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sábado, 16 de fevereiro de 2019

Entenda a moderna governança russa: Putin e seu estado duradouro

14/2/2019, Vladislav Surkov, orig. em russo; com trad. ao ing. de Dmitry Orlov no Blog Vineyard of the Saker, aqui retraduzida ao português, com Introdução[1] do tradutor russo

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


“Apenas parece que teríamos escolha.” São palavras surpreendentes pela profundidade do significado e pela audácia. Foram pronunciadas há uma década e meia, estão hoje esquecidas e já ninguém as cita. Mas sabe-se, pelas leis da psicologia, que o esquecido nos afeta muito mais do que o sempre lembrado. E essas palavras, extraídas para bem longe do contexto no qual foram enunciadas pela primeira vez, resultam no primeiro axioma do novo Estado russo sobre o qual foram construídas todas as teorias e práticas da política contemporânea.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Analisando o colapso contínuo dos EUA, com Dmitry Orlov

11.01.2019 - The Saker, Dmitry Orlov - The Vineyard of the Saker, The Unz Review


Tradução: btpsilveira




A palavra ‘catástrofe’ tem muitos conceitos, mas em sua significação original, em grego, a palavra queria dizer “queda súbita” (katastrophé em grego, ‘queda, reviravolta’ de kata-cair, para baixo + strophé[radical strophein]-‘transformar, virar’). Da mesma forma, para a palavra ‘superpotência’ também há várias definições possíveis. A minha preferida é esta: “‘superpotência’ é o termo usado para descrever um Estado em posição dominante, caracterizado por sua grande capacidade de influenciar ou projetar poder em escala global. Consegue isso através da combinação de força econômica, militar e cultural, poder de convencimento (soft power) e diplomacia. Tradicionalmente, as superpotências predominam entre as grandes potências.” Outra: “uma nação extremamente poderosa, em particular capaz de influenciar eventos internacionais e os atos e políticas de nações menos poderosas” e ainda “um corpo governamental internacional capaz de impor sua vontade mesmo a Estados também poderosos”.
Tenho mencionado em muitos de meus artigos o visível declínio dos Estados Unidos e seu Império, assim não vou repetir aqui nada além disso: a “capacidade de influenciar e impor sua vontade” provavelmente é o melhor critério para medir o tamanho da queda dos Estados Unidos desde que Trump chegou ao poder (o processo já tinha se iniciado com Dubya e Obama, mas com certeza foi acelerado pelo Donald). Porém quero usar uma metáfora para revisitar o conceito de ‘catástrofe’ (Dubya é uma maneira de certa forma sarcástica de se referir a George W. Bush e diferenciá-lo de George H. W. Bush, seu pai. Ambos foram presidentes dos EUA. ‘Dubya’, tem a ver com a pronúncia da letra W – NT).

domingo, 6 de janeiro de 2019

De 2018 a 2019 – pesquisa rápida de algumas tendências, por The Saker

03.01.2019 - The Saker - The Vineyard of the Saker

Traduzido por btpsilveira

(análise escrita originalmente para o site Unz Review)




O ano de 2018 entrará para a história como o de uma reviravolta na evolução do ambiente geoestratégico de nosso planeta. Existiram várias razões para isso e não conseguirei enumerá-las todas. Mas colocarei aqui algumas que considero as mais importantes:

sábado, 15 de dezembro de 2018

Apareceu no radar: Ataque nuclear dos EUA à Rússia - O plano do governo dos EUA de conquistar a Rússia por uma invasão surpresa

11/12/2018, Eric Zuesse,[1] para The Saker Blog


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



A seguinte combinação de artigos explica – e aí estão os links para provas conclusivas – que o governo dos EUA está realmente distribuindo e alocando suas forças nucleares, para o objetivo de vencer guerra nuclear contra a Rússia (Guerra Mundial III, GM III); que os EUA já não estão limitados ou contidos (assumindo-se que algum dia os EUA tenham sido limitados ou contidos na loucura nuclear) pela ideia de que a GM III produziria catástrofe inaceitável para os dois lados (“Destruição Assegurada para os dois lados”, ing. “Mutually Assured Destruction”, MAD), e catástrofe que teria de ser evitada a qualquer custo. 

Hoje o governo dos EUA está absolutamente determinado a vencer a GM III, não a evitar a GM III.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Coletes Amarelos da França: Um mesmo protesto... que durou oito anos, por Ramin Mazaheri

712/2018, Ramin Mazaheri,  para The Saker Blog

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O mais importante que se tem de compreender sobre o movimento dos Coletes Amarelos da França é que a mídia-empresa dominante quer que você o veja como incidente isolado que surge num vácuo, quando o que mais nos interessa é considerar o movimento num continuum.

Quando começaram os Coletes Amarelos não fui idiota a ponto de dizer, “sim, mas... e daí?” 

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Preparem-se para o Gaza-samba, por Pepe Escobar

9/11/2018, Pepe Escobar (do Gilgit-Baltistão, Paquistão, exclusivo para o The Saker Blog)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Eduardo Bolsonaro e Carlos Bolsonaro - filhos do presidente eleito, Jair Bolsonaro – aparecem vestidos com camisetas das Forças de Defesa de Israel e do Mossad, serviço secreto israelense.

Estou num sobe e desce pela rodovia Karakoram no Gilgit-Baltistão, como num trapézio, entre o Grande Jogo – o original, entre Grã-Bretanha e Rússia imperiais – e o Novo Grande Jogo dos Excepcionalistas contra a integração da Eurásia.

Foi quando, cruzando as montanhas imponentes acariciadas pelo sol, chega um raio lançado por The Saker, na forma de matéria de RT que mostra ao mundo uma dupla de brasileiros fuleiros, fazendo pose de sionistas; e o Saker sugere que eu comente.

domingo, 11 de novembro de 2018

(B)RIC(S) depois de Bolsonaro, por Ghassan Kadi

8/11/2018, Ghassan Kadi, The Saker Blog

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



A sigla BRICS designa a ‘aliança’ que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Mas, e com todo o respeito por Brasil e África do Sul, BRICS resume-se efetivamente a RIC ou IRC ou CRI e outras fórmulas [(B)RIC(S)].

Com Rússia, Índia e China, não interessa em que ordem, aí está o futuro da Eurásia; setor praticamente nunca mapeado onde vive 1/3 de toda a população do planeta; vasta porção de massa terrestre, rica em recursos, não só recursos humanos, e só esperando o melhor momento para pôr sua marca na história.

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Eurozona não admite que vive Década Perdida – França não admite que arrocho prosseguirá em 2019

26/9/2018, Ramin Mazaheri,* para The Saker Blog,


Traduzimos a palavra “austerity” do original [lit. fr. austerité; port. austeridade], por “arrocho” – que disso se trata. “Austeridade” é traço louvável que define quem organize a vida do melhor modo possível, para CONSEGUIR PAGAR PELOS ITENS INDISPENSÁVEIS À PRÓPRIA SOBREVIVÊNCIA, DE SUA FAMÍLIA, SEUS PRÓXIMOS, DE SUA TRIBO, DE SEU PAÍS, com dignidade.

Austeridade NÃO É cortar gastos essenciais, sem os quais cidadãos e sociedade perdem condições de sobrevivência digna, para dar mais dinheiro aos bancos. 
Isso é “arrocho [NTs].
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“Aqueles aos quais a austeridade é facílima, o prazer é a mais difícil das tarefas”.
Carnet d'un biologiste, Jean Rostand**
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Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Seria de esperar que, se o arrocho na economia tivesse acabado, o evento fosse trombeteado a plenos pulmões, não?

Afinal de contas, durou tanto tempo, foi tão amplamente desprezado e odiado, é tão completo, total fracasso econômico, e foi fonte de tantos e tais protestos, prisões, bombas de gás lacrimogêneo pelas ruas, canhões de água, violência da Polícia e – sem dúvidas – mortes resultantes de mau atendimento médico em geral, suicídios motivados por dívidas impagáveis, etc. Não é situação exclusiva da França, 2ª maior economia e motor da Eurozona, que padeceu dois anos de catastrófica Grande Recessão e, depois, sete anos consecutivos de orçamentos arrochados nos planos ditos “de austeridade”.

terça-feira, 25 de setembro de 2018

Rússia implantará uma ZAE (Zona Aérea de Exclusão) "não oficial" na Síria

24/9/2018, The Saker, The Vineyard of the Saker

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Hoje, o ministro da Defesa da Rússia Sergey Shoigu anunciou medidas que foram muito além do que eu esperava.  Especificamente, Shoigu anunciou que


1. Nas próximas duas semanas, a Rússia entregará aos sírios os sistemas S-300s de defesa aérea (com alcance de 250 km).

2. A Rússia entregará sistemas automatizados avançados de gestão das defesas aéreas, que ampliarão *dramaticamente* as capacidades de defesa dos sírios e impedirão futuros incidentes de “fogo amigo”.

3. A Rússia usará suas capacidades de guerra eletrônica para impedir a navegação por satélite, quaisquer sistemas de radar embarcado e as comunicações de aviões que ataquem alvos em território sírio no espaço aéreo sobre as águas do Mediterrâneo próximas à Síria.

É solução muito flexível e elegante, pelas seguintes razões:

terça-feira, 18 de setembro de 2018

Rússia culpa Israel pela derrubada de seu avião EW (ATUALIZADO 2 xs)

18/9/2018, The Saker, The Vineyard of the saker


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Basicamente: quatro aviões de Israel foram mandados em missão de bombardeio contra alvos próximos de instalações dos russos em Khmeimim e Tartus (só até aí, já é ato de simultaneamente estupidez e temeridade). Os israelenses *deliberadamente* não avisaram os russos até o último minuto antes do ataque, de modo que os russos não tiveram tempo de alertar a tripulação do avião Il-20 armado com equipamento eletrônico, que fazia a aproximação para um pouso, para que se afastasse da área. Quando o S-200 sírio disparou seus mísseis para interceptar os mísseis de Israel, os F-16 usaram o Il-20, que tem figura muito maior no radar, para se esconderem. Os mísseis sírios atingiram o avião russo, o que resultou em 15 mortos e um avião destruído.

Típica ‘esperteza’ de israelenses.

O Ministério da Defesa da Rússia culpou os israelenses por todo o incidente e declarou o ataque “vil e covarde” [ing. dastardly], as ações dos israelenses, “hostis”, e disse que a Rússia “reserva-se o direito” de responder com “contra-ações adequadas”.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Provado: EUA Protegem Al-Qaeda na Síria

14/9/2018, Eric Zuesse, para The Saker Blog


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Dos comentários:
B.F.        14/9/2018             9h03 EST/EDT
"Fazer guerra usando locais como 'representantes/agentes procuradores' nada tem de novidade. O "ISIS na Síria" foi criado pelos EUA e aliados para derrubar o presidente Assad e criar um Califato que depois seria usado contra o sul da Rússia. Não aconteceu bem assim. Hoje, EUA não podem permitir que Idlib caia, porque perderiam o último pretexto para permanecer na Síria. E têm de ficar lá, por razões geopolíticas e para usar aqueles postos para um possível ataque ao Irã.

Eric Zuesse levantou possibilidade interessante, de que o presidente Assad poderia desistir de Idlib. É a primeira vez que ouço falar desse tipo de manobra. 
Teoricamente, tudo é possível. E é verdade que Assad não se sentirá confortável com uma fortaleza do ISIS ali, no seu próprio.

Putin e Erdogan reúnem-se outra vez, agora em Sochi, dia 17 de setembro. Veremos o que resolvem. Seja como for, não vejo Putin e Assad cedendo Idlib tão facilmente, por causa de 'planos' de EUA e Turquia."
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Há provas abundantes de que o governo dos EUA protege Al-Qaeda na Síria. Nesse momento, EUA estão protegendo o principal centro da Al-Qaeda em todo o mundo – a província de Idlib na Síria. Essa proteção não é fenômeno isolado: é item de um quadro maior.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

The Saker: Réplica para a questão crucial levantada por Paul Craig Roberts

07.09.2018, The Saker, The Vineyard of The Saker, The Unz Review


Tradução por btpsilveira






Em um artigo recente, Paul Craig Roberts coloca uma questão bastante importante dirigida diretamente a mim. Cito a seguir uma parte relevante desse artigo (mas por favor, esteja certo de ler o artigo completo onde Paul Craig Roberts coloca a questão e porque ele o faz – leia a tradução do artigo de Paul Craig Roberts nos blogs “mberublue – pensar sem enlouquecer” ou no “Blog do Alok” – NT):
Andrei Martyanov, cujo livro analisei recentemente em meu site, há pouco defendeu Putin, assim como The Saker e eu fizemos no passado, das acusações de que Putin é muito passivo face a essas agressões ocidentais. https://russia-insider.com/en/russia-playing-long-game-no-room-instant-gratification-strategies-super-patriots/ri24561 Como já defendi as mesmas opiniões, só posso aplaudir Martyanov e The Saker. Onde diferimos nas opiniões é no reconhecimento de que aceitar indefinidamente insultos e provocações encoraja seu crescimento até chegar uma hora em que não restará alternativa a não ser rendição ou guerra. Assim, aqui estão as questões para Martyanov, The Saker, Putin e o governo russo: Até quando vocês acham que oferecer a outra face funcionará? Vocês vão oferecer a outra face até permitir que seu oponente neutralize a vantagem que vocês tem agora em um confronto? Oferecerão vocês a outra face até perder o apoio de sua população patriótica pela falha em defender a honra do país? Até que vocês sejam eventualmente forçados à guerra ou à submissão? Ou até que isso resulte em uma guerra nuclear?

Acredito que tanto The Saker quanto Martyanov considerarão meu questionamento válido.
Em primeiro lugar quero afirmar que a questão é perfeitamente válida, até mesmo crucial, e que é um questionamento com o qual tenho batalhado já por anos e que ainda me deixa acordado à noite. Penso que esta matéria deveria ser ainda mais esmiuçada, especialmente por quem se preocupa com a paz no mundo e se opõe ao imperialismo em todas as suas formas. Por isso, sou grato a Paul Craig Roberts por levantar o item mais uma vez.

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Batalha de Idlib ou batalha por Idlib?




Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Batalha de Idlib? Ou Batalha por Idlib? E batalha de quem? E quem combate quem? E onde?

A única coisa clara sobre essa batalha dita iminente é o fato de que Idlib foi "usada" como ralo e local para onde correram todos os terroristas anti-Síria e antigoverno sírio. Esse status quo que não pode durar.

domingo, 2 de setembro de 2018

EUA já marcaram a próxima agressão à Síria?

31/8/2018, The Saker, Unz Review


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Do que nos agrada, queremos mais / Bis repetita placent.
Horácio, Arte Poética

Bomb, Bomb, Bomb, Bomb, Bomb Iran!
John McCain

O Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis por apoiar o animal Assad. Grande prêmio...
Donald Trump

E difícil dialogar com gente que confunde Áustria e Austrália. 
Vladimir Putin





Parece que o círculo se completa e voltamos ao início: os anglossionistas estão outra vez, ao que parece, preparando-se para usar os mesmos White Helmets (que também atendem por "terroristas do bem") para executar outro ataque químico sob falsa bandeira na Síria, para outra vez culpar as forças do governo. Os russos estão outra vez avisando o mundo sobre o que está para acontecer e, exatamente como da outra vez, (quase) ninguém deu atenção. 

E há até notícias de que os EUA estão, outra vez, considerando impor uma zona aérea de exclusão (totalmente ilegal) sobre a Síria (há tempos não ouvia essa, desde a campanha eleitoral de Hillary). E, precisamente como da primeira vez, parece que o objetivo dos EUA é salvar os "terroristas do bem", ameaçados por mais uma grande vitória do governo sírio.

Parece que minha predição de que cada "click" nos põe um passo mais perto do "bang!" está infortunadamente se confirmando. E, embora o Império pareça estar desistindo da noção de reconquistar a Síria em grande escala, os neoconservadores estão claramente promovendo uma ação que pode vir a ser ataque em grande escala de mísseis contra a Síria.

terça-feira, 28 de agosto de 2018

Histeria norte-americana no encontro Bolton e Patrushev

27/8/2018, Ruslan Ostashko (legendas do vídeo, trad. do ing.) em The Vineyard of the Saker 


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




As conversações de Genebra terminaram de modo ainda mais cômico do que se esperava.

O Conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos EUA, John Bolton, simplesmente não conseguiu assinar a declaração final conjunta do próprio Bolton e do secretário do Conselho de Segurança Nacional Russo, Nikolai Patrushev.

Lembram do que eu disse antes da reunião EUA-Rússia em Genebra? Eu disse: Não concordarão sobre coisa alguma. Nada."

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

De como Putin resolveu os problemas da Europa, ao passar, com La Merkel

20/8/2018, Rostislav Ishchenko, de Stalker Zone (trad. ru.-ing. Ollie Richardson e Angelina Siard, aqui retraduzida ao port.) em The Vineyard of the Saker

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Aleksandr Sergeyevich Pushkin não foi o primeiro poeta russo. Antes dele houve ZhukovskyDerzhavin e até Lomonosov. Belos, melodiosos versos foram compostos por muitos depois de Pushkin. Mesmo assim, ele é "nosso tudo". Sem ele, sem a linguagem de Pushkin, não só a poesia russa, mas a própria linguagem russa é incompleta...



Pushkin é preciso e extremamente lacônico. Sabe bem prender muitos significados em apenas umas poucas palavras. E não usa palavras desnecessárias. Vocês lembram: "Lá, ao passar, um príncipe captura um czar assustador". Um, só um, sintagma– "ao passar". Mas como estão completamente caracterizados gentes e processo! Ao resolver problemas mais importantes, muito depois, um dado príncipe captura ao seu tempo um czar (poderoso, forte, ameaçador) assustador (significa que o conquistou, o exército dele e seu estado).

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Todos com as mãos à vista: Cáspio veleja rumo à integração da Eurásia, por Pepe Escobar

4/8/2018, Pepe Escobar, Asia Times The Vineyard of the Saker

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Os cinco estados que cercam o mar – Rússia, Azerbaijão, Irã, Turcomenistão e Cazaquistão – alcançaram um difícil acordo sobre direitos soberanos e exclusivos, e sobre liberdade de navegação



O longamente esperado acordo sobre o status legal do Mar Cáspio assinado no domingo no porto cazaque de Aktau é momento que define a continuada, massiva deriva rumo à integração da Eurásia.

Até o início do século 19, o corpo de água quintessencialmente eurasiano – um corredor de conectividade entre Ásia e Europa sobre riqueza gigantesca de petróleo e gás – era propriedade exclusiva dos persas. A Rússia Imperial tomou então a margem norte. Depois do racha da URSS, o Cáspio acabou sendo dividido entre cinco estados: Rússia, Irã, Azerbaijão, Turcomenistão e Cazaquistão.

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

The Saker: O que os anglo-sionistas podem fazer contra o Irã

3/8/2018, The Saker, Unz Review The Vineyard of the Saker



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Nos últimos dias, a Internet só fala de um boato – sinceramente: dos mais idiotas –, sobre os EUA terem pedido ajuda da Austrália para prepararem um ataque ao Irã. Desnecessário dizer, as 'notícias' não explicam quais capacidades teria a Austrália, que faltariam aos EUA, mas... Mesmo assim, a 'notícia' foi repetida em tantos lugares (vejam aquiaqui aqui), que é impossível ignorá-la. Numa dessas matérias, Eric Margolis descreveu as características que poderia ter o tal ataque. Cito-o na íntegra:


Esboço de um possível ataque dos anglo-sionistas contra o Irã 

EUA e Israel certamente evitarão massiva campanha em solo, excessivamente cara, contra o Irã, que é país vasto e montanhoso e que sobreviveu à guerra que fez um milhão de mortos, durante oito anos, com o Iraque, iniciada em 1980. Essa guerra assassina terrível foi instigada por EUA, Grã-Bretanha, Kuwait e Arábia Saudita para derrubar o então novo governo islâmico popular do Irã.
O Pentágono planejou guerra aérea de alta intensidade contra o Irã, à qual Israel e os sauditas podem muito bem se integrar. O plano fala de mais de 2.300 ataques aéreos contra alvos iranianos estratégicos: pistas de pouco e bases navais, depósitos de armas e de petróleo, óleo e derivados, nodos de telecomunicação, radar, fábricas, quartéis e outras instalações militares, portos, represas e usinas, aeroportos, bases de mísseis e unidades dos Guardas Revolucionários.
As defesas aéreas do Irã vão de frágeis a inexistentes. Décadas de embargos militares e comerciais impostos pelos EUA contra o Irã deixaram o país tão decrépito e frágil quanto era o Iraque quando os EUA invadiram o país, em 2003. Os tanques e canhões moda anos 70s, estão detonados e não atiram direito; os velhos mísseis AA britânicos e soviéticos são praticamente imprestáveis, e os antigos jatos MiG e chineses estão bons para o museu, sobretudo os antiquados F-14 Tomcasts fabricados nos EUA, cópias chinesas dos obsoletos MiG-21, e um punhado de praticamente imprestáveis Phantoms F-4 da guerra do Vietnã.
Os comandos de combate aéreo não são melhores que isso. Tudo que há no Irã, em matéria de produto eletrônico, será fritado ou explodido logo nas primeiras horas de um ataque pelos EUA. A pequena Marinha do Irã será afundada na abertura dos ataques. A indústria do petróleo pode ser destruída ou parcialmente preservada, dependendo dos planos dos EUA para o pós-guerra.
O único modo pelo qual Teerã pode responder depende de ataques isolados de pequenos grupos contra instalações dos EUA no Oriente Médio, sem valor decisivo; e pode, claro, bloquear o Estreito de Ormuz pelo qual transitam 2/3 de todas as exportações de petróleo do Oriente Médio. A Marinha dos EUA, que tem base próxima, no Bahrain, pratica há décadas para enfrentar essa ameaça.


Há muito material interessante nesse trecho, e acho que vale a pena analisá-lo segmento por segmento.

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

DOCUMENTO – Entrevista (íntegra): Ministro de Defesa da Rússia, Gen. Sergei Shoigu*

11/7/2018, Il Giornale (it.), TVZvesda (ru.), The Vineyard of the Saker,** (1ª. parte já publicada: Blog do Alok)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





[Continuação]

Alessandra Benignetti, entrevistadora (AB): Da guerra na Síria, à guerra comercial. Se o nível das relações com Washington chegou ao ponto mais baixo de todos os tempos, as relações com a China fortalecem-se cada dia mais... 

General Shoigu: É claro, a tensão nas relações internacionais contribuiu para fortalecer as relações entre Rússia e China, que são baseadas em respeito e confiança mútua. Rússia e China mantêm relações estratégicas e amistosas de longo prazo, e a cooperação está se desenvolvendo em muitas áreas, inclusive mediante agências militares, o que interessa aos dois estados

Exemplos de nossa cooperação incluem treinamento bilateral conjunto das forças armadas de nossos estados, inclusive o exercício naval anual "Cooperação no Mar", e uma série de exercícios das marinhas russa e chinesa, exercícios anuais, com mísseis de defesa antimísseis, chamados "Segurança do Aeroespaço" [ing. Aerospace Security].