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domingo, 22 de janeiro de 2017

Saudemos o presidente

Da série "Um dia antes do dia depois, ou: Baixando a bola"


21/1/2017, Eric Margolis, Blog
















Em geral evito eventos patrióticos. Invariavelmente me fazem lembrar o imbecilismo embandeirado que levou à 1ª Guerra Mundial.

De fato, cheguei a ser expulso dos Escoteiros de New York City, porque comentei em voz alta que aquele exagero de bandeiras, tambores, música marcial e uniformes paramilitares pareciam coisa da velha Juventude Hitlerista.

Mas assisti à cerimônia de posse do presidente Donald Trump (é a primeira vez que escrevo essas palavras) e tenho de admitir que a cerimônia comoveu-me mais do que é comum nesse meu modo de ser normalmente cético, cínico.

Depois da posse de Trump (de NY para Davos) Kissinger ao vivo

20/1/2017, 17h30, Pepe Escobar, pelo Facebook
















A parte crucialmente importante da fala de Kissiger há algumas horas, tem a ver com que "conselho" ele daria a Trump. Na verdade, é o núcleo da estratégia que o próprio Kissinger traçou para Trump – como já comentei em "Teatro de Sombras: novo grande jogo na Eurásia" (tb traduzido) e em "Trump, Kissinger and Ma", minhas colunas em Asia Times:
"Uma das principais realizações ou atos de impactos do presidente Obama foi retirar a América de algumas posições nas quais estava superdistendida, mas também criar o sentimento de que a América se retirava do mundo, inclusive em locais nos quais a superdistenção não se aplicaria e nos quais a contribuição dos EUA continua a ser essencial."
"Assim, o presidente Trump terá de encontrar uma definição para o papel dos EUA que responda às preocupações de muitas partes do mundo nas quais a América desistiu do seu papel de indispensável liderança em muitos países – e grande contribuição em outros –, e definir o que e onde a América pode liderar e onde tem de contribuir para criar uma ordem internacional."

Implica criar uma NOVA ordem internacional.

Outros pontos importantes:

Sobre a "parceria atlântica" – "tem de ser reconstruída, mas com a atitude segundo a qual o elemento chave são ambas as políticas, dos EUA e europeia."

É nessa direção que se deve interpretar o mantra de Trump "a OTAN é obsoleta".

Sobre a Rússia:

"A Rússia garantiu o equilíbrio no mundo."

Ninguém jamais ouviu tal coisa da banda neoconservadora/neoliberalconservadora. Kissinger conta com "diálogo sério" entre EUA e Rússia, sob governo Trump. Esse, de fato, é o coração de sua estratégia.

Sobre o discurso de Xi em Davos, no início da semana:

"Importante afirmativa feita pela China de que participará na construção de uma ordem mundial"; "a ordem mundial com a qual estamos familiarizados está em desintegração em alguns aspectos"; "o presidente Xi introduziu um conceito de ordem internacional que tem de ser discutido."

Quer dizer: Kissinger não se posiciona em confronto declarado diante da China; e lá estará para aconselhar/moderar os rompantes de Trump. NÃO HAVERÁ guerra comercial. *****