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quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Sem rumo: Entendendo o mal súbito que acometeu o país, por Fernando Horta

04.10.2017, Fernando Horta - Jornal GGN





Sem rumo
por Fernando Horta

Entre 2013 e 2016 parece ter se consolidado no Brasil a ideia de que nada estava certo. Nem social, nem economicamente. Também nada certo politicamente ... enfim, tudo – absolutamente tudo – estava errado. Surgiram propostas de reformas qualquer assunto. Dilma mesmo se elegeu com propostas de reformas políticas, tributárias e etc. A FIESP tinha outro grupo de propostas, e praticamente todo agente político do país também tinha. Curiosamente, apenas o judiciário e a mídia não entraram neste “desarranjo consensual”. Não havia proposta para estes grupos, e isto é uma boa dica sobre de onde partiram as ideias de que tudo estava errado.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A caminho do Armagedom – e rindo, por Paul Craig Roberts

08.09.2017, Paul Craig Roberts, GGN



Tradução de Ruben Bauer Naveira







Os Estados Unidos exibem ao mundo uma face tão ridícula que o resto do mundo se ri de nós.
A mais recente pirueta no tópico “a Rússia fraudou a eleição” é que a Rússia usou o Facebook para influenciar a eleição. Ontem, as mulheres na NPR (N. do T.: agência de difusão de notícias) acabaram ficando sem fôlego.
Nós fomos submetidos a dez meses de propaganda quanto à conspiração eleitoral Trump/Putin, contudo sem até agora sequer uma migalha de evidência. Já passou o tempo de perguntar a pergunta que não é feita: e se evidências houvesse, o que haveria demais nisso? Todo o tipo de grupos de interesse, inclusive governos estrangeiros, tenta influenciar os resultados eleitorais. Por que se aceita que Israel influencie as eleições americanas, mas a Rússia não? Por que você acha que a indústria de armamentos, a indústria de energia, o agronegócio, Wall Street e os bancos, as companhias farmacêuticas etc., etc., aportam somas fabulosas de dinheiro para financiar campanhas eleitorais, se a sua intenção não é a de influenciar a eleição? Por que as editorias escrevem editoriais endossando um dado candidato e esculhambando outro, se não estão elas influenciando a eleição?

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

O real significado da ameaça da Coreia do Norte à Ilha de Guam

15.08.2017, Richard Parker - Politico Magazine / GGN

Kim Jong-un sabia o que estava dizendo quando ameaçou atacar a Ilha de Guam. Antes que mero blefe na escalada de hostilidades verbais entre Estados Unidos e Coreia do Norte, a declaração agressiva do líder norte-coreano mirava o calcanhar logístico das forças militares norte-americanas no Pacífico, como se dissesse: “nós conhecemos muito bem os seus pontos nevrálgicos, e eles estão ao nosso alcance de tiro”.



Tradução de Ricardo Cavalcanti-Schiel





Numa tarde úmida de maio na base de Anderson da Força Aérea, na Ilha de Guam, o tráfego aéreo militar parece convergir de todas as partes: [bombardeiros - NT] cinzentos B-52, vindos da Dakota do Norte; KC-130 [Hércules de abastecimento - NT], vindos da Pensilvânia; e C-130 [Hércules de transporte - NT], vindos da Coréia do Sul.
As instruções da torre alertam os pilotos para iniciar sua aproximação a não menos de 60 metros, evitando as áreas de nidificação dos corvos durante a época de reprodução, a ter cuidado com as pistas escorregadias e com travagens intermitentes após o pouso. E, em seguida, vem o sinal padronizado: “Cuidado: tenha extrema atenção quanto ao uso extensivo de aeronaves não tripuladas nas vizinhanças da base aérea da Anderson!”.
À medida que os B-52 começam a aterrissar na pista de 3.350 metros conhecida como 24-Esquerda, um [drone - NT] Global Hawk cinzento [de 40 metros de envergadura], com sensores eletro-ópticos, se prepara na pista 6-Direita, exatamente às 2:30 da tarde. Sua missão é sigilosa, o avião-robô acelera seu motor a jato para taxiar e ganhar velocidade para o início de sua missão de espionagem de 24 horas sobre 5.600 quilômetros de oceano azul do Pacífico.
Essa é a base de Anderson, da Força Aérea dos Estados Unidos, um dos postos militares mais movimentados do mundo ― e um lugar que Kim Jong-un, o jovem rei eremita da Coréia do Norte, quer mandar para os ares. Esse não é apenas um ponto distante no mapa, um troféu colonial esquecido, expropriado durante a Guerra Hispano-Americana [de 1898, que, a pretexto de apoiar o movimento independentista de Cuba, arrebatou para os Estados Unidos o controle não só de Cuba como também de Porto Rico e Filipinas, além de vários outros territórios insulares no Caribe e no Pacífico, e determinou o colapso do Império Colonial Espanhol]. Guam é também um pilar do império global norte-americano, e Kim Jong-un ― com todos seus adereços bufônicos, do cabelo à la Macklemore [o rapper Ben Haggerty] à sua pança proeminente, que lhe dão um jeitão de vilão de estória em quadrinhos ― sabe que arrebatá-lo seria um triunfo para a posteridade.

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Aragão: As ideias de Ana Amélia, Cristóvam e outros "jênios" sobre a escolha de Ministros do STF

07.07.2017, Eugênio Aragão - Jornal GGN





Leio hoje que a nata do reacionarismo do Senado Federal está a armar mais uma arapuca para a soberania popular. Quietinha e vendendo com falsa modéstia um arremedo de espírito público. Trata-se de uma PEC para transformar o STF para todo o sempre num cocker spaniel manso e festeiro para os donos do poder.

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Lei do Retorno: Capital, razão e o Brasil de hoje, por Fernando Horta

05/06/2017, Fernando Horta - Jornal GGN








Todos conhecemos a chamada “Lei do Retorno”. Aquele que diz que tudo o que você faz para o universo você recebe de volta. Para os místicos é um princípio universal imutável. A Física tem algumas interessantes teorias sobre conservação de energia, sobre o par ação-reação e mesmo nas teorias do caos, entropia e etc. No fundo parece que o ditado “místico”-religioso encontra algum fulcro na ciência moderna que respalda sua validade.

Pois é exatamente este princípio que explica a postura da mídia oligárquica brasileira em sua guinada para derrubar Temer. No último mês, muitos têm estranhado a postura da mídia (em especial da Globo) que “esqueceu-se” de Lula e ataca Aécio e Temer. A razão é bastante simples, conhecida desde o século XIX, aliás.

O capital é pragmático, busca os maiores ganhos possíveis com o menor risco. Assim as teorias estruturais explicavam o capitalismo. A que melhor explica, até hoje faz um sucesso grande no mundo: o materialismo histórico, que alguns, com certa dose de erro, chamam de “marxismo”. Segundo esta teoria, a ação dos detentores do capital poderia ser igualada a uma regra fundante do capitalismo: obter sempre e cada vez mais lucro. Na prática, o século XX costuma ser explicado desta forma. Guerras, fome, violência, propaganda, política, informação e tudo o que você vier a pensar é visto como um meio para que o capital possa receber cada vez mais pelos seus “investimentos”.

No Brasil não é diferente. Trata-se sempre de ganhar mais. A qualquer custo.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

JBS: o lado obscuro de uma história mal contada

02.06.2017, Perpetua Almeida e Ronaldo Carmona - Jornal GGN





Os episódios da delação da JBS, que feriram de morte o governo Temer, apresentam um outro lado da moeda até agora pouco observado e de graves repercussões estratégicas para o interesse nacional. Primeiro, de natureza geopolítica. Segundo, relacionado a própria estratégia de desenvolvimento do país. 

Na história da ascensão das nações a condição de potência mundial – desde a Companhia das Índias da Holanda no século XVII à atual expansão chinesa neste século XXI –, grandes grupos empresariais nacionais sempre constituíram vértebras de expressão do poder nacional e instrumentos de adensamento da presença do país-sede destas empresas no sistema internacional. 

Via de regra, grupos empresariais formam-se a partir de uma potencialidade instalada no país que promove sua internacionalização e pelo Estado são fomentadas e incentivadas. As empresas norte-americanas de tecnologia (como Apple, Google, Facebook ou Amazon) originaram-se a partir da excelência do Vale do Silício. A Siemens alemã projetou-se internacionalmente a partir da excelência de um parque industrial e cientifico desta poderosa economia. Muitos outros exemplos seguem esta regra. 

O Brasil possui, como um dos setores de maior dinamismo de sua economia, a agropecuária, produto do vasto território, da abundância de água, clima tropical e da existência de instituições de excelência cientifica como a Embrapa, que revolucionou a produtividade no campo. 

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A deterioração da ética pública na era Temer, por Eugênio Aragão

13/02/2017, Eugênio Aragão, Jornal GGN






Barco-Motel de propriedade do Senador Wilder de Morais utilizado pelo ex-Ministro Alexandre de Moraes para angariar votos na corrida pelo cargo de Ministro do STF

Na disputa da vaga aberta no STF pela aposentadoria de Carlos Aires Brito, despontou como "candidato" com maiores chances à indicação presidencial o Prof. Heleno Torres. Chegou a ser recebido pela Presidenta Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, que, segundo se fez circular, batera o martelo em seu favor, mas lhe pedira absoluta discrição enquanto não houvesse anúncio oficial do nome. Heleno, porém, com forte apadrinhamento no STF e no governo, não honrou o pedido da Presidenta. Almoçando em elegante restaurante dos Jardins em São Paulo, na companhia do então Advogado-Geral da União, Luis Inácio Adams, deu com os dentes na língua e falou pelos cotovelos, a comemorar antecipadamente a indicação. Presenciado por gente da imprensa, o fato espalhou-se como fogo de palha e gerou enorme constrangimento para a Presidenta e o próprio "candidato". O resultado não tardou: Heleno Torres tornou-se, talvez, o primeiro caso de martelo "desbatido" na história das supremas indicações. Tentou desesperadamente contato com a Presidenta para se justificar, sem sucesso. Dilma não atendeu. A deslealdade não merecia tratamento diverso.
É oportuno lembrar esse episódio no atual momento político, no qual o Sr. Alexandre de Moraes se encontra em maratona de lobby para fazer seu nome ser aprovado pelo Senado Federal. Na sua extrema ambição pessoal, o atual "candidato" não difere muito de Heleno Torres. Mas os tempos são outros.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A elite brasileira suicida-se, por Ruben Bauer Naveira

08.02.2017, Ruben Bauer Naveira, Jornal GGN





Nós vamos, um dia, amadurecer como povo e realizar nossa potencialidade. 
E vamos então varrer a canalha” (Darcy Ribeiro)








Essa frase curta, “a elite brasileira suicida-se”, contém dois erros.
Primeiro: jamais houve elite neste país. O que temos aqui não passa de uma classe dominante que, por preguiça intelectual, volta e meia é chamada de elite – conceito que, em qualquer país, diz respeito a um extrato social que avoca para si a responsabilidade de traçar o destino da sua nação e fazê-lo cumprir. Nunca houve nada assim no Brasil, lugar em que os horizontes da classe dominante não passam da acumulação predatória e do consumo ostentatório.
Segundo: no curto prazo, a classe dominante não corre risco de morte. Não há então nenhum suicídio iminente. Será, porém, no médio-longo prazo, que a classe dominante brasileira acabará por perceber, da pior maneira possível, que terá sido a sua própria natureza que lhe terá conduzido a seu fim.
Darcy Ribeiro sonhou com um povo que, por tomada de consciência, completava o seu processo de formação. O que ele não podia imaginar era que tal salto seria induzido de forma tão paradoxal, pela inconsequência da própria classe dominante. Mesmo que ainda demore muitos anos, o ponto-de-não-retorno foi ultrapassado, é então questão de tempo.
Antes de mais nada, nenhum país vive sem instituições, e as nossas se inviabilizam a olhos vistos. Instituições que, historicamente, foram construídas segundo os interesses da classe dominante: Charles Darwin, em sua estada no Brasil em 1832, registrou, repugnado, que “não importa a monta das acusações que possam pesar contra um homem de posses, é certo que em pouco tempo ele estará livre”.

domingo, 5 de fevereiro de 2017

O silêncio ensurdecedor da hipocrisia, por Sergio Saraiva

05.02.2017, Sergio Saraiva, Jornal GGN



Vivemos tempos de tal hipocrisia que a manchete de ontem não pode ser confrontada com a de hoje. Destruiria a reputação de jornais e de próceres do Judiciário. Mas quem se importa?



As manchetes acima em relação à nomeação de Lula para ministro em março de 2016 – parece que foi no século passado – e as não manchetes em relação à nomeação de Moreira Franco em fevereiro de 2017 formam um capítulo à parte na história da hipocrisia.


Onde estão agora Gilmar e Janot?

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Sobre (auto)elogios de um brioso magistrado de piso, por Eugênio Aragão

04.02.2017, Eugênio Aragão, Jornal GGN







Li hoje que o Sr. Sérgio Moro, juiz federal de piso no Estado do Paraná, fez distribuir nota com um elogio público do sorteio do Ministro Edson Fachin para a relatoria dos feitos relacionados com a chamada "Operação Lava-Jato".
Eis o teor da nota, chocante pelo estilo burocrático e canhestro, indigno de um magistrado e surpreendente num professor com doutorado:
"Diante do sorteio do eminente Ministro Edson Fachin como Relator dos processos no Supremo Tribunal Federal da assim chamada Operação Lava Jato e diante de solicitações da imprensa para manifestação, tomo a liberdade, diante do contexto e com humildade, de expressar que o Ministro Edson Fachin é um jurista de elevada qualidade e, como magistrado, tem se destacado por sua atuação eficiente e independente. Curitiba, 02 de fevereiro de 2017. Sérgio Fernando Moro, Juiz Federal”.
O juiz de piso escreveu uma carta de recomendação. Como o destinatário declarado, o Ministro Fachin, dela não carece, conclui-se que o verdadeiro destinatário é o próprio Sérgio Moro. Tal impressão não é desfeita pelas referências às "solicitações da imprensa" ou ao autoproclamado caráter "humilde" da iniciativa, desculpas esfarrapadas para seu autor aparecer. Nem é preciso dizer que o juiz desconhece seu lugar. Inebriou-o a celebridade construída às custas da presunção de inocência dos seus arguidos e da demonstração pública de justiceirismo populista.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

“A culpa é do Putin!” - A guerra midiática do Ocidente e a demonização da Rússia

23.01.2017 - Frederico Füllgraf, Blog do Nassif






Enquanto a imaginação do leitor se introduz no vasto território virtual indicado pelo título, nas primeiras semanas de 2017, aproximadamente 3.000 blindados e 4.000 soldados norte-americanos, transportados até Zagan, em terras polonesas, foram colocados em regime de prontidão junto às fronteiras da Polônia e dos países bálticos – Lituânia, Estônia e Letônia – com a Rússia, enquanto outra divisão se deslocou à Romênia, vizinha da Ucrânia.
Iniciada antes do Natal de 2016, com o descarregamento de aparatoso arsenal no porto alemão de Bremerhaven e seu translado para 900 trens, que somaram 10 quilômetros de extensão, nas palavras do brigadeiro Timothy Ray, chefe do comando militar norte-americano na Europa (Eucom), a operação "Atlantic Resolve" (“Determinação Atlântica”) tem por objetivo “repelir agressões russas, reafirmar a integridade territorial dos países da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte – NATO, no acrônimo inglês)”, e – pasme-se - “estabilizar a paz na Europa”.
Ao ler a declaração beligerante do militar norte-americano, a primeira indagação do leitor desavisado é: por acaso perdi essa notícia? Quê país europeu foi ameaçado, bombardeado ou invadido pelas tropas de Wladimir Wladimirowitsch Putin?
Resposta correta: nenhum.