta pelo que digam agendas estrangeiras."
Sobre a sessão do Parlamento do dia 31 de outubro para eleger um novo presidente, Sayyed Nasrallah disse que o presidente do Parlamento, Nabih Berri merece elogios pelo modo como administrou a sessão com sabedoria e consciência, apesar de ele ter posição política conhecida. Sua Eminência elogiou Berri como "estadista que sabe defender o Líbano" e "forte garantia em tempos difíceis."
Sayyed Nasrallah também agradeceu ao líder do partido Marada, Suleiman Franjieh por ser aliado tão confiável. "Foi líder fortemente comprometido conosco e nossa escolha, poderia ter sido eleito presidente, se quisesse. E escolheu ser honesto conosco, como aliado."
Na sequência Sua Eminência conclamou todos os partidos a cooperar com o novo presidente, em nome do bem-estar e para benefício dos libaneses, nesses tempos de conflitos e dilemas que nos cercam.
Sobre a formação de um novo governo, Sayyed Nasrallah disse que o Hezbollah não nomeou Saad Hariri para o posto de premiê para formar o novo governo, mas, sim, ofereceu todas as facilidades possíveis para a nomeação dele. Mas disse também que o bloco do Hezbollah assumirá papel claro na formação do novo Gabinete, no sábado, depois que o bloco reunir-se com Hariri, primeiro-ministro designado.
O líder do Hezbollah disse que o partido não participará de nenhum gabinete que o presidente do Parlamento Nabih Berri decida boicotar.
"Durante os últimos anos, enquanto se formavam novos governos, sempre apreciamos que o Movimento Patriótico Livre [ing. Free Patriotic Movement (FPM), partido Aounista] com o qual nos dedicamos a construir uma aliança, recebesse uma parcela justa de participação no governo; quando não foi feito assim, boicotamos a formação de governos, para ajudar os Aounistas. E acrescentou que "se o presidente Berri [do Parlamento] optar por não participar do próximo governo, nós também não participaremos. E o próprio FPM deve fazer o mesmo."
Sua Eminência disse também que o presidente Berri foi negociador oficial em nome do Hezbollah e de seu próprio bloco Desenvolvimento e Liberação, nas negociações para designar as pastas do novo Gabinete. Disse que os libaneses entram agora em nova fase, graças à ação do exército e do povo libaneses; acrescentou que o Hezbollah alegra-se por o Gabinete ter sido formado, e faz votos de que seja produtivo.
Sayyed Nasrallah desmentiu a propaganda mentirosa distribuída pelos sauditas, segundo os quais os iemenitas teriam disparado um foguete balístico contra Meca.
"Não passa de mentira, e mentira muito sarcástica. De onde inventaram que os pobres iemenitas, que estão sendo dizimados, mortos todos os dias às centenas, teriam mísseis para disparar contra Meca? São mentiras."
O secretário-geral do Hezbollah apresentou suas condolências à família do Mártir Shehade, esposa, filha e filhos. Sua Eminência elogiou o Mártir, por ter vivido existência cheia de Jihad e sacrifícios, além de sua força e da firmeza com que desempenhou sua missão de comandante de combatentes nas fileiras do Hezbollah: "Quando havia quem apostasse num conflito entre o Hezbollah e o Exército Árabe Sírio (massacre de Fethullah), o Mártir Shehade soube refutar a conspiração, com sabedoria e consciência reta" – disse Sayyed Nasrallah.*****
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