quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Todo o jogo tem a ver com conter Rússia-China, por Pepe Escobar

29/8/2016, Pepe Escobar, Sputnik International


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A próxima reunião de cúpula dos BRICS, em Goa, acontecerá em menos de dois meses. Comparada à situação de apenas dois anos passados, as placas tectônicas da geopolítica moveram-se com espantosa velocidade. Os BRICS estão mergulhados em crise profunda: no Brasil, o desastre político/econômico/institucional pode gerar um kafkiano impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

Os BRICS estão em coma. A única parte do corpo que sobrevive é a parceria estratégica Rússia/China (RC). E até essa parceria parece também enfrentar problemas – com a Rússia ainda atacada por incontáveis metástases de Guerra Híbrida. O Hegemon – Excepcionalista – continua poderoso, e a oposição está zonza e confusa.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Honrada Dilma Rousseff do Brasil enfrenta República dos Escroques, por Pepe Escobar

30/8/2016, Pepe Escobar, RT

Ver também
24/5/2016, "Brasil-2016: República das Bananas dos Escroques Provisórios", Pepe Escobar, SputnikNews (trad. 
Blog do Alok)

28/8/2016, "Escroques do Brasil de banana à caça da Medalha de Ouro...", Pepe Escobar, 
Strategic Culture Foundation (trad. Patria Latina)

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Dilma Rousseff em parte final do debate e votação em que se julga seu impeachment. Brasília, Brasil, 29/8/2016, © Ueslei Marcelino / Reuters


Dilma Rousseff chegou à tribuna e olhou calmamente para a plateia lotada de seus acusadores. Saiu de cabeça erguida, depois de exortar aqueles senadores a votar pela própria consciência.

A maioria dos políticos ali presentes provavelmente nem tem ideia do que seja "consciência"; não passam de meninos de recados, corruptos. Mas o inconsciente coletivo brasileiro – Jung que nos ajude – será marcado para sempre.

domingo, 28 de agosto de 2016

Escroques do Brasil de banana à caça da Medalha de Ouro, por Pepe Escobar

27/8/2016, Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


"A gangue não judicial mas persecutória inclui 1/3 de todos os eleitos nessa legislatura para o Congresso do Brasil, todos acusados numa impressionante seleção de escândalos. A farsa institucional geral sugere que Legislativo, Judiciário e o Ministério Público fizeram parar todos os processos nos quais apareciam como acusados os canalhas 'legislativos'; e, ao mesmo tempo, aceleraram o procedimento, sem qualquer fundamento legal, contra a presidenta. É a definição de crime organizado. (...)

O Brasil permanece totalmente paralisado pela farsa político/institucional. A 8ª maior economia do mundo, o país que é o 2º maior exportador de alimentos do mundo, a maior plataforma industrial de todo o ocidente em desenvolvimento está caído na calçada, sangrando de morte."


Os Jogos Olímpicos do Rio chegaram ao fim – Bolt, Phelps, Neymar, a piscina de água verde, Lochte o Norte-americano Feio e tudo –, mas uma audiência global pode ter sido poupada de um vergonhoso último ato.

Medíocre, incompetente, oportunista, corrupto, covarde e usurpador político diplomado, o presidente interino Michel Temer, recusou-se a aparecer na cerimônia de encerramento dos jogos, com medo de ser vaiado por um estádio do Maracanã lotado. Segundo as mais recentes pesquisas, 79% dos brasileiros querem Temer fora (#ForaTemer). Já. 

Assim, Temer O Usurpador não apareceu para, conforme o protocolo, passar o bastão (para Tóquio 2020) ao primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe, que lá estava, presente. A equipe de Temer ofereceu reunião mais tarde, na capital, Brasília. Os diplomatas japoneses descartaram o convite, sem meias palavras; quem se interessaria por pôr o próprio primeiro-ministro diante de um covarde, no buraco onde se esconde?

Só entre em toca de urso se você crê em vida post mortem, por MK Bhadrakumar

27/8/2016, MK Bhadrakumar, Indian Punchline


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Na 2ª-feira, Moscou fez movimento diplomático fascinante: convidou o Japão para que se integre à missão humanitária da Rússia em Aleppo na Síria. Não há nem nunca haverá iniciativa mais nobre. Os sobreviventes no inferno sírio carecem de ajuda e apoio urgentes (TASS).

Mas estamos em guerra geopolítica, e guerreiros não são gente de coração mole. Há coisas estranhas na iniciativa de Moscou. Primeiro, é oferecimento de militar para militar, feito ao Ministro da Defesa de Tóquio. (Os dois países nem têm tratado de paz depois da 2ª Guerra Mundial.) Segundo, Tóquio, de tão surpresa, ainda não atinou com o que responder. Terceiro, por que convidar o Japão tão distante, com Alemanha ou Suécia ali tão perto?

sábado, 27 de agosto de 2016

Tabuleiro quebrado: Brzezinski entrega o Império, por Mike Whitney

25/8/2016, Mike Whitney, Counterpunch 


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Dos Comentários, em Unz Review:

"A única coisa que me intriga é que Mr. B esteja dizendo tudo isso publicamente. Por quê? Essa gente jamais diz publicamente o que já não tenha vendido mil vezes 'em sigilo'. Fala agora, provavelmente, porque os EUA já não têm condições nem para salvar as últimas panelas" [Pano rápido].



O principal arquiteto do plano de Washington para governar o mundo abandonou o esquema e, agora, fala de construir laços com Rússia e China. Embora o artigo de Zbigniew Brzezinski na revista The American Interest, intitulado "Towards a Global Realignment" (17/4/2016) [Rumo a um realinhamento global] tenha sido praticamente ignorado na mídia-empresa, ele mostra que poderosos membros do establishment produtor de projetos políticos já não creem que Washington conseguirá vencer, no esforço para ampliar a hegemonia dos EUA no Oriente Médio e na Ásia. 

Brzezinski, principal propositor dessa ideia e quem traçou o rascunho da expansão imperial em seu livro de 1997, The Grand Chessboard: American Primacy and Its Geostrategic Imperatives [O grande tabuleiro de xadrez, port. PDF], rendeu-se e clama agora por uma revisão dramática de toda a estratégia. Eis um excerto do artigo de AI:

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Novo Modelo de Segurança Global para Mundo Multipolar

24/8/2016, Tayyab Baloch, Katheon, Moscou


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Papel de Rússia e China

A China apareceu no cenário mundial como "Potência Global" com força militar e a economia que cresce mais depressa em todo o planeta. A liderança chinesa não só não se deixou engambelar pelo jogo sujo dos EUA que tudo fizeram para impedir que a China se tornasse potência mundial, mas, também, provou que a China tem potencial para reparar, mediante desenvolvimento, o dano que os EUA causaram ao mundo na ânsia para conservar a hegemonia. 

A luta da Rússia para voltar ao cenário mundial como superpotência, onde já esteve no tempo dos sovietes, foi bem-sucedida sob a liderança de Vladimir Putin. 

Os líderes desses dois países, China e Rússia, deram-se conta de que o único modo para derrotar mundo unipolar é mudar os centros de poder e constituir as instituições de um novo mundo multipolar. De fato, a parceria estratégica sino-russa está introduzindo uma nova ordem mundial baseada em paz e desenvolvimento.

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Turquia entra na Síria: conspiração unipolar ou coordenação multipolar?

24/8/2016, Andrew KorybkoKatheon


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Está 'na moda' atualmente criticar o Kremlin por incompetência, e sua história recente de decisões controversas, combinada com a suspeita de infiltração de 5ª e 6ª colunas liberais nas instituições nacionais chaves, oferece abundante terreno para críticas. 

Mas tem acontecido de as pessoas perderem as proporções, e porem-se a acusar a Rússia de ter-se deixado 'engambelar' pela Turquia. Interessante que nenhuma dessas críticas seja dirigida publicamente contra o Irã, apesar de Teerã ter-se curvado a Ankara durante e depois da fracassada tentativa de golpe pró-EUA contra Erdogan. Mas dois pesos e duas medidas são a norma, nesse tipo de 'crítica'. E fato é que a Rússia tem recebido muito mais contestações que qualquer outro país, sempre que comentadores multipolares criticam o próprio campo.

Isso precisamente é o que aconteceu no caso do noticiário de que forças curdas haviam cruzado a fronteira para a Síria;e a reação automática mais comum foi que o presidente Putin teria sido manipulado por Erdogan, como parte de alguma trama maquiavélica em larga escala. Naturalmente, ninguém parece ter-se dado conta de que a mesma acusação poderia ser feita, com mais motivos, ao próprio Aiatolá. 

Mito 'sunita' de Washington e guerras internas na Síria e no Iraque (1/2)

16/8/2016, Cyrus Mahboubian (pseudônimo)Blog War On The Rocks*


Ver também:
Mito 'sunita' de Washington e o Oriente Médio desfeito (2/2)
23/8/2016, Cyrus Mahboubian, Blog War on the Rocks [em tradução]
http://warontherocks.com/2016/08/washingtons-sunni-myth-and-the-middle-east-undone/


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


No Iraque, os principais líderes xiitas das Forças de Mobilização Popular, FMPs [ing. Forças de Mobilização Popular (PMF)] reuniram-se recentemente. Entre eles estava um destacado comandante sunita das FMPs, que depois me contou sua história. Quando os homens reuniram-se para as orações, um líder xiita percebeu que aquele companheiro sunita permaneceu sentado. O líder xiita perguntou "Por que não se junta a nós?" 

O comandante sunita respondeu "Não rezo."

"O que quer dizer isso?" perguntou o xiita.

"Se eu rezasse", respondeu o sunita, "estaria no  'Estado Islâmico'**  lutando contra você."


terça-feira, 23 de agosto de 2016

New York Times (NYT): mentiras sobre o Irã e 'notas' sobre 'conflito' com a Rússia... sem fontes!

23/8/2016, Moon of Alabama


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Esse artigo [abaixo] do NYT sobre Rússia e Irã não traz sequer uma fonte para a 'informação' que vem na manchete, já logo repetida no primeiro parágrafo:

Irã revoga licença para que Rússia use base aérea: "Moscou traiu nossa confiança"
BEIRUTE, Líbano – Na 2ª-feira o Irã revogou a licença para que aviões russos voassem missões de bombardeio em território sírio a partir de uma base iraniana, apenas uma semana depois de ter aberto esse extraordinário acesso, dizendo que o Kremlin teria divulgado de modo inaceitavelmente indiscriminado e arrogante o privilégio.
...
O ministro da Defesa do Irã, general brigadeiro Hossein Dehghan, acusou a Rússia de ter divulgado excessivamente o acordo, chamando a atitude de "quebra de confiança" e de "pouco cavalheiresca". O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Bahram Ghasemi, disse a jornalistas em Teerã que a permissão era temporária e "pelo menos por hora, acabou."

Não aparece aí uma única fonte que diga que o Irã "revogou" alguma coisa ou "anulou a permissão". Nem é tão surpreendente que essas coisas tenham sido ditas no Irã. Mas como é possível que o NYT 'declare' tudo isso, por conta própria?! 

Eis o que realmente aconteceu:

Perigosa encruzilhada: EUA invadem a Síria e ameaçam a Rússia

23/8/2016, Eric Zuesse,[1] Global Research, Canadá


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Ontem, 2ª-feira, 22 de agosto, o governo dos EUA – que luta para derrubar o governo legal e internacionalmente reconhecido da Síria – anunciou oficialmente que forças militares dos EUA na Síria continuarão a ocupar terra síria, não importa o que diga o governo sírio, e derrubarão quaisquer aviões sírios que sobrevoem forças dos EUA ali.

Como noticiou ontem Al-Masdar News:

O Pentágono anunciou que os EUA estão prontos para abater aviões sírios e russos que o Pentágono entenda que ameaçam conselheiros militares norte-americanos que, nos termos da lei internacional, operam ilegalmente no norte da Síria.
Na 6ª-feira, o porta-voz do Pentágono Capitão Jeff Davis disse que jatos norte-americanos tentaram interceptar aviões sírios para proteger conselheiros norte-americanos que operam (ilegalmente) com forças curdas na Síria, depois que o governo sírio bombardeou áreas de Hasakah, quando a polícia curda iniciou ataque contra a Força de Defesa Nacional.

Na 2ª-feira, outro porta-voz do Pentágono, Peter Cook, disse:

"Continuaremos a avisar o regime sírio para que se mantenha bem longe dessas áreas. Defenderemos nosso pessoal em campo e faremos o que tiver de ser feito para defendê-los" – disse Cook aos jornalistas.

Significa que o governo dos EUA não permitirá que o governo sírio expulse ou elimine por qualquer outro meio as forças dos EUA que operam ilegalmente na Síria. O governo sírio não convidou forças dos EUA para agir em território sírio, mas agora os EUA estão forçando o governo sírio a afirmar a própria soberania sobre as áreas onde estão localizadas tropas dos EUA.

NeoEUA: Império de Mentiras

21/8/2016, Martin Berger,* New Eastern Outlook, NEO


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


A noção de que os EUA são império de mentiras é praticamente indesmentível e autoevidente para quem tenha acompanhado os eventos da década passada. É triste que hoje a maioria absoluta das políticas e os próprios alicerces da chamada "democracia norte-americana" estejam construídos sobre mentiras acintosas.

Nem chega a surpreender que os ditos 'heróis' dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os nadadores James Feigen, Ryan Lochte, Gunnar Benz e Jack Conger tenham cometido o crime de falso testemunho e inventado que teriam sido assaltados num táxi, quando voltavam à Vila Olímpica. Agora já se sabe que ninguém chegou sequer perto de assaltá-los. Os atletas são sujeitos a julgamento no Brasil pelo crime de falsas acusações, além de estarem sendo acusados de tentarem denegrir a presidenta do Brasil, Dilma Vana Rousseff, que há muito tempo é alvo preferencial de ataques que partem de Washington.

Muito sinceramente, ninguém precisa sequer fingir surpresa, porque os ditos 'nadadores heróis' nasceram e foram criados no mundo de mentiras de Washington, que invade já praticamente todos os aspectos da vida dos norte-americanos. A Casa Branca mente ininterruptamente sobre as incontáveis tentativas para derrubar governos e políticos em geral que não lhe sejam simpáticos em todo o cenário internacional, sempre distribuindo desinformação mediante 'patrocinadores beneméritos' da CIA como George Soros.

Rússia e Irã reformatam a geopolítica do Oriente Médio

21/8/2016, MK Bhadrakumar, Indian Punchline


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Em declarações excepcionalmente assertivas no sábado, o ministro da Defesa do Irã general Hossein Dehqan disse em Teerã que mais bases militares iranianas poderão ser disponibilizadas para uso dos russos, dependendo de exigências operacionais, além da base aérea Hamadan que os bombardeiros russos já estão usando.

Acrescentou que não há limite algum imposto ao acesso de aeronaves russas para operarem também foram da base militar de Hamadan. Dehqan revelou que:


-- jatos e bombardeiros russos são livres para fazer reparos e carregar munição na base iraniana;


-- a cooperação militar do Irã com a Rússia nesse campo é "estratégica" por sua própria natureza; 


-- a cooperação brota de um pacto de defesa para aprofundar a cooperação militar "com vistas a agir mais harmonicamente, especialmente na luta contra o terrorismo";


-- o uso de bases militares iranianas pelos russos é tópico que está além do campo de decisão do Majlis [Parlamento] (implica dizer que se baseia em decisão do Supremo Líder);


-- a aliança Irã-Rússia visa a pôr fim rapidamente ao conflito na Síria.

A grande questão é se estaria sendo preparada uma aliança Irã-Rússia de segurança mútua – algo semelhante ao Tratado Indo-Soviético de 1971.

Senhores da guerra decidiram que "Trump, nunca!"?!

21/8/2016, Rebecca Gordon,* TomDispatch 


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Entreouvido na Vila Vudu:

Artigo interessante pelo que informa sobre os Republicanos nos EUA, mas perigosamente omisso na crítica contra a Hilária, Rainha do Caos, Senhora da Guerra, que vive de "ir, olhar, matar" e cacarejar risadas e que, em matéria de sordidez, nada fica a dever a nenhum Trump e a nenhum Temer.

Vivemos tempos interessantes... [pano rápido].



Não é todo dia que Republicanos publicam carta aberta para informar aos eleitores que o candidato deles à presidência dos EUA não pode chegar à Casa Branca. Seja como for, esse tipo de coisa tem acontecido cada vez mais frequentemente. O mais recente é o caso de 50 representantes do aparelho de segurança, homens – e umas poucas mulheres – que trabalharam nos governos Republicanos de Ronald Reagan a George W. Bush. Todos muito preocupados com Donald Trump.

Todos eles e elas entendem que devem nos alertar para o fato de que o candidato que os próprios Republicanos escolheram "não tem caráter, valores nem experiência para ser presidente".

Provavelmente é verdade, mas vindo de quem vem, pode ser ainda pior. Entre os signatários estão, além de outros, o homem que serviu como consultor jurídico no gabinete de Condoleezza Rice quando ela dirigiu o Conselho de Segurança Nacional (John Bellinger III); um dos diretores da CIA de George W. Bush, que também presidiu a Agência de Segurança Nacional (Michael Hayden); um embaixador do governo Bush à ONU e ao Iraque (John Negroponte); um arquiteto da política neoconservadora para o Oriente Médio adotada no governo Bush e que levou à invasão do Iraque, o qual, desde então, trabalha como presidente do Banco Mundial (Robert Zoellick). Em resumo, dada a história da "guerra global ao terror", aí está lista de criminosos de guerra potenciais, que ainda detêm muito poder.

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Estratégia russo-iraniana muda o jogo, por Pepe Escobar

21/8/2016, Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Os bombardeiros russos Tu-22M3 Backfire – além dos jatos Sukhoi-34 – decolam do campo de pouso iraniano em Hamadan para bombardear jihadistas e sortimento variado de "rebeldes moderados" na Síria, e imediatamente nos vemos diante de movimento geopolítico da mais alta importância, não previsto, que muda tudo.

Os registros mostram que a última vez que a Rússia esteve militarmente presente no Irã aconteceu em 1946; e essa é a primeira vez, desde a Revolução Islâmica de 1979, que o Irã autoriza outra nação a usar território iraniano para operação militar.

Pode-se apostar que o Pentágono enlouquecerá completamente, feito gangue de adolescentes mimados furiosos. Já começou, com reclamações de que o aviso que os russos distribuíram não permitiu tempo suficiente para "preparação" – quer dizer, para se porem a bradar por todo o planeta que teria acontecido mais um episódio da "agressão russa", e, para piorar, em conluio com "os mulás". Na sequência, ainda mais desespero, com Washington a pretender que o Irã teria violado resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

Hillary Clinton voa 35km em jato privado, para participar de reunião dos Rothschild em Nantucket e recolher fundos de campanha

21/8/2016, Tyler Durden, Zero Hedge


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Como noticiamos há poucos dias, Bill e Hillary Clinton passaram a noite de 6ª-feira em Martha's Vineyard celebrando os 70 anos de Bill. Foi negócio grande, que valeu a trabalheira de Obama, que deixou p'rá lá os flagelados da enchente em Louisiana e correu para a festa.

Agora se sabe que, na manhã seguinte, Hillary, que não é de perder tempo com arranjos de viagens plebeias, embarcou em seu jato privado e voou 30 quilômetros até Nantucket onde os Rothschilds organizavam uma reunião para levantar fundos de campanha. Evento aberto a todos... quer dizer, a todos que possam pagar $100 mil por cabeça, pelo convite. Façamos votos de que aí esteja um bom sinal de que a coisa do aquecimento global já foi resolvida e todos podemos dormir em paz, certos de que estamos protegidos de ataques violentos nas mãos do GUP (Grande Urso Porco) [ManBearPig].

domingo, 21 de agosto de 2016

Theresa May e o novo paradigma pós-neoliberal, por Jacques Sapir

9/8/2016, Jacques Sapir, RousseuropeHypothèses 


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Negócio MUUUUUUITO estranho:

(1) Grã-Bretanha foge do neoliberalismo globalizante (leia aí);
(2) 
Rússia foge do neoliberalismo globalizante;
(3) 
até EUA fogem do neoliberalismo globalizante...

Mas #ForaTemer insiste em re-afundar o Brasil nessa porra de neoliberalismo globalizante?!
 Como assim?! Aí tem coisa...

PARA NÃO ESQUECER

"Nós vamos ter um enfrentamento grave. Vocês se preparem."
(Presidente Lula da Silva, do Brasil, maio de 2006).
"Nosso programa para o segundo mandato é (1) mercado interno de massa, apoiado em um amplo programa de distribuição de renda; (2) revolução educacional; (3) política de exportações agressiva; e (4) integração sul-americana que adicione respostas continentais aos impasses econômicos gerados pela volatilidade mundial"
(Ministro José Dirceu, "O que está em jogo em 2006", 22/6/2006, Jornal do Brasil).




A Grã-Bretanha acaba de passar por evento de considerável importância, que pode indicar uma virada importante na política britânica e, também, por suas repercussões, também na França e em outros países europeus.

Mrs. Theresa May, primeira-ministra britânica, que acaba de substituir David Cameron depois do referendo que decidiu pela saída da Grã-Bretanha da União Europeia (o famoso Brexit), acaba de tomar uma medida lógica, quer dizer, praticamente revolucionária, no contexto de seu país. Ao presidir a primeira reunião da Comissão Interministerial sobre a "estratégia econômica e industrial, na 2ª-feira, 2 de agosto, May declarou-se decidida a pôr em pé uma verdadeira política industrial. Na Grã-Bretanha arrasada por mais de 35 anos de "neoliberalismo", essa declaração equivale a uma minirrevolução. O fato de que a decisão seja tomada por primeira-ministra conservadora, do partido de Margaret Thatcher, destaca o caráter revolucionário da medida tomada por Theresa May.

É movimento que anuncia mudança de paradigma. Os mais recentes estudos divulgados por organizações como o FMI pintam a globalização e o preço que custou e custa aos povos de modo bem mais claramente negativo do que há dez, 15 anos. Hoje se compreende que o conceito de globalização promovido pelo FMI (há dez anos) ou da OCDE, não é absolutamente a solução. Já é visível a volta atrás, sob uma forma de voluntarismo, que já se notava com [ministro da Economia] Arnaud Montebourg em 2012-2013.

Das palavras aos atos: Eixo Teerã-Pequim-Moscou muda tudo



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




No espaço de apenas uns poucos dias, a situação no Oriente Médio em geral e na Síria em especial passou por mudanças radicais. Mais importante, são boas mudanças, das quais podemos nos orgulhar, daquelas que fazem muita gente no Pentágono perder o sono. Putin está extraindo completa vantagem da paralisia institucional em que os EUA afundam-se em período de campanhas eleitorais e está, literalmente diante dos olhos vesgos e confusos dos norte-americanos, redistribuindo esferas de influência numa das regiões chaves do mundo. 

sábado, 20 de agosto de 2016

E se Trump aparecer com uma coalizão pós-partidos? Por Pepe Escobar

17/8/2016, Pepe Escobar, SputnikNews


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Hillary Clinton, Rainha do Caos, Senhora da Guerra, Golden Goldman Girl, GGG [Garota Goldman Dourada] é atualmente, para todas as finalidades práticas, candidata oficial bipartidária, representante seja dos neoconservadores seja dos neoliberais conservadores.

Além desses, devem-se incluir também Wall Street; fundos hedge selecionados, garotos(as)-propaganda da Parceria Trans-Pacífico [ing. TPP], os intervencionistas reunidos no Conselho de Relações Exteriores [ing. Council on Foreign Relations, CFR); os barões da mídia-empresa; as feras das empresas multinacionais; de fato, virtualmente todo oestablishment excepcionalista dos EUA, devidamente subscrito pelo mega-ricos e bipartidários 0,0001%.

Assim sendo, Donald J. Trump acaba relegado à surpreendente posição de marginal bilionário ególatra o qual, não se sabe como, delira que pode(ria) fazer o que bem entenda de todo o sistema, movido por inexaurível e desavergonhada audácia .


Sob esse tipo de dinâmica, Trump está sendo demonizado com fervor medieval pela mídia-empresa norte-americana. Sem nunca calar o bico – e gorjeando furiosamente por Twitter – a situação dele não melhora, e dá a impressão de que vive de comprar briga com multidões, em tempo integral. Para o establishment, os bilhões do homem nada significam: continuam a tratá-lo como escória, um joão-ninguém. É possível que seja insensível a qualquer tipo de empatia; mas fato é que o modo como está sendo tratado tem valido a Trump muita simpatia, que se alastra entre as massas norte-americanas brancas, sem acesso à universidade, iradas, semifalidas.