quinta-feira, 31 de março de 2016

Ódio Seletivo, por Leandro Fortes

31.03.2016 - Leandro Fortes em seu Facebook




Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, deixou as catracas do metrô livres para que, em 13 de março, os manifestantes contra Dilma - entre os quais estavam fascistas, racistas e dementes defensores da intervenção militar - pudessem encher a Avenida Paulista.

Em 18 de março, quando a manifestação foi pró-Dilma, cada um teve que pagar a sua passagem.

O custo da operação para os coxinhas, portanto, foi para o bolso do contribuinte paulista. Dinheiro público.

A Fiesp forneceu filé mignon para esses manifestantes, montou um pato gigante (e patético) no Congresso Nacional e gastou estimados 16 milhões de reais em publicidade para jornais e revistas se alinharem ao golpe do impeachment.

A Fiesp, nem todo mundo sabe, não vive só do dinheiro dos industriais de São Paulo. Ela recebe recursos do imposto sindical (único caso em todo o mundo) e do chamado Sistema S, que incluem o Sesi e o Senai, que vive de repasses de dinheiro público.

Acusar manifestantes de serem financiados por dinheiro público, no caso das manifestações de esquerda, não é só irresponsável, ainda mais vindo de um jornalista - é covardia. Porque é o tipo de acusação que conta com a blindagem da mídia e com a ignorância dos analfabetos políticos que a disseminam.

Ao contrário dos almofadinhas que costumam encher de verde-e-amarelo a Esplanada dos Ministérios, essas pessoas não moram no Plano Piloto nem nas proximidades de Brasília. Não podem vir de carro com papai e mamãe e depois ir lanchar no McDonald's. 

Muitas delas enfrentaram 48 horas de viagem e precisam, sim, de ajuda para comer e dormir. E é por isso, também, que existem sindicatos, centrais sindicais, associações e federações de trabalhadores. Para ajudá-los nessas horas.

Que sejam, portanto, bem vindos a Brasília, que recebam kits, marmitas, sanduíches, refrigerantes, dinheiro e abraços.

Eles merecem. E nós somos gratos que eles tenham vindo até aqui defender o Brasil e a democracia brasileira.***

China já vive em 2020, por Pepe Escobar

28/3/2016, Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation


(o "Excepcionalistão") faz contra o Brasil hoje visa, também, a empurrar o Brasil bem para trááááááás, para nos isolar e nos distanciar dos demais países BRICS, principalmente de Rússia e China.

Esse, precisamente, é o assunto sobre o qual
 NINGUÉM jamais lerá nos veículos da indústria da informação, no Brasil-2016.

(Entreouvido na Vila Vudu)

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Consumido por incontáveis manifestações da própria crise existencial, mais uma vez o 'ocidente' não viu ou subestimou o mais importante show na política chinesa – as famosas "duas sessões", a Conferência Política Popular Consultiva e o Congresso Nacional do Povo, o mais alto corpo legiferante do país – que concluiu com a aprovação do 13º Plano Quinquenal da China.

Evento chave foi o comunicado, pelo premiê Li Keqiang, de que Pequim trabalha para alcançar crescimento médio, de 2016 a 2020, superior a 6,5% ao ano – baseado em "inovação". Se forem bem-sucedidos, à altura de 2020 nada menos que 60% do crescimento econômico da China virá de avanços no campo da tecnologia e da ciência.

Ataque sempre o país errado, por Dmitri Orlov


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Há incontáveis táticas acessíveis aos que visam a tornar os problemas sempre piores, ao mesmo tempo em que fingem que os estariam resolvendo, mas apontar para qualquer outro lado é sempre a tática preferida. O motivo pelo qual tanto se interessam em tornar piores os problemas é que problemas sempre geram lucros – para alguém. E o motivo pelo qual tanto fingem que os resolvem está em que causar problemas e, em seguida, piorá-los, expõe os que lucram no pioramento como gente ruim, o que é mau.

Na arena internacional, esse tipo de mira aparentemente desencaminhada tende a assumir aspecto farsesco. Os que lucram no pioramento dos problemas do mundo são os membros dos establishments da política exterior e das forças armadas dos EUA, empresas fornecedoras da Defesa e políticos em todo o mundo, especialmente na União Europeia, que aqueles establishments já subornaram para que nada façam. A tática de mira desencaminhada é condicionada por um tique que se observa na opinião pública norte-americana, pelo qual ninguém, ali, se preocupa muito com o que se passe no resto do mundo. 

A vibrante democracia brasileira, atirada aos cachorros, por Pepe Escobar


"A rataria rateja em tempo integral"

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Em breves 3 minutos, uma gangue de escroques – mais conhecidos pela competência na corrupção, que na administração – jogaram aos cachorros, literalmente, a jovem mas vibrante democracia brasileira.

Sem votos individuais – para que os traidores não fossem nominalmente identificados – o Partido do Movimento Democrático (sic) Brasileiro, PMDB, abandonou a coalizão que apoia a presidenta Dilma Rousseff, aumentando, em tese, as chances de que um processo – kafkeano – de impeachment contra Rousseff venha a ser aprovado em abril.

O PMDB é o maior partido do Brasil, com 69 dos 513 assentos com voto no Parlamento. No curto prazo, o partido estaria contribuindo para que um dos seus, o atual vice-presidente Michel Temer, 75 – advogado constitucionalista, com folha corrida de serviços não precisamente brilhantíssima – assuma a presidência até as próximas eleições em 2018, realizando a mudança de regime dos sonhos dos agentes da Guerra Híbrida no Brasil e seus vassalos e subalternos em geral.

A Constituição brasileira admite a figura do impeachment; mas no caso da presidenta Rousseff jamais se provou qualquer "crime de responsabilidade", exigência da lei para que o impeachment seja acolhido legalmente como possível. A alegada acusação – de que teria havido mau uso de dinheiro público e desvio fiscal – é, do começo ao fim, conversa fiada.[1]

quarta-feira, 30 de março de 2016

Kremlin prepara-se para ataques 'jornalísticos' contra Putin

28/3/2016, Isvestia, Rússia (trad. ru.-port. de Giovanni G. Vieira)




O porta-voz do presidente russo Vladimir Putin, Dmítri Péskov, em conversa com repórteres, comentou o pedido recebido pelo chefe de Estado da Federação Russa, para que respondesse a uma lista de perguntas provocativas, encaminhada por um "Request Thread - Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo" (sic). O Kremlin respondeu que não tomaria conhecimento das perguntas,  propostas em estilo de Inquisição.

"Do nosso ponto de vista, algumas ONGs e serviços de inteligência estrangeiros, bem como alguns meios de comunicação já se intrometeram na campanha eleitoral em nosso país – que ainda nem começou!", disse Dmítrii Péskov.

Para o presidente Putin, "são sempre os mesmos, com supostas 'políticas', que não passam de recursos e métodos criminosos para desacreditar o governo".

O Kremlin já se prepara para uma onda de artigos difamatórios esperados para futuro próximo a serem publicados na França, na Alemanha e nos EUA.

"Esses artigos falam da vida pessoal do presidente Putin, com informações que visam a expor a família do presidente, amigos de infância – Rotenberg, Kovalchúk –, falam de empresas offshore das quais ninguém aqui jamais ouviu falar, de grande número de empresários que Vladimir Putin não conhece – disse o secretário de Imprensa do presidente Putin.

De acordo com ele, o Kremlin decidiu divulgar especificamente esse pedido que recebeu de 'jornalistas', pois acredita que absolutamente não se trata nem de algum tipo de 'jornalismo investigativo' nem de jornalistas, mas de um ataque de guerra de informação dissimulado como se fosse 'jornalismo'. 

O próprio Dmitry Peskov, exemplificou com algumas das perguntas: "É verdade que o volume acumulado de seu patrimônio chega a mais de $ 40 bilhões?", "É verdade que você é proprietário de mansões e iates?" "Que jornalismo faria tais perguntas?" -- perguntou ele.

[Ah, mas é que o Kremlin não conhece o Augusto Nunes! :-D)))]

O secretário de imprensa do governo Putin comentou também que algumas perguntas envolvem um amigo do presidente, Serguéi Roldúguin. Como, por exemplo: "É verdade que vocês, quando jovens, passavam bom tempo juntos nas ruas de Leningrado, cantando, bebendo, e, periodicamente, metiam-se em brigas?"

Fato é que a equipe desse" Consórcio Internacional de Jornalismo Investigativo" encontraria muitas dessas respostas na biografia de Vladimir Putin, de domínio público. Por exemplo, no livro "A partir da primeira pessoa". Ali, em conversas com o presidente, citam-se palavras de Serguéi Roldúguin, das vezes que viu Vladimir Putin repelir desordeiros bêbados.


O próprio presidente, em entrevista recente, lembrou-se de brigas na juventude e dos tempos difíceis da infância em Leningrado: “Há 50 anos, as ruas de Leningrado ensinaram-me uma lição: se a briga é inevitável, ataque primeiro.” 

Dmitri Péskov, comentou que o serviço de imprensa não responderá o tal questionário, pois muitas das perguntas já foram respondidas, muitas pelo próprio presidente Putin.

O secretário de imprensa do presidente Putin disse que, no caso de publicação que veicule ofensas ou notícias difamantes, o governo russo tomará as medidas legais cabíveis. Dmitri Péskov também comentou que esse tipo de reação firme contra ações mal-intencionadas da mídia não é rotina do Kremlin, "mas às vezes é absolutamente necessária".*****

É ou não é luta de classes? Por Mike Whitney


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Há uma conspiração para impedir que salários subam, ou se trata da luta de classes velha de guerra?

Examinem esses gráficos, de matéria recente assinada pelo Deutsche Bank e vejam o que lhes parece:


Gráfico 1:

Fig. 5: Inflação nos salários nos EUA
Fig. 6: Inflação nos salário na área do euro
Fig. 15: Inflação nos salários no Reino Unido
Fig. 16: Inflação nos salários no Japão
Fonte: Feeling Underpaid [Sentindo-se subpago], Zero Hedge)

Ora, o que já se sabe? Por toda parte o cartel global de bancos tem seus tentáculos, e os salários ou andam de lado ou caem.

"Coincidência", parece-lhe?

"Guerras Híbridas" 2. Testar a teoria – Síria & Ucrânia


Leia também:


"Guerras Híbridas": 1. Abordagem adaptativa pós-tudo da 'mudança de regime'
4/3/2016, 
Andrew Korybko, Oriental Review, traduzido em Blog do Alok

Brasil e Rússia sob ataque de "Guerra Híbrida"
28/3/2016, 
Pepe Escobar, RT, traduzido em Blog do Alok

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



O livro do autor, "Hybrid Wars: The Indirect Adaptive Approach To Regime Change" (disponível em PDF, grátis, ing. aqui) ["Guerras Híbridas" - Abordagem adaptativa pós-tudo da 'mudança de regime'], expõe exaustivamente a teoria e demonstra que Síria e Ucrânia são as primeiras vítimas da Guerra Híbrida dos EUA, mas o objetivo do artigo é mostrar como as inovações mencionadas antes e não incluídas na publicação original sempre foram casos exemplares, desde o início.
O objetivo imediato é provar que facetas recém descobertas integram-se perfeitamente, sem necessidade de qualquer 'ajuste' na teoria geral, e ampliam a compreensão da hipótese básica, como resultado, o que permite que analistas bem informados consigam projetar mais acuradamente as batalhas futuras pelas quais, com mais alta probabilidade, se travarão as futuras Guerras Híbridas.
Essa parte da pesquisa portanto acompanha o modelo teórico exposto antes, dado que elabora sobre os determinantes geoestratégico-econômicos que sempre houve por trás das guerras contra a Síria e a Ucrânia, antes de examinar as vulnerabilidades sociopolíticas estruturais que os EUA tentaram explorar (com diferentes graus de sucesso). A parte final incorpora a ideia de precondicionamento social e estrutural, e discute rapidamente o modo como apareceu em cada caso.

Determinantes Geoestratégicos

Síria:

A tradicionalmente secular República Árabe Síria foi sugada para dentro do amplo teatro do esquema das "Revoluções Coloridas" dos EUA, quando a "Primavera Árabe" foi lançada em 2011. 

Resumindo bem concisamente os fundamentos estratégicos dessa operação grandiosa: os EUA tinham de ajudar a claque transnacional chamada "Fraternidade Muçulmana" a chegar ao poder da Argélia à Síria, mediante uma série sincronizada de operações de mudança de regime contra estados rivais (Síria), parceiros não confiáveis (Líbia), e estados seus procuradores estratégicos, nos quais a transição na liderança já aparecia como inevitável (Egito, Iêmen). 

segunda-feira, 28 de março de 2016

Império anglo-americano usa Lava Jato para destruir empresas nacionais





Grande parte do povo brasileiro precisa livrar-se dos antolhos que o fazem enxergar somente o que lhes mostra a televisão e as revistas de “opinião” da grande mídia. Há também a visão monocular, que priva do sentido de profundidade.

2. Falo dos instrumentos limitantes da visão política, econômica e estratégica: a secular doutrinação ideológica e a massiva desinformação, por parte da mídia movida a dinheiro e dos que a retroalimentam.

3. Não desminto a responsabilidade da atual chefe do Executivo, nem a do ex-presidente Lula, em alguns dos fatos que têm sido difundidos e magnificados pelos mentores do processo de desestabilização daquela e de desmoralização deste.

4. Entretanto, não se deve ignorar que esse processo é patrocinado e teleguiado do exterior,  e que seu objetivo está longe de ser o bem do País. Muito pelo contrário.

5. Ele ganha corpo, desde o mensalão, julgado  no STF em 2012, e as manifestações de 2013, para as quais foram divulgados os abusos nas despesas superfaturadas e desnecessárias da construção de estádios e realização de obras para a Copa do Mundo de 2014.

Pepe Escobar: Brasil e Rússia sob ataque de "Guerra Híbrida"[1]

28/3/2016, Pepe Escobar, RT

"Se o veneno, a paixão, o estupro, a punhalada
Não bordaram ainda com desenhos finos
A trama vã de nossos míseros destinos,
É que nossa alma arriscou pouco ou quase nada."
As flores do mal [1857], Charles Baudelaire, sem indicação do tradutor*
_______________________________________________________

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Revoluções Coloridas nunca bastariam. O Excepcionalistão vive à procura de grandes atualizações de estratégia capazes de garantir a hegemonia perpétua do Império do Caos. 

A matriz ideológica e o modus operandi das revoluções coloridas já são, hoje, assunto de domínio público. Mas não, ainda, o conceito de Guerra Não Convencional (GNC) [orig. Unconventional War (UW).

Essa guerra não convencional apareceu explicada no manual das Forças Especiais para Guerra Não Convencional dos EUA, em 2010. O parágrafo chave é:

"1-1. A intenção dos esforços de GNC dos EUA é explorar vulnerabilidades políticas, militares, econômicos e psicológicos de um poder hostil, mediante o desenvolvimento e sustentação de forças de resistência, para alcançar os objetivos estratégicos dos EUA. (...) Para o futuro previsível, as forças dos EUA se engajarão predominantemente em operações de guerra irregular"

"Hostil" não se aplica apenas a potências militares; qualquer estado que se atreva a desafiar alguma trampa importante para a "ordem" mundial Washington-cêntrica – do Sudão à Argentina –, pode ser declarado "hostil".

Moon of Alabama - Síria – A vitória em Palmyra muda a narrativa


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



A libertação de Palmyra é ponto de virada decisivo na guerra contra a Síria. Por mais que o Exército Árabe Sírio e aliados tenham colhido outros sucessos militares, o valor publicitário de retomar e voltar a proteger as preciosas ruínas romanas de Palmyra é muito superior que o que qualquer outra vitória. E mudará algumas das falsas narrativas do conflito.


O governo sírio já não é "o regime Assad" e o Exército Árabe Sírio já não é "forças de Assad". Ban Ki Moon, secretário-geral da ONU, parabenizou  o governo sírio, pelo seu sucesso:

sábado, 26 de março de 2016

"Guerras Híbridas" - Abordagem adaptativa pós-tudo da 'mudança de regime'


Entreouvido na Vila Vudu:
Em 1964, tudo que aí se lê era arroz com feijão, e as famílias discutiam essas questões à mesa, em casa, no trabalho, na universidade, na feira (pelo menos, com certeza, em Porto Alegre/RS), e todo mundo sabia que a razão pela qual não há golpes nos EUA, é que nos EUA não há embaixada dos EUA. .
Mas, hoje, analfabetizadas na/pela universidade da ditadura dos anos 70-80 e na/pela universidade da tucanaria da privataria nos anos 80-90, 2000, as pessoas já não conhecem, sequer, o Manual de Golpes da CIA, que se atualiza, mas, melhorar, não melhora.

Então aí vai: ABC de golpe, hoje chamado "Guerra Híbrida".
E o Brasil estamos no olho do furacão, mais uma vez.
____________________________________________

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


1. A lei da Guerra Híbrida

Guerra Híbrida é um dos mais significativos desenvolvimentos estratégicos que os EUA jamais promoveram ou encabeçaram, e a transição das Revoluções Coloridas para Guerras Não Convencionais certamente dominará as tendências a serem empregadas para desestabilizar países, nas próximas décadas.

Os não habituados a abordar a geopolítica a partir da perspectiva da Guerra Híbrida podem ter alguma dificuldade para compreender onde devem ocorrer as próximas, mas na verdade é fácil identificar as regiões e os países mais expostos ao risco dessa nova modalidade de agressão pelos EUA. 

A chave para acertar nessa previsão é aceitar que Guerras Híbridas são conflitos assimétricos, cuja meta é sabotar interesses geoeconômicos concretos. A partir desse ponto, torna-se relativamente fácil apontar onde os EUA atacarão a seguir.

Golpistas no Curral, por Leandro Fortes





Como é formada, em sua imensa maioria, por analfabetos políticos com altíssimo déficit de leitura, a direita brasileira tende a se movimentar quase que exclusivamente como manada.

Então, assim como o "kkkkkkk", que lhes serve de sustentação literária tanto para disfarçar preconceitos como para consagrar estultices, o clichê do momento entre a reaçada é o argumento barato do todos-os-corruptos-devem-ser-presos-não-interessa-o-partido.

É como se, de repente, os milhões de eleitores de Aécio Neves tivessem descoberto o Código Penal, mas somente depois de seu líder e salvador da pátria começar a aparecer nas delações como insistente - chato mesmo - receptador de propinas.

Esse movimento ganhou forma nas últimas manifestações de rua, quando a turba com camisas da CBF viralizou nas redes mensagens dando conta de que, ao contrário do PT, não tinha compromisso com "bandidos de estimação".

Isso vindo de uma gente que marchou até Brasília para tirar foto com Eduardo Cunha.
Colocar-se, agora, a favor de prender todos os corruptos, não importa qual o partido, é, antes de tudo, uma maneira cafajeste de fingir que não está apoiando o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff - justo no momento em que as coisas começam a dar errado para os golpistas.

É mentira.

Essa gente abobalhada de verde-e-amarelo nunca foi a favor de prender corruptos, até porque votou sempre neles, movida pela catapora infantil do antipetismo.

Esses neoprobos formam as fileiras da classe média apavorada e iletrada do Brasil, alimentada de ódio pela mídia - esse lixo que depende do golpe para voltar a mamar nas tetas do Estado.

Então, não me venham com essa história, agora, que querem todos os corruptos presos.

Ninguém vai acreditar nessa moralidade tardia de quem, na verdade, está com vergonha de ser apontado como um golpista fracassado, daqui por diante.

Não depois de terem sido tocados pelos corruptos como gado, pelas ruas do País, mugindo palavras de ordem fascistas e ruminando o ódio que lhes foi servido como capim.

Tradução comentada do Cabo Moro-Wikileaks.

30/10/2009
Da Embaixada, Brasília
SENSÍVEL NÃO SIGILOSO

ASSUNTO: BRASIL: Conferência de finança ilícita usa com sucesso a "palavra T" ["Terrorismo"]



REF: BRASÍLIA 01684 

1.  (SBU) Resumo: Uma conferência regional financiada por S/CT intitulada "Crimes Financeiros Ilícitos"[orig. llicit Financial Crimes" (sic). Talvez porque já então, em 2009, o consulado dos EUA no RJ já tivesse inventado crimes financeiros LÍCITOS (NTs)] realizada no Rio de Janeiro,[1] nos dia 4-9/10/2009, reuniu com sucesso representantes da comunidade jurídica e das polícias federal e estaduais do Brasil e países de toda a América Latina [mas o telegrama não faz NENHUMA referência a qualquer dos tais outros "países latino-americanos". A conferência, ao que tudo indica, foi dedicada só aos "brasileiros" (NTs)].
A conferência durou uma semana e foi elogiada pelos participantes, em avaliações por escrito; muitos participantes pediam mais treinamento, incluindo treinamento específico para combater o terrorismo.
Esse pedido direto é diferente dos pedidos anteriores dos brasileiros, que historicamente sempre evitaram qualquer treinamento que tomasse por objeto o terrorismo, preferindo terminologia mais genérica como "crimes transnacionais". Além do mais, os participantes, todos eles, elogiaram o fato de o treinamento ter sido multijurisdicional, prático, com demonstrações ao vivo (por exemplo, como preparar uma testemunha para depor e o exame direto de testemunhas). Treinamentos futuros devem ser construídos em áreas específicas, como forças tarefas para finanças ilícitas, que pode vir a comprovar-se como o melhor meio para combater o terrorismo no Brasil. Fim do resumo.

União Jihadi Europeia, por Pepe Escobar


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Passaram-se quatro meses, antes que Salah Abdeslam – um dos supostos membros do comando que atacou em Paris 13/11– fosse capturado em Bruxelas, depois de um tiroteio. Ele não fugira para a Síria; não arredara pé de sua toca de endereço conhecido em Molenbeek.

Passaram-se apenas quatro dias até desvendar o complô seguinte – um ataque coordenado de jihadistas no aeroporto de Bruxelas e numa estação de metro a 500 metros de distância da sede da União Europeia.

Sob cenário de revide, foi altamente previsível. O ministro de Relações Exteriores da Bélgica Didier Reynders até alertara durante o fim de semana que ataques eram iminentes. Mais preocupante é o vazamento de que os serviços secretos belgas – e as agências de inteligência ocidentais – tinham informação "precisa" sobre o risco de ataque contra o aeroporto e um provável ataque contra o metrô. 

sexta-feira, 25 de março de 2016

Há golpe no ar: O complô para desestabilizar Rousseff, Lula e o Brasil


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Partidos neoliberais, mídia comercial, Judiciário conservador, lobistas das petroleiras, elite branca e grupos de direita, com ajuda abundante que vem de fora do país, reuniram-se em gangue para derrubar o governo do Brasil. E a coisa está sendo feita de modo a fazer crer que teria havido um levante popular contra um regime corrupto.


A presidente Dilma Rousseff, que se está sob o ataque da oposição combinada, voou para São Paulo para ficar com Lula. Foto: Ricardo Stuckert

São Paulo: Em novembro de 2009, The Economist põe o Brasil na capa. "Brasil Takes Off" [Brasil decola], diz a manchete, sobre uma foto do icônico Cristo Redentor, como se decolasse sobre o mar azul, feito uma nave espacial. Prevendo que "o Brasil está a caminho de tornar-se a 5ª maior economia do mundo, deslocando a Grã Bretanha e a França", a revista dizia que a maior economia da América do Sul deveria "tomar maior velocidade nos próximos cinco anos, com a ativação dos campos de petróleo de mar profundo, e os países asiáticos ainda famintos de alimento e minérios da vasta e dadivosa terra do Brasil." 


Em 2009, mesmo com o mundo ainda convalescendo de uma catastrófica crise financeira, The Economist viu o Brasil como a maior esperança do capitalismo global.

A ilusão deontológica, por Marco Dantas



Getulio não perdeu tempo. Lula e o PT perderam 13 preciosos anos iludidos com o discurso ideológico da deontologia liberal do Jornalismo e das Comunicações



Nenhum órgão de imprensa mostrou-se minimamente escandalizado diante do fato, em si absurdo, de um juiz de 1ª instância ter gravado conversas da Presidência da República e, ainda por cima, ter vazado o áudio dessas gravações para os meios de comunicação. Sem quase nenhuma diferença nas formas de expressão, empenharam-se em destacar o que haveria de supostamente escandaloso no conteúdo das conversas entre a presidente e o ex-presidente Lula da Silva. No máximo, deixaram para as vozes críticas previsíveis, nos meios políticos ou jurídicos, as reações negativas ao comportamento do juiz, em matérias publicadas nos espaços secundários de suas páginas, no caso da imprensa escrita, ou muito escassamente divulgadas, no caso do noticiário televisivo.

O juiz nazista Roland Freisler
O ato do juiz Sergio Moro, cujo comportamento já começa a assumir os ares destemperados do juiz nazista Roland Freisler, passou-se assim como se fosse algo tão natural quanto o morro do Pão de Açúcar, no Rio de Janeiro. Essa naturalidade é naturalmente absorvida pelo senso comum da sociedade que, no geral, excluídos os seus estratos mais intelectualizados ou aqueles já propensos à desconfiança e à crítica, não costuma a questionar o que lhe chega dos meios de comunicação. Ao contrário: a realidade que lhe é mostrada, na forma como lhe é mostrada, esta é a realidade a ser vivida no seu cotidiano banal.

Síria: narrativas matam!


No Brasil, onde reina o 'jornalismo' de maledicência & futrica, praticado pela mesma mídia-empresa que já foi golpista em 1964-68 e volta a ser golpista em 2016, pode-se dizer também:
"Narrativas corrompem!" e/ou "Narrativas roubam!" (Entreouvido na Vila Vudu)


_____________________________

Hoje se sabe que a luta do povo sírio e do governo sírio mudou o mundo. Reuniu russos e chineses (BRICS) e jogou-os na frigideira 'ocidental'. E mudou a ordem global, de unipolar para multilateral – da noite para o dia.


Se, no primeiro ano de guerra na Síria, a quantidade descomunal de jornalistas que repetiram e reforçaram as premissas das quatro falsas narrativas que adiante se discutem as tivessem contestado, criticado, investigado... talvez os mais de 250 mil sírios que morreram ainda estivessem entre nós.
______________________________


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





(...) Segundo a Comissão Internacional Independente da ONU de Investigação sobre a Síria, a soma de mortos do lado das Forças do governo sírio era 2.569, em março de 2012, quando o conflito completava um ano. Naquele momento, a conta da Comissão da ONU, para todas as vítimas da violência política na Síria, era 5.000 mortos.


Esses números pintavam já há quatro anos, um quadro completamente do que se conhece ainda hoje sobre os eventos na Síria. Com certeza, esses números não confirmam as características do conflito sobre o qual elaboram os jornais, televisões e jornalistas e especialistas midiáticos e manchetes. No mínimo, a 'paridade' no número de mortos entre os dois lados sugere que o governo sírio usou força proporcional na ação inicial para pôr fim à violência. (...)