segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Erdogan diz que renunciará se se provarem negócios de petróleo com o ISIS, depois que Putin disse que tem "mais provas"

30/11/2015, Tyler DurdenZero Hedge




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


"Exibi fotos tiradas do espaço e de aeronaves, que mostram com clareza a escala do comércio ilegal de óleo cru e derivados de petróleo" – Vladimir Putin disse a jornalistas no início desse mês, em reunião com a imprensa durante a reunião do G-20 em Antalya. Putin evidentemente falava do comércio de petróleo roubado da Síria e do Iraque, feito pelo ISIS, comércio cujas idas e vindas e meandros tenho documentado extensamente ao longo das últimas duas semanas:

Nu frontal: veja TUDO do comércio de petróleo do ISIS ("Rockefellers de Raqqa", Bilal Erdogan, KRG Crude & Conexão Israel), 30/11/2015, traduzido no Blog do Alok)

A ação da Turquia, de derrubar um avião russo SU-24 perto da fronteira síria, deu ao presidente russo toda a motivação e a cobertura de Relações Públicas de que precisava para expor o papel de Ancara no tráfico de cru roubado de Iraque e Síria. Logo depois do último 'incidente', o presidente Putin da Rússia não poupou Erdogan. "Petróleo do ISIS está sendo embarcado para a Turquia" – disse Putin ainda da Jordânia, em encontro com o rei Abdullah. Para o caso de alguém não ter entendido, Putin repetiu: "O Estado Islâmico obtém dinheiro vendendo petróleo à Turquia."

David Cameron, acorde! Não há 70 mil combatentes moderados na Síria

(e  onde, diabos, já se viu moderado que dá tiros de Kalashnikov?!) 
29/11/2015, 
Robert Fisk, The Independent, Londres

Imagem e legenda: "Mas os deputados Blair-itas do Partido Trabalhista votarão com Dave [Cameron],
porque, por mais que amaldiçoem o culto do ISIS, muito mais odeiam o culto de Corbyn."
______________________________________________




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Nunca mais, desde que Hitler ordenou que o general Walther Wenck enviasse um inexistente 12º Exército para resgatá-lo do Exército Vermelho em Berlin, se teve notícia de líder europeu que acreditasse mais firmemente em fantasias militares como ferramenta de Relações Públicas, que Dave Cameron, semana passada. Falar na Câmara dos Comuns dos 70 mil combatentes "moderados" alocados na Síria não foi apenas mentir, no sentido das mentiras que Tony Blair mentia sempre – porque Blair se autopersuadira, até acreditar firmemente na próprias mentiras –, mas algo que se aproximava bem mais do burlesco. 


Foi coisa ensaiada no capricho – ridícula, cômica, grotesca, caricata. Chegou perto de uma forma esquisita de pantomima trágica.

A certa altura, semana passada, um dos satrapas de Cameron já chamava o tal exército fantasma de "tropas de infantaria". Duvido que haja 700 combatentes "moderados" na Síria – e estou sendo muito generoso, porque o número certo deve estar mais próximo de 70 – mas... 70 mil? Nunca. 

E os curdos sírios não vão acabar com o ISIS por nós; estão já ocupados demais tentando sobreviver aos ataques de nossos aliados turcos. Além do mais, "moderados" não costumava ser aquele pessoal que detesta armas? Quem, algum dia ouviu falar de moderado armado de Kalashnikov?!

Nu frontal: veja TUDO do comércio de petróleo do ISIS

"Rockefellers de Raqqa", Bilal Erdogan, KRG Crude & Conexão Israel 
29/11/2015, 
Tyler Durden, Zero Hedge

"Efetivamente, fomos financeiramente discriminados (contra), por muito tempo. No início de 2014, quando não recebemos transferências do orçamento, começamos a pensar sobre vendas independentes de petróleo" – Ashti Hawrami, ministro de recursos naturais do Curdistão.






Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Em junho de 2014, o navio-petroleiro "SCF Altai" chegou ao porto de Ashkelon. Horas depois, o primeiro carregamento do oleoduto curdo estava sendo entregue em Israel. "Garantir essa primeira venda de petróleo de seu petroduto independente é crucial para o Governo Curdo Regional [ing. Kurdish Regional Government (KRG)], que procura maior independência financeira do Iraque destroçado pela guerra" – a agência Reuters observou à época, acrescentando que"a nova rota de exportação para o porto turco de Ceyhan, que visa a deixar de lado o sistema federal de oleodutos de Bagdá, criou amarga disputa pelos direitos de venda do petróleo entre o governo central e os curdos."



Uma semana antes o navio-petroleiro "SCF Altai" recebera petróleo curdo numa transferência navio-navio do petroleiroUnited Emblem ao largo da costa de Malta. O United Emblem carregara o cru no porto [turco] de Ceyhan, que é conectado por oleoduto ao Curdistão.



O movimento dos curdos para vender cru por vias independentes de Bagdá tem longa história de disputa por orçamento. Sem entrar em muitos detalhes, Erbil tem direito a 17% da renda do petróleo iraquiano e, em troca, o Governo Curdo Regional deve transferir cerca de 550 mil barris/dia à empresa SOMO (a empresa estatal iraniana de petróleo). Quase imediatamente depois de esse acordo ser firmado, no final do ano passado, Bagdá protestou, porque os curdos não estariam cumprindo a parte deles no trato; assim sendo, só uma fração do orçamento previsto foi paga a Erbil durante os cinco primeiros  meses do ano.

Linha vermelha e linha de rato (1)

Sobre Obama, Erdoğan e os rebeldes sírios 
6/4/2014, Seymour M. Hersh*London Review of Books (online) (Trad. já publicada em redecastorphoto)




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


"Esquece... não é a linha vermelha, é só sangue"

Em 2011, Barack Obama comandou uma intervenção de aliados contra a Líbia, sem consultar o Congresso dos EUA. Em agosto passado, depois de um ataque com gás sarín em Ghouta, subúrbio de Damasco, estava pronto para ordenar ataque aéreo de norte-americanos e aliados, dessa vez para castigar o governo da Síria por, supostamente, ter infringido uma “linha vermelha” que Obama demarcara em 2012 sobre uso de armas químicas.

Então, faltando menos de dois dias para o planejado ataque, Obama anunciou que pediria a aprovação do Congresso para a intervenção. O ataque foi adiado para que o Congresso realizasse audiências e, na sequência, foi cancelado, quando Obama aceitou a oferta, por Assad, de entregar seu arsenal químico, em negociação intermediada pela Rússia.

Por que Obama adiou e depois cancelou o ataque à Síria, se não teve cuidado algum no momento de atacar a Líbia?

domingo, 29 de novembro de 2015

O 'ocidente' nunca atacará o ISIS onde mais dói



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Logo no dia seguinte dos ataques em Paris, o 'ocidente' tentou alavancar o que esperava que viesse a ser um renovado clamor público por mais e mais guerra longe de casa. Com esse objetivo, EUA e Turquia anunciaram uma operação que visaria a 'securitizar' os últimos 98km da fronteira turco-síria – área compreendida entre a margem esquerda do rio Eufrates perto de Jarabulus, até Afrin e Ad Dana mais para oeste.


É a "Zona Segura" da OTAN de 2012, em neoembalagem


Os que acompanham o conflito sírio logo verão que esse trecho da fronteira turco-síria é precisamente a área daquela tão buscada e ansiada "zona segura" que EUA, OTAN e o Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) tentam estabelecer desde 2012. Os ataques em Paris e vários incidentes de fronteiras menores, noticiados recentemente, parecem ser apenas a mais nova série de provocações que o tal 'eixo' tenta, para implementar aquele plano já concebido há anos.


Pepe Escobar: Putin e Hollande vão atrás da quadrilha de Erdogan.

29.11.2015 - Pepe Escobar - RT

Tradução mberublue - publicada no Blog Btpsilveira



Soldados do Exército turco conversam tranquilamente com militantes do ISIS em território turco

A coisa toda começou quando o presidente da França, Monsieur François Hollande, logo após os ataques em Paris, teve a ideia temerária de trabalhar lado a lado com a Rússia, naquela mesma coalizão que luta de verdade contra o Estado Islâmico na Síria.

O presidente da Turquia, Sr. Recep Tayyip “sem desculpas” Erdogan pensou que a estas alturas, a OTAN e a Rússia já estariam um na garganta nuclear do outro, uma espécie de Guerra Fria 2.0, já que Washington rebateu a ideia de Hollande com a costumeira torrente de platitudes e distorções.

Pois em menos de 17 segundos o Primeiro Ministro turco Ahmet “eu mesmo dei a ordem” Davutoglu tinha autorizado a derrubada do bombardeiro russo SU-24 – apenas algumas horas antes de Hollande se encontrar com o presidente Obama.

O que o presidente VLADIMIR PUTIN pensa e diz dos presidentes BARACK OBAMA e RECEP TAYYIP ERDOGAN

28/11/2015, John Helmer Dance With Bears, Moscou


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Às 14h da 5ª-feira, 26/11/2015:

Nunca antes a animosidade pessoal que os chefes de Estado dos EUA e Turquia manifestam e têm insuflado contra o presidente da Rússia foi tão feroz e expressa tão ostensivamente. As consequências não tardaram. É o que explica o modo como o presidente Vladimir Putin tem-se manifestado.

"Gostaria de lembrar aos senhores que foi a atitude passiva de alguns países e muito frequentemente a colusão direta entre aqueles países e terroristas, que realmente levou à eclosão desse fenômeno terrível conhecido como 'Estado Islâmico'. Esses estados não só dão cobertura a terroristas, encobrem e promovem o tráfico de petróleo, pessoas, drogas, obras de arte e armas, mas, além disso tudo, também lucram, fazem centenas de milhões, talvez bilhões de dólares, lucrados diretamente daqueles crimes.
Tenho a dizer que considero absolutamente inexplicáveis as punhaladas traiçoeiras que nos aplicaram gente que supúnhamos que fossem nossos parceiros e aliados na luta antiterror. Refiro-me ao incidente com o jato bombardeiro russo atacado por forças turcas de defesa aérea."

Pres. Vladimir Putin: Terrorismo internacional e Turquia

Conferência de imprensa e P & R, depois da reunião com o pres. da França, François Hollande, 

26/11/2015 transcrição do Kremlin (trad. ao fr. Salah Lamrani)





Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Vladimir Putin, presidente da Rússia: Senhoras e senhores, boa-noite.


Tivemos negociações substanciais com o presidente francês, conduzidas de modo construtivo e baseadas numa relação de confiança. Naturalmente, dedicamos atenção máxima à questão da luta conjunta contra o terrorismo internacional.

O ataque bárbaro ao avião russo sobre a península do Sinai, os horríveis eventos em Paris e os ataques terroristas no Líbano, na Nigéria e no Mali causaram grande número de vítimas, das quais centenas de cidadãos russos e franceses. É nossa tragédia comum, e nos mantemos unidos em nosso compromisso de encontrar os culpados e levá-los ao tribunal.

Já intensificamos a operação das forças armadas russas contra os terroristas na Síria. Nossas ações militares são eficazes: os militares do dito 'Estado Islâmico' e outros grupos radicais sofreram perdas pesadas. Perturbamos os mecanismos de funcionamento dos extremistas, causamos dano à infraestrutura militar deles e minamos consideravelmente a sua base financeira. Refiro-me, em primeiro lugar, ao comércio ilícito de petróleo, que gera lucros imensos para os terroristas e seus apoiadores.

sábado, 28 de novembro de 2015

Turquia fechará, ou apagará, sua fronteira com a Síria?

28.11.2015, Moon of Alabama



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Há desenvolvimentos recentes e preocupantes em solo próximo à Síria.


Ontem, o ministro Lavrov de Relações Exteriores da Rússia disse que a Rússia está pronta para fechar a fronteira turco-síria:

Lavrov lembrou que o presidente francês François Hollande, pouco antes, propusera que se adotassem medidas específicas para bloquear a fronteira turco-síria.
"Apoiamos ativamente essa ideia. Estamos abertos para coordenação de passos práticos, com certeza em interação com o governo sírio" – disse Lavrov. – "Estamos convencidos de que bloquear a fronteira resolverá, em vários aspectos, as questões relacionadas à erradicação do terrorismo em solo sírio."
A Rússia está dando passos objetivos, ativos, para fazer acontecer precisamente isso. Seis ou sete áreas de estacionamento de caminhões-tanques próximas aos pontos de passagem de fronteira ao norte de Aleppo foram bombardeadas ao longo dos últimos vários dias. Caminhões e proprietários de caminhões já estão pensando duas vezes antes de iniciar viagens que impliquem cruzar a fronteira. Em Latakia, o exército sírio e aliados estão empurrando os mercenários "turcomenos" da Turquia de volta para a fronteira, rumo à Turquia. No leste, forças curdas com apoio aéreo dos russos empurram a fronteira na direção do corredor de Aleppo.

Eletrizante - Piloto russo foi resgatado pelo Hezbollah, pelos russos e pelo general Soleimani do Irã

26/11/2015, Fars New Agency

BO: "Vc ñ pode bombardear as pess..."
Vlad: "Scutaqui, ô, Oklahoma."
BO: "Pô, Vlad, é O-ba-ma".
Vlad: "Tá, tá. Scutabem, ô Bahamas."
 (
https://goo.gl/Wv1pRH) [pano rápido]
_______________________________________
"O incidente da 3ª-feira – e a operação de resgate do piloto russo –
podem ter consolidado o eixo Rússia-Irã-Síria-Hezbollah no plano operacional,
em grau que, semana passada, seria ainda impensável" 
"A rede do terror turco entrou na alça de mira da Rússia", 27/11/2015, MK Bhadrakumar.

_______________________________________



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Fontes russas revelaram na 5ª-feira que o piloto do SU-24 russo atacado pela Turquia e derrubado sobre a Síria na 5ª-feira passada foi resgatado pelo famosíssimo comandante do Corpo dos Guardas da Revolução Iraniana, major general Soleimani.

Na 3ª-feira, um jato SU-24 russo foi derrubado em território sírio. O presidente Vladimir Putin da Rússia disse que o avião foi derrubado por míssil ar-ar disparado de um jato turco F-16 sobre território sírio, e caiu a 4 quilômetros de distância da fronteira turca.

A tripulação do jato russo conseguiu ejetar-se e um piloto foi assassinado por fogo do solo, segundo o alto comando russo. O copiloto capitão Konstantin Murahtin sobreviveu. Mas ainda não se conhecia a história de como o capitão Murahtin sobreviveu, numa área de dezenas de quilômetros, infestada de vários grupos terroristas.

Emad Abshenas, repórter da rede estatal russa de notícias Sputnik, publicou afinal, no website em idioma persa da agência russa, a história contada por alto oficial sírio.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Nada mais de “bons meninos”. A resposta rápida e firme de Moscou mudou para sempre o Grande Tabuleiro de Xadrez.

27.11.2015 - Stevan Gajic, Instituto de Estudos Europeus - editado por J. Flores - Fort Russ

Tradução mberublue - publicada no Blog Btpsilveira




A resposta rápida e firme de Moscou mudou para sempre o Grande Tabuleiro de Xadrez.

Aparentemente, houve um vacilo dos franceses, incapazes de assegurar garantias sólidas de seus parceiros Atlanticistas em Washington, DC. Terá isso a capacidade de movê-lo na direção de Putin?

Depois que o avião F16 da Turquia derrubou um bombardeio SU24 russo sobre terreno da Síria, perto da fronteira entre os dois países, os acontecimento se desenvolveram com rapidez. A ação foi caracterizada pela Rússia como “uma facada nas costas” por parte dos turcos. As autoridades russas, bem como o público russo ficaram particularmente enraivecidos por causa da morte de um dos pilotos, e ainda mais porque foram divulgados vídeos do corpo de um deles, tratado com completo desrespeito pelos terroristas turcomenos no norte da Síria – um dos grupos apoiados totalmente pela Turquia, como já é do conhecimento geral.

A rede do terror turco entrou na alça de mira da Rússia




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Análise cuidadosa das longas declarações russas nos últimos três dias sobre as tensões com a Turquia sugere que Moscou descartou (pode-se dizer, praticamente) a teoria conspiracional de que Ancara teria tomado a desgraçada decisão de derrubar o jato russo na 3ª-feira passada com tácito encorajamento dos EUA.


Dado o clima prevalecente nos laços russos com o ocidente, não deve ter sido surpresa para Moscou que o secretário-geral da OTAN Jen Stoltenberg tenha manifestado o apoio rotineiro à integridade territorial da Turquia, ou que o presidente Barack Obama tenha visto o incidente da 3ª-feira pelo prisma do jogo que se vai consumando na Síria. Importante, Moscou com certeza observou que ambos, a OTAN e Obama aconselharam a Turquia a 'des-escalar' com a Rússia e deixaram claro que se trata de assunto entre Ankara e Moscou. (Ver no meu blog, US, OTAN tell Turkey to ‘deescalate’ with Russia.)

Por que a Turquia apunhalou a Rússia pelas costas

27/11/2015, Pepe Escobar, Telesur English



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Os objetivos de Rússia e Turquia na luta contra o grupo 'Estado Islâmico' são diametralmente opostos.


É absolutamente impossível compreendermos por que o governo turco abraça a estratégia suicidária de derrubar um SU-24 russo sobre território sírio – tecnicamente uma declaração de guerra da OTAN à Rússia –, sem a considerarmos no contexto real o jogo de poder de Erdogan no norte da Síria. 

O presidente Vladmir Putin disse que a derrubada do jato russo havia sido uma "punhalada nas costas". Vejamos como os fatos em solo levaram àquela punhalada. 

O segundo front 'ocidental' na Síria

27/11/2015, Valeriy Kulikov, New Eastern Outlook



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





A evidência de que há real perigo de as atividades terroristas do ISIS, também conhecido como 'Estado Islâmico', avançarem bem além do Oriente Médio e diretamente para o coração da Europa, parece ter devolvido vários líderes europeus de volta ao planeta Terra e ao bom senso. O discurso que o presidente Putin fez à Assembleia Geral da ONU, conclamando os europeus a unirem-se e criar uma coalizão para combater contra o ISIS nos termos do que ordena e admite a lei internacional, parece ter finalmente mobilizado os neurônios de alguns líderes políticos no 'ocidente'. 

Um dos efeitos dessa novidade foi já uma declaração de François Holland depois dos atentados terroristas na França, sobre sua intenção de se associar ao processo de constituir uma coalizão internacional para combater contra o ISIS.

Segundo comentários a Business Insider, Iam Bremmer, diretor do Eurasia Group, uma das maiores empresas de consultoria e pesquisa do mundo, a França – que declarou guerra ao ISIS –, está agora à procura de parceiros. "Não há parceiros aproveitáveis entre os 'rebeldes' sírios e nunca houve, nem antes dos atentados em Paris" – diz Ian Bremmer. – "Além disso, não há apoio de tropas 'ocidentais', para que a França possa iniciar, sozinha, qualquer guerra". 

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Mas... Por que a Turquia derrubou um jato russo?!

26/11/2015, George Abert (ex-agente da inteligência das FsAs-EUA) in Blog Paul Craig Roberts





Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A Turquia é tão inferior militarmente à Rússia que é muito improvável que tenha cometido ato de guerra contra a Rússia sem estímulo dado por Washington. Há quem suponha que a Turquia estaria protegida sob o escudo da OTAN, mas é muito pouco provável que vários dos principais países da OTAN se arrisquem a ser aniquilados em guerra nuclear só para salvar a Turquia das consequências de ato tão absolutamente temerário e irresponsável como derrubar uma aeronave militar russa e, na sequência, 'declarar' impressionante rol de mentiras sobre o 'feito'. A Turquia não emitiu nenhum pedido de desculpas nem qualquer explicação verossímil. 


A menos que Erdogan tenha enlouquecido completamente, é Washington quem está por trás do ataque ao jato russo. E o motivo para ter feito o que fez, é que Washington precisa desesperadamente descobrir e decodificar a nova tecnologia russa que hoje dá às forças militares russas total controle sobre qualquer campo de combate em terra, mar ou ar. 


Moon of Alabama - Síria: Pedidos de desculpas e outras guerras

26/11/2015, Moon of Alabama

"O incidente ocorrido há dois dias nos céus da Síria é afronta ao bom senso e à lei internacional. O avião foi derrubado sobre território da Síria. Até agora ainda não recebemos qualquer pedido inteligível de desculpas do governo turco em nenhum alto nível político" – Putin disse.

"Acho que, se alguém deve desculpas não somos nós", disse Erdogan. – "Os que violaram nosso espaço aéreo é que têm de se desculpar. Nossos pilotos e nossas forças armadas simplesmente cumpriram o seu dever, que consiste em responder (...) a violações de regras de engajamento. A essência é essa."

Quem vencerá o concurso de desculpas?




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




O general (aposentado) da Força Aérea dos EUA Charles J. Dunlap entende que a Rússia vence, no plano legal. O ataque dos turcos contra o jato russo é claramente ilegal, nos termos da lei internacional, posto que o jato russo não significava qualquer ameaça à Turquia. Nem a própria Turquia jamais disse, até agora, que o jato russo visava a atacar a Turquia. Não foi situação de autodefesa – e só se fosse, a ação dos turcos seria admissível.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Pepe Escobar: A guerra do sultão Erdogan... contra a Rússia



Vamos diretamente ao ponto. A ideia de que a Turquia, servindo-se de um F-16 fabricado nos EUA, derrubaria um SU-24 russo, sem ter antes pedido (e recebido) "apoio" de Washington, é absolutamente inverossímil.






Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



A Turquia não passa de estado-vassalo, braço oriental da OTAN, que por sua vez é o braço europeu do Pentágono. O Pentágono até já negou tudo – negativa que, considerando o seu currículo de fracassos estratégicos espetaculares, não pode ser aceito pelo que parece ser. Muito plausivelmente, pode ter sido disputa por poder entre os generais neoconservadores que comandam o Pentágono, aliados ao governo Obama infestado de neoconservadores.

O cenário privilegiado contudo é de uma Turquia-vassala liderada pelo Sultão Erdogan, que arrisca tudo numa missão suicida, movida por seu próprio total atual desespero.

Aqui, agora, o raciocínio pervertido de Erdogan, resumido num parágrafo. A tragédia de Paris foi golpe terrível. A França começou a discutir uma cooperação militar mais estreita, não dentro da OTAN, mas com a Rússia. O objetivo nunca confessado de Washington sempre foi pôr a OTAN dentro da Síria. Metendo a Turquia/OTAN atropeladamente dentro da Síria; atacando a Rússia e provocando resposta duríssima da Rússia, Erdogan tenta atrair a OTAN para dentro da Síria sob o pretexto (art. 5º) de defender a Turquia.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Moon of Alabama: As duas versões do incidente do avião em Latakia

24/11/2015, Moon of Alabama (editado e atualizado)



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Turquia diz que dois de seus jatos F-16 derrubaram um jato que havia entrado no espaço aéreo da Turquia e caiu em solo sírio:
"Dois F-16 turcos derrubaram um jato SU-24 de fabricação russa dia 24 de novembro próximo à fronteira síria, depois de o avião russo ter violado o espaço aéreo da Turquia, informaram fontes da presidência. 

A Turquia derrubou o avião depois de não ter obtido qualquer resposta aos avisos sobre as regras de engajamento.

Primeiras notícias dizem que o jato pertencia à Rússia, mas fontes da presidência da Turquia informaram que a nacionalidade do jato é desconhecida.

A Força Armada Turca também declarou que o jato "de nacionalidade desconhecida" havia sido alertado dez vezes, em cinco minutos, de que estava violando a fronteira.
Uma autoridade do governo turco disse à [agência de notícias] Reuters que dois aviões de guerra aproximaram-se da fronteira turca e foram alertados, antes de um deles ser abatido.
O jato derrubado é um SU-24 russo. Um piloto foi morto e o corpo está em poder dos 'rebeldes'. Em vídeo filmado que mostra o piloto morto, os 'rebeldes" se apresentam como "mujahidin". Uma das imagens mostra o corpo com dois ferimentos de bala no peito, sugerindo que tenha sido executado (ilegalmente). Fonte entre os 'rebeldes' diz que o piloto teria sido morto enquanto descia de paraquedas, do avião em chamas. Nos termos da Convenção de Genebra é crime de guerra. 

Moon of Alabama profético: Neobarulheira de EUA-Turquia a favor de guerra aberta à Síria

22/11/2015, Moon of Alabama





Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A mídia-empresa norte-americana, especialmente as empresas de TV a cabo, parecem dedicadas a criar histeria totalem torno do Estado Islâmico e de muçulmanos em geral. Suponho que, agora, o 'noticiário' visa a preparar a 'opinião pública' nos EUA para guerra declarada contra a Síria.

O modo como operam tem lógica própria. Tom Toles, do Washington Post captou aí o movimento de vai e vem do facão. É exatamente como o envolvimento dos EUA na Síria desenrolou-se até agora.




Pepe Escobar: Não. Os ataques do terror em Paris não mudam "tudo"

23/11/2015, Pepe Escobar, RT




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A narrativa dominante insiste que "Paris mudou tudo". Não. Não é bem assim. 

Comecemos pelo front diplomático. Em vez do autoproclamado Grupo Internacional de Apoio à Síria – de 19 atores políticos – que se reúne regularmente em Viena para implementar um processo de paz na Síria, agora a prioridade é a guerra; uma guerra remixed ao terror, agora não contra alguma al-Qaeda, mas contra um ISIS/ISIL/Daesh.


Até o Conselho de Segurança da ONU (CS-ONU) já emitiu declaração de facto de guerra ao Daesh. Está convocando os membros da ONU a "tomar todas as medidas necessárias" para derrotar o Daesh. A linguagem foi adequadamente vaga, para garantir que a resolução fosse aprovada. Contudo, depois da Líbia, não há quem não saiba que o demônio – principalmente em resoluções vagas do CS-ONU – mora nos detalhes.