À espera de Yalta-2 (Parte 2)
Ver também
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
"Que ninguém se engane: são eles, esses grupos de falsos artistas, ladrões, mentirosos, sádicos profissionais, quem hoje está enfrentando "crise sem precedentes". Eles, eles! Não nós, pessoas comuns, trabalhando para viver em todo o mundo. Eles enfrentam ameaça sem precedentes. Eles lucram com as guerras, nós morremos nas guerras. Eles tornaram-se escandalosamente ricos. Nós somos castigados pelo ARROCHO. Eles declaram-se juízes da humanidade, e nós somos vítimas dos crimes deles. Quando falam, falam só por eles, nunca por nós."
EUA só fracassam (em tudo)
Às vezes, as crianças são brutalmente sinceras. Um menino pergunta à mãe: "Mamãe, você já viu o meu pai nu?" E ela: "O quê? Como?" E o menino: "Corra aqui! Papai está no chuveiro! Venha ver que coisa horrível!"
Recentemente alguém escreveu que os norte-americanos agem como crianças. Se algum dia foi verdade, é hoje, com um punhado de indivíduos que governam aquele país e tentam, para dizer o mínimo, praticar ato violento, não consensual, contra o resto da humanidade.
Considere-se por exemplo o secretário de Defesa Ash Carter. Lembro-me de ter cruzado com Mr. Carter uma vez, num evento de levantamento de fundos. Naquele momento, era subsecretário, encarregado da compra de bens e serviços para os militares dos EUA [ing.military procurement]. Em outras palavras, era a figura mais importante do mundo para milhares de empresas norte-americanas, pequenas e grandes, para as quais os contratos da Defesa eram a única fonte de dinheiro e existência. Um velho amigo meu, fornecedor da Defesa durante toda a vida, apontou Carter, numa roda de governadores e juízes e disse: "Pode esquecer os políticos. Aquele é o homem mais importante do mundo, para um sujeito como eu." Fiquei impressionadíssimo. Mal sabia eu que talvez estivéssemos olhando para o homem que, poucos anos adiante, talvez venha a ser o último ministro militar dos EUA.
Há exatamente um ano, dia 10/6/2015, escrevi sobre ele:
Europa. Serve para quê, a Europa? (...) Para Ash Carter, a Europa não serve para porcaria nenhuma (orig. ing.)
Dia 5/6/2015, depois de reequilibrar a Ásia e Pacífico, no quartel general do Comando dos EUA na África em Stuttgart, Alemanha, o secretário da Defesa dos EUA Ash Carter convocou todas as principais cabeças defensivas e diplomatas, para falar sobre a Rússia.
Todos perceberam que o secretário Ash Carter da Defesa estava "triste". [Fonte]
Carter estava triste, porque ninguém lhe dava atenção. Em 2006, defendera que oCarnegie Endowment for International Peace bombardeasse o Irã. Dez anos depois, o Irã continua lá. Em abril passado, Carter repetiu que "Devemos bombardear o Irã, mesmo que o acordo de paz tenha sido assinado" [Fonte]
Agora, Ashton Baldwin "Ash" Carter, filho de um psiquiatra do Abingdon Memorial Hospital, insiste que a Rússia seja bombardeada com bombas atômicas, usando como plataforma de lançamento dos mísseis o território que a OTAN ocupa na Ucrânia e os territórios que a OTAN ocupa no Leste da Europa. Ash Carter já avisou a Rússia sobre as bombas nucleares: "As respostas dos EUA devem deixar claro para a Rússia que se não voltar à submissão, nossas respostas deixarão os russos menos seguros do que são hoje." [Fonte]
"O governo Obama está analisando uma lista de respostas agressivas à alegada violação, pelos russos, de um tratado nuclear da era da Guerra Fria; dentre as respostas destaca-se a instalação de bases de mísseis e plataformas de lançamento na Europa que possam destruir preventivamente o armamento russo." [Fonte]
Aqui, você encontra também uma transcrição de "Ano Fiscal 2016 Audiência sobre Forças Nucleares (ing.). (Audiência realizada pela Comissão de Serviços Armados: Subcomissão de Forças Estratégicas).
Em um ano, muita coisa aconteceu. Depois de os EUA terem sido humilhados no Golfo Persa e expulsos do Oriente Médio e do Mar da China; depois de terem tido seu submarinoUSS Florida interceptado por um minúsculo barco da guarda costeira espanhola, e depois de terem sido convidados a não aparecer no Desfile da Vitória de 9 de Maio na Moldávia; depois de terem de perder quatro jatos bombardeiros numa semana, inclusive um que sobrevoara o presidente Obama; depois de terem tido de admitir que seus navios de guerra, originalmente desenhados para atacar a Rússia nos Mares do Norte, pifaram no calor do Mediterrâneo; depois de Israel pedir ajuda de segurança de defesa à Rússia, o que tornou redundante a presença dos EUA no Oriente Médio; depois de tudo isso e muito mais, "os mais valentes e os melhores" decidiram que, para remediar o enorme fracasso em praticamente tudo, o melhor a fazer é quebrar a espinha dorsal da Rússia. Isso feito, quebrar todos os demais estados soberanos será um passeio no parque. É o que os EUA presumem.
- Estamos a apenas três semanas de distância da Reunião de Cúpula da OTAN em Varsóvia, anunciada como "a mais crítica" desde a criação da OTAN. Vejamos o que os apparatchiks da OTAN têm a dizer sobre essa reunião e, também, o que o governo russo sabe sobre ela.
Destaques
A Aliança realiza reuniões de cúpula quase sempre em momentos chaves da própria evolução – não são encontros regulares, mas ocasiões importantes no processo de tomada de decisões da Aliança. - As cúpulas são usadas, por exemplo, para introduzir política nova, convidar novos membros para a Aliança, lançar grandes iniciativas e reforçar parcerias.
- São as reuniões de mais alto nível possível do Conselho do Atlântico Norte – de chefes de estado e de governo.
- Desde 1949, houve 26 cúpulas da OTAN. A mais recente aconteceu em Newport, Wales, Reino Unido, dias 4-5/9/2014 e a próxima acontecerá em Varsóvia, Polônia, em julho de 2016.
- As reuniões de cúpula da OTAN sempre são realizadas num país membro, presididas pelo secretário-geral da OTAN.
Atividade frenética antes da Cúpula da OTAN 2016 em Varsóvia, dias 8-9 de julho (resumo)
- Cúpula de Varsóvia – Conselho Atlântico 23/3/2016. Como a "Cúpula de Wales reconheceu, a OTAN enfrenta ameaça potencial de ataque por força convencional."
- OTAN iniciou três exercícios militares – Anaconda-16, Baltops e Iron Wolf 2016 – construídos para mostrar que está realmente pronta a defender seu aliados orientais contra ataques dos russos.
Os exercícios de guerra Anaconda-16 na Polônia são os maiores de seu tipo desde o final da Guerra Fria. Os dez dias de exercícios envolvem 14 mil soldados dos EUA, 12 mil poloneses e mais de mil soldados britânicos, de um total de 31 mil soldados, de 24 nações. Pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial, tanques alemães cruzam a fronteira e entram na Polônia.
Os exercícios Baltops (Baltic Operations), que acontecem todos os anos e que também começam na 2ª-feira, envolvem 4.500 soldados nos países nórdicos e bálticos. Incluirão centenas de soldados da Finlândia e da Suécia, que não são membros da OTAN, mas estão cultivando laços mais íntimos por causa da "agressão russa" na Ucrânia.
Os exercícios Iron Wolf 2016 envolvem 5 mil soldados e acontecerão principalmente na Lituânia e Latvia.
Os EUA estão finalizando planos para trocar componentes de um escudo de mísseis antibalísticos na Polônia e na Romênia. A própria Polônia está criando força de 35 mil reservistas.
- Dia 3/6/2016 o Conselho Atlântico, alegadamente agindo como sombra do governo dos EUA, distribuiu um comunicado para a imprensa, sob o título: Fórum Global de Wroclaw conclui conclamando a Cúpula da OTAN a apresentar resultados objetivos. Dentre as platitudes de sempre, lá está: "A sessão vespertina abriu com um painel de discussão sobre o futuro da OTAN e a Cúpula de Varsóvia, moderado pelo presidente do Conselho Atlântico e CEO Fred Kempe.
Do painel participaram a subsecretária de Estado dos EUA para Controle de Armas e Segurança Internacional Rose Gottemoeller; vice-comandante geral, 4ª Divisão de Infantaria e general de Exército James J. Mingus; secretário de Estado e presidente do Gabinete de Segurança Nacional [Polônia] Pawel Soloch; vice-secretário-geral da OTAN Alexander Vershbow; e Senador Joseph Manchin.
A discussão destacou questões chaves do futuro da OTAN, chamando a atenção para a importância de a Cúpula de Varsóvia, no próximo mês, ser produtiva. DisseVershbow, "Estamos diante de um dos mais desafiadores ambientes de segurança em décadas. Temos de avançar e fazer frente ao desafio que nos vem de uma Rússia revanchista (...) e ao mesmo tempo temos de lidar com o arco de crises que cobre toda a região do Oriente Médio e Norte da África. […] Fracassar não é opção, agora que vamos para a Cúpula de Varsóvia. Temos de mostrar a eles tudo que a OTAN apresentará, e acho que mostraremos." - 8/6/2016 – Fórum de Segurança Energética da OTAN 2016. Conferência: O papel da OTAN na Segurança Energética da Europa – A Dimensão Marítima8/6/2016 no Sofitel Varsovia Victoria Hotel, Varsóvia, Polônia. [trade.gov.pl]
Sumário: As discussões giraram em torno do fato de que se a OTAN atacar a Rússia, a Rússia cortará o fornecimento de petróleo e gás para a Europa, pondo fim abrupto às suas operações. Será que os EUA poderão entregar por mar todos os produtos de gás natural liquefeito e petróleo? A resposta é "não", ainda que a Rússia deixasse os EUA passarem por ali – o que não acontecerá: nem a Rússia nem seus aliados permitirão o trânsito. - "Infelizmente, a reunião ilustrou o quanto e como a OTAN já se converteu em carga cara demais para os EUA" – relatou o CATO Institute.
- Joseph Dunford alerta que a Rússia "pode ser ameaça existencial para os EUA." [com] Dia 29/3/2016, o general Dunford, presidente do Estado-maior dos Comandantes militares dos EUA, diz que a Rússia é "a maior ameaça contra os EUA" e ordenou preparativos para futuras guerras "dinâmicas e complexas". "O atual planejamento, constructo organizacional e (...) comando e controle não são adequados para aquele tipo de guerra (de pleno espectro)" – disse ele.
- Conferência Pública de Daniel Mitov, ministro de Assuntos Externos da República da Bulgária 7/6/2016: "A Rússia perdeu a disputa econômica com a Europa, e a disputa militar com a OTAN" – diz o ministro búlgaro de Assuntos Externos Daniel Mitov, numa mesa redonda organizada em Sofia pelo Conselho Europeu de Relações Exteriores em abril de 2016. O ministro baseia sua conclusão em estimativas de que a Rússia gasta, com sua Defesa, 10 vezes menos que os EUA e todos os membros da OTAN juntos. Aparentemente, o ministro do país mais pobre da Europa assume que as guerras futuras serão combatidas com tiros de projéteis-orçamento.
- Conselho Atlântico: A Estrada de Varsóvia: Todos os Olhos no Flanco Oriental
- Conselho Atlântico: Defender o Flanco Oriental da Europa: Perspectivas Legislativas e Prontidão e Contenção
- WSF2015 – Todos os Olhos no Flanco Oriental: A Cúpula da OTAN em Varsóvia em 2016
- Expectativas para a Cúpula da OTAN em Varsóvia: A OTAN está fazendo as coisas certas – e está fazendo-as do modo certo?
- Tomasz Szatkowski, subsecretário de Estado para Defesa da República da Polônia, sobre as prioridades e desafios diante da OTAN, antes da Cúpula da OTAN em Varsóvia [org Royal United Services Institute] "Se você chegou à Cúpula e não sabe que decisão vai tomar, nesse caso você falhou."
- EUCOM [Comando dos EUA na Europa] Anuncia o Plano de Implementação da Iniciativa de Reafirmação da Europa [orig. European Reassurance Initiative Implementation Plan], 30/3/2016 EUCOM STUTTGART, Alemanha – O USAREUS (Exército dos EUA na Europa) começará a receber em rodízio contínuo soldados de equipes de brigadas blindadas de combate [orig. armored brigade combat teams (ABCT)] com base nos EUA, no teatro europeu, em fevereiro de 2017, até que a presença total do exército na Europa alcance três brigadas de Exército plenamente equipadas.
O Exército começará a armazenar equipamento "estático" conhecido como Army Prepositioned Stocks (APS), dentro da Europa, para operações de contingência.
General Phil Breedlove, comandante do Comando dos EUA na Europa (ing. EUCOM): "Esse é um grande passo para ampliar a presença rotacional do Exército eaumentar seu equipamento de combate na Europa. Esse plano de implementação do Exército continua a demonstrar nossa abordagem firme e equilibrada para garantir a segurança de nossos aliados e parceiros na OTAN, no surgimento de uma Rússia agressiva no Leste da Europa e em outros pontos. Significa que nossos aliados e parceiros verão mais capacidade – verão em seus países uma presença mais frequente de uma brigada blindada com equipamento mais modernizado." - OTAN precisa empreender ação 'firme e dura' durante a Cúpula de Varsóvia: presidente da Polônia. 10/6/2016 presidente Andrzej Duda da Polônia disse que durante a Cúpula de julho em Varsóvia, a Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, precisa ter ação "firme" para garantir a paz. [pl]
- Exclusivo: EUA pode recorrer ao Canadá para obter ajuda com a nova força da OTAN na Europa Oriental [Reuters.com] como força de contenção contra a Rússia, porque está lutando para obter apoio de seus aliados europeus. Apesar do show de força, a Aliança avança muito lentamente nos esforços para construir força rotativa de 4 mil soldados no flanco oriental na Polônia e nos Bálticos.
Enquanto os EUA aumentam seus gastos militares na Europa, Itália, Bélgica e França cortam os gastos de defesa. A Espanha, principal força especial "cabeça de ponte" da OTAN que se pode deslocar e instalar-se em menos de uma semana. Países menores, como Dinamarca dizem que não têm os recursos para deslocar um batalhão. A Itália, grande compradora de gás russo – do qual a União Europeia depende pesadamente para atender suas necessidades de energia – reluta em aplicar qualquer tipo de linha dura contra Moscou. Resta pois o Canadá, que tem 220 soldados armados na Polônia. "Canadá está ativamente considerando opções para efetivamente contribuir para a defesa reforçada da OTAN e sua posição de contenção" disse um porta-voz do Departamento de Defesa Nacional do Canadá." - Cúpula da OTAN 2016 em Varsóvia, o German Marshall Fund of the United States (GMF)[1] está trabalhando em parceria com a Divisão de Diplomacia Pública da OTAN para montar um painel de alto nível de autoridades e especialistas.
- Alguns especialistas, como Ian Brzezinski, ex-funcionário do Pentágono que atualmente trabalha para o Atlantic Council, think-tank com sede em Washington, 'previram' que a Rússia encenará uma provocação antes da Cúpula da OTAN na Polônia.
[Aqui o que escrevi sobre o que pode ser a preparação de um ataque forjado (orig.false flag attack) pela OTAN na Estônia.]
- 13/6/2016, o secretário-geral da OTAN Jens Stoltenberg sobre a agenda das reuniões dessa semana dos ministros de Defesa da OTAN [ge]: "Ao longo dos próximos dois dias, tomaremos uma série de importantes decisões para fortalecer nossa defesa coletiva e ampliar nossa cooperação com parceiros." "Depois de muitos anos de andar na direção errada, estamos começando a andar na direção certa" – disse Stoltenberg. Os ministros da Defesa também discutirão como a OTAN pode expandir esforços para projetar estabilidade além das próprias fronteiras [duplifalar para dizer "expansão continuada da OTAN na direção da Rússia.]
"Na 4ª-feira, nos reuniremos com o Ministro da Defesa da Ucrânia na Comissão OTAN-Ucrânia. Estamos preocupados com a situação da segurança, em quadro de continuadas violações do cessar-fogo no leste da Ucrânia" – disse Mr. Stoltenberg - OTAN provavelmente declarará área de guerra, o ciberespaço na Cúpula de Varsóvia (general alemão)
- Polônia forma 35 mil paramilitares do tipo dos ultranacionalistas Guardas Nacionais do Setor Direita ucranianos, para "guerra híbrida" com a Rússia
- Na 2ª-feira, 14/6, a junta de Kiev ordenou prontidão para "mobilização geral", sob lei marcial "
- Segundo a pesquisa de Atitudes Globais do Pew Research Center’s Spring 2016, os cidadãos na Europa não veem a Rússia como grande ameaça e não acreditam em força militar armada como solução viável para as tensões com Moscou.
Assim sendo, o que, diabos, significaria tudo o que se vê na OTAN? E o que se deve esperar da Cúpula da OTAN em Varsóvia?
Pela primeira vez desde a 2ª Guerra Mundial, tantas nações reuniram-se para ameaçar ataque militar contra a Rússia. No nível oficial e na mídia, a Rússia tem-se manifestado contra os deslocamentos da OTAN naquela região.
Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores:
"Não é segredo que vemos como fato negativo a OTAN estar movimentando sua infraestrutura militar para perto de nossas fronteiras, e arrastando outros países para essas suas atividades militares. São ações que ativarão o direito soberano da Rússia a proteger-se com métodos adequados aos riscos hoje existentes."
Franz Klintsevich, vice-presidente da Comissão de Defesa na Câmara Alta do Parlamento Russo, disse mais. Disse à agência russa Interfax que a OTAN prepara "ataque global" contra a Rússia.
1/6/2016, em programa de debate político no Canal de TV Rossya 1
(a transcrição a seguir não é integral, mas um apanhado do que foi dito sobre a OTAN e a próxima Cúpula em Varsóvia)
Vladimir Zhirinovsky, político russo, presidente do Partido Liberal Democrático e, até 2011, membro do Parlamento Russo:
– Mais uma vez, a OTAN mente ao planeta inteiro, quando diz que a aliança estaria "defendendo" alguém. Pergunte aos generais da OTAN quantas crianças foram sequestradas e mortas na Europa nos últimos dez anos. A resposta é centenas de milhares. Nesse momento, na pacífica Europa, sequestram crianças para extrair órgãos para vender e para usá-las como objetos sexuais.
Se a OTAN quer explicar alguma coisa às crianças europeias, melhor faria se dissesse "Escutem, crianças da Europa, no verão de 2016 a Europa se aproxima do início de uma possível guerra. Nesse momento, há 95% de chance de guerra na Europa. Só nos restam 5%. Se a Rússia assustar-se e fugir, não haverá guerra. Se a Rússia não se assustar e não fugir, haverá guerra".
A questão está exatamente nesse pé. Foi precisamente o que ouvi sobre isso, em 2015.
Essa é a razão pela qual a OTAN considera "criticamente importante" essa Cúpula. Planejaram em 2015 que, no verão de 2016 o impasse entre OTAN e Rússia alcançaria o ponto de ebulição. A OTAN vai dar um ultimatum à Rússia: teremos de ou aceitar o ultimatum deles, ou de responder como entendamos que seja o melhor para nós. Por isso essa Cúpula da OTAN em julho, em Varsóvia é extraordinariamente perigosa. Depois dela, ou eles terão de atacar a Rússia, ou a Rússia terá de atacá-los. Não oferecem qualquer outra saída. Estamos no Rubicão, e o próximo passo é guerra.
Lembram-se de como começou a Grande Guerra Patriótica, dia 22/6/1941? Os exércitos de Hitler aproximaram-se das fronteiras da Rússia. Hoje acontece exatamente a mesma coisa. Tropas da OTAN estão junto às nossas fronteiras, em junho de 2016. Não estou dizendo que a OTAN atacará amanhã. Estão tentando nos assustar. Acreditam que gente como Kudrin e toda a 5ª Coluna dentro do governo exigirá que a Rússia se retire.
Todos entendem que nós nunca mais recuaremos, certo? Entendem, não é? Eles vão nos empurrar até conseguirem um ataque preventivo que não deixará nem vestígios das divisões alemãs e dos exércitos da OTAN. Não sobrará nada, só fumaça e uma grande cratera no chão.
Queremos que os europeus sintam medo, porque hoje, nesse momento, não têm medo de nada. Acreditam nessa propaganda de que a OTAN os protegerá. Alemanha e Polônia, atenção: é hora de compreenderem que, quanto mais tropas da OTAN hospedarem em seus territórios, mais depressa será todos varridos.
Michael Bohm, do Moscow Times: O que a Rússia está oferecendo ao mundo?
Mikhail Starshinov, deputado da Duma estadual, do partido Rússia Unida, representante da Frente Popular Todos os Russos:
– A Rússia oferece jogar pelas regras. Se firmamos um acordo sobre alguma coisa, cumprimos o que nos comprometemos a fazer. Se o time muda as regras no meio do jogo, por decisão unilateral, para arrancar vantagens indevidas sobre o outro time, nesse casos as relações são agredidas, e há insegurança política e militar.
Sergei Shargunov, jornalista: Na Polônia, a OTAN – agressivo bloco militar – se apresenta como se fosse salvador das criancinhas. OTAN matou incontáveis crianças nos bombardeios contra Iugoslávia, Iraque, Síria e Líbia. OTAN bombardeia Donetsk diariamente, onde vivem 95 mil crianças. Só em Donetsk, foram mortas 101 crianças, assassinadas por causa do apoio direto que a OTAN dá àquela agressão contra o povo ucraniano.
Hoje, a OTAN se infiltra em países que não são membros, como Ucrânia, Geórgia e Azerbaijão. São ações que agridem diretamente a Carta da OTAN.
É uma tentativa para criar uma zona 'tampão', de pequenas "anti-Rússias", constituídas de repúblicas ex-soviéticas, cercando nosso país. A OTAN que explique tudo isso às crianças na Europa!
Agora, é esperar…
Ninguém precisa perder tempo precioso assistindo àqueles vídeos da OTAN, acima. Esse episódio do psicodrama de Washington, que acontecerá em Varsóvia, resume tudo:representantes do Grande Parasita, discutindo o "perigo sem precedentes" que eles, coletivamente, enfrentam!
Eles sabem que o Dia do Juízo Final aproxima-se rapidamente. Sabem que terão de responder por tudo que fizeram, a começar pela detonação da Ordem Mundial pós 2ª Guerra Mundial que eles mesmos arrumaram lá à moda deles e chamam agora de "arranjo pós-Guerra Fria".
Esse chamado "arranjo" inclui a reunificação ilegal da Alemanha e a divisão ilegal da União Soviética; a pilhagem organizada das riquezas da Rússia; a violação dos Acordos de Yalta; e a conversão da pacífica Organização do Pacto de Varsóvia numa aliança de guerra, a OTAN – para cometer crimes de guerra contra as nações da União Soviética, Iugoslávia, Iraque, Afeganistão, Iêmen, Líbia e Síria.
Para arquitetar putsches contra governos de países soberanos. Para arquitetar colapsos de mercados em todo o mundo, que custam trilhões de riqueza perdida para as nações produtoras. Para servir como instrumento na facilitação do terrorismo, por todo o planeta – e da miséria, da escravidão, da produção, distribuição e consumo de todas as substâncias perigosas que geram dependência e morte. Para atacar igrejas cristãs em todo o mundo e para prosseguir no genocídios dos povos de fé muçulmana.
Que ninguém se engane: são eles, esses grupos de falsos artistas, ladrões, mentirosos, sádicos profissionais, quem hoje está enfrentando "crise sem precedentes". Eles, eles! Não nós, pessoas comuns, trabalhando para viver em todo o mundo. Eles enfrentam ameaça sem precedentes. Eles lucram com as guerras, nós morremos nas guerras. Eles tornaram-se escandalosamente ricos. Nós somos castigados pelo ARROCHO. Eles declaram-se juízes da humanidade, e nós somos vítimas dos crimes deles. Quando falam, falam só por eles, não por nós.
Ninguém precisa assistir a esses vídeos da OTAN, mas é bom olhar bem a cara desses homens que estão arquitetando esse assalto sem precedentes contra a humanidade, pensando só neles, no que tenham a ganhar com a morte de tantos. É preciso fazer cartazes com a cara deles. Devemos ensinar aos nossos filhos quem são esses sujeitos da OTAN, que poderiam, no máximo estar plantando batatas em terra seca. São os mesmos que já bombardearam incansavelmente a Europa, a África e o Oriente Médio, e agora se coçam de vontade de bombardear nossas casas. Mostrem aos filhos de vocês quem são essas mulheres do Conselho Atlântico. Em vez de continuar o negócios dos ancestrais, que vendiam sementes de girassol no Mercado Privoz de Odessa e criavam os filhos, elas hoje conspiram com os violentos senhores da OTAN, para definir o prazo de validade da vida humana, dos nossos filhos, para que os filhos delas iniciem uma nova raça. Não duvido de nada.
P.S.: Ontem, dia 14/6/2016, 11h GMT o Presidente Putin ordena inspeção não anunciada das Forças Armadas da Rússia.
O presidente Vladimir Putin ordenou inspeção não anunciada das Forças Armadas da Rússia – informou a agência Tass.
O estado e a prontidão dos arsenais militares serão avaliados – disse ontem o Ministro da Defesa Sergey Shoigu. Todos os depósitos de armas e equipamentos serão inspecionados, bem como determinados pontos de controle militar, segundo o ministro. Esse exercício não previsto de prontidão para combate inclui a convocação de reservistas, para treinamento militar.*****
[1] "O German Marshall Fund of the United States (GMF) [lit. Fundo Marshall dos EUA, Alemanha] é organização não governamental sem finalidades de lucro, que trabalha para fortalecer a cooperação transatlântica, em desafios e oportunidades regionais, nacionais e globais, no espírito do Plano Marshall" [da webpage].
Nenhum comentário:
Postar um comentário