sábado, 31 de dezembro de 2016

Rolling Stone: Algo de podre na cena de Obama contra 'os russos', por Matt Taibbi

30/12/2016, Matt Taibbi, Rolling Stone












5ª-feira, num desenvolvimento extraordinário, o governo Obama anunciou várias sanções contra a Rússia. 35 cidadãos russos serão expulsos do país. O presidente Obama distribuiu declaração tensa, em que parece culpar a Rússia pelohacking dos e-mails do Comitê Nacional Democrata. "Esse roubo de dados e exposição de atividades só podem tem sido dirigidas pelos mais altos escalões do governo russo," escreveu Obama. No primeiro momento a Rússia, em tom sombrio, ameaçou retaliar. Hoje a mídia russa até publica que Putin convidou "filhos de diplomatas norte-americanos" a visitar a "árvore de Natal no Kremlin," como cúmulo de resposta sarcástica/ameaçadora/repugnante à moda Putin. 

Essa história dramática empurra todos os jornalistas para uma loteria perigosa. Sem verificação independente, os repórteres terão de confiar em avaliações secretas por agências de inteligência, para cobrir a história.

Muitos jornalistas que conheço estão em silencioso frenesi, por terem de fazer exatamente o que tiveram de fazer com resultados catastróficos. Todos nós nos lembramos do fiasco que foi o 'evento' das (inexistentes) Armas de Destruição em Massa.

"Déjà vu. Está acontecendo tudo outra vez" é o mínimo que um amigo me diz. 

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Síria não será dividida












Aleppo Leste está libertada e a mudança de regime perdeu o brilho. Não surpreende que os inimigos da Síria já se ponham a promover o próximo grande objetivo: dividir o país. Como tantas predições que se ouviram sobre o conflito na Síria, dos quais poucas se realizaram, a 'partição' da Síria não acontecerá. 

Em fevereiro, quando Aleppo Leste ainda estava inchada de incontáveis militantes aliados da al-Qaeda e treinados por instrutores ocidentais, jornalistas perguntaram ao presidente Bashar Assad da Síria: "O senhor acredita que possa reconquistar o controle sobre todo o território sírio?" 

Ora, sim, disse Assad: "É objetivo que buscamos alcançar sem qualquer hesitação. Não faz sentido algum para nós dizer que cederemos qualquer porção de nosso território."

Nada que os políticos ocidentais tenham gostado de ouvir.

"Casamento no Inferno": Grandes construtoras e o Estado brasileiro


24/12/2016, The Real NewsNetwork, Baltimore, EUA 
Vídeo 14'43" (ing. e transcrição aqui completada e traduzida)













A empresa brasileira Odebrecht, gigante de construção mundial, foi recentemente multada em $4,5 bilhões pelo Departamento de Justiça dos EUA. O caso mostra o papel dos nefandos acordos para construção de obras de infraestrutura no crescimento do Brasil ao longo dos últimos 40 anos, diz o professor Rafael Ioris.


GREGORY WILPERT: Bem-vindo The Real News Network. Sou Gregory Wilpert, falando com vocês, de Quito, Equador.

A maior empresa de construção da América Latina, Odebrecht, negociou com o Departamento de Justiça dos EUA, na 4ª-feira, o pagamento de uma multa de $4,5 bilhões, por ter praticado suborno generalizado de funcionários públicos em todo o mundo. Essa multa é a maior jamais aplicada na história dos EUA pelos termos da Lei Contra Prática de Corrupção Estrangeira [ing. Foreign Corrupt Practices Act] de 1977. Segundo documentos do tribunal, Odebrecht, que tem sede no Brasil e sua subsidiária Braskem, empresa de produtos petroquímicos, pagaram quase $800 milhões em ações de suborno de funcionários dos governos em 12 países, dentre os quais Brasil, México, Colômbia, Peru, República Dominicana, Venezuela, Angola e Moçambique. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Má notícia para os BRICS: Feroz arrocho neoconservador no Brasil

15/12/2016, Andrew KorybkoKatehon, Moscou










Michel Temer e sua gangue de usurpadores tentam meter goela abaixo do Parlamento uma lei sem precedentes do mundo, depois de um bem-sucedido 'golpe parlamentar' contra Dilma Rousseff. Essas medidas reacionárias visam a congelar por 20 anos o gasto federal, que só poderá aumentar o equivalente à inflação do ano anterior. Apoiadores da 'ideia' dizem que seria medida necessária, que deveria já estar implantada, para sanar o déficit do Brasil em conta corrente. Os opositores repetem que a nova norma paralisará o desenvolvimento social e engessará a economia. É a questão mais controversa hoje no Brasil, e o Partido dos Trabalhadores, principal partido da oposição, exige que se faça um referendum pelo qual o povo decida. A coalizão hoje no governo quer evitar a todo custo a democracia direta e quer que todas as decisões sejam levadas ao Parlamento, onde certamente tudo q o governo usurpador golpista encaminhe será aprovado com mínimas correções.

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Barack esbofeteia Bibi

27/12/2016, Patrick Buchanan, Buchanan.org











Será que o organizador comunitário formado na Faculdade de Direito de Harvard acaba de aplicar uma espécie de resposta sua, pessoal, ao grupo especial de combate do Exército de Israel?Há quem diga que sim: ao se abster de votar naquela resolução do Conselho de Segurança que declara ilegais e inválidos as colônias (ilegais e inválidas) de israelenses em territórios palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Leste, o que enfureceu Bibi, que declarou que o president Obama "não cuidou de proteger Israel do ataque daquela gangue da ONU e compactuou com ela."

O pessoal de Obama, Bibi acusou, "iniciou essa resolução, defendeu-a sempre, coordenou a redação e mandou que fosse aprovada."

Ben Rhodes, auxiliar da Casa Branca, disse que as acusações não passam de "falsidades".

Seja como for, temos um líder israelense espinafrando nada menos que um presidente dos EUA, denunciando-o com traidor e homem que ataca pelas costas; e a Casa Branca chama Bibi de mentiroso.

Não é questão que se possa descartar como sem importância.

De volta ao futuro: da URSS ao Século Eurasiano, por Pepe Escobar

25/12/2016, Pepe Escobar, SputnikNews












Um quarto de século atrás, na noite de 25/12/1991, a bandeira vermelha foi retirada do mastro na cúpula do Kremlin – e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, URSS, deixou de existir. Pode-se dizer que o evento que o presidente Putin descreveria adiante, em 2005, como "a maior catástrofe geopolítica do século 20" seria também a mais ampla queda de império de toda a história moderna.

Muito além dos arquivos históricos do marxismo-leninismo repentinamente sitiados pelos signos do consumo os mais claros e reluzentes, o que aconteceu no plano pessoal humano foi o "drama real" (outra vez, palavras de Putin) de milhões de russos repentinamente despejados da Federação, dispersos entre 12 novas repúblicas espalhadas pela Eurásia. Num flash o mundo ficou unipolar; sumiu uma modalidade do autoritarismo para beneficiar outra, apoiada em dois pilares: a OTAN, impulsionada para o papel de Robocop global; e o exorbitante privilégio de imprimir o dólar norte-americano, como moeda fiat. 

Ofegantes funcionários neo-Hegelianos do Império correram a anunciar o fim da História. Para euforia incontida dos neoconservadores, aquele momento parecia apagar para sempre o veredito de Paul Kennedy, historiador de Yale, em Ascensão e Queda das Grandes Potências, que disse, em 1997, que o império global norte-americano, como todos os impérios antes dele, estava já em declínio. Todos lembram o dia 25/12/1991. Permitam um rápido interlúdio pessoal. 

Naquela fatídica noite de inverno, eu estava em Varanasi, junto ao rio Ganges, imerso em assuntos muito mais espirituais. Com o pé na estrada sem pouso certo, por todo o Sudeste Asiático, dali para a Índia, Nepal e a florescente China, muito antes da era da conexão instantânea 24 horas/dia, sete dias por semana, só percebi a enormidade do que havia acontecido depois que, viajando de Pequim pela Trans-Siberiana, cheguei afinal à Moscou já privada da URSS, mais de dois meses depois do fato. Foi aquela viagem que me fez deixar o Ocidente, para conhecer e aprender a Ásia por dentro, para acompanhar o que adiante eu chamaria de O Século Eurasiano. 

segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

Clandestinamente, Obama já assinou a "Lei contra desinformação e propaganda"

25/12/2016, Tyler DurdenZero Hedge














Tarde da noite, na 6ª-feira, anteontem, com a população dos EUA já se preparando para os feriados e quase completamente desconectada dos noticiários sobre atos do governo, Obama converteu em lei o [ing.] 2017 National Defense Authorization Act (NDAA) [Lei de Autorização da Defesa Nacional para 2017] que autoriza $611 bilhões para os militares em 2017.

Em declaração, Obama disse que:

Assinei hoje e converti em lei [projeto de lei do Senado] S. 2943, Lei de Autorização da Defesa Nacional para o ano fiscal de 2017.
A lei autoriza apropriações para o ano fiscal de 2017 principalmente para programas de segurança nacional do Departamento de Defesa e do Departamento de Energia que provêm benefícios vitais para o pessoal militar e famílias, e inclui autoridades, para facilitar operações existentes em todo o globo. Dá prosseguimento a várias autorizações criticamente importantes para assegurar que poderemos manter nosso momentum no contra-ataque ante a ameaça do Estado Islâmico do Iraque e Levante, e tranquilizar nossos aliados europeus, além de muitas outras Autorizações que provêm, dentre outras coisas, mais flexibilidade aos Departamentos de Defesa e Energia para enfrentar ciberataques e o uso por nossos adversários de veículos aéreos não tripulados (sic)."

Na maior parte da declaração, Obama culpou o Partido Republicano por Guantánamo não ter sido fechada; e alertou que "a menos que mude de curso, o Congresso será julgado duramente pela história". Obama disse também que o Congresso não usou a lei, como deveria ter feito, para reduzir os excessos de gastos desnecessários (referência talvez ao escandaloso sobrepreço dos F-35) ou modernizar a assistência médica dos militares, os quais, disse ele, aumentarão as pressões orçamentárias que os militares enfrentarão nos próximos anos.

Mas a aprovação e assinatura dessa lei orçamentária – com o financiamento dos militares dos EUA – não foram surpresa. A surpresa veio enterrada bem fundo, escondida nas provisões da Lei de Autorização da Defesa


Recordem que noticiamos no início de junho"projeto de lei para oficializar o de facto já existente Ministério da Verdade dos EUA foi silenciosamente encaminhado ao Congresso"

Como qualquer lei que vise a desviar a atenção da opinião pública, a Lei Contra Propaganda Estrangeira e Desinformação de 2016 marca mais um ataque violento à liberdade de imprensa e fecha mais uma vasta avenida pela qual ainda transitavam os defensores da informação acurada e bem construída. 

Com projeto dos deputados Adam Kinzinger [Sen. Rep-Illinois] e Ted Lieu [Dep. Dem-California], o [projeto da Câmara de Deputados] H.R. 5181 busca uma "abordagem coesa dentro de todo o governo, sem as restrições burocráticas" para enfrentar "a desinformação e a manipulação por agentes estrangeiros", que a dupla entende que ameaçariam "a segurança e a estabilidade do mundo".

Também chamada Lei para a Guerra de Contrainformação de 2016 [ing. Countering Information Warfare Act of 2016 (projeto do Senado) S. 2692], quando encaminhada pelo senador Rob Portman, essa legislação representa dramático retorno às batalhas de propaganda do governo dos EUA no tempo da Guerra Fria. "Países adversários países gastam vastas somas de dinheiro em capacidades avançadas para emissão pelos veículos tradicionais e pelas novas mídias, para campanhas de difamação, financiamento de movimentos de rua em território estrangeiro para influenciar populações e públicos chaves" – Portman explicava, acrescentando que, enquanto os EUA gastam relativamente pouco em sua Voz da América", o Kremlin provê descomunais financiamentos para seu órgão de noticiário, RT.

"Surpreendentemente" – Portman continuou – "não existe atualmente nenhuma agência ou órgão do governo dos EUA encarregado de desenvolver, integrar e sincronizar no plano nacional as estratégias do conjunto do governo para fazer frente às campanhas de desinformação e à propaganda estrangeira."

Desde muito antes portanto de o meme "notícias falsas" tornar-se tópico corriqueiro de longas 'análises' nos mais desacreditados porta-vozes do estado profundo nos EUA, como CNN e Washington Post, o projeto de lei n. 5.181 da Câmara de Deputados dos EUA já cuidava de encarregar a Secretaria de Estado da missão de coordenar ações da Secretária de Defesa, do Diretor da Inteligência Nacional e da associação norte-americana de [presidentes] de emissoras de rádio e TV e jornais [nos EUA denominado Broadcasting Board of Governors; é o equivalente à Associação Brasileira [dos presidentes] de Emissoras Rádio e Televisão, ABERT (NTs)] para "estabelecer um Centro para Análise de Informação e Resposta" – que detectará fontes de desinformação, analisará dados e – do modo mais gravemente distópico – 'desenvolverá e disseminará' "narrativas baseadas em fatos" para enfrentar a propaganda daninha. 

Encurtando a história: muito antes de as tais "notícias falsas" se tornarem tópico frequente da grande mídia-empresa comercial... o governo dos EUA já estava planejando o ataque mortal – legal – contra todas e quaisquer notícias ou informações que venham a ser declaradas "notícias falsas" pelos empresários 'de mídia' 'coordenados com o governo dos EUA.

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Rode a fita para adiante, até o dia 8 de dezembro, quando a Lei Contra Desinformação e Propaganda [ing. "Countering Disinformation and Propaganda Act" foi aprovada no Senado e silenciosamente incluída, como se fosse parte dele, no Relatório de Análise e Conferência da Lei de Autorização da Defesa de 2017 [ing. 2017 National Defense Authorization Act (NDAA) Conference Report].

Agora, afinal, depois que Obama assinou a lei NDAA na 6ª-feira de pré-Natal de 2016, a Lei Contra Desinformação e Propaganda já é lei nos EUA.

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Aqui, a íntegra da declaração do senador (generosamente pago) Rob Portman (Rep-Ohio) sobre a assinatura da lei que violenta muito gravemente as liberdades de informar nos EUA, e prepara o cenário para futuras caças às bruxas e fechamento de blogs que sejam acusados de ser fonte de "desinformação e propaganda". A caça às bruxas e o fechamento de blogs acabam de ser 'legalizados' pelo governo Obama.

Obama converte em lei o Projeto Portman-Murphy de Contrapropaganda

Projeto Portman-Murphy Promove Estratégia Coordenada para Defender EUA e Aliados Contra Desinformação e Propaganda Distribuída por Rússia, China & Outros
Os senadores Rob Portman e Chris Murphy anunciaram hoje que o projeto de lei que apresentaram "Contra Desinformação e Propaganda – legislação concebida para ajudar os aliados dos EUA a enfrentar a propaganda vinda de Rússia, China e outros países – foi assinada e convertida em lei como se fosse parte do Relatório de Análise e Conferência da Lei de Autorização da Defesa de 2017 [ing. 2017 National Defense Authorization Act (NDAA) Conference Report]. O projeto de lei bipartidária foi apresentado pelos senadores Portman e Murphy em março e aumentará as habilidades dos EUA para enfrentar propaganda e desinformação estrangeira, criando para isso um centro, instalado no Departamento de Estado, para coordenar e sincronizar esforços de contrapropaganda de todo o governo dos EUA. Para apoiar esses esforços, a lei cria também um programa financiado pelo Estado para ONGs, think tanks, sociedade civil e outros especialistas externos ao governo que também fazem trabalho relacionado à contrapropaganda. Assim se poderão promover mais e melhor as competências já existentes, e estendê-las a nossos aliados no exterior, para que também se defendam contra manipulação por potências estrangeiras (sic). Também fomentará imprensa e sociedades livres e vibrantes em todo o mundo, fator criticamente importante para garantir que n ossos aliados tenham acesso a informação confiável e verdadeira, que operará como vacina nas populações, contra campanhas de propaganda estrangeira.
"Nossos inimigos estão usando propaganda e desinformação estrangeira contra nós e nossos aliados, e até aqui o governo dos EUA manteve-se inerte, dormindo ao volante" – disse Portman. – "Mas hoje os EUA deram passo decisivo na direção de realmente neutralizar operações muitos extensas de propaganda e desinformação promovidas contra nós pelos inimigos dos EUA em todo o mundo. Com a nova lei agora assinada, finalmente enviamos ao inimigo uma mensagem de que "basta!"; os EUA não mais se manterão sentados à beira do caminho, inertes. Agora confrontaremos cara a cara as ameaças externas. Tenho confiança de que, com a ajuda dessa lei bipartidária, a desinformação e a propaganda mobilizadas contra nós, nossos aliados e nossos interesses, falharão."
"O emprego de propaganda para minar as democracias atingiu agora o ponto mais vil da história. Mas agora, finalmente, os EUA estamos em posição para enfrentar essa ameaça e chegar à verdade. Construindo jornalismo independente e objetivo em países como o leste da Europa, podemos começar a responder aos ataques, expondo as falsas narrativas e capacitando comunidades locais para que se autoprotejam" – disse Murphy. – "Estou orgulhoso por nosso projeto já ser lei, e espero trabalhar muito com o senador Portman para garantir que essas ferramentas e novos recursos sejam efetivamente usados para trazer à tona a verdade."

NOTA: A lei bipartidária "Contra desinformação e propaganda" está organizada em torno de duas prioridades centrais, para ajudar no objetivo de combater a ameaça sempre em evolução da desinformação, entre nós, por obra de nossos inimigos:
A prioridade mais alta é desenvolver uma estratégia coordenada de todo o governo para enfrentar A propaganda e a desinformação que vem do exterior dos EUA, dos nossos inimigos, contra nós e nossos aliados. A lei dará maior autoridade, mais recursos e toda a autoridade necessária ao Centro de Engajamento Global [orig. Global Engagement Center] para incluir atores estatais, como Rússia e China e também atores não estatais. O Centro será comandado pelo Departamento de Estado, mas com ativa participação no nível sênior, do Departamento de Estado, da agência USAID, do Broadcasting Board of Governors [de presidentes de mídia-empresas], da Comunidade de Inteligência e outras agências relevantes. O Centro desenvolverá, integrará e sincronizará as iniciativas de todo o corpo do governo, para expor e revidar operações de desinformação lançadas contra nós por nossos inimigos; e deverá proativamente oferecer narrativas realmente baseadas em fatos que deem apoio aos interesses e aos aliados dos EUA.
Como prioridade de nível secundário, a lei agora assinada visa a alavancar a expertise que haja fora do governo para criar opções estratégicas mais adaptativas e de resposta mais rápida. A legislação estabelece um fundo para ajudar a treinar jornalistas locais [nos países alvos] e oferecer bolsas e contratos a ONGs, organizações da sociedade civil, think tanks, empresas privadas, organizações e veículos de mídia e outros especialistas fora do governo dos EUA, que tenham experiência em identificar e analisar as mais recentes tendências em técnicas de desinformação que estejam em prática por governos estrangeiros. Esse fundo complementará e apoiará o papel do Centro, integrando capacidades e competências disponíveis fora do governo dos EUA, no mesmo processo de decidir estratégias. Também empoderará uma rede de especialistas do setor privado, e integrará as específicas capacidades desses atores no processo de decidir estratégias.

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E assim, com agentes como o Washington Post tendo já 'amaciado' o grande público para que vejam como um só conceito as noções de "propaganda russa" e "falsas notícias" (mesmo que o jornal tenha admitido, depois de desmascarado, que a matéria que o próprio Postpublicou era absolutamente "falsa"), ao mesmo tempo em que toda a comunidade de mídia nos EUA já doutrinou a opinião pública para aceitar que qualquer informação que não corresponda perfeitamente à narrativa do governo dos EUA, ou que se atreva a criticar oestablishment, também seria "notícia falsa" e, portanto, se encaixaria na definição de "propaganda russa"... a cena está pronta, afinal, para ataque devastador – mas perfeitamente legal – contra todo e qualquer veículo que o Estado nos EUA declare que seria "propaganda estrangeira".
Assim, precisamente assim, nasceu oficialmente, no Natal de 2016, o Ministério da Verdade dos EUA.*****




* Original Countering Disinformation And Propaganda Act [NTs]








quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

The Saker: Notas iniciais sobre assassinato do embaixador russo em Ancara, Turquia

20/12/2016, The Saker, The Vineyard of the Saker













OK, agora à noite já temos o nome do assassino, Mevlut Mert Aydintas, 22 anos, policial, recentemente demitido depois do revide de Erdogan contra o grupo gulenista e outras forças que tentaram derrubá-lo. Há também um vídeo muito eloquente.[1]

O vídeo do ataque mostra algo muito importante: os únicos tiros disparados ali são os do assassino [noutro vídeo, o assassino já aparece morto. Não é preciso ver aquilo (NTs)]. 

Só pode significar uma de duas coisas:

Versão 1: não havia ninguém encarregado da segurança naquela exposição [de fotografias].

Versão 2: a sala onde aconteceu o assassinato era considerada 'segura/estéril', porque contida dentro de perímetro maior já coberto, que não se vê nesse vídeo.

Acho muito mais provável a versão 2. Só assim se explica por que e como Mevlut Mert Aydintas chegou tão facilmente até onde estava: simplesmente acenou com a identidade de policial e deixaram-no passar.

Em eventos dessa natureza, sempre é importante perguntar cui bono – a quem o crime beneficia?

O exército dos EUA excluiu a Casa Branca das negociações internacionais sobre a Síria

21.12.2016 - Moon of Alabama


tradução de btpsilveira





O jornal New York Times lamentou hoje que as negociações internacionais em curso sobre a situação na Síria estão se dando sem a participação dos Estados Unidos: Russia, Irã e Turquia promovem encontro para conversações sobre a Síria – EUA excluídos.

Nesta terça feira houve um encontro entre Irã, Turquia e Rússia para trabalhar na criação de um acordo político que coloque um fim na guerra que grassa na Síria já há quase seis anos, deixando de lado os Estados Unidos, assim como os países que durante todo esse tempo trabalharam para insuflar o conflito pensando apenas nos próprios interesses.
Não houve convite para o Secretário de Estado dos EUA, John  Kerry nem consulta prévia para as Nações Unidas.
Com as forças governamentais conseguindo enormes progressos no terreno…

 [Nota: a última sentença foi original (e corretamente) grafada assim: “forças pro Síria...” e não “forças governamentais...” Isso foi alterado depois que percebi uma tendência “Pró Síria” no twitter].

A Rússia chutou os Estados Unidos para fora de quaisquer negociações futuras sobre o destino da Síria depois que os EUA arruinaram um acordo conseguido depois de longas negociações entre o Secretário de Estado John Kerry e o Ministro de Relações Exteriores Sergey Lavrov.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Assassinato do embaixador russo: uma retaliação. Mas de quem?

20.12.2016 - Tony Cartalucci, New Eastern Outlook



Traduzido por btpsilveira




Apenas alguns dias depois da liberação de Alepo, cidade ao norte da Síria, o embaixador da Rússia para a Turquia, Andrey Karlov, foi morto a tiros enquanto ministrava uma palestra em uma galeria de arte em Ancara, capital do país.

O atirador, identificado com um antigo oficial da polícia turca, exibiu o gesto já familiar de um dedo acima usado por organizações terroristas que operam na vizinha Síria, entre elas a Jabhat Al Nusra e o autodenominado “Estado Islâmico” – enquanto gritava, segundo o Guardian:

“Não esqueçam Alepo. Não esqueçam a Síria. A menos que nossas cidades estejam seguras, vocês também não estarão. Apenas a morte me tirará daqui. Todos os envolvidos nesse sofrimento terão que pagar um preço.”

Normalidade Fabricada / Manufacturing Normality*

6/11/2016CJ HopkinsCounterpunch















Mais ou menos em meados de novembro, pouco antes da derrota de Hillary (refiro-me ao início da morte da democracia nos EUA), uma gangue de autonomeados Guardiães da Realidade, codinome "mídia-empresa", lançaram uma campanha de marketing contra o mal-em-si e pérfido flagelo consubstanciado no rótulo "notícias falsas" [ing. "fake news"]. A campanha virou febre. 

terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Pepe Escobar: Quem se beneficia do 'momento Sarajevo' da Turquia?

20/12/2016, Pepe Escobar, RT













Vamos logo ao que interessa: Ankara 2016 não é Sarajevo 1914. Não é prelúdio da 3ª Guerra Mundial. Quem tenha urdido o assassinato do embaixador russo na Turquia Andrey Karlov – diplomata calmo, educado, contido, da velha escola russa – pode esperar revide de altíssima octanagem. 

O assassino Mevlut Mert Altintas, graduado da Academia de Polícia, 22 anos, recebeu pena de suspensão da Polícia Nacional Turca por suspeita de laços com a Organização Terrorista Fethullahista [ing. Fethullahist Terrorist Organization (FETO)] depois do fracassado putsch de 15 de julho contra Erdogan, mas retornou ao serviço em novembro.

Não é segredo que os Gulenistas estão pesadamente infiltrados dentro da Polícia Nacional Turca; assim sendo, um específico efeito do ataque será ataque ainda mais furioso e incansável, de Erdogan/AKP contra a rede de Gulen. A investigação turca terá de se concentrar na falha (gigantesca) de segurança naquele prédio do moderno centro de artes de Ankara, – mas também terá de alcançar outros muitos pontos. A evidência de que o ministro do Interior turco Suleyman Soylu só se manifestou, em frases tensas, mais de três horas depois do evento mais preocupa que tranquiliza.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

The Saker: Neoconservadores - Pânico e Agonia

17/12/2016, The Saker, Unz Review The Vineyard of the Saker












Há claros sinais de que os neoconservadores que regem o Império Anglo-sionista e seu 'estado profundo' estão em estado bem próximo do pânico; suas ações indicam que estão, sim, realmente em pânico.
 
No front doméstico
 
No front doméstico, os neoconservadores recorreram a todos os truques sujos que conseguiram lembrar ou imaginar ou recolheram do manual, para tentar impedir que Donald Trump jamais sequer se aproximasse da Casa Branca: 
  • organizaram agitação de rua e manifestações (algumas pagas com dinheiro de Soros); 
  • estimularam os apoiadores de Hillary a não aceitar o resultado das eleições ("não é meu presidente" / "não me representa"); 
  • tentaram ameaçar os eleitores para conseguir que ou votassem em Hillary ou não votassem;
  •  tentaram convencer o Congresso a rejeitar a decisão do Colégio Eleitoral; e
  •  agora estão tentando que as eleições sejam anuladas, por causa de uma suspeita de que hackers russos (aparentemente super-super poderosos) teriam distorcido o resultado da eleição (ao que parece também nos estados em que a eleição é feita com cédulas de papel depositadas em urna) e roubaram a favor de Trump.

 É desenvolvimento realmente engraçado, sobretudo se se considera o quanto Hillary atacou Trump por não ter prometido respeitar o resultado da eleição! Hillary disse especificamente que o fato de Trump não aceitar jurar reconhecer o resultado ameaçaria a estabilidade do principal pilar da estabilidade do sistema político nos EUA! Agora é ela, aí, a empurrar todo o processo eleitoral na direção de grave crise para a qual não se vê saída possível. Há quem diga que os Democratas expõem os EUA a uma guerra civil. Considerando que vários congressistas Republicanos chaves declararam apoio à proposta de instalar-se uma investigação no Congresso sobre as circunstâncias em que se teria dado o fenomenal conto de fadas dos "hackers russos", minha posição hoje é que os Republicanos estão fazendo exatamente o mesmo; e que nesse caso não se trata de discussão entre Democratas e Republicanos; que a questão hoje é "estado profundo" contra "Nós, o Povo dos EUA".

Russofobia e Sinofobia, por Pepe Escobar

19/12/2016, Pepe EscobarSputnikNews 














Hoje já é absolutamente claro que o golpe em andamento contra Donald Trump é ataque para mudança de regime lá mesmo nos EUA, com os suspeitos de sempre se servindo, dessa vez em casa, de técnicas de guerra híbrida, como a manipulação da opinião pública por veículos & jornalistas das mídia-empresas dominantes.

O golpe foi articulado mais uma vez pelos suspeitos de sempre: de neoconservadores a neoliberais conservadores, imperialistas "humanitários" e tudo, com papel especial de protagonista reservado para a agência-bichinho-de-estimação desses todos, a CIA, a qual, durante o continuum Bush-Obama, especializou-se ainda mais concentradamente em "inteligência" falsificada.

Mesmo assim, toda a narrativa "a Rússia invadiu e hackeou nossas liberdades" foi completamente desmascarada pelo ex-diplomata britânico e muito íntimo colaborador de WikiLeaks, Craig Murray; e ele sabe até de onde o vazamento – não houve hacking – partiu.

América Latina: "Argentina será más interesante para Trump que México"

16/12/2016, Dossier: Trump y América LatinaDeutsche Welle (esp.)


Entrevista enviada pelo Prof. Moniz Bandeira, 
que nos honra com sua atenção, da Alemanha, e a quem agradecemos muito.
(Sugerido e enviado ao Blog pelo Coletivo Vila Vudu)











Donald Trump impulsará un cambio radical en la política de EE.UU., que marca el inicio de una nueva era, según el politólogo Wolf Grabendorff, con desafíos y oportunidades para América Latina. 

El politólogo e historiador Wolf Grabendorff tiene una larga carrera como analista político sobre América Latina. Con excepción de México y Argentina y por distintas razones, la región no se encuentra en el radar del futuro presidente de Estados Unidos, Donald Trump. Grabendorff coincide con otros analistas sobre un posible acercamiento entre Rusia y Estados Unidos si el designado magnate petrolero Rex Tillerson al frente del Departamento de Estado es confirmado en el cargo.