sexta-feira, 17 de junho de 2016

Hitler foi financiado pelos Bancos Centrais dos EUA (Federal Reserve) e da Inglaterra (Bank of England)

14.05.2016 - Traduzido do russo por Ollie Richardson para Fort Russ

ru-polit.livejournal (originalmente de 2009)


Traduzido por Tanya & Eugene





Há mais de 70 anos atrás começava o maior massacre da história

A recente resolução da Assembleia Parlamentar da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) equaliza plenamente os papéis da União Soviética e da Alemanha nazista para a eclosão da Segunda Guerra Mundial. Só que a tal resolução, na verdade, foi criada (pura e pragmaticamente) apenas para extorquir dinheiro da Rússia no interesse de algumas das economias falidas, demonizar a Rússia como o estado sucessor da URSS, e preparar o terreno legal para a perda do seu direito de se contrapor à revisão dos resultados da Segunda Guerra.

Mas, para se abordar o problema da responsabilidade pela guerra, primeiro é preciso responder à pergunta fundamental: quem ajudou os nazistas a chegarem ao poder? Quem os enviou em seu caminho para a catástrofe mundial? Toda a história do período pré-guerra da Alemanha mostra que a disposição das políticas "necessárias" foi conduzida pela turbulência financeira em que, por sinal, todo o mundo estava mergulhado.

As principais estruturas que definiram a estratégia de desenvolvimento do Ocidente no pós-1ª Guerra Mundial foram as instituições financeiras centrais da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos – o Banco da Inglaterra e o Banco Central dos EUA (inglês: Federal Reserve System) – e as organizações financeiras e industriais associadas estabeleceram um alvo para obter controle absoluto sobre o sistema financeiro da Alemanha e, assim, dirigir os processos políticos na Europa Central. Para implantação desta estratégia, é possível delimitar as seguintes fases:
 
1º: 1919-1924 – preparar o terreno para um imenso investimento financeiro americano na economia alemã;

2º: 1924-1929 – a implementação do controle sobre o sistema financeiro da Alemanha e o apoio financeiro para o nacional-socialismo/nazismo;

3ª: 1929-1933 – provocar e desencadear uma crise financeira e econômica profunda e garantir que os nazistas chegassem ao poder;

4: 1933-1939 – cooperação financeira com o governo nazista e apoio para sua política externa expansionista, visando preparar e desencadear uma nova Guerra Mundial.

Na primeira fase, os principais meios para garantir a inserção do capital americano na Europa começaram com as dívidas de guerra e o problema, intimamente relacionado, das reparações alemãs pela derrota na Primeira Guerra Mundial. Após entrarem formalmente na primeira Guerra Mundial, os EUA deram aos aliados (principalmente Inglaterra e França) empréstimos no montante de US$ 8,8 bilhões. A soma total de dívidas de guerra, incluindo empréstimos concedidos para os Estados Unidos em 1919-1921, foi mais de US$ 11 bilhões.

Para resolver o problema, os países devedores tentaram impor uma enorme quantidade de condições extremamente difíceis para o pagamento dessas reparações às custas da Alemanha. Isto foi causado pela fuga de capital alemão no exterior, e a recusa de pagar impostos levou a um déficit orçamentário do Estado que só poderia ser coberto por meio da produção em massa de marcos alemães, sem lastro. O resultado foi o colapso da moeda alemã – a "grande inflação" de 1923, que alcançou a 578 (512%), quando um dólar valia 4,2 trilhões de marcos. Os industriais alemães começaram a sabotar abertamente todas as atividades de pagamento das obrigações de reparação, o que acabou por provocar a famosa "crise do Ruhr" – a ocupação franco-belga do Ruhr em janeiro de 1923.

Os círculos dirigentes anglo-americanos, a fim de tratar da questão por suas próprias mãos, esperou a França ser pega nessa arriscada aventura, provando sua incapacidade para resolver o problema. O Secretário de Estado dos EUA Hughes salientou: "É necessário esperar a Europa amadurecer, a fim de aceitar a proposta norte-americana."

O novo projeto foi desenvolvido nas entranhas do "JP Morgan & Co." sob a instrução do presidente do Banco da Inglaterra, Montagu Norman. No núcleo de suas ideias estava o representante da "Dresdner Bank", Hjalmar Schacht, que as formulou, em março de 1922, por sugestão de John Foster Dulles (futuro secretário de Estado no Gabinete do Presidente Eisenhower) e assessor jurídico do presidente W. Wilson na Conferência de Paz de Paris. Dulles entregou essa orientação ao Agente Fiduciário princial (inglês: chief Trustee) "JP Morgan & Co." e, em seguida, JP Morgan indicou Hjalmar Schacht, Montagu Norman, e o último dos governantes de Weimar. Em dezembro de 1923, H. Schacht se tornaria Diretor do Reichsbank, e se tornou instrumento fundamental para reunir os círculos financeiros anglo-americanos e alemães.

No verão de 1924, o projeto conhecido como "plano Dawes" (nome recebido do Presidente do Comitê de peritos que o criou – banqueiro americano e diretor de um dos bancos do grupo Morgan) foi adotado na Conferência de Londres. Ele requereu a redução pela metade das reparações de guerra e resolveu a questão referente às fontes para o seu pagamento. A principal tarefa, no entanto, era assegurar condições favoráveis para o investimento dos EUA – o que só foi possível com a estabilização do marco alemão.

Para alcançar essa finalidade, o plano deu à Alemanha um grande empréstimo de US$ 200 milhões, dos quais metade foi concedida pelo JP Morgan. Os bancos anglo-americanos, assim, ganharam o controle não só da transferência de pagamentos alemães, mas também do seu orçamento, do sistema da circulação monetária e, em grande medida, do sistema de crédito do país. Em agosto de 1924, o antigo marco alemão foi substituído por um novo, estabilizou-se a situação financeira na Alemanha, e, conforme o pesquisador G.D. Preparta escreveu, a República de Weimar foi preparada para "o auxílio econômico mais pitoresco da história, seguido pela colheita mais amarga na história do mundo" – "uma inundação irrefreável de sangue americano derramada nas veias financeiras da Alemanha".

As consequências não tardaram a aparecer.

Isto se deveu principalmente ao fato de que as reparações anuais tinham por fim cobrir o montante da dívida pago pelos aliados, formada pelo chamado "círculo absurdo de Weimar". O ouro que a Alemanha pagava, sob a forma de reparações de guerra, era vendido, penhorado, e desaparecia ao chegar nos Estados Unidos, e de lá era devolvido para a Alemanha sob a forma de um plano de "ajuda". A Alemanha usava os recursos do plano de “ajuda” para pagar Inglaterra e França, e estes, por sua vez, utilizavam tais recursos para pagar as dívidas da guerra que tinham com os Estados Unidos. Os valores eram, depois, revestidos com juros, e novamente enviados para a Alemanha. No final, todos na Alemanha viviam endividados, e era claro que se Wall Street retirasse seus empréstimos, o país sofreria uma falência completa.

Em segundo lugar, embora o crédito formal tenha sido emitido para garantir os pagamentos, ele foi, na verdade, usado para a restauração do potencial militar-industrial da Alemanha. O fato é que os alemães eram pagos, pelos empréstimos concedidos, em ações de empresas, de modo que o capital americano começou a entrar ativamente na economia alemã.

O montante total de investimentos estrangeiros na indústria alemã durante 1924-1929 ascendeu a quase 63 bilhões de marcos de ouro (30 mil milhões foi contabilizado pelos empréstimos), e o pagamento de reparações – 10 bilhões de marcos. 70% das receitas foram fornecidas por banqueiros dos Estados Unidos, e a maioria dos bancos eram de JP Morgan. Como resultado, em 1929, a indústria alemã era a segunda maior do mundo, mas estava, em grande parte, nas mãos dos principais grupos financeiros/industriais da América.

"Interessen-Gemeinschaft Farbenindustrie", o principal fornecedor da máquina de guerra alemã, financiou 45% da campanha eleitoral de Hitler em 1930, e estava sob o controle da Rockefeller "Standard Oil". JP Morgan, através da "General Electric", controlava a rádio alemã e a indústria elétrica através da AEG e da Siemens (até 1933, 30% das ações da AEG eram propriedade "General Electric") através da empresa Telecom ITT – 40% da rede de telefonia da Alemanha.

Além disso, eles possuíam uma participação de 30% na fabricação de aeronaves da empresa "Focke-Wulf". A "General Motors", pertencente à família DuPont, estabeleceu o controle sobre a "Opel". Henry Ford controlava 100% das ações da "Volkswagen". Em 1926, com a participação do Banco Rockefeller "Dillon, Reed & Co.", o segundo maior monopólio industrial na Alemanha (depois da "i.g Farben") surgiu – envolvendo as metalúrgicas "Vereinigte Stahlwerke" (Siderurgia) Thyssen, Flick, Wolff, Feglera etc.

A cooperação americana com o complexo militar-industrial alemão era tão intensa e disseminada que, em 1933, os setores-chave da indústria alemã e grandes bancos como o Deutsche Bank, Dresdner Bank, Donat Bank etc estavam todos sob o controle do capital financeiro americano.

A força política concebida para desempenhar o papel crucial nos planos anglo-americanos estava sendo, simultaneamente, preparada. Nós estamos falando sobre o financiamento do partido nazista e de Adolf Hitler, pessoalmente.


Como o ex-chanceler alemão Brüning escreveu em suas memórias, desde 1923, Hitler recebeu grandes somas do exterior. Para onde elas foram é desconhecido, mas é certo que foram recebidas através de bancos suíços e suecos. Sabe-se também que, em 1922, em Munique, uma reunião foi realizada entre Adolf Hitler e o adido militar de os EUA para a Alemanha – Capitão Truman Smith – que compilou um relatório detalhado para seus superiores em Washington (no escritório da inteligência militar), no qual ele enalteceu as qualidades de Hitler.

Foi através do círculo de conhecidos de Smith que Hitler foi apresentado pela primeira vez a Ernst Franz Sedgwick Hanfstaengl (Putzie), um graduado da Universidade de Harvard que desempenhou papel importante na formação de Adolf Hitler como político, deu-lhe significativo apoio financeiro, e conseguiu para Hitler relacionamento e comunicação com figurões britânicos “senior” (inglês: senior British figures).

Hitler estava capacitado para a política, mas, enquanto a Alemanha reinava em prosperidade, seu partido permaneceu na periferia da vida pública. A situação mudou drasticamente com o início da crise.

Desde o Outono de 1929, após o colapso da Bolsa de Valores desencadeado pelo Banco Central Norte-Americano (em inglês: Federal Reserve), a terceira etapa da estratégia dos círculos financeiros anglo-americanos foi lançada.
O Banco Central Norte-Americano (em inglês: Federal Reserve) e JP Morgan decidiram parar de emprestar dinheiro para a Alemanha, por conta da crise bancária e da depressão econômica na Europa Central. Em setembro de 1931, a Inglaterra abandonou o padrão-ouro (inglês: gold standard), destruindo deliberadamente o sistema internacional de pagamentos e completamente cortando o oxigênio financeiro para a República de Weimar.

Mas um milagre financeiro ocorreu com o partido nazista: em setembro de 1930, como resultado de grandes doações de Thyssen e "IG Farben", o partido de Kirdorf obteve 6,4 milhões de votos, e ficou em segundo lugar no Reichstag, depois do que foram injetados generosos investimentos do exterior. A principal ligação entre os principais industriais alemães e financiadores estrangeiros se tornou Hjalmar Schacht.

Em 04 de janeiro de 1932, foi realizada reunião entre o maior financiador inglês, Montagu Norman, Adolf Hitler e von Papen, que concluiu um acordo secreto sobre o financiamento do NSDAP – o Partido Nazista (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – em alemão: Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei, NSDAP). Esta reunião também foi acompanhada pelos formuladores de políticas dos EUA e os irmãos Dulles, algo que seus biógrafos não gostam de mencionar. Em 14 de janeiro de 1933, um encontro entre Hitler, Schroder, Papen e Kepler teve lugar, no qual o programa de Hitler foi integralmente aprovado. Nessa reunião finalmente foi resolvida a questão da transferência de poder para os nazistas e, em 30 de Janeiro, Hitler se tornou chanceler. Assim teve início a execução da quarta fase da estratégia anglo-americana para a Alemanha.


A atitude dos círculos de poder anglo-americanos para o novo governo foi muito favorável. Quando Hitler se recusou a pagar as reparações de guerra, o que, naturalmente, colocou em pauta o pagamento das dívidas de guerra, nem Grã-Bretanha nem França demandaram de Hitler as exigências dos pagamentos. Além disso, após a visita aos Estados Unidos em maio de 1933, Hjalmar Schacht foi colocado novamente como o Diretor do Reichsbank e, depois de sua reunião com o Presidente e com os maiores banqueiros de Wall Street, a América concedeu novos empréstimos para a Alemanha, totalizando US$ 1 bilhão.

Em junho, durante uma viagem a Londres e uma reunião com Montagu Norman, Schacht também obteve empréstimo da Inglaterra de US$ 2 bilhões, além da redução e, posteriormente, da total cessação de pagamentos de empréstimos antigos. Assim, os nazistas conseguiram o que não puderam alcançar com o governo anterior.

No verão de 1934, a Grã-Bretanha assinou o Acordo de Transferência Anglo-Alemão, que se tornou um dos fundamentos da política britânica em relação ao Terceiro Reich e, no final dos anos 30, a Alemanha havia se tornado o principal parceiro comercial da Inglaterra. O Schroeder Bank se tornou o principal agente da Alemanha no Reino Unido e, em 1936, seu escritório em Nova York se juntou com os Rockefellers para criar o banco de investimento "Schroeder, Rockefeller & Co.", que a revista "Times" chamou de "eixo divulgador econômico de Berlim-Roma". Como o próprio Hitler admitiu, ele concebeu seu plano de quatro anos com base nos empréstimos financeiros estrangeiros, então isso nunca suscitou nele o menor alarme.

Em agosto de 1934, a American "Standard oil" adquiriu 730.000 acres de terra na Alemanha, e construiu grandes refinarias de petróleo, que abasteceram os nazistas com óleo. Ao mesmo tempo, a Alemanha recebeu secretamente os equipamentos mais modernos para fábricas de aviões dos Estados Unidos, que iria começar a produção de aviões alemães.

A Alemanha recebeu um grande número de patentes militares de empresas americanas, “Pratt e Whitney", "Douglas", "Curtis Wright", e o "Junkers-87" foi construído com tecnologia americana. Em 1941, quando a Segunda Guerra Mundial estava no auge da ferocidade, os investimentos americanos na economia da Alemanha ascenderam a US$ 475 milhões. "Standard oil" investiu – US$ 120 milhões, "General motors" – US$  35 milhões, ITT – US$ 30 milhões, e "Ford" – US$ 17,5 milhões.

A íntima cooperação financeira e econômica dos círculos de negócios anglo-americanos e nazistas foi o contexto em que, na década de 30, uma política de apaziguamento levou à Segunda Guerra Mundial.

Hoje, quando a elite financeira mundial já começou a implementar o plano da "Grande depressão – 2", com a posterior transição para a "Nova Ordem Mundial", identificar seu papel fundamental na organização de crimes contra a humanidade constitui em prioridade essencial.

Yuri Rubtsov é Doutor em Ciências Históricas, acadêmico da Academia de Ciências Militares e membro da Associação Internacional de Historiadores da Segunda Guerra Mundial


2 comentários:

Anônimo disse...

Nesse momento de tenebrosa lembrança da barbárie em que o fascismo mergulhou o mundo, é semptre bom lembrar, também, quem o financiou. O fascismo não vive só de fanatismo e braços erguidos em saudação. Precisa de muito apoio, desde "cuquis" distribuidos por "insuspeitos" simpatizantes na praça Maidan até grandes inversões de capital que alimentam geneosamente essa que é, sem dívida, a maior ameaça para o futuro da humanidade.

Guilherme disse...

QUANTA BURRICE! Hitler começou uma guerra justamente CONTRA o cartel bancário donos do FED e do Banco da inglaterra, que são na sua maioria judeus, no qual a família judia Rothschild é uma das principais, os Rothschild tinham sua sede na Alemanha, e a perseguição dos judeus foi por causa disso, os Judeus pobres pagaram pelos mais ricos.