terça-feira, 31 de maio de 2016

Linha vermelha, infringida; na alça de mira; dedo no gatilho — À espera da 'Surpresa de Outubro'

30/5/2016, John Helmer, Dance with Bears (Moscou)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Primeiro, foi o anúncio da linha vermelha infringida. Na 6ª-feira passada em Atenas, a coisa foi sobre alça/área de mira. Em outubro, um mês antes das eleições nos EUA, será dedo no gatilho. 

EUA e aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, estão a caminho de guerra contra a Rússia, acelerando a inevitabilidade de a Rússia atacar em procedimento de autodefesa. Isso precisamente é o que dizem os dois avisos que o presidente Vladimir Putin já deu. Para a fase dedo no gatilho, não haverá novo aviso.

Atacar Rússia. Atacar China. Atacar Irã, por Pepe Escobar

28/5/2016, Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Não passa um dia sem que a Think-Tankelândia dos EUA faça o que faz de melhor: promover todos os tipos imagináveis de guerra fria – e quente – contra a Rússia, mais miríades de provocações/confrontos com China e Irã.

Combina com as Cinco Principais ameaças existenciais contra os EUA listadas pelo Pentágono, lista na qual Rússia e China têm o trono e o Irã aparece em 4º lugar – à frente do "terrorismo" do tipo falso "Califato" do Daech [a lista clássica do gen. Clapper: 1) Rússia, 2) China, 3) N. Korea, 4) ISIL (NTs)].

Aqui já reuni alguns fatos resumidos de realpolitik para contra-atacar a histeria – mostrando como a vantagem real dos russos com seus mísseis supersônicos torna inútil todo o constructo da retórica paranoica da OTAN.

segunda-feira, 30 de maio de 2016

O Escracho como Ferramenta de Luta Democrática, por Wanderley Guilherme dos Santos


A MENSAGEM POPULAR É CLARA: FORA COM OS USURPADORES!


O governo interino de Michel Temer age com a truculência de força de ocupação em território estrangeiro: desconsidera a história local, subverte os laços de solidariedade e cancela as políticas aprovadas coletivamente. Mesmo um governo de oposição eleito segundo as regras do jogo evita bagunçar a vida da comunidade, e não só porque os padrões de relacionamento entre o poder público e os grupos da sociedade estão incorporados ao cálculo de futuro das pessoas. 

A prudência recomenda reconhecer que são vocacionadas para o fracasso as tentativas de apagar completamente os vestígios dos antecessores. O custo seria elevadíssimo, a fraude descomunal e o desmascaramento certo. Explicam-se, portanto, as idas e vindas das autoridades interinas, a atabalhoada adoção de políticas antes anunciadas pelo governo destituído e a pirraça de renomear o que já existe. Baratas tontas enfurecidas e míopes. Acresce o comprovado envolvimento em traficâncias da maioria dos mandachuvas interinos, com previsão de que não causará surpresa se o próprio presidente precário vier a ser exposto como estrela da turma. 

Como o cargo de Delegado Federal está chocando o Ovo da Serpente



Quando se discute a conjuntura política atual, um equívoco muito comum é ignorar um dos principais elementos de atuação e interferência na dinâmica do Estado Democrático de Direito atual, a participação da Polícia Federal, sobretudo do ponto de vista do uso de informações sigilosas adquiridas ao longo da Operação Lava Jato.

Quem comete esse equívoco não só retira da análise um fator crucial para entender a dinâmica dos acontecimentos, como mascara que a posição da Polícia Federal, para ser mais específico, de uma categoria dela, os delegados, nunca foi uma postura de neutralidade. Na verdade, os sucessivos acontecimentos evidenciam cada vez mais como os delegados estão operando uma ruptura do ponto de vista das funções do Departamento de Polícia Federal e, sobretudo, da legalidade democrática.

Houve um golpe de Estado no Brasil, por Paul Craig Roberts


Traduzido por Tanya & Eugene



No Brasil, o maior jornal do país publicou transcrição de uma gravação privada vazada para o jornal. As palavras registradas constituem a trama das ricas elites brasileiras, envolvendo tanto os militares brasileiros corrompidos pelos EUA quanto o Supremo Tribunal Federal, para remover a presidenta democraticamente eleita do Brasil, sob falsas acusações, a fim de parar as investigações das elites corruptas que habitam no Senado brasileiro, e por um fim à participação do Brasil nos BRICS. A tentativa Russo-Chinesa para organizar um bloco econômico independente de Washington já perdeu 20% de seus membros.

A democracia foi derrubada no Brasil, como na Ucrânia, Honduras – na verdade, em todos os lugares em que Washington coloca suas mãos sujas, incluindo os próprios Estados Unidos.

Glenn Greenwald relata sobre o extraordinário vazamento da gravação de 75 minutos das conversas entre as elites brasileiras, que planejaram a trama para enquadrar a Presidenta do Brasil, a fim de se protegerem.

O Governo da Presidente Dilma Rousseff estava lidando com a corrupta elite brasileira de forma estritamente legal, não revolucionária. Este foi um erro estratégico, uma vez que nem as elites brasileiras, nem os seus apoiadores em Washington dão a mínima para a legalidade. Para eles, o poder é a única força eficaz.

Eles usaram o seu poder para remover Rousseff da presidência, provando aos brasileiros que seus votos não são efetivos para decidir quem governa.

O mundo viu isso tantas vezes. É por isso que a Revolução Francesa, Marx, Lenin, e Pol Pot concluíram que a mudança era impossível a menos que as elites fossem exterminadas.

Na América Latina, os governos populistas, que conseguiram, contra todas as probabilidades, serem eleitos, amarram suas próprias mãos, estendendo a proteção do Estado de Direito a seus amargos inimigos domésticos, que se aproveitam da proteção que lhes foi dada para para usar seu poder para derrubar o governo eleito.

Sempre será assim. Sem Lenin, não haverá mudança na América Latina ou em qualquer lugar no mundo ocidental, corrupto e controlado pelas elites. No mundo ocidental, votar é perda de tempo. A farsa das eleições não é nada além de cobertura para o controle das elites. Os eleitores, sempre esperançosos, nunca compreendem.
____________________________________

Dr. Paul Craig Roberts foi Secretário Assistente do Tesouro para Política Econômica e editor associado do Wall Street Journal. Ele era colunista do Business Week, Scripps Howard News Service, e Creators Syndicate. Ele teve muitas nomeações Universitárias. Suas colunas de internet têm atraído público em todo o mundo. Os livros mais recentes de Roberts são O Fracasso do Capitalismo Laissez-Faire e a Dissolução Econômica do Oeste (NT: em inglês, The Failure of Laissez Faire Capitalism and Economic Dissolution of the West), Como a América Foi Perdida (NT: em inglês, How America Was Lost), e A Ameaça Neoconservadora para a Ordem Mundial (NT: em inglês, The Neoconservative Threat to World Order).

EUA em silêncio preparam-se para a guerra, por John Pilger

27/5/2016, John PilgerCounterpunch


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Voltando aos EUA em ano de eleições, o que mais me espanta é o silêncio. Cobri quatro eleições presidenciais, a primeira em 1968; estava ao lado de Robert Kennedy quando foi assassinado e vi o assassino preparando-se para matá-lo. Foi um batismo à moda dos EUA, com a violência que salivava, da polícia de Chicago na conturbada convenção do Partido Republicano. Começava a grande contrarrevolução.

O primeiro que foi assassinado naquele ano, Martin Luther King, ousara associar o sofrimento dos afro-norte-americanos e do povo do Vietnã. Quando Janis Joplin cantou "Freedom’s just another word for nothing left to lose" ["liberdade é só mais uma palavra que resta para [significar] nada a perder"], falava, talvez inconsciente por milhões de vítimas dos EUA em terras distantes.

"Perdemos 58 mil soldados jovens no Vietnã, e eles morreram defendendo a liberdade de vocês. Tratem de não esquecer." Foi o que disse num serviço religioso no National Parks Service semelhante ao que filmei semana passada no Lincoln Memorial em Washington. Falava a um grupo de jovens adolescentes vestidos em camisetas cor-de-laranja. Como se sempre, rotineiramente, mostrasse a história oficial sobre o Vietnã como mentira nunca antes desmascarada.

domingo, 29 de maio de 2016

A Imprudência Norte Americana e as perspectivas de uma Terceira Guerra Mundial


Traduzido por Tanya & Eugene

Enquanto nossas guerras passadas são glorificadas neste final de semana do Memorial Day, reflitam um pouco sobre nossas perspectivas contra os russos e chineses em uma Terceira Guerra Mundial



O Saker relata que a Rússia está se preparando para a Terceira Guerra Mundial, não porque a Rússia pretenda iniciar a agressão, mas porque a Rússia está alarmada com a soberba e a arrogância do Ocidente, pela demonização da Rússia, por ações militares provocatórias pelo Ocidente, por interferência americana na província russa da Chechênia e nas antigas províncias russas da Ucrânia e da Geórgia, e pela ausência de qualquer restrição da Europa Ocidental sobre a capacidade de Washington de fomentar a guerra.

Como Steven Starr, Stephen Cohen, eu mesmo, e um pequeno número de outros analistas, o Saker entende a irresponsabilidade imprudente de persuadir a Rússia de que os Estados Unidos pretendem atacá-la.

É surpreendente ver a confiança que muitos americanos colocam na capacidade de suas forças armadas. Após 15 anos, os EUA têm sido incapazes de derrotar alguns Talibãs levemente armados e, depois de 13 anos, a situação no Iraque continua fora de controle. Isso não é muito animador para a perspectiva de enfrentar a Rússia, muito menos a aliança estratégica entre Rússia e China. Os EUA não conseguiram sequer derrotar a China, um país do Terceiro Mundo na época, na Coreia, 60 anos atrás.

sábado, 28 de maio de 2016

Magistrados do Poder Judiciário: Um Antro de Privilégios, por Giovanni Alves





O Superior Tribunal de Justiça, que se auto intitulou tribunal da cidadania, foi uma criação da Constituição de 1988.

É formado por 33 ministros, GUARDE ESTE NÚMERO.

O STJ recebe pouca atenção do grande público.

O Supremo Tribunal Federal acaba ocupando todos os espaços.

Uma designação de um ministro para o STJ passa geralmente em branco; já o mesmo não ocorre com o STF.

Em 2011 e 2013, examinei os gastos do STJ e fiquei estarrecido.

O curioso é que todos os dados aqui apresentados estão disponíveis no site do STJ, mais especificamente no Portal da Transparência.

O último relatório de gestão anual disponibilizado é de 2013.

Os dados são estarrecedores.

Treze perguntas e uma sentença - A retórica do Terror Judicial, por Juarez Guimarães

27.05.2016 - Juarez Guimarães, Carta Maior

O STF que deveria ser o principal guardião institucional da Constituição democrática, vem sendo escandalosamente o principal legitimador de sua violação.
 

 
Frente a um Congresso Nacional enxovalhado por denúncias de corrupção e a um golpista interino que já assume com esmagadora rejeição da opinião pública, o sistema judiciário que vai da Lava-Jato a Procuradoria-Geral da República e ao Supremo Tribunal Federal passou a ser a principal peça de legitimação do golpe. Se é verdade que até a mais violenta ditadura ou regime de exceção  procura uma razão jurídica para cobrir a sua ilegitimidade, é preciso identificar que a singularidade da situação brasileira é exatamente que o processo de judicialização está desde o início no centro da sua viabilização e legitimação. Este foi exatamente o ponto da retórica do representante dos EUA em reunião da OEA: a legalidade prova que o impedimento da presidenta pelo funcionamento maduro das instituições da democracia não é golpe!
 
Esta retórica de que o poder democrático migrou definitivamente para o arbítrio de tribunais  veio a público no dia 23 de abril, em um Fórum promovido pela revista Veja, em palestra do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, e do juiz Moro. A fala do ministro do STF, exatamente pelo progressivismo de suas posições, é a testemunha mais gritante da defesa do poder absoluto de sua corporação.
 
Esta retórica do poder absoluto do STF compõe-se de três peças. A primeira é a completa desqualificação da política: “O sistema político é um filme de terror que, tal como é hoje, reprime o bem e potencializa o mal”. Daí, a sequência acriticamente apologética: “Se punir corruptos fosse a regra, Moro e Joaquim Barbosa não seriam heróis nacionais”. Em sua palestra, o ministro defendeu inclusive o fim do foro privilegiado para políticos em exercício de suas funções.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

A outra grande surpresa de 2016: Retorno do 'socialismo democrático'[1] à moda EUA


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




O socialismo democrático já foi força muito vibrante na vida dos EUA. Durante as primeiras duas décadas do século 20, o Socialist Party of America [Partido Socialista da América], puxado por um líder sindicalista carismático, Eugene V. Debs, cresceu rapidamente, de modo semelhante ao que acontecia então com partidos assemelhados na Europa e por toda parte: o British Labour Party [Partido Trabalhista Inglês], o Partido Socialista Francês, o Partido Social Democrático da Suécia, o Partido Trabalhista Australiano e dúzias de partidos semelhantes que eleitores escolhiam para governar seus países. Divulgando seu ideário mediante artigos, leituras e centenas de jornais do próprio partido, o Partido Socialista da América elegeu cerca de 1.200 representantesincluindo 79 prefeitos em 340 cidades, além de numerosos deputados estaduais e dois membros do Congresso. 


Mas... Hillary Clinton 'tá é "de olho na minha grana" , por Pepe Escobar

26/5/2016, Pepe Escobar, Counterpunch


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Assim como a máquina de Clinton pode dar-se muito bem no Hotel California no início de junho, pode também acontecer de terem de puxar o carro a qualquer momento, sem, nem por isso, se livrarem da síndrome de Trump-continua-à-frente-na-média-das-pesquisas-nacionais.

Esse jamais foi o roteiro original, pelo qual o Destino Manifesto já teria coroado a Rainha do Sorriso-Colado-na-Cara – finalmente –, presidenta. Mas o que fez ela p'rá merecer isso?! Ora, muitos fatores contribuíram para o resultado. Encurtemos a história: sigamos o dinheiro.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Brasil-2016: República das Bananas dos Escroques Provisórios, por Pepe Escobar

24/5/2016, Pepe Escobar, SputnikNews




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Parece que todos os pervertidos políticos do planeta estão conectados na atual House of Cards à brasileira, para oferecer festim sem interrupção de emoções baratas.



A mais recente reviravolta do script foi o vazamento de conversa entre um dos operadores chaves envolvidos no escândalo de corrupção na gigante Petrobras e um senador que acabou por ter vida curta como Ministro do Planejamento do governo provisório usurpador que atualmente substitui a presidenta Dilma Rousseff, enquanto ela enfrenta processo de impeachment pelo Senado.

O vazamento pode ser descrito como rápida autópsia do que, desde o início nunca passou de golpeachment; mistura de "golpe" e "impeachment" que aconteceu em votação em duas etapas no Congresso (Câmara de Deputado e Senado) do Brasil, e quando uma conhecida congregação de escroques investigados por incontáveis crimes e infrações tomaram o poder em Brasília, numa espantosa ópera bufa. Para mim, são a República das Bananas dos Escroques Provisórios (ReBEP).

terça-feira, 24 de maio de 2016

Killary, Maligna Senhora das Desgraças

21/5/2016, Mistress of Malevolent Mayhem, in "Hillary Clinton’s ‘House of Cards’" (excerto),  Greg Maybury, Consortium News


"O governo foi privatizado. Funcionários usam o cargo para enriquecer, não para buscar o bem público. Bill e Hillary Clinton levaram ao ápice o uso do cargo público para atender interesses do eleito, não do eleitor. Para os Clintons, governar significa usar o gabinete para recolher recompensas por serviços prestados a interesses privados."
(13/4/2016, Paul Craig Roberts, "
Would The World Survive President Killary?")


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A possibilidade de outro governo Clinton deve estar preocupando todas as cabeças pensantes nos EUA – até as assustando –, quanto ao rumo que o país está tomando. Eu estou preocupado e assustado, e nem norte-americano sou!

Como muitos aliados chaves dos EUA nos últimos anos, nosso país, a Austrália não é diferente, e os australianos também estamos mais ansiosos a cada dia – pode-se falar de medos existenciais – quanto às respectivas agendas dos dois establishments nos EUA, o neoconservador e o neoliberal. E, não obstante a retórica tranquilizadora de campanha nos dois campos, Clinton não apenas já está alinhada com aquelas agendas: é mais claro a cada dia que ela é a porta-estandarte preferida dos dois lados.

Com isso em mente (...), é preciso explorar um pouco o curriculum da aspirante a candidata. Num livro excelente, adequadamente intitulado "Rainha do Caos: As desventuras de Hillary Clinton" [ing. Queen of Chaos: The Misadventures of Hillary Clinton], é exatamente o que faz Diana Johnstone. O autor narra de modo claro e sem fantasias a história passada da biografada, em detalhes excruciantes. O que torna ainda mais notável e essencial o livro de Johnstone é a profundidade e o alcance de sua narrativa; ela vai muito além do foco fechado que o título do livro sugere.

Meirelles, o amigo da onça: Neoliberalismo e a lorota da 'meta de inflação'

14/5/2016, Gerald Epstein, Triple Crisis, entrevista a Alejandro Reuss

Gerald Epstein é professor de economia e co-diretor fundador do Political Economy Research Institute (PERI), da Universidade de Massachusetts-Amherst. Aqui, na primeira de três partes dessa entrevista, prof. Epstein discute a obsessão chamada "meta de inflação" – obsessão com inflação muito baixa, excluindo-se todos os demais objetivos políticos, na ideologia dos bancos centrais – que se alastra pelo mundo.
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Alejandro Reuss, Triple Crisis (TC): Quando se fala de bancos centrais e política monetária, o que, precisamente, se pretende dizer com "mirar a meta de inflação"?* E em que isso difere de outros tipos de objetivos que os bancos centrais tenham?

Gerald Epstein (GE): Manter atenção fixa na meta de inflação é abordagem nova, mas já muito disseminada, da política de bancos centrais. Significa que o banco central deve mirar uma taxa de inflação – às vezes, uma faixa, não um valor especificado, mas sempre faixa bem estreita – e esse valor ou essa faixa deve ser o único alvo de todas as políticas. Para alcançá-lo, deve usar os instrumentos que encontre – quase sempre uma taxa de juros de curto prazo; e deve evitar usar a política monetária para qualquer outro tipo de objetivo.

China trabalha para relação "ganha-ganha" com o Islã, por Pepe Escobar


Entreouvido na Vila Vudu:
Esse é o mundo real que o 'jornalismo' das mídia-empresas, os cursos de 'comunicações' e diretamente as próprias empresas de mídia comercial existem para ESCONDER dos brasileiros.

Agora, em 2016, o golpe que PMDB, PSDB, Superior Tribunal Federal & CIA (representando a Big Grana de Wall Street) tentam aplicar ao governo da presidenta Dilma Rousseff visa, exclusivamente, a TENTAR IMPEDIR que prossiga a integração do Brasil a esse mundo que anda rapidamente para novos tempos.

É preciso derrubar o governo do golpe que tenta se instalar no Brasil.
Para o Brasil, a luta q temos de fazer hoje é a mais importante de toda a nossa história como país independente.
______________________________________


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




As Novas Rotas da Seda puxadas pela China – ou "Um Cinturão, Uma Estrada", (ing. One Belt, One Road, OBOR) na denominação oficial do plano – abrem-se em espiral em todas as direções. A nova ponte de terra eurasiana – do porto de Lianyungang em Jiangsu até Rotterdam; o corredor Mongólia-Rússia; o corredor Ásia Central-Ásia Ocidental; o corredor da península da Indochina; o corredor do Paquistão; o corredor Bangladesh-China-Índia-Myanmar.

OBOR cobre toda a Eurásia – o que significa que cobre também todo o mundo árabe. Considerem a recente 7ª reunião ministerial do Fórum de Cooperação China-Árabe em Doha. O ministro de Relações Exteriores da China Wang Yi descreveu a cooperação como modelo para o mundo desenvolvido. Em mensagem ao Fórum, o presidente Xi Jinping destacou – para delícia dos delegados do Conselho de Cooperação do Golfo, CCG – que Pequim quer fazer avançar ainda muito mais os laços estratégicos. Significa, essencialmente, fazer funcionar efetivamente o projeto OBOR, das Novas Rotas da Seda chinesas.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

Cuidado com o que desejar: Rússia está pronta para guerra, por Pepe Escobar

22/5/2016, Pepe Escobar, RT



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Ministros de Relações Exteriores dos 28 países-membros da OTAN reuniram-se em Bruxelas para dois dias de confabulação, enquanto Montenegro – imponente potência militar – foi incorporada como novo membro. 


A OTAN, esse Robocop mundial discutiu, como se podia prever, o Afeganistão (guerra que a OTAN perdeu vergonhosamente); o Iraque (guerra que o Pentágono perdeu vergonhosamente); a Líbia (nação que a OTAN converteu em estado fracassado e devastado, inferno de milícias incontroladas); a Síria (nação que a OTAN adoraria conseguir invadir pela fronteira turca, e também já converteu em inferno de milícias).

Os afegãos podem voltar a dormir em paz, porque a missão "Apoio Resoluto" da OTAN – plus "apoio financeiro para as forças afegãs" – com certeza garantirão o sucesso eterno da Operação Liberdade Duradoura.

Os líbios podem ter certeza de que, nas palavras do secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, nós "devemos nos manter prontos para apoiar o novo Governo de Acordo Nacional na Líbia"

E, na sequência, a cereja do bolo da OTAN, apresentada como "medidas contra a Rússia".

domingo, 22 de maio de 2016

O governo da crise permanente, por Roberto Amaral

22.05.2016, Roberto Amaral, GGN




Sem legitimidade, sem voto e sem popularidade, o vice enfrentará, logo, o descontentamento profundo

O golpe de Estado, que se consolida a cada dia, realiza-se mediante a usurpação do mandato e uma presidente legitimamente eleita, que ninguém crê haver praticado crime.

Aparentemente fechando um ciclo, o do desenvolvimentismo nacional-popular, esse golpe parlamentar-midiático-judicial operado no Congresso Nacional abre espaço para uma nova fase de conservadorismo, anti-popular, anti-trabalhista, mediante a instalação de um governo conservador, comprometido com o que há de mais atrasado na política brasileira.

Uma vez mais, e talvez ainda não pela última vez, a direita interrompe, a frio, uma experiência tímida de integrar socialmente os pobres por meio de um projeto de conciliação de classe, ilusão que dominou o segundo e bom governo Vargas e presidiu o lulismo (um conjunto voluntarioso de ações ainda carente de teorização); ilusão que esbarrou na renitente resistência oligárquica a qualquer proposta de mudança, reacionarismo que aflora com maior virulência nos períodos de crise econômica.

Superdelegados: Como o Partido Democrata tornou-se Partido Nada Democrático

21/5/2016, in Naked Capitalism, Yves Smith

Aqui, fala Yves. Adiante, ofereço a vocês esse segmento de Democracy Now! que conta como o sistema de superdelegados surgiu como reação contra o risco de perigosos "outsiders" como McGovern e Carter conseguirem a indicação como candidatos do Partido Democrata. Observe-se que Carter nunca foi 'contestador', especialmente pelos padrões daquele momento. Começou desregulando indústrias, apesar de reconhecidamente não haver qualquer prova de que a ação trouxesse qualquer benefício (discussão mais aprofundada em meu livro  ECONNED).


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


No início da campanha eleitoral de 2016, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton começou as primárias com diferença de mais de 400 delegados a seu favor, ao garantir o apoio dos superdelegados – os 712 congressistas, senadores, governadores e outros representantes eleitos que muito frequentemente representam a elite do Partido Democrata.

Agora, novo artigo publicado em In These Times, de Branko Marcetic, revela a "A História Secreta dos Superdelegados" [orig. The Secret History of Superdelegates], criados pela Comissão Hunt em 1982. Conosco estão Jessica Stites, diretora-executiva de In These Times e editora da matéria de capa da edição de junho; e Rick Perlstein, repórter com base em Chicago e autor de vários livros, dentre os quais "Nixonlândia: Crescimento de um presidente e fratura dos EUA" [orig. Nixonland: The Rise of a President and the Fracturing of America].

sábado, 21 de maio de 2016

Golpe contra Dilma é golpe corporativo

19/5/2016, Frederico Noleto, BRICS+, Londres, "Opinion"
"Finanças à parte, em termos políticos, Lula foi o primeiro governante da história do Brasil que lutou para aplicar o que está escrito na Constituição. Nem uma linha a mais, nem uma linha a menos."

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



O Brasil não é dividido só por causa da atual crise política, que a 'mídia' traduz como um "Yankees vs. Red Sox" local. Temos de reconhecer que sempre fomos divididos. Não por alguma dicotomia ideológica, mas por pura e velha luta de classes. Para perceber isso, basta pensar um pouco sobre quando exatamente, e por quê, começou o bater de panelas. Ou, melhor dito, por quem protestavam aquelas panelas no Brasil?

sexta-feira, 20 de maio de 2016

Governo chinês define cronograma para reformar suas gigantes estatais – as quais continuarão estatais, claro!

20/5/2016, Xinhuanet, Pequim (editorial) xhne.ws/zdp6o

Ver também "China inicia 'dolorosa restruturação' daquele endividamento insano"
Pepe Escobar, 18/5/2016 (traduzido no Blog do Alok) http://goo.gl/TuWLK0


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


PEQUIM – Fechar "empresas zumbis", resolver os problemas que se criem para os trabalhadores afetados e podar as empresas laterais que invadam as competências das empresas estatais de administração centralizada, são algumas das medidas que o governo chinês introduzirá nos próximos 2-3 anos, para aprofundar a reforma daquelas importantes organizações.

A decisão foi revelada durante uma reunião executiva do Comitê do Estado presidida pelo premiê Li Keqiang, ontem, quarta-feira.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Xi inicia "dolorosa reestruturação" do insano endividamento chinês, por Pepe Escobar

18/5/2016, Pepe Escobar, Russia Insider

A dívida da China tem aparecido com muita frequência no noticiário. Em Zerohedge (17/5/2016encontra-se quadro elucidativo. Aqui, Pepe Escobar oferece informações valiosas sobre o contexto.
___________________________________

"Fato é que o golpe funcionou no Brasil – um elo frágil na corrente BRICS. A liderança do Partido Comunista Chinês aprendeu muito atentamente – e silenciosamente – a lição brasileira; a China está hoje mais alerta do que jamais à evidência de que nada deterá o Excepcionalistão, que tentará absolutamente tudo e qualquer coisa para deter o já espetacular avanço chinês em termos globais."
Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Comecemos por examinar o que o Dragão em pessoa – presidente Xi Jinping – tem a dizer sobre a China estar sendo tão frequentemente ridicularizada em influentes círculos do governo dos EUA em Washington, como em [capítulo de] House of Cards (port. lit., "Castelo de Cartas").

Xi já desmentiu, é claro, a ideia de que estaria em curso alguma furiosa disputa pelo poder à moda de House of Cards nos píncaros serenos do Partido Comunista Chinês (PCC). Ao mesmo tempo, não para de repetir que "conspiradores", "carreiristas", "gangues" e "claques" obram para minar o PCC de dentro para fora.

Assim é que, por justiça poética e/ou pura ironia, está em produção um seriado, em 42 episódios, sobre a corrupção na China – intitulado "Em Nome do Povo" e financiado pela principal agência de fiscalização e justiça do Império do Meio –, que ganhará vida antes do final de 2016, mostrando, no papel de vilão, um alto figurão do PCC (primeira vez na história). Praticamente, um Frank Underwood chinês.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Golpes para 'mudança de regime' na América Latina: O que a Rússia tem a ver com isso?



18/5/2016, Dmitry Babich, Information Clearing House

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



É mais que hora de a Rússia iniciar movimento diplomático para declarar ilegal a política patrocinada pelos EUA para 'mudança de regime', sobretudo agora, ante os recentes eventos na América Latina. 

Esses desenvolvimentos já se vão tornando tão 'rotineiros', que se podem descrever como golpes de Estado 'institucionais', com presidente populares eleitos removidos do poder e substituídos por funcionários neoliberais, e que recebem apoio pode-se dizer declarado e ostensivo do governo dos EUA e da Grande Finança norte-americana.

"O que se vê hoje no mundo é uma tentativa, pelo chamado 'ocidente histórico', para preservar a sua dominação no campo dos assuntos internacionais" – disse o vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia Sergey Ryabkov, em conferência sobre desenvolvimento latino-americano em Moscou. "A América Latina não é exceção a essa tendência global. Veem-se esforços dos EUA para interferir diretamente em assuntos internos de alguns países daquela região. Argentina, Brasil, Venezuela são apenas os exemplos mais recentes."