sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Hassan Nasrallah do Hezbollah: "Israel em pânico depois das derrotas do Daech"


31/8/2017, Hassan Nasrallah, Secretário-geral do Hezbollah













Pronunciamento de Sua Eminência Sayed Hassan Nasrallah, Secretário-geral do Hezbollah, dia 28/8/2017, por ocasião da Segunda Libertação, depois da completa rendição dos terroristas do Daech e da Frente Al-Nusra no Líbano 


[…] Estamos realmente diante de grande vitória (contra o Daech no Líbano). Considerem que dia 25/5/2000 expulsamos do Líbano o ocupante sionista; hoje, todos nós, os exércitos sírio e libanês e a Resistência Islâmica expulsamos os takfiri terroristas ocupantes. Essa é uma das semelhanças fundamentais.

Na fronteira, áreas vastas e sensíveis (montanhas, colinas, posições estratégicas) estavam nas mãos dos sionistas, como também aqui, vastas extensões, montanhas, picos, colinas, posições estratégicas estavam nas mãos dos takfiris. Na fronteira, do outro lado da fronteira internacional, os israelenses eram ameaça permanente e sempre foram e são; e os takfiris eram ameaça a todo momento contra todos no Líbano, especialmente contra todo o [vale do] Bekaa, não só contra Baalbeck-Hermel e cidades de fronteira.

Recentemente, todos ficamos sabendo o que planejavam, na Jurd de Ersal: o Daech preparava operações suicidas e ataques em Zahle e em cidades e vilas circundantes, mas os serviços de inteligência do Exército Libanês descobriu os planos antes de que pudessem executar as ações.

Hoje a realidade é essa. Mas talvez ocorra a alguém dizer, "Oh, Sayed [Nasrallah], mas em relação a Israel há algumas diferenças [comparadas ao que acontece hoje]." Não, não há. É uma continuação. Dia após dia vê-se e comprova-se que esses grupos Daechtakfiri foram criados pelos norte-americanos e lutam para consumar o projeto israelense. Eles sempre lutaram [no interesse do] projeto israelense. E o que esses grupos terroristas takfiri ofereceram a Israel, Israel jamais antes conseguiu, durante décadas. E com perigo ainda maior...

Não quero comparar esses dois perigos, porque entendo que esses grupos terroristas combatem dentro do projeto EUA-Israel, saibam ou não saibam o que fazem. Os líderes, sim, sabem, sem dúvida alguma. Tolos são os combatentes, enganados por slogans superficiais e mentirosos. Israel é um projeto de ocupação e hegemonização. Israel é um projeto de ocupação. Os EUA são projeto de hegemonização. O Daech e outros grupos takfiri são projeto de extermínio: extermínio de tudo que é diferente deles: muçulmanos, cristãos, sabeanos, iazdis, todos. É projeto de extermínio. Extermínio do homem, da História, da civilização, da sociedade, de tudo. E então, quando nossa região estivesse destruída, exércitos, planos, nossos estados, instituições, estrutura social, tudo isso seria oferecido, numa bandeja de prata, preparado, cozido à perfeição, recheado e assado, para ser devorado pelos EUA e por Israel. Então eles tomariam tudo e imporiam as condições deles sobre todos os demais.

Essa é a razão! Quem está chorando o triste destino do Daech na Síria, no Qalamoun e no Iraque? Netanyahu e funcionários de Israel! Eles é que choram tão amargamente e lançam lamentações lancinantes! 

Atualmente, o problema deles com o governo Trump é que se comprometeu com a erradicação do Daech como prioridade sua, o mesmo governo que reconhece que quem criou o Daech foram os governos Obama (e Clinton). Por isso ninguém deve vir e dizer que há alguma grande diferença entre a Libertação do Sul (do Líbano, em 2ooo, contra Israel) e essa batalha (contra o Daech). Que a Libertação do Sul viria em primeiro lugar em importância, e que a libertação de nossas fronteiras viria em 10º lugar, digamos. Não! De modo algum! Primeiro sempre é a Libertação do Sul do Líbano contra Israel. Mas logo em segundo lugar, bem perto da importância da primeira vitória, vem a Libertação de nossas fronteiras contra o Daech. Em segundo, por que é uma continuação da mesma batalha contra Israel.

Leiam a mídia e as declarações de Israel. Infelizmente, libaneses e árabes não leem muito. Mas leiam o que estão escrevendo, especialmente nesses dias, quando está acontecendo a erradicação do Daech no Iraque, Síria e Líbano, para verem claramente que o Daech é verdadeiro projeto dos israelenses.

Hoje estamos diante da Segunda Libertação (do Líbano). A data da Primeira Libertação é 25/5/2000. A data da Segunda Libertação, para a história, é hoje, 28/8/2017). Não escolhi a data para criar uma comemoração anual desse evento, e até hoje, era uma data vazia no calendário, 28/8/2017. Mas ano que vem já será diferente. Pela vontade de Deus, esse dia e esse mês foram escritos pelo Exército Libanês, pelo Exército Sírio e pelos combatentes da Resistência Islâmica no Líbano. A data de hoje foi marcada nos anais da história: 28/8/2017, Dia da Segunda Libertação, que será rememorada como dia de glória na história do Líbano e na história da região.

Que o governo libanês [de Saad Hariri pró-sauditas e sua coalizão 14 de março, contra o movimento 8 de março, de Hezbollah e aliados] reconheça ou não a data é problema deles), exatamente como dia 25/5/2000. A situação foi um pouco diferente, daquela vez, a data foi declarada feriado nacional, depois foi removida do calendário de eventos, ao tempo do primeiro-ministro anterior. Mas depois, graças a Deus, uma cabeça no governo repôs o dia 25 de maio como dia histórico.

Agora temos ocasião para comemorar: 28/8/2017. Falo só do evento histórico que aconteceu nesse dia. Não escrevo a história, nem sou eu quem define os feriados nacionais. Mas hoje já não há um único daechistatakfiri, [membro da ] Frente Al-Nusra nem qualquer outro terrorista nem no último grão de areia de qualquer montanha ou de qualquer colina em todo o Líbano. E esse evento aconteceu nessa data.

Agora, se o governo quiser marcar essa data, ou preferir 27 de agosto, 31 de agosto ou 3 de setembro (para as comemorações), para mim não faz diferença e não haverá problema. Não estou querendo fazer serviço de outros. Falo só do evento histórico.

Assim sendo, gostaria de concluir com esse chamado – que se celebre esse evento nessa 5ª-feira, 31/8, dia de Arafat, véspera do Eid-al-Adha): vocês recordam que dia 25/5/2000 todo o Líbano saiu vitorioso e o Líbano estava feliz com a vitória contra Israel), exceto os que haviam depositado suas esperanças na ocupação israelense – e havia muitos no país – e os que puseram suas esperanças no exército de Antoine Lahd. Mas naquele dia a maioria dos libaneses estavam felizes, e só uma minoria tinha o rosto amargurado, porque os planos deles haviam colapsado.

Mas em 2000, os mais felizes, apesar de ser dia nacional de celebração e vitória, eram os libaneses do sul, que vivem no sul do Líbano. E os de Jabal Amel eram os mais felizes de todos, com aquela vitória e aquela libertação. A razão é simples: porque a ocupação acontecia nas montanhas deles, nas colinas deles, nas cidades deles, e eram os filhos e filhas deles que eram presos, os camponeses deles e os agricultores deles os que levavam os tiros, e uma ameaça pesava sempre sobre eles. Lembramos o bombardeio contra Sidon e Nabatiye cabeças de crianças e de bebês jogadas nas ruas. É portanto normal que as pessoas do sul, as que mais sofreram, as que foram mais sacrificadas, tenham sido as que estavam mais felizes e mais festejaram o 25/5/2000.

Hoje, todo o Líbano ganhou e, logicamente, a vasta maioria da população está feliz, exceto os que contassem com a Frente Al-Nusra, com o Daech e estados regionais e as grandes potências que os apoiam. É compreensível que estejam furiosos, tristes e desanimados, e troquem pêsames entre eles, é normal. Há apenas poucos dias, duas, três semanas, ainda nos insultavam e nos perseguiam e nos agrediam. Eles que façam o que quiserem. Compreendemos a tristeza e as dores deles.

Mas com certeza a vasta maioria dos libaneses estão felizes, porque sem esses confrontos vitoriosos já há tantos anos, o Daech, a Frente Al-Nusra e seus assemelhados poderiam ter tomado o vale do Bekaa, o norte, e chegado a outros locais no Líbano e teria sido um desastre. Vejam o que aconteceu em países e sociedades à nossa volta (Síria, Iraque, Líbia).

Mas também é natural que o povo mais feliz nessa Segunda Libertação seja nosso nobre povo do vale do Bekaa. São deles as montanhas atacadas, Jurds e campos atacados com carros-bomba e suicidas-bomba, contra Hermel, Bekaa e Ras Baalbek, e toda a área foi apeaçada, toda a Zahle e o Bekaa, e agora aquele pesadelo chegou ao fim, sumiu das montanhas deles, dos Jurds deles, das suas terras, das suas casas, eles com certeza são hoje os mais felizes de todos. Porque foram os que mais sofreram, e nessa batalha foram eles os mártires mais sacrificados.

É verdade que nossos irmãos, nossas famílias, oficiais e soldados do Exército Libanês vêm de todas as regiões do Líbano e lutaram nesse front, mas tenho certeza de que hoje, no Bekaa, não há uma cidade, uma aldeia em que não haja dois, três mártires, dois ou três feridos. Os moradores do Bekaa também coroaram essa vitória com o sangue dos seus entes queridos, suas crianças, a luz dos olhos deles, os melhores, dentre os seus jovens. Além dos muitos feridos que ainda estão em casa e nos hospitais. Assim sendo, é normal que estejam felizes, que se congratulem uns com os outros e orgulhem-se dessa vitória que é vitória da nação toda, mas é vitória especialmente para o vale do Bekaa. […]*****

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