segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

G20, a jogada: versão condensada, por Pepe Escobar

30/11/2018, 16h30 (hora de BSB) Pepe Escobar, pelo Facebook (traduzido)

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O G20 na verdade é como uma última bocada de ar para “salvar” a atual (des)ordem no mundo turbo-capitalista. Fracassará. Esperem descomunais fogos de artifício que vêm por aí.

Os sherpas no G20 passarão a noite em claro tentando inventar alguma declaração final capaz de conter Trump. Todos apoiam o multilateralismo no comércio – e ninguém quer incomodar ainda mais o Verdadeiro Big Boss em Buenos Aires: Xi Jinping. O jantar Trump-Xi é amanhã à noite. Prognóstico NÃO é bom – para dizer o mínimo.

Agora, no front sul. O neoliberal Macri é, de fato hipermultilateralista, a favor do livre comércio e cooperação em todos e quaisquer fóruns internacionais. O problema é que Trump apoia Macri – e Macri foi utilíssimo no projeto de empurrar a Argentina para os sorvedouros e máquinas de moer do FMI, mais uma vez. Ao mesmo tempo, Macri mantém excelentes relações com China e União Europeias – conhecidos e reconhecidos multilateralistas.

A República da Banana Militarizada Evangélica antes conhecida como Brasil, mais uma vez reina pateticamente suprema. Macron repetiu que um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul – que vem sendo negociado já HÁ QUASE VINTE ANOS – só poderá ser assinado se o governo brasileiro, agora sob o comando do mini-Pinochet, não abandonar o Acordo de Paris.

Essa semana, o mini-Pinochet abdicou do direito de hospedar a reunião de cúpula da ONU sobre mudança climática em 2019 – porque o Brasil deve sair do Acordo de Paris, porque sim, porque sim. Para Macron, o Acordo de Paris é linha vermelha absoluta – o que implica dizer que, se o Brasil abandonar o acordo, não haverá negócios com o Mercosul. Macri ficou furioso.

Pois bem quando o G20 acontece na América do Sul, as duas potências chaves do continente, em vez de brilharem, fazem esse papelão. A Argentina com a economia em frangalhos, obra de um palhaço neoliberal; o Brasil humilhado, às vésperas de passar a ser governado por um neofascista de história em quadrinhos: duas cadelas em posição de total submissão ao Excepcionalistão.*******

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