Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin, do PSDB, deixou as catracas do metrô livres para que, em 13 de março, os manifestantes contra Dilma - entre os quais estavam fascistas, racistas e dementes defensores da intervenção militar - pudessem encher a Avenida Paulista.
Em 18 de março, quando a manifestação foi pró-Dilma, cada um teve que pagar a sua passagem.
O custo da operação para os coxinhas, portanto, foi para o bolso do contribuinte paulista. Dinheiro público.
A Fiesp forneceu filé mignon para esses manifestantes, montou um pato gigante (e patético) no Congresso Nacional e gastou estimados 16 milhões de reais em publicidade para jornais e revistas se alinharem ao golpe do impeachment.
A Fiesp, nem todo mundo sabe, não vive só do dinheiro dos industriais de São Paulo. Ela recebe recursos do imposto sindical (único caso em todo o mundo) e do chamado Sistema S, que incluem o Sesi e o Senai, que vive de repasses de dinheiro público.
Acusar manifestantes de serem financiados por dinheiro público, no caso das manifestações de esquerda, não é só irresponsável, ainda mais vindo de um jornalista - é covardia. Porque é o tipo de acusação que conta com a blindagem da mídia e com a ignorância dos analfabetos políticos que a disseminam.
Ao contrário dos almofadinhas que costumam encher de verde-e-amarelo a Esplanada dos Ministérios, essas pessoas não moram no Plano Piloto nem nas proximidades de Brasília. Não podem vir de carro com papai e mamãe e depois ir lanchar no McDonald's.
Muitas delas enfrentaram 48 horas de viagem e precisam, sim, de ajuda para comer e dormir. E é por isso, também, que existem sindicatos, centrais sindicais, associações e federações de trabalhadores. Para ajudá-los nessas horas.
Que sejam, portanto, bem vindos a Brasília, que recebam kits, marmitas, sanduíches, refrigerantes, dinheiro e abraços.
Eles merecem. E nós somos gratos que eles tenham vindo até aqui defender o Brasil e a democracia brasileira.***