'Estado Islâmico' em retirada (EUA e França instalam-se)
21/5/2018, South Front (c/vídeo, 26", e mapa, ing.)
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
O Exército Árabe Sírio (EAS) e aliados estão muito próximos de estabelecer pleno controle sobre a área rural ao sul de Damasco. O EAS já libertou todo o distrito de al-Hajar al-Aswad e o restante da área.
Dia 19 de maio, o EAS e os militantes remanescentes do 'Estado Islâmico' acordaram um cessar-fogo na área. Dia 20 de maio, vários ônibus entraram na área, sinalizando que o 'Estado Islâmico' estava disposto a se render. Dia seguinte, 21 de maio, membros do 'Estado Islâmico' começaram a deixar a área.
A mídia estatal síria não está dando divulgação à situação, por motivos de Relações Públicas. A mesma estratégia foi várias vezes adotada pela coalizão liderada pelos EUA e a mídia comercial dominante, quando forças da oposição ao governo do presidente al-Assad apoiadas pelos EUA negociaram com o 'Estado Islâmico' em Raqqah, Manbij e Tabqah.
Dia 20 de maio, populações locais fizeram greve geral contra as forças da oposição síria armada, para protestar contra o alistamento obrigatório que o grupo implantou. Segundo noticiário de Baladi News, veículo da oposição armada, forças de segurança da oposição, formadas basicamente de membros das milícias curdas YPG/YPJ, abriram fogo contra algumas lojas fechadas e invadiram outras nos distritos de al-Saraya e Dwairat al-Hadrah.
Esse desenvolvimento é exemplo das atuais tensões entre locais e forças da oposição armada ao governo do presidente al-Assad no norte da Síria. Apesar do que diz a coalizão liderada pelos EUA, que as forças da oposição armada ao governo do presidente al-Assad seriam grupo multinacional, o verdadeiro poder político e militar nessa área está concentrado em mãos de umas poucas organizações curdas, com o Partido da União Democrática Curda (cur. PYD) aparecendo como único interlocutor.
No mesmo dia, as forças da oposição armada iniciaram outra tentativa para tomar a cidade de Hajin no vale do Eufrates, ainda ocupada pelo 'Estado Islâmico'. Segundo notícias vindas de lá, o ataque é apoiado por aviação e artilharia da coalizão liderada pelos EUA.
Atualmente, Hajin é a cidadela chave do 'Estado Islâmico' no vale do Eufrates. Estima-se que cerca de 1.500 membros do'Estado Islâmico' estejam escondidos na cidade e em várias vilas próximas.
Há notícias de que, mais cedo, forças francesas operando com a coalizão liderada pelos EUA teriam instalado seis baterias de artilharia para dar apoio de fogo às forças da oposição armada ao governo do presidente al-Assad.
Recentemente, a França ampliou sua presença na área controlada pela oposição armada ao governo do presidente al-Assad no norte da Síria. Há informações de que os franceses teriam iniciado os preparativos para estabelecer nova unidade militar a oeste de Raqqah. Se a notícia for confirmada, será a 6ª unidade militar francesa em área ocupada pelas chamadas "Forças Sírias Democráticas", FSD, de oposição ao presidente al-Assad.
A expansão da infraestrutura de EUA e França na margem oriental do Eufrates mostra claramente que a coalizão liderada pelos EUA não planeja abandonar essa área; os planos claramente são para impedir por todos os meios a integração da área pelo governo sírio.
Quanto ao restante do território sírio, Washington e aliados parecem estar separando-se dos demais grupos militantes que apoiaram até aqui contra o governo do presidente al-Assad.
Dia 19 de maio, um funcionário do governo norte-americano disse à CBS News que o governo Trump interromperá o apoio às áreas controladas por militantes no noroeste da Síria, que incluem a província de Idlib e partes das províncias de Aleppo, Lattakia e Hama.
Segundo a rede CBS News, serão cortados dezenas de milhões de dólares destinados aos esforços dos EUA no noroeste da Síria, inclusive para projetos "contra extremismo violento, de apoio à sociedade e à mídia independente, de reforço à educação e para policiamento da comunidade."
Quando isso for feito, as chamadas "Forças Sírias Democráticas", FSD –, que têm projetos separatistas – serão a única ferramenta dos EUA para influir na situação em campo no centro e norte da Síria, sem ações militares diretas.*******
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