terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Remodelar o Oriente Médio: Por que as intervenções do Ocidente têm de acabar, por Elijah J. Magnier (2ª parte)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

O projeto dos EUA para criar um “estado-selva” na Síria criou um poderoso movimento de Resistência

A intervenção estrangeira empurrou muitos em todo o Oriente Médio para a miséria, e ao mesmo tempo os tornou ainda mais determinados a enfrentar o projeto de dominação global no qual os EUA tanto investem. O número de países do Oriente Médio e atores não estatais que se opõem à coalizão norte-americana é relativamente pequeno e frágil, se comparado aos adversários, mas mesmo assim a Resistência conseguiu fazer estremecer a superpotência mais rica e mais forte, e seus aliados no Oriente Médio senhores do petróleo, que em anos recentes tanto investiram na guerra e tanto a instigaram. Essa Resistência cresceu e amadureceu e atraiu o apoio global, mesmo na contramão de guerra jamais vista de propaganda pelos veículos das mídia-empresas de massa. O soft power da coalizão norte-americana foi minado domesticamente e em todo o mundo, a partir da flagrante mentira que é intrínseca ao projeto de garantir sobrevivência às gangues de jihadistas takfiri para que aterrorizassem, estuprassem e assassinassem cristãos, sunitas, seculares e outras populações civis, ao mesmo tempo em que fingem que combatem numa inexistente guerra global ao terrorismo dito islamista.

Remodelar o Oriente Médio: Por que as intervenções do Ocidente têm de acabar, por Elijah J Magnier (1ª parte)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga
Dos Comentários: RAY032, 15/02/2019 at 3:43 pm

A governança do Hezbollah é horizontal, e ali ninguém é indispensável. Sou Cristão Canadense, e essa linha, para mim, traduziu-se nos termos de Apocalipse 3:21: “E disse o Senhor: “Ao que vencer lhe concederei que se assente comigo no meu trono; assim como eu venci, e me assentei com meu Pai no seu trono”.
(Epígrafe acrescentada pelos tradutores)
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Sayyed Abbas al-Mussawi, Secretário-geral do Hezbollah assassinado por Israel.

Cada intervenção estrangeira levou o Oriente Médio a se auto-reconfigurar contra as potências intervencionistas. Foi duramente contra-atacada, criando o efeito oposto ao que o desejavam as potências intervencionistas. Se se considera a história recente (os últimos 40 anos, desde que a Organização para Libertação da Palestina, OLP, foi expulsa do Líbano), a lista é cataclísmica. Tem-se a constituição do Hezbollah, do Hamas, da al-Qaeda, do ‘Estado Islâmico’ (ISIS), o fim do regime dos Talibã, Saddam Hussein, Moammar Ghadaffi, a tentativa de derrubar o presidente Bashar al-Assad da Síria, a tentativa de dividir o Iraque e a guerra contra o Iêmen. A lista dá prova da quantidade inacreditável de recursos mobilizados por EUA, Israel, Europa e respectivos aliados no Oriente Médio, sempre tentando “mudar o regime”; e do fracasso retumbante do ‘plano’ para criar um “novo Oriente Médio”.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Doravante, para Putin, elites ocidentais são “suínas”, por Dmitry Orlov

22/2/12019, Dmitry Orlov, Rússia Insider

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Artigo que publiquei há quase cinco anos, “Putin às elites ocidentais: Acabou a brincadeira”, converteu-se no maior sucesso popular até hoje, com mais de 200 mil leituras ao longo dos anos seguintes. Naquele artigo, escrevi sobre o discurso de Putin na conferência do Clube Valdai de 2014. Naquele discurso, o presidente da Rússia definiu as novas regras pelas quais a Rússia conduz sua política exterior: abertamente, à vista do público, como nação soberana entre nações soberanas, afirmando os próprios interesses nacionais e exigindo ser tratada como igual. Mais uma vez, as elites ocidentais não ouviram o presidente Putin.

Em vez de cooperação mutuamente benéfica, insistiram na linguagem das acusações alucinadas, e em sanções contraproducentes e desdentadas. Assim aconteceu que, no discurso de ontem à Assembleia Nacional Russa, ouviu-se claramente o tom do mais completo desdém, do mais total desprezo de Putin por seus “parceiros ocidentais”, como o presidente costumava dizer. Dessa vez, Putin chamou-os de “porcos”.

Putin, à Assembleia da Federação Russa, por Pepe Escobar

22/2/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O discurso “O Estado da Nação” do Presidente Putin (vídeo e texto em ing., traduzido ao port. no Blog do Alok) à Assembleia da Federação Russa em Moscou essa semana foi evento extraordinário. Embora dedicado a questões do desenvolvimento social e econômico do país, Putin, como era de esperar, registou a decisão dos EUA de se retirarem do Tratado para Forças Nucleares de Alcance Intermédio (ing. INF) e demarcou claramente as linhas vermelhas relacionadas a consequências possíveis do movimento.

Seria ingenuidade crer que pudesse não haver contragolpe sério à possibilidade de os EUA instalarem lançadores de mísseis “que podem disparar mísseis Tomahawk” na Polônia e na Romênia, a apenas 12 minutos de voo de distância do território russo.

Putin foi direto ao ponto: “É gravíssima ameaça contra nós. Se acontecer assim, seremos forçados – repito, para salientar – seremos forçados a responder com ações espelhadas ou assimétricas.”

Mais tarde, muitas horas depois do discurso, Putin detalhou o que os EUA conceberam, apresentando o movimento mais uma vez como ameaça.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Vladimir Putin, Presidente da Rússia - Discurso ao Parlamento (Duma) da Federação Russa (2019)

20/2/2019, no salão Gostiny Dvor, Moscou [íntegra, transcrita em inglês pelo Kremlinaqui traduzida]


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Maravilhoso! Em vez de rastejar e cortar investimentos em saúde e educação, para pagar juros obscenos a banqueiros assaltantes, como faz o governo golpista de Guedes-Bolsonaro, Putin decide:

“Se necessário, o orçamento terá de ser ajustado em conformidade. Para o subsídio que estou propondo, serão necessários mais 26,2 bilhões de rublos em 2019. Os valores relevantes para 2020 e 2021 são de 28,6 bilhões de rublos e 30,1 bilhões de rublos, respectivamente. Estes fundos são enormes, mas devem ser atribuídos e utilizados naquilo que já apontei e que o país considera seu interesse prioritário”. [Do discurso, de hoje, adiante]
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Aos Membros do Conselho da Federação, deputados da Duma, cidadãos da Rússia,

O discurso de hoje é dedicado principalmente a questões de desenvolvimento social e econômico interno. Gostaria de me concentrar nos objetivos estabelecidos na Ordem Executiva de maio de 2018 e detalhados nos projetos nacionais. O conteúdo e as metas que aí se estabelecem são reflexo das exigências e expectativas dos cidadãos russos. As pessoas estão no centro dos projetos nacionais, que se destinam a criar uma nova qualidade de vida para todas as gerações. Este objetivo só pode ser alcançado, se se criar uma outra dinâmica no desenvolvimento da Rússia.

Estes são objetivos de longo prazo que estabelecemos para nós próprios. No entanto, o trabalho para alcançar estes objetivos estratégicos tem de começar hoje. O tempo é sempre escasso, como os senhores deputados sabem muito bem. Não há, pura e simplesmente, tempo para nos atualizarmos ou fazermos quaisquer ajustamentos. Em suma, creio que já concluímos a fase de articulação de objetivos e de definição de ferramentas para alcançar as nossas metas. Não é admissível nos Afastarmos das metas traçadas. E, sim, são objetivos desafiantes. Tampouco é opção reduzir os requisitos para metas específicas ou diluí-los.

Como já disse, estes são desafios formidáveis que nos obrigam a empreender grandes esforços. Mas estão em sintonia com a escala e o ritmo das alterações globais. Nosso dever é continuar a avançar e a ganhar ímpeto.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

Os cinco estágios do colapso, atualização 2019, por Dmitry Orlov

15/1/2019, Dmitry Orlov, Club Orlov

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O colapso, em cada estágio, é processo histórico que exige tempo para completar a própria trajetória, conforme o sistema adapta-se às circunstâncias sempre mutáveis, compensa as próprias debilidades e encontra vias para continuar a funcionar, seja no nível que for. Mas o que muda repentinamente é a fé, ou, para pôr em termos mais empresariais, o sentimento. 

Grande parte da população ou uma classe política completa dentro de um país ou todo o mundo podem funcionar baseados num certo conjunto de pressupostos, por muito mais tempo do que a situação garantiria, mas então, num curto período de tempo, mudar-se para um conjunto diferente de pressupostos. O que sustenta o status quo daí em diante é a inércia das instituições. A inércia das instituições impõe limites à velocidade na qual os sistemas conseguem mudar sem colapsar completamente. Além desse ponto, o povo tolerará as velhas práticas, até que se consiga encontrar substitutos para elas.

A nação profunda da Rússia

17/10/2019, Moon of Alabama


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Em ensaio recém publicado, um auxiliar próximo do presidente Vladimir Putin descreve o sistema de governança na Rússia. Muito diferente da visão ‘ocidental’ de sempre, de que lá haveria um estado russo ‘autocrático’.

A mídia nos EUA frequentemente apresenta a Rússia como estado regido de cima para baixo, pelos caprichos de um só homem. E sempre cita acadêmicos ocidentais[1] pagos para ‘demonstrar’ a versão oficial. Bom exemplo é essa coluna no Washington Post:

sábado, 16 de fevereiro de 2019

EUA: elites incapazes de compreender a China, por Pepe Escobar

15/2/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Por que os “5 Olhos” – EUA, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia – além do Japão, bloquearam Huawei e impediram que a empresa participasse da construção de sua infraestrutura de 5G? 

Porque, diferente dos “5 Olhos”, o equipamento Huawei BLOQUEIA a Agência de Segurança dos EUA e impede que espione o mundo inteiro – linha vermelha absoluta, para o Excepcionalistão. 

(Pepe Escobar, Facebook, 16/2/2019, 18h (hora de BSB)
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Novo relatório sobre a política dos EUA para a China, publicado pela Asia Society em New York é mais um exemplo de como as elites intelectuais nos EUA, supostas bipartidárias, em vez de ofereceram aconselhamento sério, imparcial, pouco fazem além de repetir os pontos ‘a destacar’, feito papagaios de Washington, e absolutamente não admitem que nada sabem, de substancial, sobre China e Rússia como “ameaças existenciais”.

O relatório ‘Course Correction: Toward an Effective and Sustainable China Policy’ [Correção de curso: Para uma política efetiva e sustentável para a China] foi escrito em colaboração com o Centro Chinês Século 21 da Universidade da Califórnia, San Diego. Orville Schell, um dos diretores do Relatório da Força-tarefa, deve ser considerado como um dos menos enviesados, dentre uma seleção não homogênea de autoproclamados especialistas em China, nos EUA.

Ainda assim, o relatório vacila entre “confrontar a China” e “conseguir que a China coopere”. Não inclui “respeitar” a China – considerando todas as conquistas da nação, 40 anos depois das reformas iniciadas pelo pequeno timoneiro Deng Xiaoping.

Peixe-país predador e peixe-país presa, por Patrick Armstrong

6/2/2019, Patrick Armstrong,* Strategic Culture Foundation


“Saibam todos que visitem essas lápides: Lembramos todos. Lembramos tudo.
Eles defenderam vocês.”

(Olga Berggolts, em poema gravado no monumento em homenagem aos moradores resistentes mortos na luta vitoriosa contra os nazistas, no Cemitério Piskaryovskoye, em Leningrado).
[Epígrafe acrescentada pelos tradutores]


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Achei bem útil essa analogia: pode-se dizer grosso modo que, ao longo dos últimos mil anos, alguns países foram peixe predador e alguns foram peixe-presa. Predadores e presa têm autoimagens completamente diferentes, e completamente diferentes comportamento e compreensão de como funciona o mundo e de como os países interagem.

Venezuela, 2019 - Para mídia, o plano do golpe de Trump já fracassou

14/2/2019, Moon of Alabama

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Dia 25 de janeiro, dois dias depois de Guaidó, o Penetra, se autodeclarar presidente da Venezuela, já eram óbvias as falhas nos planos para o golpe que os EUA tentavam aplicar na Venezuela:

Entenda a moderna governança russa: Putin e seu estado duradouro

14/2/2019, Vladislav Surkov, orig. em russo; com trad. ao ing. de Dmitry Orlov no Blog Vineyard of the Saker, aqui retraduzida ao português, com Introdução[1] do tradutor russo

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


“Apenas parece que teríamos escolha.” São palavras surpreendentes pela profundidade do significado e pela audácia. Foram pronunciadas há uma década e meia, estão hoje esquecidas e já ninguém as cita. Mas sabe-se, pelas leis da psicologia, que o esquecido nos afeta muito mais do que o sempre lembrado. E essas palavras, extraídas para bem longe do contexto no qual foram enunciadas pela primeira vez, resultam no primeiro axioma do novo Estado russo sobre o qual foram construídas todas as teorias e práticas da política contemporânea.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Brilhante estratégia de Trump para esquartejar a hegemonia do EUA-dólar

1/2/2019, Michael Hudson, Hudson Website

“O fim do imperialismo monetário norte-americano, sobre o qual escrevi pela primeira vez em 1972 em Super Imperialism, surpreende até mesmo um observador bem informado como eu. Requerem-se níveis colossais de arrogância, de visão curta e total desconsideração à lei, para acelerar o declínio norte-americano: isso tudo, precisamente, é o que só neoconservadores completamente alucinados feito John Bolton, Elliot Abrams e Mike Pompeo podem fornecer a Donald Trump.”

Taí! Isso, sim, afinal, explica os Bs no governo, o ônix, a doida no ministério da mulher, o analfabeto no ministério da educação, o animal no ministério do meio ambiente e coisa e tal... [pano rápido].
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O fim da dominação econômica norte-americana não contestada chegou antes do esperado, graças aos mesmos neoconservadores que deram ao mundo a guerra do Iraque, da Síria e as sujas guerras na América Latina. Assim como a Guerra do Vietnã arrancou os EUA do padrão ouro em 1971, o patrocínio e o financiamento que estão garantindo as violentas guerras para mudança de regime contra a Venezuela e a Síria – e as ameaças de sanções contra outros países que não se unam na mesma cruzada – estão hoje levando países europeus e outros a ter de criar suas próprias instituições financeiras alternativas.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Descanse em paz, Tratado INF*: Vitória da Rússia, Waterloo dos EUA, por Dmitry Orlov

5/2/2019, Dmitry Orlov, Club Orlov

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Dia 1/3/2018 o mundo foi informado dos novos sistemas de armas da Rússia, ao que se sabe construídos sobre novos princípios da Física. Em discurso à Assembleia Russa, Putin explicou como tudo aconteceu: em 2002, os EUA retiraram-se do Tratado dos Mísseis Antimísseis Balísticos [ing. Anti-Ballistic Missile Treaty, Tratado ABM]. Naquele momento, os russos declararam que seriam forçados a responder; ouviram um “Façam o que quiserem”.

E os russos fizeram, desenvolvendo novas armas que nenhum sistema de mísseis antimísseis balísticos pode sequer sonhar com interceptar. As novas armas russas incluem uma que já está em operação (Kinzhal), uma que está em fase final para produção em massa (Avangard) e várias que estão atualmente em teste (PoseidonBurevestnikPeresvetSarmat). As características dessas armas são, em resumo, as seguintes:

Irã olha para o Oriente, em tempos de golpes e dificuldades que lhe vêm dos EUA, por Pepe Escobar

13/2/2019, Pepe Escobar, Asia Times


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



No 40º aniversário da Revolução Islâmica, 6ª-feira passada, o Supremo Líder Aiatolá Khamenei esforçou-se para expor a posição geopolítica do Irã em termos simples: Temos boas relações com todas as nações do mundo, não queremos romper relações com nenhuma nação europeia’, e explicou o slogan ‘Morte à América’.

O Aiatolá explicou que ‘Morte à América’ “significa morte a Trump, John Bolton e Mike Pompeo. Significa morte aos que governam os EUA. Não temos nenhum tipo de problema com o povo dos EUA.”

Sobre Chrystia Freeland, que construiu o golpe de Trump contra a Venezuela

7/9/2019, Eric Zuesse, Strategic Culture Foundation

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Dia 5/2/2019, 2a-feira, a ministra de Relações Exteriores do Canadá Chrystia Freeland anunciou que, aos 14 países do Grupo de Lima – que, na verdade, fora criado pela mesma Freeland dia 8/8/2017, com o objetivo de derrubar e substituir o atual presidente da Venezuela, Nicholas Maduro —, passavam a se unir (não disse o grau de compromisso da ‘união’) a União Europeia e mais outros países individualmente. Disse ela:

EUA, América Latina e soberania O que está em jogo na Venezuela?

8/2/2019, Greg Grandin, London Review of Books Online



“ ‘O povo da América do Sul é o mais ignorante, de visão mais enviesada, o mais supersticioso de todos os Católicos Romanos no Mundo Cristão,’ escreveu John Adams,
segundo presidente dos EUA, em 1815” (Greg Grandin, 
LRB, vol. 31, n. 20, 22/10/2009).

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



1. O conceito de soberania pode referir-se ao controle político que um líder exerce sobre uma sociedade e território, ou o controle psíquico que um indivíduo exerce sobre si mesmo.

2. Soberania é conceito que tem longa história no pensamento político, no mínimo em relação à expansão das potências imperiais europeias. Mas foi na América Hispânica, que o conceito assumiu sua forma moderna – aplicado a estados-nações não imperiais ou não coloniais – e pela primeira vez foi posto em ação como norma diplomática.

3. À altura do final da década dos 1820s, todas as ex-colônias da Espanha na América, exceto Cuba e Porto Rico, já haviam alcançado a independência. Esses novos países – dentre os quais, a Gran Colombia, as Províncias Unidas, Bolívia, Peru, República do Chile e os Estados Unidos do México – aceitaram a integridade territorial dos demais, baseada em antigas fronteiras coloniais. Não tiveram alternativa, dado que cada nação legitimava e simultaneamente ameaçava todas as demais: legitimava, porque a independência de uma delas confirmava o direito das demais a se rebelarem contra a ordem monárquica estabelecida; e ameaçava, porque todas nasceram num tempo em que a lei internacional reconhecia a guerra e a conquista como meios válidos para obter território e estabelecer soberania.

Republicando - Privatização: o coração do fascismo

25/8/2015, Eric ZuesseStrategic Culture


Privatizações estão cada vez mais em moda, na Grécia, na Ucrânia, nos EUA e na Grã-Bretanha – e privatizações são um dos traços centrais do fascismo.

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O núcleo do fascismo é a ideia de que há alguma elite – seja "os arianos" seja "o povo escolhido por Deus" ou assemelhados – que devem comandar; e todos os demais seres humanos existem para servir àquela elite. Inevitavelmente, essa elite oficial consiste no pessoal que o poder, seja qual for, escolhe para serem os proprietários de tudo que tenha valor de venda. E crescentemente os bens vão-se tornando propriedade privada daquela gente – e até o que foi criado como patrimônio público torna-se privado. Praias tornam-se privadas. Escolas. Florestas. Rios. Recursos naturais em geral tornam-se privados. Não se trata só da arte que os nazistas roubaram e privatizaram e/ou exibem em museus controlados por eles, que se torna privada; é tudo que aquela elite deseje ter e controlar: tudo será privatizado. Esse é o ideal fascista.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

É mito que EUA teriam “detonado” o ‘Estado Islâmico’ na Síria

9/2/2019, Stephen Lendman, Global Research

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



‘Estado Islâmico’ – ing. ISIS, que não é nem “estado” nem “islâmico” – é criação dos EUA. E al-Qaeda, a frente al-Nusra, descendente da al-Qaeda e outros grupos terroristas também são criação dos EUA: todos esses grupos foram usados pelo Pentágono e pela CIA como ‘agentes locais’ mercenários, e simulacro de soldados, que os EUA usam para fazer suas guerras em áreas distantes.

As frases de Trump, segundo as quais os EUA estariam “detonando” o ‘Estado Islâmico’… Ou teriam “derrotado” o ‘Estado Islâmico’ na Síria” são rematadas mentiras. Antes, Trump já dissera que ele saberia “muito mais sobre #‘Estado Islâmico’ do que os generais”...

EUA têm longa história de intervenção em assuntos internos da Venezuela

A influência dos EUA na Venezuela é parte de um plano imperial de dois séculos

9/2/2019, Shane Quinn, Global Research


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga

As causas de base das crises em curso na Venezuela vão-se tornando cada vez mais aparentes, ao ritmo em que a situação no país alcança níveis cada vez mais ameaçadores. A Venezuela é dona de 1/5 de todas as reservas de petróleo conhecidas no planeta, equivalente às reservas somadas de Irã e Iraque, e deixa para trás, em segundo lugar, a Arábia Saudita.


A obsessão dos EUA contra a Venezuela explica-se, principalmente, pelos recursos quase sem fim da nação sul-americana. Se conseguirem substituir o presidente Nicolás Maduro, 56 anos, por qualquer figura simpática aos desejos imperiais dos EUA, os recursos naturais reunidos em território venezuelano dariam impulso considerável à hegemonia mundial dos EUA.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Venezuela: vamos ao que interessa, por Pepe Escobar

01.02.2019 - Pepe Escobar, Strategic Culture Foundation 



Traduzido por btpsilveira



Finalmente a Guerra Fria 2.0 atingiu repentinamente a América do Sul – colocando em campo os EUA e seus minions contra os pilares da integração da Eurásia em andamento: Rússia, China, Irã e Turquia.
É o petróleo, estúpido. Mas há muito mais do que parece (óleo).

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Nota sobre o crime contra a Venezuela

31/1/2019, J.B.Gerald, Night Lantern         


31/1/2019, 12:01pm, Facebook• [ing. aqui traduzido] Boa análise. Problema é que os EUA e a UE rejeitará qualquer Astana para salvar a Venezuela – exatamente como rejeitaram Astana para a Síria.

Escrevo sobre isso em tempo integral há anos; mais e mais, a batalha se trava entre os dois grandes polos: integração da Eurásia versus Império do Caos e lacaios selecionados do ocidente.
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga




Para esclarecer a importância da tentativa de golpe de Estado de 23 de Janeiro na Venezuela, recordamos que, desde a Segunda Guerra Mundial, a motivação habitual para as violações da Convenção sobre o Genocídio tem sido a cobiça, dos sempre os mesmos, sobre recursos naturais de alguma parte do mundo. Por exemplo, Iraque, Líbia, Síria, Haiti, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Sudão do Sul, Guatemala e outros.

As populações que habitam áreas ricas em recursos naturais são forçadas a fugir, exilar, refugiar-se em outros lugares, ou são atacadas por doenças, ou fome, ou diretamente assassinadas por programas militares, ou divididas internamente em guerras civis que garantam quem morram homens, mulheres e crianças, aos milhões.

Os danos são intergeracionais, porque os efeitos do urânio empobrecido ou dos resíduos da mineração passam de pai para filhos e netos; os sobreviventes de uma geração perdem os filhos na geração seguinte. O efeito da destruição de um habitat é a destruição de um povo com reivindicações históricas legais sobre a terra e seus recursos naturais.

Se estas multidões de seres humanos forem erradicadas, o desenvolvimento dos recursos naturais prossegue sem impedimentos ou qualquer benefício ou pagamento aos legítimos proprietários. 

Esse blog “Lanterna da Noite” faz aqui um alerta aos povos que habitam ou podem reivindicar legalmente um território rico em recursos naturais.

No Afeganistão, os EUA revisitam a síndrome do Vietnã, depois de 17 anos de guerra e destruição

31.01.2017 - Finian Cunningham, Information Clearing House


tradução: btpsilveira



É a guerra mais prolongada dos EUA, custando enormes somas de “sangue e dinheiro” como afirmam os líderes dos Estados Unidos. Mas parece que os EUA estão aceitando finalmente uma derrota histórica no Afeganistão, comparável à vergonhosa derrota na Guerra do Vietnã.

Negociações intensas entre autoridades (norte)americanas e os insurgentes do Talibã produziram o “maior passo concreto” na direção do fim da guerra que já dura quase 18 anos no Afeganistão, de acordo com o New York Times.

Novas conversações estão marcadas para as próximas semanas para reforçar os detalhes, mas já existem  relatos de que os EUA estão retirando as 14000 tropas remanescentes do país da Ásia Central dentro do próximo ano, mesmo sem quaisquer garantias de reciprocidade pelo inimigo.