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quarta-feira, 13 de março de 2019

Marco Polo a caminho da China – outra vez, por Pepe Escobar

9/3/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Todos os caminhos parecem levar a Roma. Itália manifesta o mais puro amor pela Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE). 


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O presidente Xi Jinping é esperado na Itália em visita oficial, dia 22 de março. Principal tema de discussão será a Nova Rota da Seda, ou a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE).

Um dia antes, em Bruxelas, a União Europeia deve debater uma estratégia comum relacionada aos investimentos chineses na Europa.

Parte substancial da União Europeia já está conectada de facto com a ICE. Incluem-se nisso Grécia, Portugal, 11 nações da União Europeia que constituem o Grupo 16+1, de China plus Europa Central e Oriental e, para todas as finalidades práticas, Itália.

Global Times: Se Europa continua a seguir as loucuras dos EUA, todos perdem

7/3/2019Global Times, Pequim

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Como se lê em matéria do Financial Times da 4ª-feira, a Itália está decidida a aprovar formalmente a Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE) proposta pela China. Embora as notícias deem conta de que ainda está sendo negociado um acordo preliminar com a China, Washington não consegue conter-se e já se manifestou contra o acordo. Segundo o Financial Times, os EUA teriam 'alertado' que o projeto pode causar grave dano à imagem internacional da Itália. O jornal cita Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, que teria dito que a ICE é "iniciativa made by China, para proveito da China."

Os EUA veem-se como irmão mais velho do Ocidente. Irritaram-se com o fato de a Itália, país há muito tempo aliado dos norte-americanos, movimentar-se para cooperar com país que os EUA têm intenção de conter. Mas a verdade é que a decisão da Itália afetará, sim, em alguma medida, a política dos EUA para a China: a Itália será o primeiro país do G7 a integrar-se à Iniciativa Cinturão e Estrada.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

EUA: elites incapazes de compreender a China, por Pepe Escobar

15/2/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Por que os “5 Olhos” – EUA, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e Nova Zelândia – além do Japão, bloquearam Huawei e impediram que a empresa participasse da construção de sua infraestrutura de 5G? 

Porque, diferente dos “5 Olhos”, o equipamento Huawei BLOQUEIA a Agência de Segurança dos EUA e impede que espione o mundo inteiro – linha vermelha absoluta, para o Excepcionalistão. 

(Pepe Escobar, Facebook, 16/2/2019, 18h (hora de BSB)
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Novo relatório sobre a política dos EUA para a China, publicado pela Asia Society em New York é mais um exemplo de como as elites intelectuais nos EUA, supostas bipartidárias, em vez de ofereceram aconselhamento sério, imparcial, pouco fazem além de repetir os pontos ‘a destacar’, feito papagaios de Washington, e absolutamente não admitem que nada sabem, de substancial, sobre China e Rússia como “ameaças existenciais”.

O relatório ‘Course Correction: Toward an Effective and Sustainable China Policy’ [Correção de curso: Para uma política efetiva e sustentável para a China] foi escrito em colaboração com o Centro Chinês Século 21 da Universidade da Califórnia, San Diego. Orville Schell, um dos diretores do Relatório da Força-tarefa, deve ser considerado como um dos menos enviesados, dentre uma seleção não homogênea de autoproclamados especialistas em China, nos EUA.

Ainda assim, o relatório vacila entre “confrontar a China” e “conseguir que a China coopere”. Não inclui “respeitar” a China – considerando todas as conquistas da nação, 40 anos depois das reformas iniciadas pelo pequeno timoneiro Deng Xiaoping.

domingo, 27 de janeiro de 2019

Rússia, China, Índia e Irã: Quadrado mágico que está mudando o mundo

25/1/2019, Federico Pieraccini, Strategic Culture Foundation

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Com o fim do momento unipolar, quando Washington dominou as relações internacionais, os países eurasianos mais ricos e mais fortes começam a se auto-organizar em estruturas de aliança e acordos, que visam a facilitar o comércio, o desenvolvimento e a cooperação.


No auge do momento unipolar dos EUA, Bill Clinton liderava um país que estava em plena recuperação econômica, e os estrategistas do Pentágono traçavam planos para modelar o mundo à sua própria imagem e semelhança. O objetivo não declarado sempre foi a mudança de regime em todos os países com sistemas políticos não aprovados, o que promoveria a proliferação de “democracia” à moda EUA por todos os quadrantes do mundo. Claro que países da Eurásia como Rússia, Índia, China e Irã apareciam no topo da lista, ao lado de países do Oriente Médio e Norte da África.

O bombardeio e a destruição da Iugoslávia foi o passo final no assalto contra a Federação Russa, depois da dissolução do Pacto de Varsóvia. Yeltsin representou os meios pelos quais a alta finança ocidental decidiu roubar toda a riqueza da Rússia, privatizando empresas e saqueando recursos estratégicos.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Tianxia: “Todos sob um mesmo céu” (pela paz)*: China desafia o sistema da Vestfália, por Pepe Escobar

10/1/2019, Pepe Escobar, Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Um leão chinês guarda a entrada da Cidade Proibida, Pequim.
Tradições intelectuais e culturais diferem enormemente entre as duas superpotências mundiais. Foto: iStock

Subnarrativa incorporada na narrativa da “agressão chinesa” hoje dominante nos EUA, cinófobos pretendem que a China seria ameaça não só ao modo de vida norte-americano, mas seria também ameaça existencial à república norte-americana.

Vale registrar, claro, que o modo de vida norte-americano há muito tempo deixou de ser modelo invejado ou a ser copiado em todo o Sul Global, e que os EUA andam e falam cada vez mais como uma oligarquia.

Por baixo dessa diferença há uma fissura gigantesca entre as duas grandes potências, como alguns autores e políticos têm tentado explicar.

O presidente Xi Jinping, no discurso da semana passada deixa claro que Pequim trabalha para modificar as regras do atual sistema de Vestfália, de modo a que passe a refletir o poder geopolítico e econômico que a China reconquistou.

Mas não se trata de “derrubar” o sistema estabelecido pelo Tratado de Vestfália em 1648. Com blocos comerciais ainda governando o novo jogo geoeconômico, estados-nação devem ainda continuar como a espinha dorsal do sistema internacional.

terça-feira, 25 de dezembro de 2018

O novo Grande Jogo no topo do mundo, por Pepe Escobar

20/12/2018, Pepe Escobar, Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



No topo do gracioso Forte Baltit, sobre o esplendor estilo Xangrilá do Vale Hunza, impossível não se sentir tonto ante aquela vista: uma impressionante colisão de milênios de geologia e séculos de história.

sábado, 22 de dezembro de 2018

Corredor Econômico China-Paquistão cruzará a Linha Durand, por M. K. Bhadrakumar

17/12/2018, MK Bhadrakumar, Newsclick



(2) Da Série “EUA perderam o Af-Pak. Sóssobrô Bolsô pro Bolton...”

VER TAMBÉM:

(1) 
Da Série “EUA perderam o Af-Pak. Sóssobrô Bolsô pro Bolton...” Bhadrakumar, Blog do Alok
Imagem: Passagem pelo Desfiladeiro Khyber
Mapa: Corredor Econômico China-Paquistão
Sobre o CECP e os ex-BRICS, atuais (B)RICS (Gorybko, Blog do Alok) e Pepe Escobar, vídeo, 247
Chomsky sobre “Linha Durand” e a guerra by Obama e Killary (esquerda.net)

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga




O 2º Diálogo de Ministros de Relações Exteriores de Afeganistão, China e Paquistão, que aconteceu em Cabul no sábado, cobriu território bem conhecido – reafirmar o compromisso dos três países para fortalecer relações, combater firmemente contra o terrorismo, apoiar a reconciliação afegã, ampliar o apoio ao processo de paz afegão e liderado por afegãos, insistir em trazer os Talibã para conversações de paz, aprofundar a cooperação de segurança e para contraterrorismo e tudo mais. Mas duas coisas surpreendem.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

Como as Novas Rotas da Seda fundem-se na Eurásia Expandida, por Pepe Escobar

13/12/2018, Pepe Escobar (de Moscou), Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O conceito de Eurásia Expandida é discutido já há algum tempo nos mais altos níveis da política e da academia russa. Essa semana a política foi apresentada ao Conselho de Ministros e parece pronta para ser aprovada e consagrada como principal linha de orientação para a política externa da Rússia nos próximos anos.

O presidente Putin está incondicionalmente engajado para que a Eurásia Expandida seja bem-sucedida. Já no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo em 2016, Putin falou de uma “parceria eurasiana emergente”.

Tive o privilégio, ao longo da semana passada, de participar de excelentes discussões em Moscou, com alguns dos mais prestigiados analistas e políticos russos envolvidos no trabalho de fazer avançar a Eurásia Expandida.

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Visão objetiva do caso Meng Wanzhou

8/12/2018, Kong Qingjiang, China Global Television NetworkCGTN

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga


Entreouvido nos Champs Elysées, na calçada em frente à Maison Dior saqueada:

Caso Meng é mais um caso de ‘lei’ usada como arma de produzir agressão e injustiças.
Meng é Lula, Lula é Meng. E o perseguidor, claro, nos dois casos, é a ‘lei’ que legaliza a desigual ‘ordem’do Império.

Mas tem lado bom: cada dia fica mais irrespondivelmente demonstrado que,
sem a muleta da lei que legalize pela violência a desigual ordem do Império ... o capitalismo já não se aguenta em pé. Segue a luta!
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Nota do Editor: Kong Qingjiang é reitor da Escola de Direito Internacional da Universidade de Ciência Política e Direito da China. O artigo manifesta opiniões do autor, não necessariamente da CGTN.

A surpreendente detenção de Meng Wanzhou, cidadã chinesa, por autoridades canadenses a pedido dos EUA dispara preocupações e verdadeira indignação entre o povo chinês. Meng, principal executiva de finanças da empresa Huawei, gigante chinesa das telecomunicações, foi detida quando fazia uma conexão, no aeroporto de Vancouver, acusada de violar a lei de sanções comerciais que os EUA impuseram ao Irã.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Putin cria RIC, formato trilateral com Índia e China, por M.K.Bhadrakumar

4/12/2018, M.K.Bhadrakumar, Strategic Culture Foundation

Entreouvido num boteco na Rua Abolição, Bixiga, SP:
“Golpe no Brasil-2017-8 teve a ver com nos empurrar para o lado dos EUA:
amaldiçoado lado da guerra, desgraça do mundo. Só o PT ‘eleitoral’ não vê isso?!”
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Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



O encontro trilateral de Rússia, Índia e China à margem do G20 em Buenos Aires dia 1/12 revelou-se um evento histórico, um marco na história da segurança da Ásia e da política global. O já chamado formato RIC deu um salto adiante, com os líderes dos três países decidindo “manter outros desses encontros trilaterais nas reuniões multilaterais” – para citar declarações do Ministério de Relações Exteriores da Índia.

Especialmente interessante é que o presidente Vladimir Putin da Rússia tomou a iniciativa, e os dois outros, o primeiro-ministro da Índia Narendra Modi e da China, presidente Xi Jinping imediatamente abraçaram a ideia. Os três estavam intensamente conscientes do contexto real em que o encontro aconteceu.

domingo, 11 de novembro de 2018

Abe reúne-se com Xi, depois com Modi: Nova ‘Esfera Asiática de Cooperação’? Por F. William Engdahl



Da série “EUA perderam”: 
Pra EUA sóssobrô BB&MoMo 
(Brasil de Bolsonaros e Moro&Morão)
(3/3) EUA perderam o Japão”

Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Uma das consequências mais importantes da guerra comercial que o governo Trump faz contra China e também contra o Japão, é o recente encontro econômico-diplomático entre o primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe e o presidente da China Xi Jinping em Pequim. É não só porque é a primeira visita de qualquer primeiro-ministro japonês, em sete anos, desde o resfriamento das relações, por efeito de disputa por ilhas no Mar do Leste da China. Também é consequência importantíssima porque sugere que uma nova estratégia política e econômica pode estar emergindo na mais ampla esfera econômica da Ásia. Horas depois de ter deixado Pequim, Abe recebeu em Tóquio a visita do primeiro-ministro Narenda Modi em Tóquio. Significará, toda essa movimentação, que está emergindo um novo flanco no mundo multipolar? Ou tudo não passa de política esperta, de Abe ?

domingo, 21 de outubro de 2018

O que significam as sanções contra Rússia e China, por Pepe Escobar

18/10/2018, Pepe Escobar, Asia Times 4:09 PM (UTC+8)


Traduzido pelo Coletivo Vila Mandinga



Um relatório crucial do Pentágono sobre a base industrial e a "resiliência da cadeia de suprimentos" da Defesa dos EUA acusa a China de "expansão militar" e de conduzir "uma estratégia de agressão econômica", principalmente porque Pequim é a única fonte de "vários produtos químicos usados em munições" e mísseis.

A Rússia é mencionada apenas uma vez, mas em um parágrafo crucial: como o país que mais “ameaça”, ao lado da China, a indústria de defesa dos EUA.

O Pentágono, nesse relatório, pode não estar advogando guerra total contra ambas, Rússia e China – como se interpretou em algumas áreas. O que o Pentágono faz é configurar a guerra comercial contra a China como ainda mais incandescente, ao mesmo tempo em que expõe os reais motivos por trás das sanções contra a Rússia.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Relações China-Venezuela têm avanço positivo

Da série: O outro lado q ninguém jamais viu no 'jornalismo' BR&Golpe-2018



13/9/2018, Global Times, Pequim


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




O Ministério de Relações Exteriores da China anunciou nessa 5ª-feira que o presidente Nicolas Maduro da Venezuela estará na China, em visita de Estado, da 5ª-feira até o domingo. A Venezuela atravessa momento de severa crise econômica. Há pouco tempo, o presidente Maduro foi alvo de uma tentativa de assassinato por um drone armado. E também se ouvem insistentes rumores de que os EUA pretendem fazer uma intervenção militar na Venezuela. Por tudo isso, a visita do presidente Maduro à China atrairá atenções em todo o mundo.

Eurásia Expandida toma forma no Extremo Oriente da Rússia, por Pepe Escobar

12/8/2018, Pepe Escobar, Asia Times

COMENTÁRIO dos tradutores brasileiros:

Se se vê que


(1) nenhum grande país dos envolvidos nos grupamentos geopolíticos acima listados [ICE, UEE, OCX, ANSA, (B)RICS e (B)RICS Plus] aceitou, aceita, aceitaria ou aceitará sem qualquer resistência ou protesto ceder a própria soberania e ser convertido em estado vassalo subjugado dos EUA;** e que 

(2) o Brasil-do-golpe não apenas aceita o jugo, como parece suplicar por ele...


ENTENDE-SE MAIS FACILMENTE que:


(3) o golpe no Brasil tenha acontecido nesse momento; e que

(4) o golpe no Brasil esteja incluído – talvez, mesmo, seja o seu núcleo mais duro, hoje – no GGcDO (Grande Golpe contra a Democracia no Ocidente) que, a partir do 'Estado Profundo' dos EUA (complexo industrial militar dos EUA imperialistas, plus nazistas sionistas israelenses), está desgraçando o planeta nesse início do século 21.


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

O Fórum Econômico Oriental em Vladivostok tornou-se parte crucial da integração estratégica de China, Rússia e outros países do nordeste asiático, uma assimilação gradual que deve transformar o atual sistema mundial



Xi Jinping e Vladimir Putin foram vistos numa joint venture culinária. Panquecas com caviar (blin, em russo) [bacias de blin! NTs], empurrados com um shot de vodca. Aconteceu agora mesmo, no Fórum Econômico Oriental em Vladivostok. É metáfora desenhada (e comestível) para selar a sempre crescente 'parceria estratégica abrangente russo-chinesa'.

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Guerras comerciais dos EUA contra a China: o que realmente está em disputa, por F. William Engdahl

3/9/2018, F. William Engdahl[1] (Website)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



A bizarra e em ininterrupta escalada "guerra comercial" que Washington move contra os chineses nada tem a ver com equilibrar superávits comerciais. E parece que, agora, os chineses já concluíram também nessa direção. Tudo ali tem a ver com assalto frontal contra a estratégia chinesa de se autoconverter em país líder, de economia avançada, autoconfiante, em pés de igualdade, no campo da tecnologia com o ocidente e, possivelmente, ainda mais avançada. Essa é basicamente a meta da estratégia nacional econômica de Xi Jinping, Made in China: 2025.

sábado, 1 de setembro de 2018

E quanto aos trabalhadores chineses?



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu






De tempos em tempos, quando falo do Marxismo Chinês, surge a pergunta: "Mas... E quanto aos trabalhadores chineses?" 

A resposta curta é que nos últimos 40 anos – tempo da 'reforma e abertura' iniciada por Deng Xiaoping – 700-800 milhões de trabalhadores chineses foram resgatados da miséria.

A resposta longa exige um pouco mais de detalhes.

sábado, 25 de agosto de 2018

Sun Tzu e a arte de guerrear guerra comercial, por Pepe Escobar

Será longa e  será suja, e Trump é doido se subestimar Xi e a firmeza da China
23/8/2018, Pepe Escobar, Asia Times


Entreouvido na Vila Vudu:

Fato sempre apagado por quantos tenham resolvido que "a China não é Marx", é que Marx escreveu livro intitulado "O Capital", não escreveu livro intitulado "A Comuna". Se se considera, pois, que Marx foi especialista – dos melhores que o mundo já conheceu – em CAPITAL, e o que estamos vendo na China é O CAPITAL in progress, o fato de esse in-progress acontecer em estado comunista, absolutamente não desrespeita coisa alguma nos conceitos marxianos. Na verdade, Deng Xiaoping considerado, até confirma as conclusões de Marx. Marx hoje poderia dizer, coberto de razão, que
"Wall Street não é capitalista" (é sionista mafiosa) [NTs].
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Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Imagine a liderança chinesa sumir durante quase duas semanas – praticamente posta em hibernação, imersa num debate secreto. Foi precisamente o que aconteceu em Beidaihe, resort de férias de verão na província ocidental de Hebei.

Por mais que circulem por aí teorias da conspiração à moda James Bond sobre esse rito anual, não há dúvidas sobre o tema-chave das discussões: a guerra comercial EUA-China.

A segunda maior economia do mundo sob o presidente Xi Jinping está já muito avançada na longa marcha rumo ao status de superpotência. O status quo geopolítico e geoeconômico anterior está morto.

Xi já disse incontáveis vezes e muito claramente que não basta, para a China, tornar-se simples "acionista responsável" na ordem liberal internacional pós-Guerra Fria controlada pelos EUA.

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

E agora? O que fará o supergrupo Os Sancionados?* Por Pepe Escobar

A cena solo de Trump nunca vencerá os presidentes hard rock do oriente elétrico

17/8/2018, Pepe Escobar, Asia Times

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Longe vão os dias, da Guerra Fria dos 1960s e 1970s, quando realmente imperavam na terra os supergrupos de rock – de Cream a Led Zeppelin, a Yes e a Emerson, Lake & Palmer.

Bem-vindos de volta, amigos, ao show que nunca termina – e ao remix geopolítico pós-verdade do supergrupo. Com vocês, Os Sancionados; banda multinacional das estrelas multi-instrumentistas Vladimir Putin (Rússia), Xi Jinping (China), Hassan Rouhani (Irã) e Recep Tayyip Erdogan (Turquia).

Como todo o universo rock sabe, Os Sancionados correm eternamente o risco de serem ofuscados – por efeito de camadas e mais camadas de sanções –, pelo inigualável solo & purpurina de Donald Trump (EUA).

Os dois reais virtuosos da banda deliciam-se com tocar em perfeita sincronia. Putin vez ou outra cede e entrega-se a um solo ocasional à Jimmy Page (como quando lançou mísseis do Cáspio, contra o Daech na Síria); mas é mais como Keith Emerson invocando Mussorgsky, compositor russo clássico. Xi adora álbuns conceituais Pink Floyd-escos, à moda Nova Rota da Seda. Rouhani poderia ser Jack Bruce, do Cream – oferecendo aqueles momentos sutis de musicalidade sem mácula. E Erdogan, que não consegue resistir, colabora com as fanfarronices de homem da porta dos fundos[1] de Robert Plant.

Imran Khan levará o Paquistão, dos EUA para a China?

31/7/2018, Daniel Hyatt, Global Times, China

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Sobre Imran Khan, ver também

20/6/2012, Assange entrevista Imran Khan Niazi, candidato à presidência do Paquistão,
19/6/2012, Russia Today – 10º Programa, Episódio 9,
vídeo 27'30 e transcrição traduzida, em Redecastorphoto.

"O Movimento por Justiça (ing. Movement for Justice/Pakistan Tehreek-i-InsafPTI) foi pensado como Movimento para lutar por sociedade justa e igualitária baseada no sistema que o Profeta Maomé [Que a Paz Esteja com Ele] expôs na Carta de Medina, que foi o fundamento sobre o qual se construiu o estado islâmico modelo: uma sociedade igualitária, baseada no respeito à lei e na justiça econômica – o primeiro estado de bem-estar na história da humanidade. Infelizmente, como o filósofo muçulmano Ibn-e-Khaldun previu que aconteceria, quando decaiu o compromisso dos muçulmanos com a justiça, decaiu também toda a sua civilização" (Do Manifesto do Partido Tehreek-e-Insaf (PTI), [ing. "Pakistan Movement for Justice", port. Movimento por Justiça), 9/7/2018, Dawn, Islamabad, Paquistão, trecho aqui traduzido].
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"Faremos do Paquistão um estado islâmico de bem-estar, sobre os mesmos pilares sobre os quais se ergueu Medina: humanidade e justiça" (Imran Khan, no lançamento do Manifesto do Partido Tehreek-e-Insaf (PTI), [ing. "Pakistan Movement for Justice", port. Movimento por Justiça), 9/8/2018, GeoTV]).

"Temos de combater a pobreza. É enorme desafio. A China é o maior exemplo que há diante de nós. A China tirou da miséria milhões de cidadãos nos últimos 30 anos. É feito sem precedentes" (Imran Khan, empossado primeiro-ministro do Paquistão ontem, 19/8/2018).____________________________





Imran Khan é agora o homem mais poderoso do Paquistão. Às vésperas de ser empossado primeiro-ministro do Paquistão [foi empossado ontem (NTs)], não fez segredo de que tem um mapa do caminho do relacionamento que deseja com a China.


Um dia depois de completado o processo eleitoral, cujo resultado mostrou o partido de Khan como o único grande partido vitorioso, Khan falou pela televisão a todo o país pela primeira vez.