quinta-feira, 15 de março de 2018

Sobre preferir a morte ao medo, no Ido de Março*


15/3/2018, Ido de março de 2018. Aqui, tradução de trabalho, do inglês, sem revisão técnica. 
Em inglês, latim e grego, no blog Sententiae Antiquae



Traduzido pelo Coletivo Vila Vudu




Velleius PaterculusHistory of Rome 2.57

"O conselho de Pansa e Hirtius foi conselho a ser ouvido, considerado o que aconteceu. Sempre haviam alertado César de que tinha de defender pelas armas o que pelas armas alcançara. Mas, porque sempre respondia que preferia a morte ao medo, porque esperava sobre si a clemência que semeara a mancheias, César foi surpreendido por gente nada clemente, que não sentia qualquer gratidão, apesar de os deuses o terem provido de muitos sinais e indícios do perigo futuro.

Porque os adivinhos lhe haviam dito que tivesse cuidado especial no Ido de Março; a esposa Calpurnia acordou aterrorizada por causa de um sonho e suplicou-lhe que ficasse em casa; e também houve informes de que se organizava uma conspiração, que Cesar não teve tempo de ler. Mas ninguém escapa ao poder do destino; é poder que corrompe os planos de qualquer um que se creia capaz para mudar a própria sorte."

SuetoniusDivus Julius, 81-82

"Por tudo isso, e por causa também de sua saúde, César ainda ponderou se deveria ficar em casa e adiar o que propusera fazer no Senado; mas afinal, porque Decimus Brutus o incentivou a ir, que não podia faltar a reunião já cheia, com muitos que já o esperavam há tempos, saiu de casa perto da 5ª hora.

Quando um bilhete foi-lhe entregue por alguém, já na chegada, com notícia da conspiração, Cesar misturou o bilhete a outros papéis que levava na mão esquerda, planejando ler tudo logo depois. E, apesar dos muitos esforços empreendidos, não lia muito bem. Então entrou no Senado, indiferente aos indícios e rindo para Spurinna, dizendo-lhe que não passava de mentiroso, porque o Ido de Março viera e se fora sem fazer-lhe mal algum – embora, sim, com certeza viera. Mas ainda não havia terminado.

Suetonius, Divus Julius, 81-82 

Com ele sentado, os conspiradores postaram-se em círculo em volta [do assento?], como se houvesse lugar marcado para o serviço. E Tillius Cimber, que tomara para ele a primeira parte, aproximou-se, como se fosse perguntar-lhe algo. Quando César tentou afastá-lo, num gesto para que deixasse para depois, Cimber prendeu-o com a toga, pelos dois ombros. Um dos Cascas apunhalou-o pelo lado, abaixo da garganta. Cesar gritou "isso é violência", segurou o braço de Cascas e espetou-o com o stylus, mas quando tentou levantar-se, outro ferimento o deteve. Quando se apercebeu que estava sendo esfaqueado por todos os lados, puxou a toga sobre a cabeça e baixou-a com a mão esquerda, para que a parte inferior do corpo estivesse coberta e ele caísse mais decentemente. Assim foi esfaqueado 23 vezes, sem dizer uma palavra, além do primeiro gemido, depois da primeira ferida. Alguns recordavam que ao ver Marcus Brutus aproximar-se dele, César disse em grego kai su teknon?"*****



* O Ido de Março (latim Idus Martiae) é um dia no calendário romano, que corresponde ao dia 15 de Março. Era marcado por várias cerimônias religiosas e dia especial para os romanos, como prazo final para quitar dívidas. Em 44 AC, tornou-se conhecido como data do assassinato de Júlio Cezar, que fez do Ido de Março ponto de virada na história de Roma, um dos eventos que marcou a transição da República Romana, para o Império Roman.

O calendário romano era dividido em "idos", "calendas" e "nonas". Os dias "ido" eram o dia 15 dos meses de março, maio, julho e outubro; nos demais meses, o dia "ido" era o dia 13. Ficou célebre o "ido de março do ano de 44 AC" quando Júlio César foi assassinado no Senado por Brutus e outros senadores conspiradores [de Wikipedia em português, sem revisão, aqui cortado-colado (NTs)].

Março (Martius) era o 3º mês do calendário juliano, embora fosse o primeiro mês do ano no antigo calendário romano (de Wikipedia, sem revisão técnica, aqui traduzido do inglês, só para ajudar a ler) [NTs].




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