Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Parece até que já apareceu escrito no muro – Washington e seu
sindicato de estenógrafos (mais conhecido como "mídia-empresa ocidental
dominante") estão ligados e estrategicamente posicionados. O Partido da
Guerra tem ascendência e a janela de oportunidade está escancarada, embora se
vá fechando devagar. O desejo longamente acalentado de domar a Rússia está
agora no estágio final.
O "Excepcionalismo Norte-americano" tem de submeter toda e qualquer
ameaça, real ou imaginada. Importante, ameaças fantasmas geradas
intencionalmente recebem máxima atenção e máximo espaço na mídia. A Rússia está
nessa categoria. As razões são patentemente óbvias:
A Rússia recusa-se a morder a isca. Desde o conflito apoiado à distância na
Ossetia do Sul em 2008, à mudança forçada de regime em Kiev em 2014, e à defesa
da soberania da Síria em sua luta contra terroristas apoiados pelo ocidente, a
Rússia não cedeu um palmo de terreno e defendeu-se contra todas as maquinações
inspiradas pelo ocidente. Naqueles três casos, fracassou a tentativa de
Washington de arrastar Moscou para o confronto. De fato, o ocidente foi o lado
perdedor em cada uma dessas manobras de política exterior: as três manobras
acabaram em fiasco.
Resultado: deve-se esperar
que Washington suba a aposta – confronto direto com a Rússia mediante os
lacaios dos norte-americanos reunidos na OTAN.
As sanções do ocidente contra a Rússia também falharam: sanções que o ocidente
impôs para tentar controlar o "comportamento" russo tiveram o impacto
oposto. Passo-a-passo – sem espalhafato – a Rússia liquidou
30% de sua dívida externa em apenas dois anos. A
substituição de importações continuou a passos largos, deixando estagnados
vários mercados europeus, sem que se veja alívio à vista, ou em pouco tempo.
Claro que as sanções contra o setor bancário geraram muita dor. Mas também
tiveram seu lado bom: as empresas russas estão em pleno processo de se
retirarem dos setores financeiros ocidentais mais tóxicos. Quando a próxima
bolha estourar, a Rússia estará a salvo de grande parte do dano que os EUA
exportarão para todo o sistema financeiro global.
Resultado: Deve-se esperar
mais e mais circos falsificados inspirados por mídia-empresas tipo os
"Panama Papers", tentando desacreditar finanças e empresas russas.
Ninguém que humilhe o Império se safará sem castigo: Washington e aliados não
têm o hábito de receber um "não" como resposta, e não reagir. A ferro
e fogo, o "Consenso de Washington" praticamente sempre consegue o que
quer, à sua maneira. Quando há voz discordante, mobilizam-se vastos recursos
para dobrá-la e silenciar e destruir a contestação. E a Rússia é a
quintessência em matéria de Potência Contestatária no mundo
Washington-cêntrico.
A Rússia já muitas vezes defendeu-se e se defenderá contra a aliança da OTAN
que rasteja para perto de suas fronteiras; responderá adequadamente ao sistema
de mísseis de defesa plantado para atacar suas capacidades nucleares (que
existem para conter Washington e seus aliados da OTAN), defenderá a própria
soberania e a soberania de outros países (como da Síria, se Moscou tiver os
recursos); exigirá tratamento igualitário nos mercados mundiais de energia, e
não se fará de cega ante o vício pervertido de Washington para forçar mudanças
ilegais de regime em todo o mundo.
Resultado: Devemos esperar
que o ocidente invente uma crise num dos Estados do Báltico. Apesar de muitos
russos étnicos enfrentarem discriminação e miséria naqueles estados, muito
russos vivem ali, sim, vida estável. Há zero prova de que desejem que aquela
sua vida mude. Mas que ninguém jamais subestime a capacidade de Washington para
gerar medo, terror, pânico!
Aqueles malditos russos recusam-se a deixarem-se isolar! Repete-se e repete-se
incansavelmente que a Rússia estaria internacionalmente isolada. Mas ninguém vê
o tal isolamento, se não por ter deixado de ser convidada para reuniões do G8.
Mas ter sido excluída desse grupo foi, para a Rússia, uma bênção! Agora lá
estão os G7 países que mais mal fazem ao mundo e mais sofrimentos geram para
toda a humanidade.
Por falar nisso, quantas vezes o ministro Lavrov das Relações Exteriores da
Rússia visita Washington? Interessante! Porque a impressão que se tem é que o
secretário de Estado dos EUA mora no avião que, praticamente todas as semanas,
o leva a Moscou para reuniões com Lavrov e/ou Putin.
Incontáveis vezes Moscou já propôs sua solução para a questão síria. É
Washington que não tem estômago para enfrentar a derrota naquela luta (por mais
que a derrota na Síria esteja ali, na cara de Washington, olho no olho, há
anos). Historiadores futuros escreverão livros sobre como o "Consenso de
Washington" se autoisolou, ilhado, num mundo que passava por transições
incríveis.
Resultado: Washington
continuará na sua abordagem de "quanto pior, melhor" para a Síria e o
Oriente Médio, e sempre culpando a Rússia. Mas não foi a Rússia quem destruiu o
Oriente Médio e desencadeou vastíssima crise de emigrados/refugiados. A Europa
continuará a pagar alto preço por intrometer-se, intromissão cruel e sem
sentido. De quem é a culpa? Da Rússia, claro.
Autoritarismo de Putin, ou Putin celebridade global inventada pelo 'ocidente',
como se fosse cantor de rock? O fato simples é que não há nenhuma oposição nem
política, nem social, nem de movimentos de base, interessada em iniciar levante
popular para derrubar algum odiado "regime Putin". A suposta oposição
rebelde contra o establishment político atual é pura fantasia da
mídia-empresa ocidental. Putin é muitíssimo popular e respeitado, embora,
claro, haja os que falam abertamente contra o presidente russo. Normal. O que
haveria de extraordinário nisso? Fato é que Washington & Co. ajudaram muito
a fazer subir a aprovação a Putin, nas pesquisas de opinião.
Depois de dois anos de dura recessão na Rússia, não se vê sinal algum de que
Putin seja objeto de críticas, ou de que seja considerado culpado pelas
dificuldades. O fato de não se ter rendido ao ocidente lançou a patamares
estratosféricos a avaliação do presidente, pelo povo russo. Ainda mais
importante, para a maioria dos russos, o país voltou ao cenário mundial como
potência orgulhosa que defende seus próprios interesses e a lei internacional.
O crédito vai para Putin.
Resultado: Depois que o
ocidente chama alguém de Hitler, não há como voltar atrás. A demonização
continuará. Os resultados dessa política, já se sabe, são perigosos e
contraproducentes.*****
3 comentários:
Olá! Boa tarde a todos... Por favor, não deixem de ler o ¨Post¨ "Um Alerta Russo" publicado no The Vineyard of de Saker e republicado aqui no Blog do Alok... Imperdível...
de fato...
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