21/7/2018, Website do Aiatolá Khamenei, Irã
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
"Na verdade, nada há de errôneo na diplomacia ideológica. Esforços para convencer a opinião pública de que haveria contradição entre ideologia [política ou religiosa] e interesses nacionais são errados e ilógicos. (...) O objetivo de termos criado a República Islâmica é salvaguardar os interesses nacionais, a independência, a liberdade, a justiça social, além do poder e da segurança nacionais. A ideologia da República Islâmica do Irã [ing. IRI] visa a promover e proteger os interesses nacionais e é definida como a identidade da nação".
[Aiatolá Khamenei, Teerã, 21/7/2018, aqui traduzido para finalidades didáticas, tradução de trabalho, não oficial]
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Principais mercados do petróleo iraniano |
O ministro de Relações Exteriores do Irã, pessoal e altos funcionários, além de embaixadores do Irã e diplomatas que servem em outros países reuniram-se hoje pela manhã [sábado, 21/7/2018], com o líder da Revolução Islâmica, Aiatolá Khamenei.
Nessa reunião, o líder da Revolução Islâmica referiu-se ao pressuposto de que os problemas do Irã poderiam ser resolvidos por negociações ou relacionamento com os EUA como "erro evidente", e acrescentou: "Os EUA têm questões de base contra a essência do establishmentislâmico. Além disso, muitos países na África, Ásia e América Latina mantêm relações com os EUA e todos enfrentam muitos problemas."
Referindo-se à hostilidade profundamente enraizada nas práticas contra a República Islâmica, o Aiatolá Khamenei reiterou que "os funcionários norte-americanos anseiam por recuperar a posição e o status de que desfrutaram no Irã antes da Revolução Islâmica de 1979 e não se satisfarão com menos que aquilo."
Para Sua Eminência, a oposição que os EUA fazem à capacidade nuclear e para enriquecer urânio, e à presença do Irã na região, é sempre resultado da animosidade profunda dos EUA contra elementos da soberania da República Islâmica. E acrescentou: "A presença do Irã na região reforça o poder e a segurança do Irã, e é parte do posicionamento estratégico do país. Por isso o inimigo opõe-se a ela."
O líder da Revolução Islâmica referiu-se às muitas vezes que altos funcionários do Irã mencionam a impossibilidade de confiar nos EUA, e disse: "Tenho insistido em que não podemos confiar nas palavras e sequer na assinatura de autoridades norte-americanas. Assim sendo, negociar com os EUA é inútil, é perda de tempo."
Para Sua Eminência, é importante ativar as capacidades inexploradas ou ainda não adequadamente exploradas. E acrescentou: "Negociações com a Europa podem prosseguir; mas não devemos parar, à espera dos europeus. Enquanto isso, é preciso fazer avançar múltiplas tarefas necessárias dentro do país."
O líder da Revolução Islâmica recomendou que se desenvolvam relações multilaterais e especialmente relações bilaterais, chamando a atenção dos diplomatas iranianos para que ampliem laços com coalizões regionais. E completou: "Embaixadores e representantes do Irã em outros países devem ter conhecimento exaustivo, completo, dos potenciais e das capacidades da nação e do país."
Referiu-se a relações com cientistas e com figuras não estatais e ativistas econômicos em outros países como métodos corriqueiros de diplomacia usados em todo o mundo, e completou: "mediante esses métodos é possível expandir o alcance do departamento de políticas exteriores".
Para o líder da Revolução Islâmica, o poder em campo serve de apoio à diplomacia: "é importante converter cada elemento de poder em algum tipo de realização política e econômica."
Sua Eminência lembrou que dentre as condições necessárias que se exigem dos representantes diplomáticos estão "espírito firme e capacidade para resistir; esperança no futuro e permanente busca por justiça." Disse o Aiatolá Khamenei: "O principal e mais criticamente decisivo objetivo da diplomacia é salvaguardar os interesses nacionais; Interação e oposição são apenas dois dos muitos modos para salvaguardar interesses nacionais." E acrescentou: "Os interesses nacionais do Irã derivam de políticas e valores do establishment construídos a partir de princípios. É dever do setor diplomático atender, defender e promover os interesses nacionais do Irã.
O líder da Revolução Islâmica elogiou as recentes declarações do presidente Hassan Rouhani em visita que fez à Europa. Disse Sua Eminência: "As declarações do presidente do Irã em recente viagem à Europa, de que 'se as exportações de petróleo do Irã forem bloqueadas, nenhum outro país na região poderá exportar petróleo,’ são importantes e manifestam políticas oficiais e o modo como o establishmentinterpreta a realidade. É dever do Ministério de Relações Exteriores do Irã acompanhar estritamente as posições assumidas pelo presidente Rouhani."
O Supremo Líder criticou todas as tentativas para apresentar as ideologias como opostas ao interesse nacional: "Alguns falam – erroneamente – sobre a necessidade de separar diplomacia e ideologia [política ou religiosa]. Na verdade, nada há de errôneo na diplomacia ideológica. Esforços para convencer a opinião pública de que haveria contradição entre ideologia política ou religiosa e interesses nacionais são errados e ilógicos," – disse o Aiatolá Khamenei, citando exemplos da prática de políticas baseadas em ideologia em muitos outros pontos no mundo: "As referências repetidas que funcionários dos EUA fazem a "Valores dos EUA" em seus discursos são derivações da Declaração de Independência dos EUA, e manifestam a ideologia política e religiosa deles. Assim também, as posições ideológicas, políticas e religiosas, comandam todo o comportamento e as atividades políticas dos países europeus."
Na conclusão, o Aiatolá Khamenei disse que o principal objetivo da Revolução Islâmica é proteger o interesse nacional do Irã: "O objetivo de termos criado a República Islâmica é salvaguardar os interesses nacionais, a independência, a liberdade, a justiça social, além do poder e da segurança nacionais. A ideologia da República Islâmica do Irã [ing. IRI] visa a promover e proteger os interesses nacionais e é definida como a identidade da nação."*******
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