Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu
Dos "Comentários"[de: karlof1 | Mar 23, 2017 5:01:57 PM | 16]
"O que está acontecendo na margem oriental da Eurásia e potenciais desenvolvimentos estão resenhados hoje (item 4, abaixo) por Pepe Escobar, cujos recentes vários artigos podem ser todos reunidos numa análise mais ampla:
(1) Pepe Escobar, 9/3/2017, "Oh, que WikiTrump mais traiçoeiro!", Asia Times [port].;
(2) Pepe Escobar: 16/3/2017, "Grande Muralha de Ferro contra Nova Rota da Seda?",
Asia Times [port.];
(3) Pepe Escobar, 17/3/2017, "Dores do parto de um novo Oriente Médio", SputnikNews [port.];
(4) Pepe Escobar, 24/3/2017, "Coreia do Norte: As opções realmente sérias sobre a mesa", Asia Times [trad. em breve no Blog do Alok].
Turquia entrou num beco sem saída na Síria. O sonho de Erdogan de avançar para Raqqa e Deir Ezzor ou mesmo até a cidade de Aleppo foi bloqueado por um acordo entre EUA e Rússia. As forças representantes de Erdogan no local estão paralisadas no nordeste da cidade de Aleppo e não têm como avançar nem para o sul, nem para o leste ou oeste. Ocuparam um pedaço de área rural que não dá qualquer poder de barganha a Erdogan; só, potencialmente muitas dores de cabeça. Um pequeno contingente russo avançou para dentro do enclave curdo no noroeste da Síria em torno de Afrin, bloqueando qualquer movimento importante dos turcos contra aquela área.
Turquia e seus patrões no Qatar, Kuwait e Arábia Saudita perderam a guerra pela Síria. Ainda tacitamente apoiados pelos EUA, o grupo tenta agora um movimento de desespero, no esforço para recuperar algum poder de negociação para a próxima rodada das conversações de Genebra. O mais provável é que falhem outra vez. As forças que representam o grupo no noroeste, dentre as quais a al-Qaeda, saíram do norte, rumo à cidade de Hama (vejam o mapa (23/3/2017); vermelho=governo sírio). Ao longo dos últimos dias, capturaram 11 pequenos vilarejos muito fracamente defendidos. No momento, estão sob pesado ataque da força aérea russa e síria; o Exército Árabe Sírio prepara um contra-ataque e em poucos dias os porá para fora de lá.
Fonte: Islamic World News - Imagem em alta resolução |
Coordenada com o ataque a Hamma houve um ataque para ganhar terreno na periferia oriental de Damasco e no sul, em torno de Deraa. O ataque a Damasco esgotou-se. Os takfiri não conseguiram nem tomar nem manter terreno, e o contra-ataque contra eles está avançando. O ataque em Deraa não conseguiu romper as linhas de defesa do Exército Árabe Sírio.
O cabeça da gangue de propaganda "Capacetes Brancos" no sul de Deraa foi morto num ataque por Dispositivo Explosivo Improvisado das forças da al-Qaeda aliadas deles. Nunca foi algum Bom Samaritano. Também comandara a Divisão 18 de Março, parte da insurgência paga por organizações estrangeiras contra o Estado sírio.
O grande movimento do Exército Árabe Sírio sobre o governorado de Idlib para libertá-los dos takfiris continua em preparação. Não há data marcada para ser iniciado.
Ao leste da cidade de Aleppo, o Exército Árabe Sírio bloqueou todos os avanços dos 'representantes' da Turquia. Continuou rumo ao sul para retomar o interior do país ainda ocupado pelo Estado Islâmico, e está progredindo bem. A maior cidade na área, Deir Hafar, estava praticamente cercada hoje pelo Exército Árabe Sírio. [As fontes erraram nessa informação. Deir Hafar está efetivamente cercada, mas ainda não foi recuperada pelas forças legais (23/3, 23h10)]. O Exército Árabe Sírio na área continuará a mover-se para o sul e sudeste na direção de Raqqa e Deir Ezzor.
A força 'representante' dos EUA no nordeste da Síria, os curdos anarco-marxistas dos PKK/YPK, avançaram sobre Raqqa. Raqqa está ligeiramente ao norte do Rio Eufrates. A única via para o sul e oeste que continua aberta a partir de Raqqa era pela barragem Tabqa, que fecha o Eufrates e cria o lago Assad.
Fonte: Syrian Generation - Imagem em alta resolução |
Ontem, os EUA e seus 'representantes' na área iniciaram um ataque surpresa para tomar a barragem (mapa 23/3/2017). Helicópteros transportaram combatentes do YPG até o sul do Eufrates e balsas improvisadas (vídeo) transportaram o equipamento pesado para o lado oposto do lago. Helicópteros Apache e artilharia pesada dos EUA deram cobertura ao deslocamento. Bloquearam a estrada entre Raqqa e Aleppo no oeste e agora se movem na direção da cidade de Tabqa exatamente ao sul da barragem. Ao mesmo tempo, uma força dos YPG/PPK movimenta-se do norte em direção à barragem. Há algum medo de que combatentes do Estado Islâmico explodam a barragem, mas os primeiros a se afogar na inundação seriam os combatentes do ISIS e famílias, em Raqqa e adiante.
Em áreas mais as sul e ao leste há alguma luta entre Exército Árabe Sírio e grupos do ISIS em torno de Palmyra e em Deir Ezzor. As diferentes situações ali parecem quase todas estáveis, com pequenos avanços das forças do governo sírio.
Recentemente Israel provocou algum tumulto, ao bombardear forças sírias perto de Palmyra. Foi ação contrária a alguns dos parâmetros fixados em acordo entre os governos de Rússia e Israel. Embora não cogite de impedir que Israel ataque comboios que transportem armas para o Hizbullah a caminho do Líbano, a Rússia impedirá que Israel volte a atacar qualquer das forças que lutam na Síria contra o ISIS ou outros Jihadis. Israel recebeu claro sinal para retroceder, sob o formato de míssil antiaéreo sírio. Na sequência o governo de Netanyaho pôs-se a esbravejar em Telavive. Mas não passou de encenação grandiloquente para uso interno. Netanyaho está sob investigação criminal e obrigado a lutar pela própria sobrevivência política.
Ainda não se vê com clareza qualquer plano do governo Trump para como os EUA procederão na Síria. O movimento ao sul do Eufrates pode impedir que forças do governo sírio avancem para leste, na direção do enclave em Deir Ezzor, ainda sitiado pelo ISIS. Mas cruzar o rio Eufrates também pode ser movimento puramente militar, sem outro objetivo político além de simplesmente viabilizar a tomada da barragem Tabqa. Como movimento militar faz completo sentido. Mas se for movimento político, complicará ainda mais uma situação já muito confusa.*****
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