quarta-feira, 30 de maio de 2018

Diário do Irã: Preparando-se para guerra econômica total, por Pepe Escobar

28/5/2018, Pepe Escobar, Mashhad, Irã, Asia Times


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





No instante em que se põe o pé nas ruas de Mashhad, se é envolto pelo ar perfumado de açafrão, uma brisa leve que vem da montanha: ali se está no coração da Antiga Rota da Seda e da Nova Iniciativa Cinturão e Estrada (ICE).

Para leste, a fronteira afegã esta apenas a três horas de distância por uma excelente estrada. Para norte, a fronteira do Turcomenistão está a menos de quatro horas. A noroeste, o Mar Cáspio. Ao sul o Oceano Índico e o porto de Chabahar, entrada para a versão indiana das Rotas da Seda. A ferrovia Teerã-Mashhad está sendo construída pelos chineses.

Um grupo – incluindo amigos norte-americanos cujos vistos passaram, para exame e aprovação pelos níveis mais altos do governo do Irã – nos reunimos em Mashhad para a Conferência Novo Horizonte de pensadores independentes. Logo depois de uma tempestade, estou numa van a caminho do espetacular santuário Imã Reza, com Alexander Dugin, que os suspeitos de sempre adoram descrever como "o mais perigoso filósofo do mundo", ou o Rasputin de Putin.

terça-feira, 29 de maio de 2018

De tanto que distribuem sanções pelo mundo, EUA inadvertidamente firmam e confirmam o multipolarismo, por Alastair Crooke

28/5/2018, Alastair Crooke, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





A medalha comemorativa já estava até pronta e divulgada. Mostra os perfis de Trump e Jong Un, de frente um para o outro, no encontro histórico de 12 de junho – no qual se esperava que Jong Un abrisse mão delas e descartasse suas armas nucleares, sem volta possível, e depois aceitasse as bênçãos graciosas de Trump. A reunião já foi cancelada (e, ao que se sabe, pôs de lado ambos, Moon e Abe), deixando de saldo um Trump frustrado e zangado. E, como já prevíramos que aconteceria, em vez de perceber que a Equipe Trump não ouvia adequadamente o que Jong Un vinha sinalizando, Trump agora culpa Xi por ter impedido que 'o negócio' [ing. 'the deal'] fosse fechado.

Fracassará o plano de Donald "Mão-Pequena"* Trump para estrangular o Irã

25/5/2018, Said Mohammad Marandi, Middle East Eye


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Ao aproximar-se o 40º aniversário da República Islâmica, a obsessão à Capitão Ahab[1] contra o Irã em Washington aprofunda-se todos os dias. Possuído por todos os anjos caídos do céu, o patrão de Ahab não consegue apagar a obsessão que o liga À Baleia. 

Como Ahab, a trindade nada santificada formada de Donald Trump, John Bolton e Mike Pompeo perseguem incansavelmente a Moby Dick que os atormenta.

Liberou geral? Já se pode dizer que foi golpe? Por Mike Whitney

20/5/2018, Mike Whitney, Unz Review


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu






Depois de 18 meses de ataques e acusações incansáveis, Donald Trump parece ter decidido erguer-se da lona e revidar. Numa série de tuítos que se estenderam de domingo à noite até a manhã da 2ª-feira, semana passada, Trump anunciou que fará sua própria investigação para saber se o FBI e o Departamento de Justiça (DdJ) manobraram indevidamente para atacar sua campanha à presidência, para "objetivos políticos".

Justiça partidarizada e tempos de desespero exigem soluções novas

19/5/2018, Andrew C. Mccarthy, National Review


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Comey, diretor do FBI e o Departamento de Justiça de Obama usaram dois pesos e duas medidas na investigação dos e-mails de Clinton e na investigação da 'interferência' da Rússia na campanha de Trump.

'Nos roubaram'. É a ladainha que os Democratas e de seus jornalistas adestrados aliados trabalham duro para implantar na cabeça dos norte-americanos convencionais. E 'roubaram' tem aí significado muito específico: todos devem ser convencidos de que a eleição presidencial de 2016 teria sido roubado de Hillary Clinton porque a candidata teria recebido tratamento 'não justo': na fala dos Democratas, o FBI cobriu de lama a candidata deles e protegeu Donald Trump.

"Construir uma economia de confiança" - Discurso do presidente Vladimir Putin em São Petersburgo, 25/5/2018

Vladimir Putin (versão distribuída pelo Kremlin, ing. aqui traduzido, tradução não oficial)


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu






Senhor Emmanuelle Macron [presidente da França, convidado de honra], Senhor Shinzo Abe [primeiro-ministro do Japão, convidado de honra], Senhora Lagarde [diretora do FMI], Senhor Wang Qishan [vice-presidente da República Popular da China],

Senhoras e senhores, amigos,

É grande prazer recebê-los aqui, ao 22º Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo, Rússia.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Mil bolas de fogo, por Dmitry Orlov

23/5/2018, Dmitry Orlov, Club Orlov


"A Rússia está pronta para responder a qualquer provocação, mas a última coisa que os russos querem é outra guerra. 
E essa, se você gosta de boas notícias, é a melhor notícia que você ouvirá."



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Um odor de 3ª Guerra Mundial paira no ar. Nos EUA, a Guerra Fria 2.0 prossegue, e a retórica anti-Rússia emanada da campanha de Clinton, ecoada pelos veículos da mídia, nos leva de volta ao McCarthyismo e à ameaça vermelha. Resposta a isso, muita gente começou a pensar que o Armageddon pode estar próximo – uma troca nuclear mortal, seguida de um inverno nuclear e extinção da humanidade. Parece que muita gente nos EUA gosta de pensar assim. Santo Deus!

Mas, vejam, faz completo sentido. Não se pode dizer que seja irracional. Os EUA estão afundando num colapso financeiro, econômico e político, perdendo posição no mundo e convertendo-se num gueto de dimensões continentais povoado de abuso de todas as drogas, violência, infraestrutura em ruínas, população desgraçada por vícios de toda a ordem, envenenada com comida geneticamente modificada, doente de obesidade, explorada por departamentos de polícia e prefeitos predadores e o mais farto sortimento de pragas, da medicina à educação e à propriedade imobiliária. OK. Até aí, todos sabemos.

Das ambiguidades da política russa

17/5/2018, The Saker, in Unz Review e The Vineyard of the Saker


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu

Introdução: o mundo não é Hollywood


"Talvez não seja o melhor momento para um expurgo no Kremlin, que tirasse de lá os representantes dos interesses do big business russo..." [Do artigo adiante]

– DOS TRADUTORES: Esse argumento parece repetir, quase simultaneamente, o que diz Ciro Gomes (para quem uma aliança com a Fiesp seria uma necessária "aliança com o 'produtivismo'"). Mangabeira Unger pensa e fala na mesma direção [que a esquerda não tem projeto para a produção; por exemplo, em entrevista à revista online Les Crises, Paris, (ing., legendas em fr., já traduzida ao português, no Blog do Alok)] .

Não dizemos que seja bom ou mau que eles digam, ou o que estão dizendo. Só dizemos que Lula também entendeu que tivesse de fazer essa aliança, motivo pelo qual fez a "Carta aos brasileiros". 

Se Lula e Putin tiveram de fazer essa aliança (ou creram que teriam de fazer) e foram depois reeleitos, não faz sentido – a não ser um reles sentido eleitoreiro pré-eleitoral tosco – 'declarar' que Ciro seria 'traidor', 'porque' diz a mesma coisa. E tudo isso até aqui, dito, data venia, com todo o respeito: para ver se melhoramos o nosso candidato, nossa candidatura, nosso programa e nosso argumento... (NTs)].
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As semanas recentes assistiram a grande número de eventos realmente tectônicos, que tiveram lugar simultaneamente nos EUA, na Rússia, em Israel, na Síria, no Irã e na União Europeia (UE). Acho que também é razoável dizer que a maioria dos que se opunham ao Império Anglo-sionista experimentaram emoções que foram do leve desapontamento à mais total decepção. Com certeza não ouvi ninguém comemorando, e, se houve comemorações, foram minoritárias (pouco caracteristicamente, por exemplo, Mikhail Khazin). Essas reações são normais, todos criamos expectativas que podem ser frustradas adiante, como quase sempre acontece. Mesmo assim, ainda que as notícias sejam claramente más, sempre é bom manter em mente algumas coisas.

Projeto das elites e mudança institucional

13/5/2018, Roberto Mangabeira Unger, Les Crises, ENTREVISTA
(Vídeo, 30" em ing. e legendado em fr., aqui transcrito e traduzido ao port.[1])


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Les Crises (LC)Roberto Mangabeira Unger, o senhor é filósofo, é professor da Escola de Direito de Harvard e foi também ministro do governo do Presidente Lula do Brasil e também do governo da Presidenta Dilma Roussef. Nós o convidamos para que o senhor fale sobre a situação, o status da esquerda, digamos a filosofia da esquerda. Para começar pelo começo, gostaria de conhecer suas impressões, seus sentimentos, sobre o encontro entre Emanuel Macron e Donald Trump nos EUA. EM se autoapresenta, de certo modo, como se fosse uma nova forma da socialdemocracia. Mas a recente viagem mostrou outra faceta dele. Como o senhor analisa o que aconteceu nesses três dias, nos EUA?

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Washington, DC: Mergulho ao fundo do pântano-mãe de todos os pântanos

22/5/2018, Moon of Alabama


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Há um ano, Trump jurou fidelidade com as mãos postas sobre o Globo Wahhabista, a lâmpada que governa todos eles:

"O juramento prestado à estrela wahhabita da morte foi parte da cerimônia de inauguração do potemkinesco "Centro Global para Combate contra a Ideologia Extremista" [ing.Global Center for Combating Extremist Ideology" em Riad.
...
Os saudistas montaram todo o teatro para induzir Trump, pela vaidade, a lutar em nome deles, contra o Irã. Esperam ter comprado a obediência de Washington."



Campanha contra seus rivais locais, Qatar e Iran. Trump apoiou fortemente a campanha saudita anti-Qatar, até que o Pentágono informou Trump que o Qatar hospeda a maior base aérea dos EUA em todo o Oriente Médio, que não pode ser mudada de lá de repente, de um momento para outro.

Teerã examina caminho adiante, depois da saída unilateral dos EUA, do Acordo Nuclear, por Pepe Escobar

21/5/2017, Pepe Escobar, Asia Times [2ª Carta de Teerã]

Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu


Irã considera passar a fazer todo seus negócios e trocas comerciais em euros e yuan, em momento de plena incerteza sobre se Bruxelas pode desafiar a lei de dominação dos EUA e impedir possíveis sanções



A saída do governo Trump, do acordo nuclear iraniano [Joint Comprehensive Plan of Action (JCPOA)], monopolizou os mais altos níveis do governo em Teerã em tempo integral, desde que a decisão foi anunciada dia 9 de maio.

O primeiro-ministro Mohammad Javad Zarif, que se reuniu ontem com o chefe de energia da União Europeia Miguel Arias Canete, reiterou que não bastam meras palavras de apoio dos europeus. A comissão conjunta do JCPOA reúne-se em Viena na próxima 6ª-feira para analisar as opções à frente.

Relatório da guerra na Síria: Exército Árabe Sírio liberta área rural de Damasco


'Estado Islâmico' em retirada (EUA e França instalam-se)
21/5/2018, South Front (c/vídeo, 26", e mapa, ing.)



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




O Exército Árabe Sírio (EAS) e aliados estão muito próximos de estabelecer pleno controle sobre a área rural ao sul de Damasco. O EAS já libertou todo o distrito de al-Hajar al-Aswad e o restante da área.


Dia 19 de maio, o EAS e os militantes remanescentes do 'Estado Islâmico' acordaram um cessar-fogo na área. Dia 20 de maio, vários ônibus entraram na área, sinalizando que o 'Estado Islâmico' estava disposto a se render. Dia seguinte, 21 de maio, membros do 'Estado Islâmico' começaram a deixar a área.

"Neonorteamericanismo": não passa de trumpismo reduzido a netanyahuísmo, por Alastair Crooke

21/5/2018, Alastair Crooke, Strategic Culture Foundation



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



A declaração do presidente dos EUA dia 8 de maio (sobre sair do Acordo Nuclear Iraniano, ing. JCPOA) impõe que todos revisemos fundamentalmente o que tínhamos como definição do trumpismo. No início do mandato, disseminara-se amplamente a ideia de que o trumpismo estaria apoiado em três principais pilares: (1) que os custos com os quais os EUA tinham de arcar para manter toda a parafernália do Império (i.e. vigiar e punir quem infringisse a ordem global policiada pelos EUA) eram simplesmente altos e injustos demais (especialmente porque não garantiam a defesa e porque o resto do mundo só dividia os custos quando coagido a fazê-lo); (2) que os empregos dos norte-americanos haviam sido roubados dos EUA e teriam de ser recuperados mediante mudanças nas regras do comércio; e (3) que, para fazer as necessárias mudanças, se aplicariam táticas de A Arte da Negociação.

domingo, 20 de maio de 2018

Eleições no Iraque: Nacionalistas repudiam EUA e Irã

18/5/2018, Daniel Larison,* The American Conservative



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Os iraquianos elegeram nas urnas um antigo inimigo dos EUA. Washington não gostará desse resultado.

As eleições parlamentares do Iraque, no início da semana passada, causaram inesperado choque aos observadores internacionais, quando a coalizãoSairoon (Avançar) liderada pelo clérigo xiita Muqtada al-Sadr obteve maioria dos assentos com voto do Parlamento iraquiano. O sucesso de Sadr e de seus aliados comunistas são duro revide contra o atual governo e refletiu a insatisfação generalizada dos iraquianos contra seus políticos atuais. Loulouwa al-Rachid, do Centro Carnegie para o Oriente Médio, chamou o evento de "triunfo dos marginalizados". A Aliança Fatah, de Hadi al-Amiri, ligada às Forças de Mobilização Popular e alinhada com o Irã, ficou com o segundo lugar. A coalizão Nasr (Vitória), liderada pelo atual primeiro-ministro Haider al-Abadi, ficou em terceiro.

Trump atropela A Arte do Negócio e muda tudo, por Alastair Crooke

14/5/2018, Alastair Crooke, Strategic Culture Foundation


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Nahum Barnea, em coluna para o Yedioth Ahronoth expõe bem claramente o jogo subterrâneo entre Israel e Irã (do qual Trump é acessório empenhado): depois de se retirar do Acordo Nuclear do Irã [ing. JCPOA], Trump ameaçará despejar tempestade de "fogo e fúria" sobre Teerã, caso os iranianos ataquem diretamente Israel. Enquanto isso, se espera que Putin contenha o Irã para que não ataque Israel a partir do território sírio – o que deixará Netanyahu livre para mudar as regras do jogo pelas quais Israel pode atacar e destruir forças do Irã em qualquer ponto da Síria (não só na área de fronteira), quando bem entender, sem medo de retaliação.

sábado, 19 de maio de 2018

Hassan Nasrallah: "Trump só cuida de interesses de Israel e dos EUA"


14/5/2018, Beirute. Na comemoração do 2º aniversário da morte do comandante Said Mustafa Badredine, do Hezbollah [excerto]



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




[...] Depois dessa introdução devotada ao nosso bem-amado comandante [o mártir Said Moustafa Badreddine], morto na Síria no dia 13/5/2016], falemos sobre questões com as quais, incidentalmente, ele esteve relacionado.

O primeiro ponto – Serei o mais breve possível [nos três pontos dos quais quero falar hoje, a saber: a retirada dos EUA do acordo nuclear iraniano; a confrontação entre Síria e Israel; e os eventos na Palestina ocupada].

Carta do Irã: "Sr. Trump, considere-se acusado e notificado", por Pepe Escobar

19/5/2018, Pepe Escobar, Asia Times


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Altos funcionários, inclusive ex-agentes da CIA, oficiais do Pentágono, oficiais do Exército dos EUA e ex-diplomatas exigem explicações para as ações dos israelenses.

Em carta dirigida ao presidente Donald Trump, com cópias para a Corte Criminal Internacional (CCI) e o Conselho de Segurança da ONU, quatro altos ex-funcionários do mais alto escalão do governo dos EUA, dentre outros, notificaram o presidente de que consideram descumprido o dever legal do presidente de informar o Congresso dos EUA, a CCI e o Conselho de Segurança da ONU, dentre outros, sobre ações de Israel ocorridas no momento em que "era comemorado o aniversário da expulsão, de dentro das próprias casas, de 750 mil palestinos."

sexta-feira, 18 de maio de 2018

Russia está no Oriente Médio para por fim àquela Guerra, não para se Intrometer no Conflito Irã-Israel, por Elijah J. Magnier

16/5/2018, Elijah J. Magnier Blog, Damasco


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Equívocos frequentes cercam o papel da Rússia no Oriente Médio e, particularmente, seu papel na Síria. Muitos sírios esperam que a Rússia ataque Israel, ou que entregue ao governo sírio, e suas armas avançadas, tecnologia e armas modernas, para que sejam usadas contra as repetidas violações, por Israel, do espaço aéreo e da soberania da Síria.

Na verdade, os sírios gostariam de ver a Rússia bombardear Israel ou assumir o lado do Irã (e aliados) no conflito contra Israel, e entregar à Síria os avançados mísseis antiaéreos S-300 mísseis e até os S-400s. Até hoje, todos que manifestam sentimentos anti-Israel acham difícil entender o papel da Rússia (no Oriente Médio em geral e na Síria em particular).

Isso vale para a natureza de seu relacionamento com Israel também e até mesmo com os EUA. Vemos acusações de "traição" lançadas contra a Rússia e o presidente Vladimir Putin.


É hora de lançar alguma luz sobre o papel da Rússia no Oriente Médio e considerar de perto a história recente do envolvimento dos russos no Levante.

quarta-feira, 16 de maio de 2018

Golan: Novo campo de batalha no Oriente Médio, por Sharmine Narwani

16/5/2017, Sharmine Narwani,* The American Conservative


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





A troca de mísseis, semana passada, nos limites da fronteira entre Síria e Israel é qualquer coisa, menos 'normal' e traz com ela o maior risco de guerra em todo o Oriente Médio, em sete anos.

Essa troca de fogo estabeleceu novas Regras de Engajamento no Levante, e, da noite para o dia, fez das Colinas de Golan ocupadas por Israel um "teatro de operações" no conflito na Síria.

A versão nos veículos da mídia-empresa dominante começou com Israel que estaria 'retaliando' contra mísseis iranianos, e o exército de Israel estaria destruindo capacidades militares do Irã dentro da Síria. Mas é informação questionável. A fonte quase exclusiva dessa informação é a mídia de Israel, que não deixa passar nenhuma chance de bater no tambor de guerra, da 'ameaça iraniana'.

Irã quebra as Regras de Engajamento. Israel vinga-se. Síria e Irã impõem a equação do Golan, por Elijah J. Magnier



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Israel atinge novamente alvos sírios e iranianos e depósitos de armas (evacuados semanas antes), pela quarta vez em um mês. 28 jatos israelenses participaram do maior ataque desde 1974. Tel Aviv informou os russos sobre suas intenções, sem conseguir impedir que os sírios respondessem. Na verdade, única novidade é o local onde Damasco decidiu atacar: as colinas ocupadas do Golan (20 foguetes foram disparados contra posições militares israelenses).

A Síria, em coordenação com seus aliados iranianos (e sem levar em consideração os desejos russos) tomou a decisão muito audaciosa de disparar contra alvos israelenses no Golan. Isso indica que Damasco e seus aliados estão prontos para ampliar a batalha, em resposta às contínuas provocações israelenses.

Mas qual é a razão pela qual a Síria abraça agora essas novas Regras de Engajamento?

Paul Craig Roberts: Estratégia de Putin começou, afinal, a funcionar?



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Já expliquei a prática cristã do presidente Vladimir Putin da Rússia, de oferecer a outra face às provocações do ocidente, como estratégia para convencer a Europa de que a Rússia é racional e razoável, e Washington não é; e de que a Rússia não ameaça nem os interesses nem a soberania dos europeus, e Washington sim, ameaça tudo isso. Ao se curvar a Israel e retirar os EUA do acordo multinacional sobre proliferação de armas nucleares que inclui o Irã, o presidente Donald Trump pode ter afinal comprovado o sucesso da estratégia de Putin.

Da arte de violar um acordo, por Pepe Escobar

9/5/2018, Pepe Escobar, Asia Times


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu



Entreouvido na Vila Vudu:
"Parece que a palavra "xeque-mate" é derivada do persa sakh maht (não sei como escrever),
que se traduz como 'o rei tombou'."
[De um fórum de jogadores de xadrez, com informações de Wikipedia (NTs)]
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Depois de violar regras não escritas da diplomacia global, o governo Trump viola agora o Plano de Ação Amplo Conjunto [ing. Joint Comprehensive Plan of Action], conhecido como "acordo nuclear do Irã". Nenhuma nuance no que só pode ser descrito como retirada violenta unilateral.

Todas as sansões norte-americanos contra o Irã serão reimpostas e haverá novas, duríssimas.

Nem importa que Agência Internacional de Energia Atômica, AIEA, tenha repetidamente confirmado que o Irã, sim, estava cumprindo rigorosamentetodas as determinações do acordo, como se confirmou em 11 detalhados relatórios a partir de janeiro de 2016. Até o secretário de Defesa dos EUA James Mattis aprovou os mecanismos rigorosos de verificação.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

EUA pularam fora do Acordo Nuclear do Irã porque estão terminalmente falidos, por Dmitry Orlov

11/5/2018, Dmitry Orlov, Club Orlov


Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu





Aqui vai uma avaliação da decisão de Trump, de pular fora do JCPOA, também conhecido como Acordo Nuclear do Irã, que absolutamente não está sendo ventilada suficientemente na grande mídia-empresa. Dinheiro. Tudo é por causa do dinheiro. 


Logo depois da Revolução Iraniana de 1978-79, Jimmy Carter congelou bens do Irã nos EUA. Desde então, os EUA mantêm em seu poder algo entre $100 e $120 bilhões em bens do Irã, que cresceram, com rendimentos e juros. Depois do Acordo Nuclear do Irã, que estipulou o fim das sanções contra o Irã, Washington tem feito de tudo para escapar de ter de devolver esse patrimônio do Irã, mas tudo terá de ser devolvido, mais cedo ou mais tarde... a menos que os EUA se retirem do acordo – precisamente o que Trump acaba de fazer.

Importante não esquecer que os bens iranianos congelados são denominados em EUA-dólares. E qual seria a primeira coisa que os iranianos fariam, no instante em que recuperassem o controle sobre esse patrimônio? Ora! Claro que converteriam tudo em EUA-dólares. É exigência formalizada na lei iraniana: não se permite a circulação de EUA-dólares, e ninguém no Irã poderia fazer o câmbio dessa fortuna, nem se quisesse. Segundo os iranianos, funcionários dos EUA pediram aos iranianos que não liquidem seus bens denominados em dólares. Mas os iranianos sabem que ninguém, nem se quisesse, teria autoridade para modificar a lei.