sábado, 15 de dezembro de 2018

Apareceu no radar: Ataque nuclear dos EUA à Rússia - O plano do governo dos EUA de conquistar a Rússia por uma invasão surpresa

11/12/2018, Eric Zuesse,[1] para The Saker Blog


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



A seguinte combinação de artigos explica – e aí estão os links para provas conclusivas – que o governo dos EUA está realmente distribuindo e alocando suas forças nucleares, para o objetivo de vencer guerra nuclear contra a Rússia (Guerra Mundial III, GM III); que os EUA já não estão limitados ou contidos (assumindo-se que algum dia os EUA tenham sido limitados ou contidos na loucura nuclear) pela ideia de que a GM III produziria catástrofe inaceitável para os dois lados (“Destruição Assegurada para os dois lados”, ing. “Mutually Assured Destruction”, MAD), e catástrofe que teria de ser evitada a qualquer custo. 

Hoje o governo dos EUA está absolutamente determinado a vencer a GM III, não a evitar a GM III.

Para essa finalidade armas nucleares estão sendo construídas e alocadas pelo governo dos EUA, para a específica finalidade de conquistar a Rússia, e essa passou a ser a missão da OTAN, e sua única função específica, embora o fato, por razões óbvias, não seja tema de discussão. Adiante listo os principais artigos sobre o tema, e reproduzo os trechos cruciais sobre esse assunto:


1: Federation of American Scientists, FAShttps://fas.org/blogs/

“Ainda em 2011, antes de o programa de desenvolvimento do programa B61-12 ter avançado além do ponto sem volta, a Federação dos Cientistas Norte-americanos escreveu à Casa Branca e ao Gabinete do Secretário da Defesa[2] destacando a contradição que havia entre aquele programa e a política do governo dos EUA, e as implicações para a estratégia nuclear. Jamais receberam resposta.”


Em março de 2020, os EUA começarão a instalar na Itália, Alemanha, Bélgica e Holanda (onde já estão instaladas bombas nucleares B-61), e provavelmente também em outros países europeus, a primeira bomba nuclear com controle de precisão a ser integrada ao arsenal dos EUA, a chamada B61-12. A função primordial dessa bomba é atacar a Rússia. A nova bomba tem capacidade para penetrar e explodir no subsolo e destruir os bunkers de comando central logo no primeiro ataque. O que fariam os EUA, se a Rússia instalasse bombas nucleares no México, a apenas poucos passos de território norte-americano?”


O programa de modernização das forças nucleares dos EUA foi apresentado ao público como um esforço para assegurar a confiabilidade e a segurança das ogivas nucleares no arsenal das capacidades militares. Na realidade, porém, aquele programa implementou novas tecnologias revolucionárias que aumentarão muito a capacidade de ataques de precisão do arsenal de mísseis balísticos dos EUA. Esse aumento na capacidade é espantoso – e amplia o poder geral para matar das forças de mísseis balísticos dos EUA, pode-se dizer que multiplica por três – e cria exatamente o que se esperaria ver, se um estado nuclear estivesse planejando acumular capacidade para combater e vencer uma guerra nuclear, porque pode desarmar o inimigo num primeiro ataque de surpresa.”


O plano do governo dos EUA para conquistar a Rússia baseia-se numa crença na ‘Primazia Nuclear’, e no plano fundamental para estabelecer a tal primazia dos EUA contra a Rússia — uma capacidade norte-americana para vencer guerra nuclear e por essa vitória conquistar a Rússia.”

CONCLUSÕES

As declarações do governo dos EUA ao público, que apresentam a Rússia como o ‘agressor’, e nas quais o governo dos EUA apresenta o programa nuclear exclusivamente para ‘defesa’ contra a Rússia e outras nações, é tão mentira quanto as declarações do governo dos EUA em 2002, segundo as quais o Iraque teria de ser invadido ‘porque’ a Agência de Energia Atômica Internacional teria descoberto – o que jamais aconteceu – que o Iraque estaria a seis meses de ter sua bomba atômica

Não se deve confiar no governo dos EUA hoje – como ninguém poderia confiar naquele momento. E o regime dos EUA destruiu Líbia, Síria e Iêmen, também a partir de mentiras oficiais. Não se pode confiar em nenhum mentiroso estatal serial.

O verdadeiro objetivo do regime dos EUA é conquistar e controlar todo o mundo – incluindo especialmente a Rússia. Depois do fim da União Soviética, e de seu comunismo, e da sua aliança militar do Pacto de Varsóvia estabelecido para defender a Rússia contra a aliança militar dos EUA – a OTAN –, já não há nem o pretexto do comunismo. A culpa do regime dos EUA aqui é especialmente vergonhosa no caso da Rússia, porque ataque nuclear e invasão da Rússia pelos EUA destruiria todo o planeta.

A fúria do regime dos EUA para controlar todo o mundo é o mal absoluto, integralmente ‘justificado’ por mentiras  (como a mentira de que Putin teria “tomado” a Crimeia — ‘violência’ que ‘justificaria’ o aumento das tropas e mísseis instalados junto às fronteiras da Rússia). Uma dessas mentiras é que “Putin deseja conquistar a Ucrânia”Só o mais perfeito imbecil acreditaria nisso


Além disso, crescentes movimentos na direção de um Estado policial, se não de uma ostensiva lei marcial do regime dos EUA, estão reduzindo drasticamente as próprias liberdades civis – o que é grave agressão ao próprio povo dos EUA. As crescentes porcentagens dos gastos do governo dos EUA dirigidas para gastos militares só têm ampliado a miséria e concentrado ainda mais a riqueza na aristocracia; implica dizer que só os bilionários norte-americanos beneficiam-se desse imperialismo, inclusive dentro da Ucrânia.

O governo dos EUA é governo de ‘democracia zero’, e agora já está convertido em inimigo de todo o mundo, exceto dos regimes que governam países aliados dos EUA, mas mesmo esses aliados também foram miserabilizados pela guerra que os governos dos EUA estão preparando, em nome dos proprietários da Lockheed Martin e outras dessas empresas norte-americanas gigantes.

O regime dos EUA é inimigo de todos os povos, em todos os pontos do mundo. É hoje a maior ameaça a todo mundo, de toda a história da humanidade, só comparável ao regime de Hitler. E ainda pode ser pior que o regime de Hitler, se suas bases e pessoal militares não forem expulsas de todos os países, antes de que aconteça a invasão-blitz da Rússia. Só assim será possível impedir aquele ataque. Se isso não for feito, a invasão-ataque da OTAN contra a Rússia consumará o desastre. Todas as nações do mundo estão encurraladas: não lhes resta outra escolha.

Dia 20/10/2016, NBC News publicou em manchete “Líder Filipino troca EUA por China e diz que ‘EUA perderam’.”.

Dia 1/5/2017, Global Research publicou em coluna, “Basta de Crimes contra a Paz: Canadá deve abandonar a OTAN já”.

A organização europeia pró-EUA correspondente à OTAN é chamada “Permanent Structured Cooperation” [Cooperação Estruturada Permanente (sic), CEP], nome estúpido, para desencaminhar a atenção da opinião pública dos EUA. 

Foi anunciada dia 8/9/2017, e meses depois estabelecida, dia 11/12/2017, com uma lista de “Compromissos comuns ambiciosos e mais cogentes” e com 25 estados-membros da União Europeia (os 28 membros da União Europeia, exceto o Reino Unido, Dinamarca e Malta) que subscreveram os tais compromissos. A criação dessa CEP é o começo do fim da OTAN. Tornou-se inevitável desde o golpe dos EUA na Ucrânia em fevereiro 2014 e a instalação de um regime nazista naquele país, que os EUA planejaram que se tornaria membro da OTAN e da União Europeia.

Dia 9/11/2019, o presidente Donald Trump dos EUA tuitou “Presidente Macron da França acaba de sugerir que a Europa construa sua própria ordem militar para se proteger contra Ucrânia, China e Rússia. Muito insultante. Melhor talvez que a Europa pague, antes, o que deve à OTAN, que os EUA sustentamos praticamente sozinhos!” 

Vai-se ver, Macron deseja manter a França fora da GM III. 

Talvez, também, Macron deseje ficar livre para determinar suas próprias políticas internacionais sem ter de obedecer às exigências dos bilionários norte-americanos, especialmente às exigências que os bilionários norte-americanos partilham com a família real saudita e os bilionários sionistas* – como conquistar a Síria para pôr no poder ali um governante a ser escolhido pelo rei Saud para cooperar com os bilionários norte-americanos

Por exemplo, dia 7/12/2018, o jornal Al Masdar News publicava em manchete que “Síria acusa Coalizão dos EUA de ter destruído completamente um hospital em Deir Ezzor”. Deir Ezzor é a região produtora de petróleo da Síria, e o regime dos EUA e aliados querem roubar o petróleo da Síria, o que explica os já muitos anos de esforços para assumir o controle naquela região, depois de destruir a infraestrutura de assistência que o Estado sírio oferece.

Para compreender o contexto geoestratégico mais amplo no qual ocorrem esses eventos diários, clique aqui.

NOTA: Há alta probabilidade de que a Ucrânia invada, dia 14/12/2018, a região do Donbass que se reintegrou à Rússia por decisão do povo, em referendo. Se acontecer, haverá resposta dos russos, que o governo Trump pode tentar usar como pretexto para invadir a Rússia, mas acho que não acontecerá, porque os EUA ainda não têm certeza de que conseguiriam impor “primazia nuclear”, nesse momento. Assim sendo, se essa dita invasão pelos ucranianos acontecer, o mais provável é que o governo da Ucrânia resulte gravemente desapontado.*******



[1] O historiador e jornalista investigativo Eric Zuesse é autor de vários livros, o mais recente dos quais são They’re Not Even Close: The Democratic vs. Republican Economic Records, 1910-2010 e CHRIST’S VENTRILOQUISTS: The Event that Created Christianity.
[2] Secretário da Defesa era Robert M. Gates, de 2006 (governo Bush Filho) até julho de 2011 (governo Obama). Gates é o único secretário da Defesa em toda a história dos EUA a ser convidado pelo governo seguinte (Obama) para permanecer no cargo; foi substituído por Leon E. Panetta, até 2013 [NTs, com informações oficiais dos EUA].
* Dia 27 de novembro, a “transcrição integral anotada da entrevista do presidente Trump ao Washington Post incluiu a mais completa explicação que se ouviu de Trump, até agora, sobre por que os EUA não acusarão o príncipe coroado Mohammed bin Salman al-Saud pelo assassinato de Khashoggi: “Foram e são nossos grandes aliados. Sem eles, os problemas de Israel seriam muito piores. Temos de ter um contrapeso contra o Irã. … É muito, muito importante manter esse relacionamento. É muito importante ter os sauditas como aliados, se queremos ficar nessa parte do mundo. Por que ficar nessa parte do mundo? Uma das razões é Israel. O petróleo é cada vez menos a principal razão, porque estamos produzindo mais petróleo agora, do que jamais antes. Assim sendo, de repente se chega a um ponto em que já não temos de ficar aqui” (além do desejo dos bilionários de Israel e dos bilionários dos EUA que também partilham do controle sobre o governo de Israel). Um observador astuto anotou, a propósito desse comentário de Trump:
Afinal Trump explica que mantém relações com os sauditas porque assim atende interesses de Israel, porque Israel é “uma razão” para que EUA e suas tropas permaneçam na região. Com isso, Trump quebrou um tabu de muito tempo, porque a simples informação de que interesses de Israel seriam a razão pela qual EUA e tropas estão na região, visa a bloquear o lobby sionista com força e bastante sucesso pelo menos até aqui. Todos sabemos que a verdade nua e crua não é agradável aos ouvidos do regime sionista e seus asseclas: países e mais países bombardeados e destruídos, milhares de soldados norte-americanos mortos ou mutilados, trilhões de dólares em custos... e tudo isso só tem a ver com uma coisa: Israel!

Como muitos tradicionalistas, esse observador recusa-se, como se vê acima, a considerar que a família real saudita talvez controle também os bilionários judeus, não o contrário, como nesse caso, porque os sauditas controlam a taxa de câmbio do dólar e os bilionários judeus sequer controlam grande quantidade de petróleo. Mas, no atual contexto, essa é divergência pouco importante.

Além disso, dia 8/12/2018, The Atlantic publicou em manchete: “EUA estão pagando mais do que o combinado, pela Guerra do Iêmen” e informava que, embora o Departamento da Defesa tivesse sido reembolsado por serviços de reabastecimento em voo feito a aviões da Coalizão comandada pelos sauditas, o Comando Central dos EUA havia recentemente revisado os próprios registros e descobriu erros na contabilidade, segundo os quais o Departamento de Defesa não cobrara corretamente pelos serviços de abastecimento e reabastecimento”. – O Pentágono recusou-se a informar quanto daquela despesa dos sauditas acabou por ser paga pelos contribuintes norte-americanos — quer dizer, foi acrescida à dívida federal. Mas o Pentágono com certeza sabe o valor cobrado a menos dos sauditas, porque, se não soubesse, o próprio Pentágono não estaria exigindo o pagamento diretamente do príncipe coroado Salman al-Saud. Ninguém exige reembolso, a menos que saiba exatamente o quanto deva ser reembolsado. 

A razão provável pela qual Trump faz hoje essa cobrança seria que, com o que já se sabe, como informação de domínio público, sobre o assassinato de Khashoggi, Trump está agora em posição muito mais forte para barganhar pelo próprio dinheiro. A posição de Trump, na barganha contra al-Saud melhorou muito. Trump agora representa os bilionários dos EUA e também os bilionários de Israel – absolutamente não representa o povo norte-americano. Afinal de contas: nesse caso, Trump está negociando a favor dos interesses dos bilionários, contra a Casa de Saud.

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