25/8/2017, Moon of Alabama
Há um mês alertamos sobre a guerra iminente dos EUA contra a Venezuela. E guerra que pode explodir com graves consequências sobre muitas nações da região.
A oposição treinada e paga pelos EUA tentou criar caos violento nas ruas, mas fracassou, sem conseguir arrastar o povo. O único apoio com que essa oposição conta dentro do país vem da burguesia rica das grandes cidades, que despreza o programa de justiça social do governo. Operários e camponeses estão melhor hoje, sob as políticas social-democratas de, primeiro, Hugo Chávez, e agora, de Nicolas Maduro. A tentativa de golpe como primeiro passo para os EUA tomarem conta da Venezuela fracassou.
Mês passado, uma Assembleia Constituinte foi eleita e está pronta para defender o Estado. A oposição boicotou a eleição dos constituintes, mas agora reclama que não tem representantes. Uma das primeiras medidas da assembleia foi demitir a Procuradora-geral e renegada Luisa Ortega Diaz. A Procuradora-geral condenou o governo por resistir às tentativas de golpe. Agora, a Procurad0ra-geral renegada fugiu do país com o marido. O Miami Herald admite que a ex-procuradora-geral da Venezuela está na folha de salários dos EUA:
"Ortega, há muito tempo próxima do regime e que foi nomeada Procuradora-geral em 2007, guarda provavelmente os mais graves segredos do governo. Diz-se que ela estaria trabalhando com equipes norte-americanas na ocasião em que Washington prepara-se para novas sanções contra Caracas."
O que se ouve é que o marido de Ortega foi chantageado pelos EUA, depois que descobriram o envolvimento dele em grandes transações ilegais.
O presidente Trump dos EUA ameaçou fazer uso de força militar, se o presidente Maduro, legal e legitimamente eleito, não mudasse de posição. O diretor Pompeo da CIA visitou recentemente países vizinhos da Venezuela "para tentar ajudá-los a compreender o que devem fazer". Terá oferecido armas a forças mercenárias locais, ou falou de invasão?
Hoje o governo Trump impôs severas sanções à Venezuela:
"As sanções que Trump assinou por ordem executiva proíbem que instituições financeiras deem dinheiro novo ao governo ou à estatal de petróleo PDVSA. Também impede que a Citgo, subsidiária norte-americana da PDVSA, envie dividendos para a Venezuela; e proíbe qualquer transação com os dois novos papéis que o governo emitiu recentemente para contornar as dificuldades do isolamento crescente em relação aos mercados financeiros ocidentais."
Venezuela conseguiu preparar-se para, pelo menos, algumas dessas sanções. Há alguns meses, a gigante russa do petróleo, Rosneft comprou uma parte da PDVSA, e pelo menos parte das vendas de petróleo são feitas através dessa empresa:
"A petroleira russa Rosneft fez vários negócios com vários compradores em que negociou quase toda a sua quota do cru venezuelano até o final do ano, disseram corretores de petróleo à Reuters na 4ª-feira, primeira vez que fez esse tipo de grande venda do petróleo de membro da OPEP.
...
As entregas de petróleo venezuelano aos EUA caíram em anos recentes, por causa da menor produção, questões comerciais e sanções contra funcionários da Venezuela."
A declaração da Casa Branca chama o presidente Maduro de "ditador" e declara "ilegítimo" o governo dele. São duas declarações cômicas. Maduro foi eleito em eleições livres e limpas. O ex-presidente Jimmy Carter dos EUA considerou o sistema eleitoral na Venezuela o melhor em todo o mundo. O mais provável é que as novas sanções façam aumentar o apoio ao atual governo.
A Casa Branca sugeriu que novas sanções econômicas podem estar a caminho:
"Em reunião com a imprensa para divulgar as novas medidas, funcionário [do governo Trump] disse que os EUA têm influência significativa na economia da Venezuela, mas não querem servir-se dela de modo irresponsável, que poderia castigar ainda mais o já sofrido povo da Venezuela."
Vêm agora tempos difíceis para a Venezuela. Mas, a menos que os EUA lancem ataque militar total contra o país – servindo-se de países vizinhos dependentes dos EUA ou diretamente de mercenários contratados, ou com seu próprio exército –, o mais provável é que a Venezuela sobreviva facilmente a mais esse massacre descabido.
Com seus comprovados 300 bilhões de barris de petróleo, as reservas da Venezuela são as maiores do mundo. E são elas a razão pela qual os EUA tanto querem subjugar o país. Mas nem Rússia nem China nem ninguém quer ver essas reservas gigantescas sob o controle jamais democrático dos EUA.*****
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