28/6/2016, The Saker, Unz Review e The Vineyard of the Saker
A Internet anda fervendo, com reações contra o mais recente relatório de Stratfor sobre como se desenrolaria um confronto militar entre Rússia e os EUA. Não consegui o texto integral que, suponho, é reservado a assinantes pagantes de Stratfor (e, francamente, tenho melhores usos a dar ao meu tempo e ao meu dinheiro, que assinar aquele lixo). Mas, uma vez que os mesmos trechos foram incansavelmente repetidos em todos os lugares, posso listá-los aqui e assumir que isso é o que interessa (digamos assim), do artigo. Vejam aí (extraído do que Business Insider citou e parafraseando o artigo original):
Embora a Rússia tenha na Síria alguns sistemas avançados de mísseis terra-ar e aeronaves de combate muito ágeis, ela não se dará bem no que seria guerra aérea rápida, brutal, contra os EUA (…) A Rússia tem "cerca de 25 aviões, dos quais apenas dez são dedicados à superioridade aérea (Su-35s e Su-30s), e contra eles terão de encarar aviões de combate de tecnologia stealth de 5ª geração, dúzias de jatos de ataque, F-15s, F-16s, e também bombardeiros B-1 e B-52. E claro toda a vasta Marinha dos EUIA e muitas centenas de Tomahawks."
"Os russos têm muitas defesas aéreas; absolutamente não são, de modo nenhum, indefesos" – disse Lamrani a Business Insider, "Mas os EUA têm muito pesada superioridade aérea." Ainda que as plataformas individuais russas estejam próximas da equivalência, e sob alguns critérios até excedam a capacidade dos jatos dos EUA, tudo se reduz a números. Se a vigilância dos EUA detectar mobilização em massa de jatos russos em resposta ao vai-e-vem, os EUA não esperarão polidamente que os russos ponham seus aviões no céu para revidar. Em vez disso choverá uma tempestade de mísseis cruzadores disparados do grupo de ataque do porta-aviões USS George H. W. Bush, mais ou menos como se viu no ataque de 7 de abril sobre a base aérea síria de Sharyat. Mas dessa vez, os mísseis terão de saturar e derrotar antes os mísseis das defesas aéreas da Rússia, o que os EUA podem fazer amplamente nos grandes números, ou usando equipamento de ataque eletrônico.
Em seguida, tendo neutralizado as defesas da Rússia, os navios podem atacar a base aérea e destruir, além dos aviões que estejam em solo, também as pistas de decolagem, sem as quais nenhum avião poderá decolar. Nesse ponto, a aviação dos EUA e da Coalizão terá caminho aberto para entrar e devastar completamente as forças russas.
Terá o autor, Omar Lamrani, acertado na avaliação que fez? Sim e não. Sim, porque aconteceria exatamente isso, se os russos decidissem engajar sua esquadra de pequenos números para impor superioridade aérea e tentar impor-se sobre toda a força aérea do Comando Central dos EUA (CENTCOM) e da OTAN, pelo controle dos céus sírios. E não, simplesmente porque os russos jamais farão tal coisa.