segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Talibã, 2018: “Em Moscou, falamos de paz. Ninguém aqui está ‘negociando’”

9/11/2018, Dawn, Paquistão [editado para excluir o viés pró-EUA e inserir viés pró-Rússia]




Ver também, para conhecer o contexto:
“EUA a um passo de ter de devolver o AfPaq aos Talibã, à al-Qaeda...” 
31/10/2018, MK Bhadrakumar, Indian Punchline, traduzido em Blog do Alok


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Na 6ª-feira, em Moscou, aconteceram conversações internacionais sobre o Afeganistão, que deram a largada para contatos entre o governo de Cabul e os Talibã. Os dois lados enviaram delegações à capital russa.

A Rússia espera que “mediante esforços conjuntos, abra-se nova página na história do Afeganistão” – disse o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na abertura das conversações, num hotel em Moscou, nessa 6ª-feira pela manhã.

Lavrov disse que a participação de líderes afegãos e de líderes dos Talibã foi “importante contribuição”, que visa a criar “condições favoráveis para o início de conversações diretas”.

“Contamos com que construam conversação séria e construtiva, e que respondam às esperanças do povo afegão” – disse o embaixador russo, antes do início das conversações, que naturalmente não foram abertas à imprensa e ao público.

O porta-voz dos Talibã Zabiullah Mujahid disse à AFP que os Talibã enviaram delegação de cinco representantes. “Em Moscou, falamos sobre paz. Ninguém aqui está ‘negociando’ com o governo de Cabul” – disse o porta-voz.

“Essa conferência visa a encontrar solução pacífica para a questão do Afeganistão” – esclareceu Zabiullah Mujahid. 

É a primeira vez que delegação dos Talibã participa desse tipo de reunião internacional de alto nível, disse na 5ª-feira a porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da Rússia Maria Zakharova.

Os Talibã estão proibidos de operar na Rússia, classificados como “organização terrorista”.

A delegação afegã é constituída de quatro representantes do Alto Conselho para a Paz, órgão estatal afegão encarregado dos esforços de reconciliação com os militantes Talibã, disse o porta-voz da delegação afegã Sayed Ihsan Taheri. Mas o Ministério de Relações Exteriores do Afeganistão ainda insiste em que o Conselho não representaria o governo afegão naquela reunião.

Moscou convidou para essa reunião representantes dos EUA, Índia, Irã, China, Paquistão e de cinco repúblicas na Ásia Central, das que foram repúblicas socialistas soviéticas.

“O Paquistão (...) com certeza estará presente” – disse à AFP o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores Muhammad Faisal.

O encontro em Moscou estava marcado inicialmente para acontecer em setembro, mas foi adiado quando Cabul insistiu que o processo fosse conduzido pelo governo afegão. Como agora se constata, a posição dos Talibã prevaleceu e o Afeganistão aceitou enviar delegação estatal, embora declarada não representante do governo.

A embaixada dos EUA em Moscou informou que também enviaria um representante, como observador.

Na versão dos norte-americanos que ainda ocupam o Afeganistão, a reunião aconteceria em momento muito sensível, porque o enviado de paz dos EUA Zalmay Khalilzad trabalhava para convencer os Talibã a negociar (sic) um fim (sic) para a guerra (...). 

Como outras dessas organizações estatais norte-americanas sempre operantes contra qualquer paz e sempre pró-guerra, mais um think-tankestatal norte-americano disse semana passada que Cabul nos últimos meses estaria perdendo o controle da situação, depois que forças de segurança sofreram número recorde de baixas, sem, segundo fontes dos EUA, ter conseguido praticamente nenhum avanço contra os Talibã.*******

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